Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos

Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos Ana Paula Maia




Resenhas - Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos


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c a r o l 30/12/2022

Soco no estômago
Mais uma vez a Ana Paula Maia traz à tona a consciência social em suas histórias da forma mais crua, direta e cruel possível. Ela mostra uma realidade que não queremos ver. Os seus personagens nos fazem pensar na vida miserável, violenta e injusta que muitas pessoas têm vivido.

Esse livro contém duas novelas curtas, mas que cumprem bem o seu propósito com suas reflexões profundas.

Em "Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos" acompanhamos as "aventuras" de Edgar Wilson e seu amigo, Gerson. As coisas que esses dois fazem são exageradamente violentas, não teve como não rir de nervoso pela tamanha frieza e crueldade dos personagens. Ao longo da narrativa vamos compreendendo o porquê deles agirem dessa forma. Apesar dos pesares a amizade entre os dois é bem bonita, e a forma como o Edgar Wilson enxerga a vida me fez perceber como a gente reclama de barriga cheia ao invés de sermos gratos pelo que temos.

Em "O Trabalho Sujo dos Outros" acompanhamos o lixeiro Erasmo Wagner falando sobre assuntos que eu nunca tinha parado para pensar. Ele expõem fatos horríveis sobre sua profissão que chegaram a me deixar com vergonha.

Vemos como o descaso do governo, da polícia, da sociedade como um todo gerou pessoas frias e impiedosas. E a forma que os personagens agem, refletem o descaso que eles sofreram por gerações.
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Camila 29/11/2022

A saga dos brutos
Este livro foi uma releitura, pois depois descobri que ele faz parte de uma trilogia e como não lembrava muita coisa, resolvi ler e novamente achei incrível a escrita da autora e como ela escreve sobre uns temas meio pesados e de forma explícita e com um humor na medida, que me fez rir e ao mesmo tempo me sentir mal por estar rindo.

Uma coisa que notei só agora é que ambos os protagonistas têm em seus nomes as inicias E e W. Um se chama Edgar Wilson e o outro Erasmo Wagner. O primeiro é um homem que tem como trabalho abater porcos. Ele é taciturno e um personagem complicado, assim como o Erasmo, um personagem um tanto quanto melancólico que trabalha como catador de lixo.

Ambas as histórias são muito interessantes de ler e falam sobre essas profissões que são esquecidas e marginalizadas pela sociedade, embora sejam importantes. Principalmente quando a coletiva de lixo decide fazer uma greve e assim a cidade vai se afundando aos poucos em seu próprio lixo e podridão. São histórias que fazem refletir e também conseguem incomodar de uma forma incrível.
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Clarinha 23/11/2022

A essência da contemporaneidade
Li esse livro por causa de um trabalho da faculdade, e realmente me surpreendi de todas as formas possíveis. Nunca fui acostumada a esse estilo de leitura, a escrita de Ana Paula Maia é extremamente brutal e realista, tanto que estudiosos ainda ficam chocados que isso seja ?a escrita de uma mulher?, o que deixa tudo ainda mais interessante.
Ela traz duas novelas literárias, ou seja, aqui não há romance, não há fantasia, não há ápice da história, muito menos final feliz. Aqui você vai observar a realidade da forma mais crua possível; é claro que existem os pontos ficcionais, mas o principal objetivo da autora é esfregar na sua cara que pessoas como os catadores de lixo e abatedores de porcos vivem do seu lado em condições miseráveis (em todos os sentidos) e você simplesmente opta por ignorar a existência deles. A cada parte do livro você consegue observar inúmeras críticas sociais que são feitas muitas vezes de forma subjetiva, abordando aspectos, por exemplo, psicológicos dos personagens e como eles agem mediante certas situações complicadas.
É muito interessante o fato de que mesmo sendo extremamente brutal, você simplesmente não consegue largar o livro por querer saber mais e mais sobre a história dessas pessoas que ela está contando. Como uma professora disse: esse estilo de leitura é para incomodar mesmo, o objetivo da Literatura Contemporânea é te dar um soco no estômago e um toque de realidade, colocando o protagonismo em pessoas que sempre foram colocadas em escanteio até o momento no âmbito literário.
Para quem assim como eu está acostumada com romance e clichês fofos, se prepara pra bomba, mas uma bomba extremamente necessária até para nossa evolução pessoal. Recomendo muuito!!!
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Rê Lima 20/11/2022

Adoro essa linguagem crua, esse realismo sem firulas, que conta a história dessas vidas em que toda crueldade e toda falta é tratada de forma normal, porque não se conhece outra realidade a não ser a do dia a dia.
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Paulo.Vitor 06/09/2022

"Sua vida não é um lixo, sua vida é muito lixo"
Mais uma leitura da Ana Paula Maia e cada vez mais tenho a certeza:
É minha autora favorita. Escreve de uma maneira simples, envolvente, rápida e cativante.
Nessa história conhecemos um pouco, ou, mais um pouco de Erasmo Wagner e Edgar Wilson, e como sempre, a realidade e violência da vida isolada é posta de maneira tão natural e tão envolvente pela autora que QUASE passamos por estas sem nos questionar que tem algo errado, e a partir daí começamos a perceber os traços quase que de trogloditas que os personagens principais e complementares apresentam.

Li os livros dessa série em "ordem errada" visto que este é um dos primeiros a apresentar tais personagens e ter sido um dos últimos que li, porém, em nada alterou minha impressão sobre estes, pelo contrário, só foi complementando.
No aguardo para a sequência direta de "De Cada 500 Uma Alma"
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Clau Melo 22/07/2022

A leitura traz reflexões.
Este é o segundo livro que li da autora.
O personagem Edgard Wilson também é personagem do Enterre seus mortos.
A autora escreve de forma crua, seca e realista.
A leitura traz reflexões.
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Martony.Demes 12/07/2022

Estou fechando umas leituras pendentes e reparei que esse interessante livro ficou para trás. Então resolvi fechá-lo!
Primeiro vou alertando: não é um livro simples! Você quer saber como é o trabalho sujo dos outros, literalmente? Então bem-vindo!

Ana apresenta retratos de pessoas reais, cenários caóticos para quem não está acostumado e que muita gente prefere ignorar. São pessoas de baixa escolaridade, brutas, grosseiras e quase repugnantes. Porém, tem sua representatividade na sociedade! Merecem ser lembradas e até mesmo colocadas em um pedestal maior, como fez Ana!

O livro apresenta episódios de brigas de rinha de cachorro, fateiros de porcos, lixeiros, limpadores e garis. E todos esses estão imiscuídos em um cenário complicado, sujo e viril! Para as elas se sobressair devem, em grade medida, se comportar como tal e vencer! E às vezes a vitória é apenas manter-se vivo ou saudável dado o ambiente ser tão insalubre!

Não vou expor detalhes para deixar outros leitores mais curiosos! Então, boa viagem nesse universo paralelo, pode-se dizer, da sociedade!
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Nicole Fabri 27/06/2022

Diferente e único.
É o terceiro livro da Ana Paula Maia que eu leio e mais uma vez pude comprovar como essa autora é diferente. Ela traz retratos de pessoas muito reais, mas que a gente prefere ignorar e não ver. São pessoas ignorantes, grosseiras, quase repugnantes. É um tipo de livro que te afasta e te prende ao mesmo tempo. Enfim, é o que eu menos gostei da autora, mas ainda é um livro muito diferente e único.
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Adson 24/04/2022

BRUTALIDADE NATURAL
A forma como a Ana Paula Maia traz o natural pra obra é incrível.
Ela cria cenas que você já viu acontecer, claro que não a violência.

O livro possuí uma violência que você entende porque comparam ela com o Tarantino.

Confesso que alguns momentos era tão surreal que ri, quase como uma comédia de erros, mas talvez eu seja o único louco.

Muito bom, já tinha muita vontade de lê-la e não me decepcionei em nada, na verdade quero ler tudo que ela escreve.
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Rittes 01/04/2022

Os brutos também sofrem
Este segundo livro me agradou um pouco mais que o primeiro que li da autora (Carvão Animal), mas os exageros continuam, assim como a brutalidade. Claro que essa deve ser a intenção da autora, mas a fórmula se desgasta depressa. Ana Paula Maia escreve bem, embora cometa alguns deslizes (como usar a palavra pouco conhecida "hirco" para designar o cheiro do bode, significado ausente de quase todos os dicionários de língua portuguesa. Em quase todos, "hirco" é o mesmo que bode e não seu cheiro), mas são detalhes numa prosa fluida e, como já disse antes, com muita potência. Sem dúvida, diferente, o que já não é pouca coisa. Experimente!
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Geovana Rodrigues 09/03/2022

[ALERTA GATILHO: 4SS4SSIN4T0, VI0LÊNCI4 CONTRA ANIMAIS]
Já começo dizendo que “Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos” é um livro que possuí um peso gigantesco. Se você for sensível aos temas citados acima, guarde essa leitura para outro momento.

“Erasmo Wagner olha para dentro da caçamba e pensa que já não há espaço no mundo pra tanto lixo. Que serão todos sufocados por ele. Um mar de imundície sacrificará a humanidade com seus próprios dejetos.”

A obra possuí duas novelas, a primeira, que dá nome ao livro, e a segunda, na qual tirei o quote à cima. Sinceramente, não sei qual me abalou mais! A linguagem é crua, assim como a violência – de pessoas contra outras e do sistema contra todos. Vemos a desigualdade, a pobreza, abusos e absurdos que a classe pobre enfrenta. O lixo e sua definição de status social sendo medido pela quantidade, e o prazer que homens simples encontram na violência.

Cada um dos protagonistas principais das novelas são homens que compartilham do destino duro e injusto. Uma moeda de duas faces, opostas, mas que são a mesma coisa. Um vive dos restos e o outro limpando os resíduos. A dureza impregnada nos diálogos e na vivência dos personagens me deixaram com o estômago embrulhado. Confesso que só senti empatia pelo protagonista da segunda novela – um pesar imenso porque sei, sem pensar longe, de pessoas que vivem assim, às margens. E isso me deixou muito triste!

E assim que encerrei a leitura, passei muito tempo refletindo e agradecendo todos os privilégios que já tive e ainda tenho. Foi impossível não associar a última novela, ao doc. que assisti no ensino médio: “Ilha das flores” – para quem nunca assistiu, recomendo procurar na rede vizinha, que só tem vídeos. Mas sugiro se preparar, porque as imagens e a narração jamais sairão da sua cabeça.

site: https://www.instagram.com/p/Ca0PyRtvNjQ/
Alê | @alexandrejjr 18/03/2022minha estante
Belíssimo texto, Geovana! Obrigado por compartilhar a tua experiência conosco e ainda citar um dos curtas mais importantes do país! Jorge Furtado é um gênio da nossa produção audiovisual.


Geovana Rodrigues 19/03/2022minha estante
Fico até sem graça com esse elogio ? muito obrigada




Andre L Braga 03/01/2022

Uma belíssima história crua e direta
?Esta cidade não faz acepção. Tudo se transforma em lixo. Os restos de comida, o colchão velho, a geladeira quebrada e um menino morto. Nesta cidade tenta-se disfarçar afastando para os cantos o que não é bonito de se olhar. Recolhendo os miseráveis e lançando-os às margens imundas bem distantes.?

Um livro, duas novelas, cada qual com seu protagonista de nome composto. Edgar Wilson. Erasmo Wagner. Poderiam ser polos opostos da mesma pessoa. Um, mau por ignorância e por força das circunstâncias, premiado pelas suas habilidades, busca reconhecimento pela sua bondade e providência divina e faz o que deve ser feito, em nome de sua manchada honra. O outro, bom e condenado, carrega as culpas de seus pecados e a eterna pena pelos seus crimes.

Cães, porcos, cabras, lixos, mortes, a água escassa e os dentes podres, a vida podre. Os que vivem de limpar seus próprios dejetos e os dos outros, daqueles incapazes de cuidar de seus próprios lixos. Os que sacrificam animais com a naturalidade de quem escova os dentes, para que aqueles que têm dentes brancos e alinhados não tenham que saber de onde vem seu pernil assado ou seu corte de picanha suína.

Há alguns pontos de interseção entre as duas novelas: a que dá título ao livro e ?O trabalho sujo dos outros?. A escrita evolui ao passar das páginas, e conquista leitores (ou espanta-os) com sua cruel naturalidade, uma naturalidade que só tem quem já viu e viveu de tudo nesta vida miserável. Torne-os invisíveis, reaja a seus problemas com apatia, crie seres apáticos. Naturalize a violência e alimente-a. É sobre isso.

Impossível ler a primeira novela e não pensar, ainda que distante, em Snatch - Porcos e Diamantes. Impossível ler a segunda e não pensar em Ilha das Flores. Favoritei a segunda.
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Larissa3666 29/12/2021

Pesado mas necessário
Uma leitura pesada e crua, com uma escrita fluida e direta, tratando de pessoas reais, que trabalham e vivem em lugares difíceis, realidades que muitas vezes preferirmos ignorar. Apesar de serem contos pesados, são envolventes, assim como os personagens, que não são perfeitos mas essa se torna a graça. Acaba que você sai dessa leitura querendo mais apesar de toda a repulsa e o sangue.
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