Ouro

Ouro Chris Cleave




Resenhas - Ouro


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Higor 24/04/2014

Sobre a vida fora dos holofotes
Mesmo com pouco tempo de leitura iniciada em 2010 me considero um leitor com exigências e gostos mais apurados. Por exemplo, há muito tempo deixei de me interessar por livros em que é costumeiro existir o vilão e a mocinha, com seus respectivos papeis insossos e sem vida. Embora ainda existam livros que fogem a regra, claro, não os leio mais com tanto entusiasmo.

Para mim o vilão da história pode ser as circunstâncias da vida, o ato de errar pensando que se está acertando, ou de errar no passado procurando acertar no futuro. O interessante é ver que, mesmo sendo a mocinha, a personagem erra, sente ódio, tenta reverter à situação, mesmo que pra isso tenha de fazer algo considerado mal, e não apenas sofre calada, ou se conforta nos braços do namorado-algum-ser-sobrenatural-qualquer.

Essa é a realidade do mundo, e de cada um de nós também. Todos nós somos mocinhos e vilões ao mesmo tempo, e a vida é mais que o suficiente para nos punir, tentar nos fazer fracassar. Ultimamente não tenho tido paciência para aqueles livros que, para ser considerado bom, o final tem que, por obrigação, ter como cenário a mocinha sendo feliz com o namorado, e com todas aquelas cenas ridículas de ultimo capitulo de novela das oito.

A obra tem que ser analisada em um contexto geral, e não apenas pelo ultimo capitulo. Se a personagem principal morre o livro não é ruim, afinal, na vida real a morte não vem sempre depois que todas as conquistas são alcançadas. Milhares de sonhos foram interrompidos, destruídos, e porque o mesmo não pode acontecer nos livros? Vamos ao livro...

Ouro foi mais um livro que me mostrou que um livro é maravilhoso sem ter o final feliz. O livro aborda uma amizade fora do convencional, que se torna a mais brutal das brigas quando as duas personagens estão em campo de batalha, que é a pista de ciclismo, onde elas são as mocinhas e as vilãs ao mesmo tempo, sendo punidas severamente apenas pelo cotidiano, pela vida.

A descrição, principalmente psicológica de cada personagem é muito bem escrita, explicando que tudo na vida tem um porque, e não que tudo é por acaso, ou destino. A sede por vitória e sucesso abordada no livro mostra que não é apenas um mero egocentrismo por parte do atleta, mas sim um reflexo natural de um fato decisivo no passado.

Mas o melhor do livro é a vida dos atletas no cotidiano, fora das pistas. É angustiante ver que a vida de um atleta não se resume a um pódio, nem que eles estão necessariamente felizes com uma medalha no pescoço. Aquilo é momentâneo; a vida por trás das vitórias é cruel, não somente com relação aos treinamentos exaustivos, mas também com os conflitos familiares, pessoais, amorosos... Muitas das vezes são piores que a minha e a sua. Às vezes a vida deles é maravilhosa, mesmo que a sua própria maneira, onde o livro nos mostra que o amor verdadeiro, singelo, é maior que qualquer sede de conquista, qualquer vitória em Olimpíada.

O livro é perfeito? Não! Faltaram mais descrições a respeito de todo o processo de seleção de um ciclista a Olimpíada, narrando um pouco, por exemplo, o dopping, grande vilão dos atletas. Mas isso não foi um empecilho, afinal, o ciclismo é apenas um pano de fundo, para ajudar a narrar uma história em que a verdadeiro jogo é o da vida.
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Jéssica Peixoto 10/08/2013

"Esse livro não é o que você lê, e sim o que você sente ao ler"
Ouro é um livro que, com certeza, eu não compraria pela sinopse. Como podem ver, aparenta ser um livro que fala apenas sobre ciclismo e a rivalidade-amizade entre duas mulheres. Mas não é bem assim.

No decorrer do livro conhecemos Zoe, a ciclista mais veloz do mundo, tendo conquistado 4 medalhas de ouro em Olimpíadas mas que é muito solitária e infeliz. Kate, sua melhor amiga porém rival (não só no ciclismo) é a número 2 do ranking internacional, casada com Jack, também ciclista, com quem tem uma filha: Sophie, que sofre de Leucemia.

Ambas tem 32 anos e preparam-se para sua última Olimpíada. Estas são treinadas por Tom, um ex-ciclista de 66 anos que nos faz dar boas risadas com seu jeito um tanto quanto irônico e com os problemas de sua vida como idoso.

Como diz a contra capa do livro: ele não é o que você lê, mas o que você sente ao ler. E a história de Sophie ilustra bem isso.

Além de todas as coisas que envolveram seu nascimento, é uma menina de oito anos muito doente, que ao mesmo tempo em que tenta deixar seus pais despreocupados quanto à sua saúde, não deixa de ser uma criança normal, que ás vezes perde-se em sua imaginação (mais precisamente no mundo de Guerra nas Estrelas). Enquanto se faz de forte para confortar seus pais, pensa que é uma Jedi e que a Força realmente existe. Acho que foi isso que mais me cativou no livro!

O livro mistura o presente com memórias do passado, o que faz com que conheçamos os personagens, e sejamos cativados por eles, pouco a pouco. Nos faz refletir sobre o que é prioridade em nossas vidas, nossas escolhas, nossos amores e nossas atitudes.

A única coisa que não me agradou foi o final, eu esperava mais. Na verdade eu esperava que muita coisa acontecesse, porém o que realmente muda são as escolhas e atitudes de Zoe. Mas afinal, foram as escolhas dela que deram início a essa história e a todos os acontecimentos, portanto, conseguiu tirar de mim 4 estrelas.


site: http://obsessivejerk.blogspot.com.br/2013/08/resenha-ouro-chris-cleave.html
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Regiane @agentejaleu 16/02/2023

Uma história surpreendente!
A história gira em torno de 3 atletas do ciclismo profissional. Jack Argall sempre foi o mais veloz em todos as competições desde sempre. Bonito, simpático e popular,  onde chegava não passava despercebido.

Zoe tem uma personalidade difícil,  mas em cima da bicicleta competindo ela sempre dava a última molécula de energia para vencer. Desde que perdeu no irmão aos 10 anos ela se desligou do tempo e a única coisa que a regia era vencer.

Na verdade ela fazia de tudo para vencer,  não importa se fosse preciso usar métodos desonestos e puxar o tapete da adversária,  mesmo se essa fosse sua única amiga.

Kate desde pequena tinha um jeito dócil e honesto, se preocupando com o bem estar dos outros. Isso muitas vezes a prejudicou nas pistas porque ela sempre caia nas armadilhas de Zoe.

As duas sempre estavam competindo no limite, a vencendo a outra por milésimos de segundo. Mas com Zoe ficando no topo do pódio. Os 3 convivem há mais de uma década,  desde o primeiro encontro nas eliminatórias do programa de jovens talentos quando tinham 19 anos. Já nesses primeiros dias, Jack e Kate ficaram próximos e Zoe ali já começou a mexer com o psicológico de Kate.

Muitos anos depois, agora com 32 anos, Zoe com 2 ouros olímpicos, Jack também ganhou sua almejada medalha , Kate que colocou a família a frente da competição,  quando Sophie a filha dela e de Jack foi diagnosticada com leucemia e deixou de ir para as Olimpíadas de Pequim, tem a última chance de ganhar o tão sonhado Ouro.

? É uma história de amor ao esporte,  a família,  mostrando com o a rotina de um atleta de alto nível é difícil, das coisas que precisam abdicar para alcançar seu objetivos. Treinos intensos ,alimentação restrita, levar o corpo a exaustão.

?Zoe se tornou uma pessoa amarga, maldosa, muitas vezes imprudente,  colocando em risco sua própria vida e a dos outros, para mim , a trauma que sofreu no passado não justifica as atitudes que ela teve principalmente com a Kate. Pelo menos teve uma única atitude louvável no final.

?Jack teve momentos que eu quis dar umas bifas nele por ser passivo e tonto . E a Kate aceitou tanta coisa que vocês não fazem idéia, mas o mundo merece mais Kates como com suas dores do que Zoes. Mesmo com tudo o que sofreu,  nunca deixou de estender a mão e ajudar a outra quando precisou.

? Sophie é coisinha mais fofa com seu amor por Star Wars, lutando bravamente contra a doença, sendo amada pelos pais. E teve uma revelação surpreendente,  que aumentou muito mais a admiração pela Kate.
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Léia Viana 09/08/2013

Profundo
Não pensei duas vezes quando vi quem era o autor desse livro. Chris Cleave me ganhou em “Pequena Abelha”, eu estava louca para ler algo novo desse escritor, então, não tive a curiosidade e muito menos a vontade de pesquisar sobre o que era aquela nova história, me entreguei por completo, sem nenhuma referência do que se tratava “Ouro”.

O título e a capa, combinaram perfeitamente com a narrativa que é única, me fez lembrar um diário, revelando aos poucos cada detalhe da vida de seus personagens, seus sentimentos, atitudes o que me fazia entrar em desespero e agonia, a medida em que eu lia, quase entrei na história e sacudi um dos personagens.

Nesta história, existe uma linha muito fina entre a amizade e a rivalidade entre duas mulheres, fiquei na dúvida se era isso que as movia, enquanto uma alimentava-se da fraqueza da outra, a outra fortalecia-se com o que parecia os restos que a outra não conseguia lidar. Talvez seja por isso que a palavra chave dessa história é o altruísmo, confesso que essa qualidade me incomodou bastante, fiquei pensando sobre os limites do ser humano, o que é necessário para alcançar o sucesso e o quanto somos capazes de deixar passa-lo em nome do amor, por uma criança, por uma família. Fiquei pensando que a vida não é justa, tão pouco lógica. A vida é feita de escolhas, e de como temos que estar preparados para as consequências que cada escolha nos dá. "Ouro" fala dos limites físicos, mas são os limites emocionais que mais nos prendem nessa história, dos sacrifícios que estamos dispostos a fazer.

Leitura recomendada!


site: http://caminhodasborboletas74.arteblog.com.br
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Andreia Santana 12/12/2013

Drama familiar ambientado no universo do ciclismo de elite
Ouro, terceiro romance de Chris Cleave (segundo do autor lançado no Brasil, depois de Pequena Abelha) é um drama familiar ambientado no universo do ciclismo de elite, na Grã-Bretanha. Entre competições olímpicas e treinamento pesado para fabricar "super humanos" capazes de vencer os limites do corpo em busca da glória efêmera do podium, o autor nos apresenta as vidas dos atletas Kate, Jack e Zoe, do técnico dos três, Tom, e da pequena Sophia, uma garotinha de oito anos que luta contra a leucemia.

O livro tem momentos encantadores e outros comoventes. Cleave é um bom contador de histórias e sabe tecer tramas que se entrecruzam com bastante habilidade. Sophia é uma criança cativante e segura boa parte da trama sozinha. Seu fascínio por Guerra nas Estrelas e os devaneios dela, que se vê como uma pequena Jedi, propiciam os momentos de leveza a uma narrativa densa.

A história gira em torno da rivalidade de Kate e Zoe, as duas maiores promessas do ciclismo britânico, e do triângulo amoroso com Jack, outro atleta considerado um "deus" (em beleza e em desempenho) dos velódromos. Tom, o técnico, é um ex-ciclista amargurado por ter perdido a medalha de ouro por milésimos de segundo e sua obsessão é levar os três jovens à glória olímpica. Sophia é filha de Kate e Jack e por causa da sua doença, sua mãe precisa abrir mão de duas olimpíadas em que era a favorita ao primeiro lugar.

Os elementos para tecer um drama espetacular estão todos presentes na vida e nas frustrações de cada um desses personagens e em muitos momentos, o autor consegue empolgar o leitor. Ainda assim, a leitura de Ouro é daquelas que não engrena logo de primeira. Ao menos para os leitores que se interessam pouco, ou nada, por esportes, o livro pode revelar trechos bem tediosos e cheios de tecnicismo.

Quando foca na história pessoal das personagens, nos seus traumas de infância, nas decepções amorosas, ou na luta da pequena Sophia e de sua mãe para vencerem o câncer, o livro prende a atenção. Mas quando gasta páginas e mais páginas para descrever o treinamento de um ciclista olímpico, ou enumerando as qualidades de trajes especiais de corrida ou de bicicletas aerodinâmicas especialmente projetadas para as competições, o autor cansa, dá sono e a vontade é largar a leitura pela metade.

É preciso paciência para vencer as páginas cansativas. A leitura de Ouro, que não à toa traz no título o nome de um metal nobre que dá trabalho para ser encontrado na natureza, é praticamente uma garimpagem. Haja paciência para lavrar as muitas camadas de descrições desnecessárias para chegar ao núcleo da história.

Além disso, Cleave desconsidera completamente o lado B do ciclismo de elite. Em nenhum momento (embora o livro seja um romance e não uma reportagem) o autor toca no polêmico e espinhoso tema do dopping. Grandes nomes do ciclismo mundial, em fim de carreira, já deram declarações bombásticas dizendo que usaram substâncias ilícitas para vencer. O autor chega mesmo a descrever, sem muita profundidade, os treinamentos cruéis e a super exposição à mídia, que muitas vezes enlouquece jovens promessas do esporte. Mas não escreve uma linha sobre dopping.

Em meio a personagens com histórias de vida tão disfuncionais como são os de Ouro, é inverosímel não se falar sequer na tentação do dopping, que ronda as quadras e campos de diversas modalidades esportivas. Só para se ter uma ideia da complexidade dos protagonistas de Cleave, Tom não fala com o próprio filho, Jack é um jovem escocês que foi salvo da miséria pelo esporte, e Kate e Zoe viveram situações terríveis de perda e abandono na infância, que de certa forma ajudaram a moldar suas personalidades.

Enquanto Tom é omisso em muitas situações, Jack, mesmo casado e pai de uma criança doente, parece sofrer de síndrome de peter pan e ser incapaz de assumir responsabilidades, enquanto Zoe é egocêntrica, egoísta e emocionalmente instável. Já Kate, abnegada, responsável, emocionalmente madura e de alma gentil, faz o contraponto com a rival, que é também sua melhor amiga.

Ingenuidade - A sensação é que, por ser também ciclista amador e por amar profundamente o esporte, o autor tenta preservar a aura mítica que envolve os atletas. Não que se esperasse apologia ao uso de drogas ou que se imagine que todo ciclista faça uso dessas substâncias. Mas ao menos que o autor mostrasse que nesse mundo olímpico existem aqueles que precisam muitas vezes lutar contra pressões e tentações. É ingênuo imaginar que todo esportista (e seus técnicos e patrocinadores) apostam milhões apenas em treino duro e dieta balanceada. Mesmo a ficção precisa ser verossímil ou o leitor se sente subestimado.

No entanto, apesar de derrapar na pista e ter uma condução irregular, Ouro tem momentos interessantes e se não chega a ser tão magistral quanto Pequena Abelha, ao menos mantém a dignidade do autor e mostra que Cleave tem um talento legítimo para criar histórias e personagens que conquistam por sua profunda humanidade.
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Bárbara 26/08/2020

Leitura rápida , um livro ótimo e bem escrito que faz o leitor se envolver na história
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manu 01/02/2021

Ouro
Não flui logo de primeira. o livro tem trechos um pouco tediosos e cheio de detalhes meio desnecessários.
Quando foca na história pessoal das personagens, prende a atenção, mas tirando isso, achei cansativo.
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AngelaS.DiasNagami 16/08/2022

Ouro
Esportes não é meu tema favorito nos livros, ainda mais quando se retrata um do qual quase não conheço, que no caso do livro é o ciclismo. Fui surpreendida. A forma como o autor fala do esporte, das vidas dos atletas quando não estão competindo, o lado humano e real, de renúncias, famílias, traumas... A história me prendeu e como já disse, me surpreendeu. Alguns livros não precisam necessariamente de um final feliz...
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suellem 26/04/2020

Ouro
Até a metade do livro achei a leitura muito arrastada e cansativa.

O livro tem umas questões interessantes e muitos pontos reflexivos .

Porém , algumas coisas me deixaram bastante irritadas ao longo da leitura principalmente a diferença que o autor fez entre as duas protagonista .

Kate é movida por amor e por isso acaba aceitando de um tudo . Zoe quer se dá bem na vida custe o que custar . Ambas vão competir nas olimpíadas e tentar conquistar o ouro ... Porém , algumas surpresas estão reservadas ao longo do caminho e muitos segredos vem a tona durante os treinamentos.
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sonia 11/07/2013

ciclismo
uma história que envolve tres atletas que se conhecem antes dos vinte;
analisando suas personalidades, suas carreiras, suas escolhas, seu envolvimento mútuo.
não me encantou pois achei os diálogos fracos, o estilo do autor pobre,
e a história meio banal, dando a impressão de ser um livro de utilidade pública: porque não descuidar de sua vida emocional, e como cuidar de uma criança doente. Sim, há uma criança doente no centro da história, e o autor parece ter escrito o livro para levantar fundos para o hospital que trata desta moléstia - nada contra, a atitude é nobre, o livro é que ficou muito comercial.
Samuel 28/12/2013minha estante
Tem muitos autores que fazem isso, e não é problema algum, como você disse - é uma atitude nobre. Você jé leu Pequena Abelha?


Nataly 12/03/2014minha estante
Pequena Abelha é SENSACIONAL!




naniedias 16/09/2013

A busca pelo Ouro Olímpico e, enquanto isso, a vida que acontece.
Muito bom!

Faz um belo tempo que eu queria ler um livro de Chris Cleave!
Pequena Abelha foi super bem falado (eu tenho o livro aqui em casa e pretendo lê-lo em breve!) e quando vi que um novo livro do autor estava sendo lançado aqui no Brasil, fiquei super ansiosa para conferir.

Não me decepcionei com o que encontrei.

Ouro é uma história que fala sobre o egoísmo. A vontade de vencer acima de tudo - a necessidade de receber a maior glória durante poucos segundos, mesmo que todo o restante da vida esteja uma bagunça tremenda.
O livro fala da vida de quatro ciclistas. Tom já foi um atleta da elite, mas hoje é um treinador. Kate, Zoe e Jack se conheceram aos 19 anos, quando participavam de uma seleção de ciclistas. Desde então, a vida desses três se entrelaçaram de maneira inseparável.
Na busca pelo ouro olímpico, na vivência diária, nas conquistas e nas derrotas. De maneira complexa e envolvente.

Não vou contar mais sobre a história. Achei que era besteira quando li que não importa contar o que acontece no livro de Chris Cleave - que o importante mesmo é como você se sente enquanto lê.
Mas, de fato, isso faz todo sentido!
O que o autor conta é uma história bastante cotidiana. Por alto, pode parecer algo bem simples, comum (embora os protagonistas sejam campeões em sua modalidade esportiva). Ao mesmo tempo, porém, é uma história complexa - cheia de arestas e nós.

Com uma narrativa envolvente, Chris Cleave amarra o leitor às páginas de seu livro. Enquanto vai contando os acontecimentos do presente, o autor mostra alguns detalhes do passado de seus personagens.
É incrível a maneira como ele conseguiu construir personagens complexos, completos e tão humanos. Eu gosto demais quando um autor faz com que o passado de seus personagens tenha um peso importante em suas atitudes presentes e na personalidade que desenvolveram ao longo da vida.
Chris Cleave faz com que tudo esteja conectado - de uma maneira bem surpreendente.

Não sei se o autor também é tão incrível em Pequena Abelha, mas ele foi definitivamente bem sucedido em Ouro.
Um livro gostoso, diferente e muito interessante.
Definitivamente uma leitura recompensadora!


Nota: 8


Leia mais resenhas no blog Nanie's World!
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Psychobooks 17/09/2013

Meu primeiro contato com o autor foi através do livro Pequena Abelha (resenha aqui). Na época, existia um grande mistério sobre esse livro, a sinopse dizia pouca coisa e foi uma delícia descobrir aos poucos a história de cada personagem.

- Enredo

Quando se trata de um livro do Chris Cleave, fica difícil falar muita coisa do enredo, sem estragar a leitura, porque não é apenas o ato de ler que importa e sim o que o leitor sente a cada nova descoberta. Vou fazer apenas uma introdução ao enredo para vocês terem uma noção sobre o que é esse livro, mas sem spoilers. Lembre-se que isso é apenas o começo.

Kate e Zoe se conheceram aos 19 anos, durante uma seleção para atletas jovens de elite do ciclismo que iriam compor o time de preparação para as olimpíadas. As duas atletas não poderiam ser mais diferentes, no entanto, são ótimas e é difícil decidir quem é melhor. O treinador Tom Voss já foi um atleta de elite e se ressente até hoje por ter perdido uma medalha de bronze por um décimo de segundo, pega pesado nos treinos e fará de tudo para que suas atletas mantenham o foco e ganhem medalhas de ouro. Ele acaba apostando na Kate e Zoe e depois de algumas olimpíadas, Kate e Zoe estão se preparando para enfrentar a última grande prova de suas vidas nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012.

- Narrativa e Personagens

O estilo de narrativa do autor é única e sensacional. A forma como ele vai revelando aos poucos cada detalhe da vida de seus personagens, seus sentimentos, atitudes, deixa o leitor vidrado na leitura. Como eu já disse anteriormente, esse livro é repleto de sensações e é isso o que o torna tão incrível.

Zoe, aos 32 anos, é solteira, vive em uma apartamento maravilhoso - e caro -, seu rosto está estampado nas capas de revistas e outdoors. Solitária, sua única preocupação é ganhar o terceiro ouro olímpico e continuar vivendo de treino em treino. Confesso que muitas vezes achei Zoe fria e calculista, o tipo de pessoa que não mede consequências e nem se importa com os sentimentos das outras pessoas, desde que ela ganhe.

- Ouro

Kate é uma mulher doce, que ama seu marido e filha, faz o possível e impossível para conciliar a vida de mãe, esposa e dona de casa com sua rotina de treinamentos típico de atleta de ponta. Já passou por maus momentos e hoje vive um dos mais dolorosos de sua vida: sua filha, Sophie, está enfrentando mais uma vez a leucemia.

Sophie é uma garota encantadora que só quer ver seus pais felizes. Não importa o quanto ela está se sentindo doente e cansada, ela usa todas as suas forças para estar com um sorriso no rosto e disfarçar a dor para que seus pais não fiquem tão preocupados com ela.

Havia tantas formas de não deixar seus pais preocupados que era fácil pensar em uma para cada hora. A única parte difícil era que isso a deixava muito cansada, uma das principais coisas que ela nunca podia ficar. Era por isso que Sophie tinha que descansar assim às vezes, no banheiro, no escuro.
Página 45


Jack é casado com Kate e também é ciclista. Sua maior preocupação é a saúde da filha, mas ele fica feliz em viver um momento de cada vez, sem se apavorar com o que pode vir a acontecer dali alguns minutos.
As histórias de Zoe, Kate e Jack são muito mais complicadas do que pensamos à princípio, elas se entrelaçam levando consigo dor, suor e amor.

- Concluindo

Ouro é uma leitura fantástica, que é capaz de tirar o leitor da sua zona de conforto, incomoda e o deixa pensando sobre os limites do ser humano, o que é necessário para alcançar o sucesso, o quão difícil é para os atletas de elite terem uma vida 'normal' e se manterem focados na linha de chegada . Não fiquei tão tocada quanto quando li Pequena Abelha, os temas são bem diferentes, mas a narrativa do autor continua fantástica.

Leitura mais que recomendada ;)

Sabia que aquilo não se tornaria verdade até que olhasse para trás. Tinha certeza de que se conseguisse pedalar mais rápido que a notícia, ela nunca a alcançaria. (...)
Página 231


site: www.psychobooks.com.br
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Maria 15/01/2021

A história do começo ao fim é muito boa
O livro fala sobre duas melhores amigas, mas que ao mesmo tempo são rivais. Elas são ciclistas que lutam pelo ouro das competições e pela vitória. Uma delas que não aceita perder (Zoe), e outra que coloca as corridas em segundo lugar (Kate).
A história mostra os desafios que elas passam, o que têm que deixar pra trás pelas corridas e como um milésimo de segundo pode fazer uma grande diferença na sua vida.
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Juliana Raasch 14/01/2016

Uma amiga deixou ele em minha estante, e não voltou pra pegar... Então comecei a lê-lo sem nenhuma expectativa. Mas a partir de um certo ponto não consegui mais larga-lo.
A história é muito interessante, vc se perde com os personagens e suas histórias pessoais, sente muito ódio de um deles... Talvez o final deveria ser mais detalhado.
Mas é uma boa leitura.
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