Prince Of Thorns

Prince Of Thorns Mark Lawrence




Resenhas - Prince Of Thorns


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Raquel Moritz 15/10/2013

Prince of Thorns e o protagonista insano de Mark Lawrence
Prince of Thorns é o primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, escrita por Mark Lawrence. Originalmente, a trilogia se chama The Broken Empire e é composta por Prince of Thorns (2011), King of Thorns (2012) e Emperor of Thorns (2013). Sacou os nomes? :P

O homem não nasce mau

Jorg Ancrath, nosso protagonista (e narrador) não se pauta pela idade. Violento e sem moral alguma, ele faz qualquer coisa para alcançar seus objetivos, e utiliza sua inteligência, sagacidade, oratória e charme a todo momento. Ele já matou, já saqueou, já estuprou e não busca redenção para seus pecados. Como ele mesmo diz lá pelas tantas, seu maior pecado é o orgulho, e isso é tudo o que ele tem.

Eu já me decidi por detestá-lo logo no início, mas Jorg não pretende ser herói. Ele quer ser rei antes dos quinze. Ele se vê acima das fragilidades humanas, acha os demais limitados intelectualmente e moralmente, e se encarna como a própria roseira-brava, machucando e marcando tudo que tenta tocá-lo e colocando um antes e depois na vida de todo mundo que cruza seu caminho.

Mark Lawrence diz que Jorg foi inspirado em Alex DeLarge, o adolescente que chocou muita gente em Laranja Mecânica (livro publicado em 1962 e adaptado para o cinema em 1971 por Kubrick). Você provavelmente vai se lembrar mais de Joffrey do que de Alex, mas de fato, a crueldade do príncipe e a rebeldia de DeLarge estão bem entrelaçadas, ainda que o protagonista da trilogia não tenha interesse em fazer críticas sociais.

O universo de Mark Lawrence

A Trilogia dos Espinhos parece se tratar de uma fantasia medieval (por conta dos príncipes e cavaleiros e tudo o mais), mas é nos detalhes que a gente vê um outro cenário: há várias citações ao paganismo, cristianismo e a filósofos como Nietzsche (1844-1900).

As limitações de tecnologia e a falta de conhecimento da massa dá a entender que a humanidade retrocedeu em algum ponto. Ao somar isso a alusões não explicadas (até porque nosso protagonista não se deu ao trabalho) a antigos Construtores e suas marcas, o Império Destruído parece ser um cenário pós-apocalíptico, ou algo que o valha.

Poucas coisas que valem a pena são fáceis de conquistar

Mesmo que eu e Jorg não tenhamos nos entendido, admito que Mark Lawrence tem um talento impressionante para descrever coisas, pessoas e sentimentos. Prince of Thorns foi, para mim, uma leitura repleta de caretas por conta das atitudes de Jorg. Eu superei o choque das primeiras páginas para ver até onde ele iria com aquela revolta toda. Ele foi longe e, considerando o título dos próximos livros (King of Thorns e Emperor of Thorns), Jorg Ancrath tem muito mais a trilhar.

Se eu vou acompanhar? Certamente. Não por morrer de amores ao Jorg, mas por ter curtido a forma como Mark escreve. E, como disse nosso protagonista com sede de sangue, eu posso estar ficando sem opções, mas fugir não é uma opção.


Curiosidades:

- Há um conto chamado Sleeping Beauty que é um spin-off da série e fala mais sobre Jorg;

- Mark Lawrence está planejando outra trilogia, chamada The Red Queens War, que irá se passar no mesmo cenário e período de tempo, porém com personagens diferentes. O primeiro livro será publicado em junho de 2014 sob o título Prince of Fools.


site: http://pipocamusical.com.br/2013/10/15/resenha-livro-1-trilogia-espinhos-prince-of-thorns-mark-lawrence/
Cleovan 27/10/2013minha estante
Muito bom livro


Rafa 27/10/2013minha estante
Sobre o "universo" do livro, realmente eu comecei a achar bem estranho quando ele fala sobre o Nietzsche, sendo que tudo parece se passar na idade média. Eu já tinha achado estranho o mapa, bem diferente, e todo o papo bem "humano" como cristianismo e afins, porque a princípio pensei se passar em outro mundo, mas lá na página 211, quando eles tão andando em umas "cavernas" ele comenta sobre linhas de ferros paralelos que achava que poderiam conter o "fogo dos construtores" e aí me toquei: as linhas paralelas são trilhos e o fogo seria eletricidade! Óbvio! Comecei a gostar mais desse livro depois disso, porque ele não nos apresenta isso de forma direta, deixando pra nós mesmos decifrarmos o que o Jorg relata.


Beth 28/10/2013minha estante
A história é bem interessante e o personagem é bem intenso e intrigante. Não vou negar que o personagem realmente chamou minha atenção por seu caráter e suas atitudes nada convencionais. Vou tentar ler este livro e tentar entender mais a história que você tanto fala aqui. Beijos.


SINISTRO171 29/10/2013minha estante
Livro muito aguardado e pelo que li na resenha, faz jus as expectativas,com uma trama bem amarrada, um bom ritmo na narrativa, tornando a leitura cativante e empolgante vale a pena conferir.


Júlia 30/10/2013minha estante
Um bom livro de fantasia sempre é bom para os que gostam dessa temática, e esse parece ser bastante interessante.


Jeff C. F. 31/10/2013minha estante
Ansioso pra ler!


Pedro Ivo 31/10/2013minha estante
preciso ler urgentemente!


Raphaela 31/10/2013minha estante
*u*


Ramon-Allaskaa 11/11/2013minha estante
Na minha opinião um dos melhores livros que já li,sensacional,prende vc do começo ao fim.


Illyana HimuraW 23/11/2013minha estante
O Jorg em poucas palavras:

Delirantemente fascinante.
Lógico. Racional.
Mortal.
Impecavelmente belicoso.
Cruel. Insuportavelmente frio.
Devastadoramente protetor para com os entes - contados nos dedos de uma mão - que seu coração estabelece como seus protegidos.
Aquecido pelo ódio.
Insuportavelmente vivo.
Sem nada a perder.
Insano. Insano. Insano. Insano. Insano. Insano.

Juntem a um personagem com estas características um roteiro fantástico que nos traz um mundo que acabou e está se reerguendo das cinzas em um cenário que pode ser reconhecido como medieval (referências a 'o passado das eras' aparecem aqui e acolá durante a trama); um mundo descrito com uma crueza - de ações, sentimentos, pensamentos e reações - absolutamente impressionante e vocês terão o livro 1 da Trilogia dos Espinhos, do Lawrence.

Fantástico, sensacional e surpreendente.

Aguardando muitíssimo ansiosa pelos restantes.


Fabiana.Almeida 19/12/2013minha estante
Uauuu!!! O que a Illyana HimuraW falou me deixou curiosa!!!!
Se não ganhar vou ter que comprar!!!
:))
Bjs Raquel!!


Mari | Triplo Books 19/12/2013minha estante
Tô de olho nesse livro há um tempo *0*


Marcos 24/12/2013minha estante
Simplesmente perfeito.


Abreu 26/12/2013minha estante
Ansioso para começar a ler esse livro.


cristiane190 27/12/2013minha estante
Fiquei bem curiosa pra ler depois da resenha , nossa que personagem é esse, quero ver até onde ele vai, gostei muito.
Achei a capa linda!!!


morganarosana 29/12/2013minha estante
As vezes é dificil gostar de um anti-herói logo de cara. E este ao que me parece não faz nenhum esforço para ser querido. Nem como o bad boy.
Adorei sua resenha. Quero demais este livro. Não só porque amo fantasia, mas porque acho a edição a coisa mais linda.


Leonardo 06/01/2014minha estante
Comecei a ler esse livro hoje de madrugada, personagem brilhante, não via um personagem tão instigante desde Kvothe (As cronicas do matador do Rei)


Arquimedes 29/06/2014minha estante
Engraçado, eu achei o Jorg um personagem interessante. Talvez eu esteja cansado dos clichês heroicos de sempre, mas o fato é que Jorg é intrigante e tão imprevisível quanto um trovão num céu sem nuvens.


Carol 29/09/2014minha estante
ja nao gostei do protagonista


Eduardo 18/04/2015minha estante
Antes eu nem pensava em "Era medieval Pós-apocliptica", mas comecei a ver exemplos disso no livro. exemplos são "É nessa nova era medieval..." presente atras do livro, outro exemplo é o mapa, que mostra a Grã-Bretanha inundada (com certeza por causa do derretimento das geleiras) e a deformidade da costa italiana; em Emperor of Thorns Jorg fala sobre Plastik (Plastico) e cita o sul de Afrique (África) sendo mais longe até que as "Grandes Terras do Oeste" (América), sendo que, naquele tempo, eles não tinham o conhecimento dos outros continentes senão a Erafrásia; Jorg acha um "Tubo que com certeza serve para escrever..." (caneta) nos bolsos de Fexler, além disso ele consegue observar o mundo como se fosse uma imagem de satélite; tem também as máquinas dos construtores, algo que não existia na Idade Média; Então conclusão: Os enigmáticos Construtores seriam os humanos da nossa época (ou da época mais avançada antes do fim), e "O sol dos construtores" poderiam ser bombas nucleares ou algo parecido (até porque o Sol dos construtores seriam culpa da humanidade).


Matheus 30/11/2015minha estante
Comprei a trilogia na amazon, mal posso esperar para começar a ler. Espero que seja tão bom quanto as crônicas do matador do rei.


Piter 18/10/2022minha estante
Acho que a questão é que o Jörg nasceu mau, SIM! O episódio com a roseira brava só foi um gatilho pra ele despertar esse lado obscuro dele. Ele não tem empatia nenhuma, é narcisista, rude, só pensa em poder e mata todo mundo que entra na frente dele. Até os amigos! Ele finge gostar deles, e podemos até acreditar que ele gosta, mas lembremos que se trata de um narrador personagem, e que esse recurso geralmente é usado como forma de convencimento, para então, dar uma enganada no leitor.


Livgia 25/01/2024minha estante
É diferente acompanhar a rotina de vingança de um protagonista realmente com maus hábitos, onde come violência sexual, conjunção carnal sem consentimento, e tudo mais. Achei meio fraco o jeito que ele "derrotou" o tiu




neo 06/10/2014

EDITADO EM 06/10/2014.

Essa é a segunda resenha que faço desse livro. Na primeira não consegui expressar muito bem o porquê dessa história me dar nos nervos, mas agora, depois de um ano desde que a li, posso finalmente colocar em palavras o meu, hm, desprezo, pela obra de Mark Lawrence.

Vou logo dizendo que eu esperava muito desse livro. Tipo, muito mesmo. Foi o primeiro (e até agora infelizmente o único) livro da editora DarkSide Books que comprei, e a edição é simplesmente maravilhosa. Acho que já devem ter lido isto em outras resenhas, mas só para reforçar: a editora fez um trabalho excelente com Prince of Thorns. Pena que a história não chega nem perto de ser tão boa quanto a embalagem em que ela é vendida.

Meu problema com Prince of Thorns foi a cena de estupro. Sim, tem uma cena de estupro. Na verdade ela não passa de um parágrafo, se eu me recordo bem, e acontece bem no início. Acho que Lawrence deu um tiro no próprio pé quando a colocou nos primeiros capítulos, falando nisso; depois dela, qualquer conexão minha com a história foi cortada sem dor nem piedade.

Eu já li várias e várias entrevistas com o autor e ele sempre diz que seu protagonista, Jorg Ancrath, irá chocar muitos e que não é para qualquer um. Sendo bem sincera, acho que ele usa a desculpa de que o Jorg é um anti-herói para tornar tudo o que ele faz aceitável ou, no mínimo, esperável. E, me desculpe, mas isso não cola comigo não. Eu adoro muitos e muitos anti-heróis, principalmente em animes (Lelouch de Code Geass, Vincent dePandora Hearts, Alone de The Lost Canvas são apenas alguns exemplos), então não foram as morais meio distorcidas do Jorg que me fizeram odiá-lo. Quem conhece o Lelouch, o Vincent e o Alone sabem muito bem que eles matam a torto e a direito, e que muitas vezes são pura e simplesmente cruéis, mas ainda assim acho-os personagens fascinantes e torço por eles. Mas com Jorg eu não consegui fazer isso, e o problema todo foi o uso de plot devices ridículos que tentavam, desesperadamente, transformá-lo em um personagem cruel e sem escrúpulos, mas interessante. Lawrence, para mim, falhou miseravelmente nesse quesito.

Eu não sou contra o uso de estupro, assassinato e outras coisas feias em uma história (afinal, histórias refletem o nosso mundo e nosso mundo é assim, certo?), mas o uso do estupro em especial tem que ser feito com muito cuidado. Eu sou mulher e digo sem hesitar que preferiria morrer a ser estrupada e, acredite, não sou nem de longe a única a pensar desse jeito. Então ler um protagonista um pirralho de 13 ou 14 anos se não me engano estuprar garotas de fazenda antes de atear fogo nelas foi uma das minhas experiências mais frustrantes como leitora. Não exatamente pela ação em si (o protagonista é seu e você faz o que quiser com ele, Lawrence), mas sim pelo pouco caso com que a coisa toda foi tratada. Foi como colocar letras garrafais em neon brilhante apontadas para o Jorg formando as palavras, esse é meu protagonista cruel, diferente e que choca as pessoas com sua maldade!!! Olha como ele é terrível!!! Todos devem se chocar com meu anti-herói!!!

Resumindo, caracterização pobre, barata e inconsequente. Sabe por que inconsequente? Porque eu já perdi a conta de quantas vezes vi alguém que tenha lido Prince of Thorns dizendo coisas como, o Jorg é foda! ou o Jorg é badass! e isso sinceramente me faz questionar a fé que tenho na humanidade. Porque essas pessoas estão chamando um estuprador de foda e badass com admiração, e isso faz meu estômago revirar.

Mas então, você deve estar pensando, você está dizendo que matar está liberado, mas estuprar não?, e sim eu estou dizendo basicamente isso, sendo bem sincera. Sabe por quê? Porque ao matar alguém você, bem, acaba com a pessoa. Ela já era, já foi, não pode sentir ou fazer mais nada. Quem sofre não é quem morre; é quem fica, são os amigos e família da pessoa que morreu, não ela. Mas quando você estupra alguém a pessoa continua viva, e muitas vezes se arrepende disso. Estupro, para mim, é pior que a morte porque ser estuprada pode fazer vocêquerer estar morta, e há pouquíssimas coisas que eu considero piores do que desejar acabar com sua própria vida. Estupro pode te matar por dentro e, por isso, para mim é mil vezes pior do que morrer de verdade.

Acho que posso concluir então que meu problema com Prince of Thorns não é sequer a cena de estupro. É a ideia que a obra passa; a de que é normal você admirar alguém que cometeu tal ato, que é normal você torcer por essa pessoa simplesmente porque ela é a protagonista. Acredito que o autor poderia ter evitado isso se ele tivesse se esforçado um pouco mais, até porque não é crime nenhum contar a história de um pirralho babaca que se acha demais e que estupra garotas de fazenda. O que deveria ser crime é implicar que isso tudo é explicável pelo fato de que o tal garoto babaca é um anti-herói. Ou usar violência a torto e a direito para chocar simplesmente porque você não consegue caracterizar bem seu garoto babaca que estupra garotas de fazenda.

Então resumindo mais uma vez: não me importo com violência em livros, filmes, animes ou o diabo que for, desde que ela não seja usada para substituir uma caracterização séria e eficiente (ou seja, desde que não seja usada apenas para chocar), ou quando o autor/diretor/whatever tenta justificar sua presença dizendo que o personagem é assim mesmo (o que mais uma vez indica uma caracterização fracassada, já que você não deveria ter que me dizer que tal personagem é um anti-herói com morais distorcidas se tivesse feito um bom trabalho na sua obra). Simples assim.

Acho que eu até poderia ter continuado a ler a Trilogia dos Espinhos se a história fosse interessante. Sabe quando você lê algo mesmo odiando o protagonista porque o resto vale a pena? Então, essa poderia ter sido minha relação com essa história. Mas não pude continuar porque o resto, surpresa!, não vale a pena. Os personagens secundários são unidimensionais e chatos, a escrita é rasa, o final tem um senhor deux ex machina e mesmo que o Jorg não fosse um pirralho estuprador ele seria, bem, um pirralho (não, não me desce um garoto de 13/14 anos comandando bandidos cruéis e blá blá blá) que se acha muito esperto e que se tem em alta conta, mas que na verdade não passa de um moleque sendo o manda-chuva porque o plot said so. Triste, de verdade. A ideia geral de Prince of Thorns é maravilhosa, mas a execução não lhe faz justiça.

E conte quantas mulheres existem nessa história. Me lembro de apenas dessas: a rainha mãe (morta, provavelmente sofreu todo tipo de coisa antes de morrer), as garotas de fazenda (estupradas e mortas) e a guria que provavelmente vai ser um projeto de interesse romântico do Jorg, a Catherine/Catherina or something (Jorg meio que quase estrangula ela lá mais pro fim do livo) e a feiticeira (obviamente linda e/ou sexy, também acaba morta se me lembro bem). Acho que são só essas e bem, alguém além de mim vê algo de errado nisso?

E antes que alguém venha com mimimi a história se passa em um mundo medieval onde as mulheres eram tratadas como lixo mesmo mimimi porque eu sei que isso é verdade, e ao contrário de muita gente por aí acho meio desconexo querer retratar mulheres sendo iguais aos homens em histórias baseadas na Europa medieval, até porque as mulheres não eram tratadas bem nessa época e mudar isso meio que nega o que elas passaram para mim (mas é maravilhoso criar culturas diferentes onde mulheres são tratadas iguais aos homens e eu desesperadamente quero ver mais disso em livros de fantasia mas a maioria dos autores, infelizmente, estão acomodados demais na Europa medieval e nas mulheres submissas para realmente fazerem algo), então o problema é não fazer nada na história que mostre que essa concepção (mulher = lixo) está errada. Esse fazer algo na história pode ser criar um personagem (de preferência uma mulher) que desafie essas normas ou ter um país com uma cultura diferente que valorize as mulheres do mesmo modo que valoriza os homens e mostrar como essa cultura de mulheres como seres inferiores é estúpida. Mas isso não acontece em 90% dos livros de fantasia ambientados em um mundo parecido com a Europa medieval porque os autores pensam que só porque a coisa era assim eles podem continuar escrevendo como se fosse certo ou normal. E não podem, me desculpem. É um saco um saco! [sinta minha frustração] ser mulher e ler fantasia apenas para ver a maior parte das mulheres serem tratadas como objetos sexuais e/ou seres inferiores sem que o autor faça o menor esforço para mostrar que esse tipo de visão e comportamento é errado. E olha que fantasia é meu gênero preferido, mas há momentos em que considero me mudar de vez para o paranormal/sobrenatural mesmo que a coisa por lá não seja a oitava maravilha do mundo, já que pelo menos é melhor do que na fantasia.

Então após essa Bíblia aqui está o porque de eu desprezar Prince of Thorns tanto de modo resumido: essa história contém praticamente tudo de ruim que um livro de fantasia é capaz de ter. Ou seja, violência apenas para chocar/substituir caracterização, personagens unidimensionais, um único personagem não branco que é basicamente uma trope, nenhum personagem LGBT+, mulheres sem importância alguma para a história, escrita fraca e um dos deux ex machina mais descarados que já tive a infelicidade de ler. Então é, Prince of Thorns é um dos piores livros que já tive o desprazer de ler.

site: http://lynxvlaurent.blogspot.com.br/
matheus.morenodavid.1 22/12/2014minha estante
Jorg não é inteiramente culpado por seus atos, em seus atos cruéis ele foi em grande parte manipulado por Corion.
Deve-se também levar em conta a história dele, odiado pelo pai e tendo perdido a mãe e o irmão.
Quanto ás personagens femininas, Jorg havia acabado de ser estrangulado pela empregada e Catherine aparece com uma faca, ele apenas quebrou um vaso em sua cabela e fugiu, e a necromante só é linda por ser uma necromante, sua verdadeira forma é repugnante.
O Nubano não é o único personagem não branco, Sageous é um sarraceno, e o motivo de haver poucos personagens não brancos é que a Terra está em uma fase medieval, com os reinos guerreando entre si pelo trono do Império.
Se prestasse mais atenção ao livro iria perceber que Jorg é muito bem caracterizado, pois sua vida é (como fica mais evidente no segundo livro) marcada pela perda e sofrimento, que na minha opinião, juntando-se a manipulação de Corion e a vida na estrada, acaba justificando seus atos


Vitim 06/03/2015minha estante
Hahahah... Não sei como alguém perde tanto tempo escrevendo todo esse excremento.
Deixa eu fazer um tl;dr pra quem não quer ter dor de cabeça: "stop liking what i like" - Todo(a) SJW ever.


Priscila 10/08/2015minha estante
Falou tudo. Concordo com quase tudo, e olha que nem terminei de ler.


Beth 30/08/2015minha estante
Concordo totalmente! Ótima resenha.


Ana 14/09/2015minha estante
Eu tava aqui desesperada procurando uma resenha desse livro que pelo menos chegasse perto de descrever o que sinto por ele, e aí achei a sua, e só posso dizer que concordo com cada palavra. Ainda não acabei de ler o livro, mas minha vontade é rasgar ou queimar, e só não faço isso porque a edição é linda demais. Enfim, odeio o protagonista, odeio odeio odeio, e a cada vez que tento ler, desejo que na próxima página alguém mate ele de forma bem dolorosa.


Ari Phanie 22/10/2015minha estante
Ótima resenha. Essa, algumas outras e o começo do livro me impediram de fazer a besteira de lê-lo completamente.


Alika 10/11/2015minha estante
Moça, obrigada pela resenha! Eu abandonei esse livro porque não aguentava mais. Abandonei, e tava com uma puta expectativa. É terrível abandonar livros de fantasia por conta dessas coisas, mas simplesmente não dá pra ler um livro que tem cenas de estupro assim apenas para chocar. E tem também a parte das putas, depois dela que eu abandonei.


Wesley.Millan 06/02/2020minha estante
Agora entendo porque não consegui terminar esse livro. Me esforçei e li até pouco mais da metade do segundo livro. Mas não aguentava mais o Jorg, garoto insuportável, não consegui me conectar com ninguém ali.


unicornbrutus 29/05/2021minha estante
atrasadíssima pro rolê, mas SIMMMMMMMMMMMMMMMMM
eu bati palmas a cada parágrafo dessa resenha, socorro




Antonio Luiz 13/11/2013

O pobre fascínio do mal
A tentativa de explorar o interesse por fantasia medieval despertado pela série televisiva "Guerra dos Tronos" levou a editora Darkside, voltada principalmente para romances de terror, a apostar em um de seus concorrentes mais diretos em termos de fantasia sombria, pessimista e pretensamente realista. A saber, a "Trilogia dos Espinhos" (no original, "The Broken Empire"), do americano-britânico (nasceu nos EUA, mas vive no Reino Unido desde a infância) Mark Lawrence que, embora tenha um currículo ideal para um autor de ficção científica (é um pesquisador do campo da inteligência artificial), se especializou em fantasia pseudomedieval.

A trilogia é composta de três romances, "Prince of Thorns", "King of Thorns" e "Emperor of Thorns", a serem lançados no Brasil com os mesmos títulos em inglês. Esse modismo do segmento de literatura juvenil aparentemente tenta aproveitar o marketing já feito para o mercado anglófono para dispensar a promoção no mercado nacional, expediente de eficiência duvidosa. O primeiro livro foi lançado em dispendiosa edição de capa dura, o que também é uma escolha estranha para uma obra relativamente pouco conhecida no Brasil e sem perspectivas aparentes de adaptação para o cinema ou para a tevê.

Como sugerem os títulos, a trilogia narra a ascensão do protagonista a posições de poder cada vez mais altas. Em contraste com seu concorrente mais direto ou seja, o primeiro volume da série "Crônicas de Gelo e Fogo" de G. R. R. Martin (hoje planejada como de sete livros, cinco dos quais já publicados) deve-se dizer que "Prince of Thorns" tem um exagerado senso de propósito. A recomendação comum na literatura comercial de descartar tudo que não faça avançar a história é levada aqui a tal extremo que resta pouco de interesse humano, para não falar de profundidade psicológica ou qualquer outra.

Em "Guerra dos Tronos", há múltiplos pontos de vista de personagens com diferentes objetivos e princípios, a maioria dos quais morre quase ao acaso antes de desenvolver seu potencial. Oferece um painel que se quer realista do caos da guerra e de vidas agitadas e interrompidas de uma aristocracia feudal ou renascentista, mas ao cabo deixa a sensação de muito som e fúria e pouco significado. O primeiro volume, pelo menos, se encerra com um corte brusco e pouco satisfatório, com pouca preocupação em fechar questionamentos e arcos narrativos.

Em "Prince of Thorns" tudo gira, pelo contrário, em torno do umbigo de um só protagonista, um príncipe adolescente sociopata e egocêntrico, obcecado pelo poder e pela vingança, cuja vida está protegida de riscos verdadeiros pela estrutura da história narrativa de feitos passados, em primeira pessoa. A história se fecha como uma etapa bem cumprida, com seus principais objetivos alcançados exatamente como foram previstos, apesar de um ou outro percalço inesperado. É o empresário impiedoso e bem-sucedido exultando sobre a narrativa de sua escalada sobre as costas de empregados, vítimas e concorrentes. Apesar do blurb publicitário da contracapa, é evidente para o leitor que ele sempre está a salvo.

Ainda criança, Honorious Jorg Ancrath, o príncipe dos espinhos, vê a mãe e o irmão menor serem brutalmente assassinados na estrada a mando de um conde, rival do seu pai. Jogado numa moita de espinhos que o ferem gravemente e o deixam entre a vida e a morte, ele sobrevive quase por acaso, mas essa é o único acidente real em sua vida. Todo o resto é exagerada e obsessivamente planejado. Jorg trata todas as pessoas como peças de seu jogo descartáveis sempre que possam ser trocadas por algo de maior valor. Ele mesmo é uma peça de si mesmo, o rei do xadrez que há de sobreviver e vencer a partida a qualquer preço.

Personagens, elementos do cenário e acontecimentos surgem na hora certa para oferecer desafios a serem enfrentados e os meios para vencê-los, de maneira tão linear quanto num jogo de computador. Mesmo o protagonista não passa de raso artifício de enredo, uma máquina programada para se vingar do conde e se tornar rei aos quinze anos, sem vida emocional própria. É impossível admirar soluções tão mecanicamente preparadas como engenhosas, bem como ter empatia por qualquer personagem, inclusive ele.

Há apenas o prazer vicário e perverso de se imaginar na pele de um garoto de treze ou quatorze anos que não precisa acatar os limites da moral ou da realidade. Não só estupra, tortura e mata sem remorso, como conquista a fidelidade e obediência cega de seus seguidores sem precisar mostrar por eles afeto ou respeito e insulta e ataca oponentes mais maduros e fortes sem recear consequências. Realisticamente, um adolescente que se comportasse dessa maneira em seu ambiente semibárbaro, príncipe ou não, estaria morto em dias, mas em seu caso, os planos sempre dão certo e os acasos sempre funcionam a seu favor.

Tal fantasia perversa certamente não é mais realista do que a Alta Fantasia cristã e maniqueísta à maneira de J. R. R. Tolkien, a não ser no sentido em que reflete mais fielmente os devaneios de onipotência e as pulsões violentas de rapazes incentivados pelo clima da cultura de massas neoliberal a tudo subordinar à lei suprema do egoísmo. Não falta sequer a ilusão da potência sexual ilimitada. As mulheres não existem a não ser para serem estupradas e mortas ou (se nobres) como inimigas ou tentações perigosas, exceto por uma jovem meretriz cuja função é permitir ao protagonista mostrar que é capaz de cansar uma prostituta. Não o vemos se deleitar com ela, apenas se gabar disso e usá-la em seguida como apoio para seu livro, enquanto discute estratégia com seu lugar-tenente.

O mais curioso do romance são os indícios, que se tornam cada vez mais explícitos ao longo da história, de que a trama não está ambientada na Idade Média nem num mundo fantástico imaginário, mas na Europa Ocidental de um futuro pós-apocalíptico. Além de permitir ao protagonista ser, à sua maneira, um católico crente e fiel, citar Nietzsche e Popper como filósofos antigos e mostrar, quando convém, conhecimentos ignorados da Europa Medieval (da estratégia de Sun Tzu a artes marciais orientais), permite que muitos, se não todos os elementos mágicos da trama encontrem explicações alternativas como remanescentes de um passado tecnológico ou efeitos colaterais da catástrofe, provavelmente uma guerra nuclear, que o destruiu. É um conceito que mereceria trama e personagens mais interessantes.
A linguagem, é em geral clara e direta, mas o autor não resiste a multiplicar metáforas de bom ou mau gosto, nem sempre em consonância com o caráter objetivo e pouco imaginativo do narrador e protagonista. Uma amostra do segundo capítulo:

"Irmão Rike gosta dos prazeres simples, disse Markin.

Claro que gostava. Rike sentia verdadeira fome por eles. Uma fome que era tal e qual fogo.

As chamas engoliram Mabberton. Eu mesmo pus a tocha no telhado de sapê da estalagem e o fogo nos persegui até a saída do vilarejo. Apenas mais um dia maldito daqueles longos e violentos anos da queda de nosso Império.

Makin limpou o suor, manchando-se com fuligem. Ele tinha um talento para se sujar ah, se tinha. Você não se manteve acima desses simples prazeres, irmão Jorg.

Não poderia discordar. Quantos anos você tem?, aquele fazendeiro gordo quis saber. Velho o bastante pra visitar suas filhas. A gordinha não calava a boca, assim como o seu pai. Guinchava como uma coruja de celeiro, ferindo meus ouvidos. Preferi a mais velha. Ela era quieta. Tão quieta que você precisava lhe dar uns trancos, só para ter certeza de que ela não morrera de medo. Embora eu imagine que nenhuma das duas tenha permanecido calada quando o fogo as alcançou...
Marcos 14/11/2013minha estante
Excelente resenha. Foi justamente o sentimento que tive ao ler o livro.


Yukari 06/04/2015minha estante
Apesar de achar bem chato todas as comparações com "Guerra dos tronos" que todo o livro de fantasia vem caindo, concordo totalmente com a resenha.
Exatamente pelos mesmos motivos citados que eu simplesmente odiei esse livro!


Beth 30/08/2015minha estante
Considerei o livro um barbarismo sanguinário.


Alika 10/11/2015minha estante
Abandonei o livro. Não aguentei ler até o final...


Alexander - Expectro Literário 12/08/2018minha estante
Nossa, que comentário lindamente escrito e bem estruturado, escreveu demais. Quanto ao dito, eu concordo, acredito que eu goste de ter empatia por personagens de livros, por isso, não senti muita coisa por esse livro.


Piter 18/10/2022minha estante
Concordo! Tem pouca verossimilhança o arco do Jörg.




Newton Nitro 24/09/2013

Breaking Bad Medieval! - Resenha de Toda a Trilogia, sem Spoilers!
Imagine uma série de fantasia onde o protagonista é um sociopata, capaz de fazer qualquer coisa para realizar suas ambições. Qualquer coisa mesmo, seja matar inocentes, estuprar, cometer os mais diversos tipos de icídios, parricídio, fraticídio, infanticídio, etc. Imagine que isso tudo acontece em um mundo medieval brutal que esconde um grande mistério para explicar sua própria existência. Esse é um resumo do que encontrei na trilogia Broken Empire: Prince of Thorns, King of Thorns e Emperor of Thorns. Thorns é espinho em inglês, e resume bem a saga, um caminhar entre os espinhos, a jornada de um anti-herói. Ou melhor, uma inversão da jornada do herói, uma espécie de jornada do vilão. Um Breaking Bad medieval.


A trilogia Broken Empire começou com o livro de estreia de Mark Lawrence, Prince of Thorns, que causou um grande furor na comunidade de fãs de fantasia. O livro foi até mesmo oferecido pela editora com uma promoção para quem comprasse o último livro do George R.R. Martin, o Dance of Dragons. Uma das promoções dizia que Mark Lawrence seria a resposta britânica para Martin, comparando o Prince of Thorns com a saga Ice and Fire.


Apesar das duas sagas seguirem a linha da fantasia medieval suja, realista e brutal, os livros são muito diferentes entre si. Ao invés dos múltiplos protagonistas da saga de Martin, na trilogia Broken Empire seguimos apenas Jorg, um príncipe amoral, sociopata, e que, graças a maestria da narrativa de Mark Lawrence, se torna um personagem muito interessante e completo. Mark segue de perto a frase máxima do mestre Larry Elmore, homens maus não são maus o tempo todo.


A narrativa é feita em primeira pessoa, colocando o leitor dentro da mente de um monstro.
Junto com Jorg, nos aliamos a um bando de mercenários, cometemos os mais horrendos crimes e nos justificamos por um desejo de vingança e uma sensação de superioridade intelectual frente a seres humanos que consideramos limitados por se aterem as convenções morais, éticas e de tradição. Ou seja, não é uma história para qualquer leitor.


Eu achei doidimais!


Os três livros colocam Jorg em uma jornada de amadurecimento, porém um amadurecimento completamente amoral e irregular, e que acompanha a degeneração do mundo em sua volta com um fortalecimento de suas convicções e autoconfiança. Enquanto em outros romances de fantasia, heróis e anti-heróis são traídos, na trilogia Broken Empire é Jorg quem pratica atos de traição.


As resenhas que encontrei na internet mostram como a obra é controversa. Apesar de a maioria exaltar a obra, muitos leitores rejeitaram completamente o protagonista, que é mais vilão do que um anti-herói, principalmente no primeiro livro. Fica então o aviso para quem for ler, pegue uma amostra na Amazon, leia as primeiras páginas (que já são chocantes) e veja se você quer seguir nessa jornada sombria.


A medida que a história segue o universo medieval da narrativa vai revelando seus mistérios. Esse é um dos pontos que mais curti do cenário da narrativa, existe um segredo por trás de tudo que acontece. Eu fiquei completamente perdido em alguns momentos, mas ao chegar ao terceiro livro, muita coisa se encaixa e me surpreendi com a complexidade e a capacidade de criação de mundos do Mark Lawrence. O cenário da trama é muito detalhado, um mundo fascinante que não vou descrever muito para não dar spoilers. E pelo título do próximo livro do Mark Lawrence, The Red Queens War, imagino que ele vai continuar a escrever nesse cenário.


A narrativa da trilogia não é linear, indo e voltando no tempo. Muitas vezes me perdi no que estava acontecendo, e apesar de não gostar muito de flashbacks, o recurso é bem utilizado nos livros. O mecanismo na narrativa cria um efeito parecido com o filme Memento http://pt.wikipedia.org/wiki/Memento_(filme) . Eu teria preferido algo mais linear, mas, principalmente no segundo livro, existe uma razão narrativa para o uso desse recurso.


Um das partes mais legais da trilogia, e que dá um aspecto mais literário na narrativa, é como os acontecimentos são ligados e observados por dentro da alma de Jorg. O universo de Broken Empire é visto pela visão de Jorg, e como ele é um narrador de primeira pessoa, muito do que é descrito é filtrado pela personalidade arrogante e egoísta do protagonista.


Como mais um exemplo da nova literatura de fantasia (que de nova não tem nada, para mim é apenas uma volta ao experimentalismo da literatura de fantasia e ficção dos anos 60 e 70), a trilogia almeja explorar aspectos mais complexos da psicologia humana. Jorg questiona sua posição dentro do mundo, procurando ver até onde ele consegue ir caminhando contra os ideais morais e éticos da sociedade, fazendo impor sua vontade individual contra a vontade coletiva.


A saga também mostra o preço em humanidade pago por quem trilha um caminho de crueldade, violência e egoísmo. Jorg, assim como Walter White em Breaking Bad, vive no limiar entre o bem e o mal, hora agindo de acordo com seu egoísmo, hora apresentando ainda restos de humanidade. É essa variação, essa ondulação entre humanidade e monstruosidade que o torna um personagem interessante, e responsável por um dos maiores sucessos de vendas dos últimos tempos.


Mesmo mantendo sua brutalidade, Jorg vai progressivamente sendo tocado pelas relações humanas que tem. Mesmo mantendo um grande egoísmo, ele vai progressivamente sofrendo rachaduras em sua armadura egóica. O livro mostra que até mesmo monstros amadurecem, e as motivações da juventude se transformam com o tempo.


Recomendo a trilogia Broken War com reservas. Os temas são muito pesados, Jorg é tão cruel que as vezes eu até mesmo me antipatizei com sua arrogância, mas mesmo assim continuei a ler, para ver até onde iria a narrativa, uma versão sombria da jornada do herói, ou melhor, a jornada de um vilão até se tornar um anti-herói.


Toda a trilogia pode ser resumida nessa frase:
`Dark times call for dark choices. Choose me.' - Tempos sombrio pedem para escolhas sombrias. Escolha-me.


Eu escolhi e não me arrependi!

Grazzi 10/09/2015minha estante
Amei sua Resenha. Entrou para lista de desejados. Obrigada :)




Nicoly 09/07/2020

Bom. Até a metade, o livro foi perfeito pra mim. O Jorg é imprevisível, quase que totalmente guiado por impulsos. Mas também aprecio suas estratégias e gosto dos seus discursos. É legal ler um livro em que o personagem principal seja capaz de qualquer coisa. Algumas dúvidas sobre ele e acontecimentos estranhos foram explicados no final do livro, o que foi ótimo.

Uma decepção pra mim foram as duas últimas batalhas do livro. A parte de fantasia destruiu o potencial delas. Eu esperava muito mais. Preferia que esse livro não tivesse elemento fantásticos, seria bem melhor. Só batalhas humanas, vencidas com estratégias e inteligência.

Vou dar uma chance pra o próximo, talvez a fantasia me conquiste.
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herdeira.legitima 02/03/2021

Decepcionante.
Essa história é um misto de sentimentos. Ao mesmo tempo que tem um ótimo potencial,tem um péssimo desenvolvimento.
Começando pelo personagem principal Jorg: não tem outra palavra pra descrever esse personagem e suas atitudes do que HORRÍVEL. E a motivação que ele tem pra sair fazendo as atrocidades que faz...simplesmente não casa. Não é motivação suficiente. O autor poderia ter feito um outro tipo de desenvolvimento pra esse personagem. Jorg não tem na sua personalidade coisas básicas,como empatia,bondade,piedade e senso de justiça. O que torna tudo que ele faz só mais grotesco e sem sentido.
E as cenas de batalha e luta pareciam um jogo. Só sensacionalismo.
Emfim,parece que eu odeiei. Mas não. Talvez eu leia a sequência só ver o quanto Jorg evolui. É isso. KKK
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Tamirez | @resenhandosonhos 22/04/2016

Prince of Thorns
O Príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato de sua mãe e do irmão mais novo quando tinha 9 anos e isso mudou sua perspectiva de ver o mundo. Sendo deixado a beira da morte, com o corpo cheio de espinhos de uma roseira-brava, o garoto se recupera fisicamente com um desejo insaciável de vingança em sua alma.

Vendo o pai não fazer nada contra o oponente que ordenou a morte da Rainha, Jorg toma para si a tarefa de fazer com que ele pague pelo que fez. Aos 10 anos ele foge do castelo e se alia com uma irmandade de assassinos, caminhando com eles através dos reinos devastando e manchando de sangue todo o caminho por onde passam.

O ódio vai mantê-lo vivo onde o amor falhou.

Quatro anos depois e agora líder desse grupo, que viu na brutalidade de Jorg um potencial e uma ameaça, ele começa a caminhar de volta pra casa para reencontrar o pai e reafirmar seu direito ao trono. Com uma sede de vingança e poder, Jorg é cruel, sanguinário e psicopata. Qualquer um que ameaçar seus planos terá um triste fim e suas alianças só duram enquanto o favorecem. Ele quer o seu lugar como Príncipe Herdeiro, ele quer o reino do pai, ele quer todo o Império Destruído e pouco importa quem terá que morrer para que isso aconteça.

Minha Opinião

Prince of Thorns é uma fantasia medieval diferente, não há herói, é pesado e sombrio. Você não sabe pra quem torcer, já que nosso protagonista não é nem de longe uma boa pessoa, ele é sanguinário e cruel, e para contrastar com isso, é apenas uma criança de 14 anos.

Apesar disso, é super possível entender os motivos pelos quais ele faz o que faz. Ao ver a mãe e o irmão sendo assassinados algo se quebrou dentro de Jorg, e ao saber que o pai iria aceitar a troca proposta pelo inimigo sem retaliações, o desejo por vingança contra ambos se formou e ele correu atrás disso. Mas, primeiro, ele precisava se tornar notável, precisava conhecer a vida e fazer isso longe dos olhares atentos do castelo, então ele foge e se mantém afastado por quatro anos, até que algo o conduz de volta. Esse retorno, obviamente, não será fácil ou tranquilo e o Rei que o espera está muito longe de ser alguém que ele quer chamar de pai.

Envolvemos nosso mundo violento e misterioso num pretenso conhecimento. Embrulhamos os vácuos de nossa compreensão com ciência ou religião, e passamos a acreditar que a ordem foi imposta. E, na maior parte do tempo, a ficção funciona. Roçamos a superfície, ignorando as profundezas. Somos libélulas voando sobre um lago, com quilômetros de profundidade, perseguindo caminhos erráticos atrás de causas sem sentido. Até aquele momento quando algo vindo do frio desconhecido vem à tona atrás de nós.

As maiores mentiras guardamos pra nós mesmos. Somos deuses em nossos jogos, nos quais fazemos as escolhas e as correntezas seguem nossa vigília. Pretendemos nos separar do que é selvagem. Imaginamos que o controle humano é total, que a civilização é mais do que uma camada, que a razão nos fará companhia nos lugares escuros.

No começo, foi complicado imaginar um garoto de 14 anos fazendo as coisas que Jorg fazia, mas com o passar das páginas fui entrando dentro da cabeça do protagonista e visualizando as coisas com seus olhos. Ele precisou amadurecer mais rápido e isso o endureceu, o fortificou e o tornou quem agora ele é. O desejo pela vingança falou mais alto do que qualquer empatia que ele podia ter e isso foi consumindo seu ser, dando lugar à raiva. Há apenas um breve momento onde temos um vislumbre do que poderia ser um sentimento, mas ele logo passa.

Um protagonista anti-herói é algo novo pra mim. Nunca tinha lido uma fantasia com um personagem tão forte desde tão novo, e por isso talvez tenha demorado um pouco para entrar na história e acreditar no Príncipe de Ancrath.

Foi muito interessante acompanhar a história do seu ponto de vista e ver como tudo se forma na sua cabeça. Quem ele vê como um grande amigo hoje, amanhã ele vai sacrificar em nome de algo que deseja mais, ninguém está a salvo, ele não ama ninguém, somente o poder e é isso que ele almeja a cada capítulo da narrativa.

As respostas sobre algumas perguntas que surgem no começo do livro, como por exemplo, porque voltar agora, são respondidas conforme caminhamos pelas páginas. Há muito mais oculto, muito mais que não vemos num primeiro olhar. Todo um mundo místico, de criaturas mágicas e sinistras e do controle sutil exercido pela mão de pessoas que desconhecemos, será revelado no andamento da história. O mundo parece vasto e cheio de possibilidades e Jorg vai jogando com elas conforme cruzam o seu caminho.

A parte do Castelo Vermelho foi uma das minhas preferidas do livro. Pude ver como Jorg é engenhoso com pouco, transcendendo ao desafio, e que mesmo estando vendo a história pelo ponto de vista dele, ainda é possível ver como ele nos surpreende. Já o final, veio pra mim de forma mais previsível, entretanto fiquei muito curiosa com o que virá no próximo livro, King of Thorns.

Foi uma leitura extremamente interessante e tenho estado muito feliz ao encontrar protagonistas com facetas novas em livros de fantasia, que não sejam sempre heróis perfeitos e imaculados. Jorg não é nada disso, é um sopro de maldade entusiasmante que contagia o leitor e faz com que talvez torçamos simplesmente pra que ele tome o que é dele ou o que ele quer sem ligar para as consequências.

site: http://resenhandosonhos.com/prince-of-thorns-mark-lawrence/
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karol 18/07/2021

O anti-herói que amo/odeio.
Sim, gostei de toda a trajetória do Jorg e dos irmãos. Tem coisas que ficam meio mal explicados eu fiquei tipo que??? Mas mesmo assim gostei do livro e planejo ler o resto da trilogia.
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spoiler visualizar
Sofia.Sousa 28/07/2022minha estante
Moça tô querendo ler, é livro de romance?


Allan 28/07/2022minha estante
Definitivamente não é livro de romance. É dark fantasy, se você tá atrás de romance, fica longe desse livro! Hahaha


Sofia.Sousa 29/07/2022minha estante
Nem um romancezinho?? Kkkkkkkk


Allan 01/08/2022minha estante
Nadinha, só sofrimento e violência kkkkk


Sofia.Sousa 02/08/2022minha estante
Aí kkkkkkkk vou dar uma chance kkkkkkk




Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 04/06/2020

Já Li
O protagonista de todos os volumes é Jorg Ancrath. Ele sofre muitos traumas emocionais e físicos ao longo da série, o que resulta em um personagem nem um pouco sensível ao sofrimento dos outros. Ele está disposto a machucar ou matar alguém em sua busca para subir ao trono do Império Quebrado. Após o assassinato brutal de sua mãe e de seu irmão mais novo, Jorg foge de seu pai e sua casa; chegando a liderar um bando de criminosos cruéis conhecidos como Irmandade. A história é narrada em primeira pessoa, por ele.

Em "Príncipe dos Espinhos", sabemos que a jornada de Jorg começa aos dez anos de idade, no momento da fuga acima mencionada. Ele está em busca de vingança e procura o Conde Reinar, o responsável pela morte de sua mãe e irmão. Jorg descobre que seu pai beneficou-se da morte de ambos, em um acordo comercial que lhe parece ridículo e abusivo. Enquanto assistia aos assassinatos, Jorg foi "engolido" por um arbusto de espinhos que parecem lhe conferir alguns poderes especiais, poderes estes que lhe dão uma vantagem em batalhas e situações de violência.
Depois de peregrinar por vilarejos - pilhando, queimando, matando e estuprando - Jorg decide retornar à sua cidade natal para enfrentar seu pai. Quando lá chega, descobre que o pai se casou de novo e, sem querer, se aproxima de sua nova tia, Katherine.

Eu queria muito ter gostado deste livro. Queria muito ter encontrado uma nova trilogia para me conectar. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.

Não existe a menor possibilidade de que eu vá me simpatizar com um protagonista estuprador. Não há uma razão suficientemente boa no mundo para eu gostar de um personagem que comete esse crime no enredo. Nenhum background familiar, passado, história ou justificativa será capaz de me convencer de que Jorg merecia um livro para si.
Isso me leva à segunda razão para não gostar deste livro. Jorg só é mau. Não há profundidade nem complexidade nesta maldade. Mark Lawrence, com um pouco mais de dedicação ao desenvolvimento do personagem, poderia, quem sabe, torná-lo mais interessante ao longo da leitura ou, pelo menos, não tão previsível. Eu sequer consegui perceber qual foi seu arco de evolução neste primeiro livro, o que deixou a leitura ainda pior e mais ingrata.
E para completar, Jorg tem quatorze anos. Se ele agisse como um menino malvado de quatorze anos, quem sabe eu aceitaria um pouco as coisas. Ou se ele agisse como um jovem rapaz que sofreu na vida e amadureceu rápido. Mas não. Ele é só um moleque cretino e babaca, um psicopata na sua concepção mais científica/psiquiátrica do termo, e nada mais.
Gosto de livros em que o autor leva tempo para construir a história, para que o leitor e o personagem se conheçam e resolvam suas diferenças. Neste livro, não há este tempo. O autor entrou imediatamente nessa exibição repugnante para retratar o homem horrível de Jorg e ficou neste lugar por cansativas 364 páginas.

Imaginando que eu seja capaz de deixar estes pontos de lado - o que não sou, mas vamos fingir - ainda há o aspecto fantástico da trama, os espinhos que mencionei anteriormente. Achei este elemento fantástico totalmente desnecessário e mal colocado na trama. Não entendi seu propósito, tampouco seu funcionamento e não achei que agregassem tanto assim à trama. Os eventos principais continuariam se desenrolando mais ou menos da mesma forma sem a presença dos espinhos.
E, por fim, os aliados de Jorg são insossos e homogêneos, contribuindo para minha sensação de frustração ao longo da leitura.
E eu sequer vou comentar a total falta de representatividade feminina neste livro porque não quero perder mais um minuto da minha vida com esta trilogia.

Por favor, não perca seu tempo com este livro.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2020/06/ja-li-117-trilogia-dos-espinhos-vol1.html
Amandioca 05/07/2020minha estante
Nossa que bom que não fui só eu que odiei esse livro!!! O teor de violência é ABSURSO, cheio de agressões desnecessárias e ainda querem passar pano pro moleque.


@Estantedelivrosdamylla 01/09/2020minha estante
Nossa, eu tou quase na página 100 e nao consigo me conectar de maneira alguma com a história. Concordo com tudo isso que você falou, e olhe que ainda não estou nem na metade. Realmente não acho q Vai rolar kkk


Valéria 20/11/2020minha estante
Concordo totalmente com você!




Aly 01/08/2021

Jorg é ?O Príncipe?
É difícil ter uma opinião completamente formada sobre esse livro.

Jorg é tudo aquilo que eu espero de qualquer protagonista nobre em uma fantasia com tom mais ?medieval?, apesar da história se passar em um futuro meio pós-apocalíptico.

Não há romantização de nobreza. Não há príncipe dos sonhos e amores românticos tocantes. Não há aquela idealização que vemos nas obras de fantasia, quando uma mulher autora idealiza o homem de várias formas diferentes.

Jorg é o que é. Ele é um homem e ele é um príncipe. Isso já te diz o que esperar dele - se você conhecer História de fato.

Mark Lawrence entrega uma narração em primeira pessoa fantástica. Mesmo Jorg fazendo coisas dignas do pior criminoso possível, que me deixaria com vontade de esganá-lo com as minhas próprias mãos, ainda me pego torcendo por ele - mesmo que isso custe a vida dos outros personagens que tanto fiquei cativada.

É uma obra pesada e, ao mesmo tempo, poética.

Jorg disse que algumas pessoas nasceram para incomodar. E uma coisa você pode ter certeza: ele incomoda muito.
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José Simão 08/01/2021

O livro é bem desenvolvido e a linguagem é ótimo.
Os personagens representam fielmente a temática do livro, principalmente o personagem principal, Jorg.
Um dos melhores livros que eu já li e recomendo a todos que buscam uma fantasia mais sanguinária.
Jk_books 08/01/2021minha estante
Tem romance na história??


Fer Del Col 08/01/2021minha estante
Adorei a resenha, me deu vontade de ler o livro


José Simão 08/01/2021minha estante
Existe um pequenino romance ao final do livro




herfleurs 28/03/2020

Da vontade de rir
Existe personagem mal estruturado e no caso do bostinha desse aqui, personagem patético.

Li outro livro do autor antes de iniciar essa trilogia e já sabia da falta de sucesso dele em dar personalidade aos seus protagonistas, então não foi novidade, mas ainda assim da pena.

Gostaria de dizer claramente que existe personagens cruéis, invejosos, ambiciosos que podem ser escritos sem serem completos nojentos e repugnantes de se ler, na verdade Jorg nem merece todos esses adjetivos por que nem é a própria personalidade dele! Ha! São ações que o autor, um homem, solta nas páginas para criar esse personagem cruel, mas cruel pra quem? Para camponesas e prostitutas? Uau! Parabéns Mark, que interessante!

"Então ela gritou. Não os gritos que soltou quando os homens do Conde a estruparam. Isso eu conseguiria suportar"

Sim, sabemos que ele conseguiria são gritos que ele próprio está acostumado a tirar de mulheres.

"E o consentimento! Isso era novidade também, ainda que pago"

Isso depois de uma cena patética do capítulo anterior onde em um olhar ele fica atraído pela princesa que sinceramente? Com a mente que o autor gosta de pregar que ele tem, ele poderia ter imaginado que ela seria da família dele, mas o que esperar de um homem escrevendo outro homem vendo uma mulher? Hahah sabemos, nada menos patético!

Temos ainda é claro, outra pérolas nesse livro, pessoas de cor e pessoas gordas.
Temos um único personagem negro dentre todos os personagens e nem sequer um nome ou apelido em mérito a suas ações como os outros do grupo ele recebeu, ele é "o nubano" que é no caso a origem dele e é isso. Temos descrições físicas feitas pelo autor que me preocuparam realmente, Mark qual seu problema com uma pessoa negra tendo dentes bons? Já entendemos da primeira vez que ele tem dentes brancos! Também entendemos que ele é forte ok? Sinceramente que coisa!

"Ele olhou pra mim, seu rosto escuro demais para ser decifrado"
Entendi...

"Nem mesmo a ovelha negra?"
"Um cavalo negro para guardar meu peão"

Fiquei extremamente desconfortável com várias dessas pequenas coisas que foram destinadas ao homem.

Enfim, peguei o livro esperando ter um personagem estrategista, inteligente, ambiciosos e vingativo, acontece que a maior parte do livro ele fica se encontrando com criaturas como fantasmas ou aberrações ou visões e aparentemente para não demonstrar medo ele rir pra elas. Temos poucas cenas que temos dele sendo estrategista, e o plot do livro nos coloca em dúvida se foi realmente mérito dele mesmo ou só consequência da situação.

Mais uma coisa, querido autor se você quer criar personagens más femininas tenha o mínimo de trabalho de aprender que manipulação é mais do que elas ensinuarem sexo (ainda mais se elas nem sequer estão vivas) e de aprender também e doar à seus personagens xingamentos para se referirem a elas além de "puta" "vagabunda" e "vadia".
Edu 02/03/2021minha estante
descreveu exatamente tudo o que eu senti.




Valéria 20/11/2020

Prince of Thorns
É realmente um desafio acompanhar a mente de um personagem que você despreza desde o começo. Jorg é intragável! E eu sei que estou lendo a história de um vilão e gostei dessa ideia. O problema é que Jorg é cruel e os motivos dele para isso não me convencem. A sensação que tenho é que se ele não tivesse passado pelo trauma que passou, teria inventado outro motivo para ser babaca, sem contar que sua postura é de um menino irritante e mimado. Carisma zero. Além disso, tudo parecia muito fácil para ele, nem era preciso uma solução muito inteligente para que ele conseguisse conquistar seu objetivo. Ainda assim, tenho uma certa curtiosidade de saber onde essa série pretende chegar. Não sei se continuo a leitura ou se procuro um resumo na internet.
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Luis.Piccinato 27/07/2020

Surpreendente!
Comecei a ler sem pretenção alguma, sem nenhuma recomendação. Após começar é difícil parar! Você fica completamente envolvido, e quando acaba, já começa a ler o próximo sem esforço algum! Uma leitura extremamente envolvente!
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