O sermão sobre a queda de Roma

O sermão sobre a queda de Roma Jérôme Ferrari




Resenhas - O Sermão Sobre a Queda de Roma


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Wayner.Lima 10/07/2022

Uma obra que se pretende intelectual e talvez esse seja seu maior erro
Ainda preciso digerir melhor esse livro. A sensação que tenho agora, recém terminada a leitura, é de que Jerome Ferrari nesta obra é um bom escritor mas com uma história ruim. O estilo me lembra Milan Kundera, com suas histórias filosóficas, pretensamente profundas mas de uma inegável negatividade. De certo não tenho ainda distanciamento e bagagem suficiente para traduzir em palavras o que 'O sermão' de Ferrari me faz sentir, portanto voltarei aqui num futuro próximo e reescreverei essa resenha.
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Tour Literário 16/06/2021

O Sermão sobre a queda de Roma, de Jérôme Ferrari
Resenha no link: https://youtu.be/WQqprZlZ1OQ

site: https://youtu.be/WQqprZlZ1OQ


José Cláudio 02/06/2021

Me agradou muito o artifício de duas estórias paralelas utilizado pelo autor, premiado com o prêmio Gouncourt, foi uma leitura interessante.
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Pri | @biblio.faga 21/01/2021

Jérôme Ferrari, fazendo um excelente uso dos ensinamentos do Santo Agostinho, escreve um romance/ensaio sobre a impermanência e finitude das coisas e sua consequente e inevitável queda.

A título de curiosidade, o Santo Agostinho ou Bispo de Hipona foi o segundo maior doutor da Igreja Católica Romana e o seu sermão de número 81, proferido em dezembro do ano de 410, trata da queda e destruição do império romano, tomadas pelos godos e chefiados por Alarico.

Intercalado entre o passado e o presente, o romance começa no verão de 1918, quando um dos protagonista [o Marcel] não havia sequer nascido, para, logo em seguida, acompanhar as peripécias do seu neto Matthieu e de Libero, seu melhor amigo, em um bar localizado na vila de Córsega, França.

Embora marcado por vidas fadadas ao fracasso, afinal, tudo o que vive/existe tende a um destino único e inescapável: nascer, crescer e morrer; o livro não é de todo pessimista, demonstrando que viver no caos [da falta de sentido aparente] tem algo de esperançoso e humano, afinal, “e o que é Roma, senão os romanos?” ou para ficar mais elegante, “Roma quid est, nisi Romani?”

Enfim, temos um livro intrigante, profundo, filosófico, cheio de metáforas, permitindo vários níveis de interpretação e leitura, especialmente quando consideramos que o autor também é formado em filosofia.

Ahh, eu já falei que ele foi o vencedor do Prêmio Goncourt do ano de 2012?

“Só que o demiurgo não é um Deus criador. Não sabe que está construindo um mundo, trabalha como homem que é, pedra após pedra, e logo sua criação escapa, ultrapassa-o e, se ele não a destrói, será ela a destruí-lo.” (p. 99)

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Joao.Paulo 02/06/2020

mal resenhado
É um livro que possui seu espaço e tempo muito abstratos, a própria fotografia descrita no início do livro, de pessoas envoltas pelo branco, é uma imagem desse conceito, pessoas desoladas pela chegada da modernidade e pela guerra, que não conseguem se encaixar em um tempo e espaço, e justamente procuram essa identificação, essa noção de lar, ao passar de suas vidas, sempre fracassando nesse objetivo. Aquilo com o que, ou com quem, se identificaram no passado, ou poderiam vir a se identificar, é destruído pelas mudanças causadas pelo tempo. Há também uma tentativa forçada de se engendrar a um espaço/lar, vinda de Matthieu.
Acho que o seu principal veio é essa busca pela identificação, ou suposta identificação, que as pessoas vão atrás. Essa busca nunca é concretiza, e, quando o é, as pessoas só estão se enganando sobre isso, pois nunca irão se encontrar nesse mundo abstrato, aonde a passagem do tempo é líquida e os espaços sempre as rejeitam ou fingem aceitá-las, o ápice disso é o último capítulo, que narra a morte de Santo Agostinho, aonde, em sua morte, se tem uma pequena desilusão religiosa e se conclui que origem e morte andam juntas. Tudo é estranhamente cíclico e pífio, pois, não importa como, tudo caíra em desgraça, e, mais estranhamente ainda, a escuridão que assola o mundo é sinal divino, pois, a luz trazida pelo homem não tem importância, Deus é um ser arrogante, está observando a ruína da humanidade sem fazer nada por ela, pois não se importa com ela, não possui nenhum sentimento por ela.
É certamente um livro pessimista e desolador demais pra partir de uma narrativa tão estranha do tipo: estudantes de filosofia que acabaram de entregar o TCC e decidem administrar um bar (foda-se). Basicamente, tudo é efêmero, pois tudo é cíclico.
São vários os temas que são abordados, principalmente os envolvendo dilemas de nossa modernidade, mas essa relação de o quão pequena é a humanidade diante de tudo é o que mais me marcou. Talvez eu não tenha conseguido organizar meu pensamento em relação ao livro, mas é um livro que aborda muitas coisas de forma bem complexa, vai por mim.

site: https://www.instagram.com/malresenhado/
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Matheus Nunes 29/04/2020

Jérôme Ferrari escorado no Santo de Hipona.
Me pergunto o que seria desse livro se não fosse a varias citações que o autor faz aos textos clássicos de Santo Agostinho. Retirado isso do texto o que sobra? Personagens fracos, insípidos, mal construídos e (quando) desenvolvidos de forma bem preguiçosa. É como se o autor estivesse o tempo todo forçando um estilo, é como se ele tivesse colocado os itens: queda de Roma e a figura do Santo Agostinho como um alvo a ser atingido e forçosamente escreveu (ou tentou) construir algo em torno dessas ruínas históricas.

Não vi motivos para esse livro ter ganhado o Goncourt em 2012, não vejo motivos para estar na coleção Fabulas da Editora 34 (a qual na minha opinião se deve todas as classificações positivas desse livro, ou pelo menos metade dela, pois algumas pessoas caem no engano de achar que se é da Editora 34 tem que ser bom...) diga-se de passagem coleção essa a qual nem o livro Fabulas do Esopo, (publicada por eles também), e que, ironicamente, não faz parte.
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Maria.anamariaprof 18/07/2019

Uma obra prima
Curto. Leve. Com uma pegada narrativa super original, esse livro é encantador. De início você sente uma estranheza no estilo, mas ele é tão delicioso que você nem nota quando se acostuma com essa maneira. Amei de paixão, uma pena ser tão curto.
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GilbertoOrtegaJr 19/07/2016

O sermão sobre a queda de Roma – Jérôme Ferrari
O sermão sobre a queda de Roma é mais um daqueles livros que eu decidi que precisava ler pelo simples fato de ele possuir um título fora do comum, e também porque o vi entre os favoritos de uma amiga. Eu demorei um certo tempo para adquirir ele, primeiro porque na minha cidade não tem livrarias, e em segundo, e principal motivo foi o fato de que este livro por si só tem um preço caro e se eu comprasse ele em uma loja virtual eu teria que pagar seu preço e mais o frete, (fora de questão!), mas em uma das minhas viagens acabei comprando ele.

O livro tem duas histórias paralelas; de um lado temos Marcel Antonetti, um idoso nascido no início do século vinte, e que vivencia as duas guerras mundiais. Ele passa seus dias insistentemente olhando uma antiga fotografia da sua família, e relembrando sua vida de burocrata colonial em um país do continente africano. E na outra trama temos Matthieu e Libero, dois amigos que cresceram juntos e estudaram filosofia. Um dia eles decidem arrendar um bar na região de Córsega, e aos poucos o bar que ia indo bem vai se direcionando para a ruína e desgraça.

De todas as partes do livro, de longe, a que eu mais gostei foi a parte final, que tem como tema o sermão sobre a queda de Roma. Nesta parte Jérôme Ferrari narra de forma ficcional o famoso sermão de Santo Agostinho diante da queda iminente do império romano. É talvez a única parte que para mim fluiu plenamente, e de forma extremamente interessante.

Desde o começo do livro, e até em seu título o leitor já tem uma noção prévia de que as coisas não acabarão bem, e a todo momento isso é reforçado por meio de trechos de textos escritos por Santo Agostinho, isso me fez pensar que este seria um daqueles livros que contém em sua trama uma grande tragédia, mas ao contrário disso Jérôme Ferrari traça uma trajetória similar à da própria vida onde se nasce, vive e morre. Ou seja, o livro segue uma trajetória perfeitamente natural.

Sinceramente, eu gostaria de ter achado mais divertido O sermão sobre a queda de Roma, mas ao contrário em vários momentos achei a história muito simples, não foi algo que me divertiu ou prendeu durante a leitura, em vários momentos inclusive me passou a impressão de um livro truncando, arrastado, enfim este livro não foi uma leitura que me deu grande prazer. Apesar disso o livro ganhou o prêmio Goncourt no ano de 2012.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2016/07/20/o-sermao-sobre-a-queda-de-roma-jerome-ferrari/
Ladyce 12/10/2017minha estante
Recomenda? Para mim?


GilbertoOrtegaJr 04/01/2018minha estante
Ladyce eu acredito que vc não gostaria




Christiane 10/06/2014

POR ONDE ANDA NOSSO DESEJO?
Belo livro sobre quando o destino altera o desejo, não o permite e quando nós mesmos abrimos mão dele.
Por um lado a Guerra. Contingência? Imposição do destino? Escolha de poucos! A guerra, este grande Outro.
O livro trata do avô e do neto. O avô que luta pelos seus desejos e a vida os destrói. O neto perde os seus, se instala calmamente num mundo pequeno, restrito, que ele constrói e de onde ele não quer mais sair. Não aceita que nada interfira ou mude isto. Mesmo com as piores ocorrências, seu pai morrendo, seu melhor amigo assassinando outro, ele não se move.
Descrição belíssima do que acomete o ser humano no seu egoísmo, quando outros o chateiam, odiar ter seu dia, sua agenda alterada por que outro adoeceu, sofreu um acidente, morreu!
A ausência! não só do outro, a ausência da vida, do realizar, do criar.
A mediocridade da vida, nascer, viver, morrer. E quantas vezes ter sua vida alterada por outro? Até mesmo um funcionário da aduana que para gozar do poder de autoridade destrói os sonhos de outro.
Estamos sempre sujeitos ao gozo do Outro? e ao desejo do Outro?
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jota 08/06/2014

Na Córsega...
O sermão sobre a queda de Roma - título deste livro - tem a ver com Santo Agostinho, citado na abertura da obra e depois em quase todos os capítulos, com trechos que vão dando uma ideia da evolução da história aqui contada, passada em sua maior parte num lugarejo da Córsega. Contada com diálogos mínimos e frases e parágrafos longos, imensos às vezes. Mas tudo sempre muito bem escrito; em momento algum o leitor se perde pelos caminhos da escrita de Jérôme Ferrari.

A primeira citação depois da abertura, Talvez Roma não tenha perecido, se os romanos não tivessem perecido., assim como a última Pois Deus não fez para ti senão um mundo perecível. e Santo Agostinho não pensava exatamente sobre a queda de Roma dão a ideia de que tudo é perecível, ou seja, nenhuma construção humana é eterna, tudo tender a desaparecer ou ruir. Como diz o autor, a queda de Roma era apenas um exemplo dessa lei natural que se aplica a tudo. Acontecia no passado e continua acontecendo hoje em dia.

Essa ideia de queda, desaparecimento, que percorre o livro todo vem embutida principalmente nas histórias dos três personagens principais do romance: o velho Marcel Antonetti - nascido no início do século XX e marcado sobretudo pelas guerras mundiais e a da Indochina -, seu neto Matthieu e o amigo de infância dele, Libero, estudantes de filosofia que decidem abandonar Paris para administrar um bar num lugarejo pouco movimentado da Córsega.

Ali, Marcel passa grande parte de seu tempo olhando para uma antiga foto de família em que ele nem aparece e vai relembrando sua vida. Matthieu e Libero logo no primeiro verão administrando o bar passam a pensar que aquela era a vida que tinham pedido a Deus sol, garotas, música, bebida farta, clientes, prosperidade: o melhor dos mundos possíveis. Mas, fiel à ideia de Santo Agostinho, Ferrari vai nos mostrando aos poucos, como diz Milton Hatoun na apresentação, que o mundo é como o homem nasce, cresce e morre. Que sempre foi assim e assim será.

Bem, O Sermão Sobre a Queda de Roma pode parecer, já a partir do título, que se trata de um livro complexo, ou de ideias complexas talvez, mas não é nada disso, pois é sempre claro e interessante ainda que nenhum grande acontecimento seja encontrado em suas páginas. É um livro sobre pessoas - principalmente sobre Marcel, Matthieu e Libero - a maior parte do tempo. E como disse alguém, que nos importam as bicicletas, os automóveis ou os foguetes: queremos mesmo é saber sobre a vida das pessoas. De verdade ou personagens de histórias que parecem saídos da vida real...

Vencedor do Goncourt de 2012, principal prêmio literário francês, bem que o livro de Jérôme merecia uma nota mais próxima de 5 do que 4, mas como isso não existe aqui, então vamos ficar com 4 mesmo.

Lido entre 05 e 08/06/2014.
Nanci 21/09/2014minha estante
Jair:

Também gostei muito do livro. Mas confesso que as frases longas, com muitas vírgulas, me incomodaram. Achei a abertura e o desfecho impactantes. Marcel é meu personagem favorito - bem construído e memorável.


jota 21/09/2014minha estante
Concordo, Nanci.




Alessandro232 26/07/2013

http://www.skoob.com.br/estante/s_resenha/30722374
Neste romance premiado com Gocourt, o prêmio literário mais importante da França, Ferrari desenvolve duas narrativas paralelas: uma delas é sobre dois jovens que decidem voltar para a região da Córsega, onde nasceram para gerenciar um bar e outra que foca um personagem chamado Marcel, que faz um reflexão sobre o seu passado.
Ferrari se destaca por uma escrita que se configura a partir de um movimento vertiginoso, que somente se interrompe por meio de diálogo curtos, muitas vezes cortantes. Também chama atenção nesta o uso de metáfora em profusão, que dão ao seu texto um embelezamento e, por meio delas o autor consegue dar mais impacto a cenas assustadoras. Nota-se que em determinado momento, o romance ao abordar o tema do homem x barbárie estabelece um diálogo intertextual com "O Coração nas Trevas", de Joseph Conrad. Acima de tudo, de modo metafórico, o autor enfatiza a temática do homem que vive o conflito entre o civilizado e bestial, que em sua trama está associada ao fim das grandes civilizações. Seja pelo estilo de escrita do autor, que o torna uma expressão artística da arte romanesca, ou pela problemática atual que aborda, "O sermão sobre a queda de Roma" é um romance, que deve ser apreciado por todos aqueles valorizam a boa literatura.
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