Karen J 17/12/2016Uma Trilogia com o primeiro livro sensacional, um segundo indiferente e um final péssimo.Hilary Duff tinha tudo para fazer desse final de trilogia uma explosão em frenesi, um pacote que incluía uma paixão adolescente que superou a morte, um mistério por trás da rejeição do corpo e da morte do pai de Clea que, desde as 832 páginas dos livros anteriores, estava mal explicada.
Antes de iniciar a leitura, como todo leitor de trilogias e sagas, comecei a imaginar o que poderia acontecer com os personagens e com aqueles que os rodeiam. Contudo, a cada vez que eu folheava o livro mais eu me decepcionava, o ato de percorrer os olhos sobre as palavras não era mais algo natural, passou a ser maçante e a ansiedade que eu tinha para saber o que ocorreria foi substituída pela indiferença.
Nesse último livro Clea consegue Sage de volta, melhor dizendo, parte dele (já que o corpo agora é de Nico que morreu no Devoted(Devoção)). Mas, o mais bizarro de tudo é que o novo corpo que hospeda a alma quase peregrina de Sage é do namorado( ex futuro noivo) da melhor amiga de Clea. Imaginei que esse fato teria uma reviravolta surpreendente no final, até porque Rayna merecia, assim como Clea, o seu final feliz. Todavia, para a minha infelicidade, a autora simplesmente preferiu trazer a melhor amiga o sentimento de resignação(what?). Exatamente, a menina que quase ficou noiva do cara teve que aturar ver a melhor amiga beija-lo e por mais que não fosse o Nico naquele corpo( o que Duff fez questão de sempre frisar) convenhamos que é uma situação terrível para Rayna... e ficou por isso mesmo, ela aceitando. (Uma dose de raiva por favor.)
E a Clea? Ao meu ver, a personagem que desde o inicio mostrou-se destemida, independente e cheia de si, passou a ser uma versão um pouco melhor de "Bella Swan" tendo seu ponto de equilíbrio ligado ao Sage perdendo toda aquela personalidade cativante, o que é uma pena.
Com seu clímax pouco desenvolvido, não foi nenhuma surpresa ao descobrir, no fim da última página, que o mistério do desaparecimento do pai não seria aprofundado deixando uma ponta solta. A expressão e o sentimento de surpresa ao descobrir os planos de Ben não foram alcançados como a escritora, creio eu, pretendia, mas o sentimento de decepção em forçar o melhor amigo, que desde o inicio fez tudo por ela, torna-se o vilão, esse sim apareceu. E pior, a explicação do porque ele fez aquilo foi tão clichê que eu não via a hora para acabar com a leitura.
Enfim, não gostei do livro e tão pouco o recomendaria( há quem goste, é claro, mas esse não é o meu caso).
O que fica é a decepção pela narrativa não ter tido um final que ela merecia.