Sâmella Raissa 17/01/2015Resenha original para o blog SammySacional
Quando resolvi dar uma chance para ler Lucinda Riley, minha principal expectativa era encontrar um enredo dotado de muita emoção e acontecimentos marcantes, mais ou menos como as histórias da Kristin Hannah - de quem vocês já devem saber que eu gosto muito dos livros. Fazer uma comparação entre as duas autoras provavelmente seria errado, visto que, mesmo entre suas semelhanças, temos distinções gritantes em detalhes minuciosos, mas, no fim das contas, cada qual, a seu modo, é capaz de conduzir o leitor por meio de enredos envolventes e inesquecíveis. E, sem dúvidas, A Garota do Penhasco é um deles.
No livro de Lucinda Riley, iremos acompanhar as histórias de duas famílias por entre suas três gerações, e embarcar numa gama de emoções e acontecimentos capazes de não apenas chocar, como fazer o leitor ir do sorriso às lágrimas em pouco tempo. Mais ainda, vamos nos deparar com toda a trajetória decorrida no tempo que, por fim, ocasionou em uma separação mútua entre os Ryan e os Lisle, começando desde os tempos da Segunda Guerra, com a doce e esforçada Mary, até os dias atuais, com Grania. Marcas de rancor e tristeza por feridas que permanecem em todos, mas que poderão ser curadas com a determinação de uma mulher, aos trinta e um anos, cujos instintos maternais nunca estiveram tão fortes.
"- Promete que vai se cuidar?
- É claro que vou, mãe, sou uma garota bem crescida.
- Nunca será crescida demais para se esconder de sua mãe."
- Página 374 -
Após perder seu bebê, Grania Ryan abandona o namorado na grande Nova York e retorna à Irlanda para a casa dos pais, recebida de braços abertos para passar uma temporada e esfriar a cabeça dos problemas que, porém, ela insiste em esconder mais a fundo de sua mãe. Em uma noite, após uma caminhada, porém, Grania depara-se com a pequena Aurora Devonshire parada no penhasco, e assumindo posição de alerta, com medo de a menina cair, tenta atraí-la de volta para longe do precipício. Quando Aurora o faz de maneira muito abrupta, uma lacuna à respeito da menina fica na cabeça de Grania, e ao tentar saber com a mãe de quem se trata, aos poucos, ela irá se deparar com a história do falecimento da mãe de Aurora, e logo mais, no decorrer de todo o livro, com os laços que permeiam a vida dos Ryan e dos Lisle. Mas, ao mesmo tempo em que embarca numa jornada de descobrimento de sua própria família, Grania, sem perceber, terá de enfrentar seus próprios conflitos, e não apenas garantir a reconciliação das duas famílias, como também consigo mesma e aqueles que ama.
Até agora, um bom tempo depois de ter lido esse livro, continuo lembrando-me de seus personagens, acontecimentos... seu enredo como um todo, e continuo surpresa com a história tão extensa, mas ao mesmo tempo tão breve e intrínseca de duas famílias que, aparentemente, julgaram errado uns aos outros e perderam tempo demais remoendo as mágoas, ao invés de procurar a superação e a reconciliação. Acompanhando essa história, de repente pude enxergar ainda mais o quão marcantes (negativamente falando) certas coisas podem ser e, mais ainda, quanto rancor elas podem gerar no ser humano. Histórias e fatos que, na verdade, foram dolorosos e por vezes inacreditáveis, mas que também têm seus mistérios, que não estão disponíveis à muitas pessoas simplesmente porque elas não aceitam encarar a verdade de frente e mudar a situação.
Leia o resto da resenha em...
site:
http://sammysacional.blogspot.com.br/2015/01/Resenha-AGarotaDoPenhasco.html