Sempre Um Colegial

Sempre Um Colegial John le Carré




Resenhas - Sempre Um Colegial


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Fabio Shiva 16/12/2013

a difícil arte do anticlímax
Agora sim!

Fiquei vidrado na leitura desse calhamaço! Um suspense de primeira, com muitas tramas entrelaçadas em um vigoroso exemplo do romance de espionagem com o “perfume interior” de John Le Carré.

Assim como Isaac Asimov, Le Carré também construiu uma espécie de cosmogonia, uma grande saga que é contada através de vários livros conectados entre si. Por esse motivo, “Sempre um Colegial” será melhor apreciado por quem já leu “O Espião que Sabia Demais”, recentemente transformado em filme.

Tive a oportunidade de fazer muitas reflexões durante a leitura desse livro. Penso que o suspense é um estilo privilegiado, nos dias de hoje, para expressar antigas tradições. Em outras palavras, o suspense é a tragédia de hoje. O processo da catarse, tão celebrado pelos gregos em suas clássicas tragédias, sobrevive hoje, na literatura e no cinema, principalmente através do suspense.

Ler um livro de muitas páginas é como viver uma pequena vida. Chegar ao fim do livro, equivale a uma pequena morte, pela qual devemos pagar o devido tributo de um pequeno luto. É por isso que sempre bate uma melancoliazinha quando terminamos de ler um livro que gostamos de ler, especialmente se ele tiver muitas páginas.

Voltando a Le Carré: cada vez admiro mais! Um mestre sagaz e sutil na arte do anticlímax!



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Luiz 06/03/2013

Um autor que saiu do frio
Quem leu "Se um viajante numa noite de inverno" do Calvino entenderá o que é um autor que um dia vou ler mas não sei quando, ou um livro cujo autor é bem conhecido, mas nunca li e um dia vou tentar ler, enfim, "Sempre um Colegial" veio para minhas mãos de um sebo, por 10 pilas, com status, de vou enfim saldar minha dívida com Le Carré.

O estilo lembra muito o cinema, os bons roteiros dos bons filmes, aqueles onde você é jogado no meio de uma trama e fica até o meio filme tentando se localizar e reconhecer o que se passa.No livro isto dura algo como 100 páginas, após as quais você não quer mais desgrudar de George (Smiley) e de Jerry.

George comanda o serviço secreto inglês, chamado o Circus, na época da Guerra fria, sob um clima de terra arrasada e descrédito. Depois que um traidor fora descoberto por ele dentro do Circus, o governo britânico e os primos americanos não esperavam mais nada do Circus.

Em busca de restabelecer confiança no serviço secreto Smiley procura alguma pista deixada encoberta pelo traidor. Encontrada uma pista a trama se desloca de Londres para o sudeste asiático (Hong Kong, Bangkok, Phnom Penh e Saigon) sob o pano de fundo da gruerra do Vietnâ. Contar mais é estragar o sabor da leitura.

Smiley é o oposto perfeito de 007, baixo, gordinho, de óculos e, como se não bastasse, corno. Os personagens construídos por Le Carré estão longe dos esterótipos do gênero hollywood, embora muitos dos seus livros renderam bons filmes e séries da BBC.

A leitura não é fácil, como a trama também não é, o estilo é realista, não há devaneios literários, a escrita relata de forma crua o desenrolar dos fatos e o leitor acompanha a longa trama numa posição sempre desconfortável. O gênero por um mestre. Para aficcionados ou ocasionais leitores dispostos.

Ao final das mais de 500 páginas, a sensação é de ter saído ferido nesta história toda. Mas valeu muito a pena. Terminamos ansiosos por reencontrar Smiley, mas não queremos mais falar de Westerby.
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Fabio Vergara 03/03/2015

Dica de leitura: Sempre um Colegial (The Honourable Schoolboy. UK. 1977).
Sinopse: Tentando capturar Karla, George Smiley assume o Circus, e convoca Jerry Westerby para missão em Hong Kong.

Nota (0-10): 9.

Smiley era alcunhado de “mendigo” em “O Espião que Sabia Demais” (do qual SuC é continuação). Aqui, ele faz valer o apelido. Implora por ajuda, verba, recursos, mantendo sua indefectível fleuma, ainda que a humilhação passe dos limites. SuC também é protagonizado por Westerby, o “colegial”. Carré chama-o assim por sua condição intermediária no serviço secreto: já saiu da “creche” (Sarrat, centro de treinamento para novatos), mas não está maduro para os “graduados” (Circus). Carré demonstra amadurecimento em seu texto, menos prolixo e sem tantas digressões que em OEqSD. Ele deve ter percebido isso, até pelo papel de Peter Guillam na trama, acompanhando e ponderando, como se ele fosse VOCÊ participando da história. Outro fator que se nota isso é o desenvolvimento de Westerby, como ele lida com seus sentimentos, influenciando suas decisões e atitudes. Espionagem é isso. E não aquele outro, do drink batido e não mexido...
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Diego 01/06/2015

Le Carré e seus agentes secretos super verossímeis
A história é a continuação de "O Espião que Sabia Demais" e mostra o serviço secreto britânico destroçado após a grande traição de um de seus cabeças.

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Gabs. A 28/12/2021

Rei morto, Rei reposto!
Bem, logo após os desfechos do primeiro livro, onde nosso espião querido George Smiley desmascarou o agente duplo : Bill Haydon, Bill Haydon, Bill Haydon ( o nome desse sacana estava entalado aqui na garganta rs)


 Nessa Sequência - que começa meio confusa, tenho que admitir - acompanhamos Smiley, agora então chefe da Circus, numa verdadeira faxina e desmantelamento dos vintes anos de sabotagem cometidos por Haydon, pupilo e pau mandado de Karla ( ri demais do carinha perguntando quem diabos era Karla kkkkk)


Com a casa (Circus) praticamente desmoronando, temos sequência a conspirações paralelas que dão a volta ao mundo e traça um panorama muito interessante sobre a Revolução Cultural Chinesa, as consequências trágicas de suas guerras regionais - loucura pensar que Hong Kong era ainda colônia inglesa nos anos 70.


Muitos jogos de espionagem sempre envolvendo a grande mãe Rússia (Guerra Fria, né meus amigos?!) E conspiração dos "primos" (quando os Estados Unidos não meteram o bedelho em países alheios, hén?)


Teve George finalmente dando um chega pra lá em Ann, amém!

E Peter Guillam sempre nos representando no quesito lerdice e visão ácidas sobre os outros.


O Final deixa um gosto bem amargo na boca, de inconclusão mesmo... Mas estou apostando todas as minhas fichas no próximo (e último, infelizmente) livro da trilogia, o título traz a Vingança de Smiley como seu prato principal. 
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