Rafa 29/03/2015Arrastando as AlpargatasEnquanto Little Women foi uma re-re-releitura pra mim, Good Wives foi uma primeira leitura. Eu nem sabia que era uma série de livros até pouco tempo atrás, quando pesquisando, descobri que se tratavam de quatro volumes.
Finalmente, passando ao livro. As Mulherzinhas cresceram e viram pequenas adultas, dando os primeiros passos "fora do ninho". Saem debaixo das saias da Marmee e tentam explorar o mundo.
Meg se casa e tem filhos, a primeira parte do livro trata de sua vida, como dona de casa. Amy passa a maior parte do tempo viajando pela Europa, porém, também tem alguns capítulos sobre sua perspectiva. Jo tenta virar escritora, para isso sai de casa e vai para a cidade tentar a vida. E Beth, bom, ela não tem muitas ambições, permanece em casa, mas como diz a sinopse, encontra a paz também.
Eu gostei bastante dessa história das Mulherzinhas, pois, como dito, enquanto no primeiro livro elas exploram as relações dentro de casa, quase como crianças ainda, neste, elas são adultas e precisam viver fora da proteção familiar. A família ainda está presente, porém, mais como um elo que as une do que como parte importante na história.
Cada irmã tem que enfrentar o que o futuro traz e isso é explorado bastante bem ao longo da história, dividindo as perspectivas de cada uma, ao mesmo tempo que mantendo a unicidade da família March.
Eu acho que o livro é bem escrito e recheado de "lições de vida". São fatos bem singelos que acontecem ao longo da história, mas contados de uma maneira bonita. Inclusive, eu peguei um spoiler bastante grande desse livro na série Friends, já que este é o livro preferido da Rachel. E por mais triste que seja, cai perfeitamente bem na leitura do livro, é uma das cenas mais emocionantes.
Sabe, eu não discordo de quem diz que as "lições" deste livro são ultrapassadas e até de moral duvidosa, pensando de uma perspectiva feminista. Mas, para mim, não estraga a leitura. Partindo da época em que o livro foi escrito, 1869, o papel da mulher era esse mesmo, de ser boa moça e saber se portar. Porém, não dá para ignorar a presença da Marmee e da própria Jo, nestes livros. Ambas são personagens femininas que ultrapassam os limites da época como mulheres e são as raízes da família, ambas desafiam a cultura vigente e nem por isso são párias nas páginas.
Enfim, é uma série de livros infantis que pode ser aproveitada por qualquer idade. Não sei se esse segundo volume chegou a ser traduzido no Brasil, mas é uma pena. Inclusive, Little Women e Good Wives são vendidos em um único volume no exterior, e acho que se complementam. É uma pena que não sejam vendidos aqui desta forma.
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