Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos

Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos Ana Paula Maia




Resenhas - Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos


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julianny 17/01/2021

Homens e animais são os mesmos
A cada livro da Ana Paula que leio, me surpreendo mais e mais com sua linguagem e um livro acaba sendo surpreendentemente mais cruel que o outro. Não há eufemismo ao se tratar de violência e vísceras. Me senti enojada em muitas passagens, principalmente no primeiro conto, de tão absurdamente violento que é. Homens morrem como animais. Animais são tratados da mesma forma que os trabalhadores. É quase antropofágico. Afinal, não há mesmo tantas diferenças entre eles.
Marina 23/01/2021minha estante
Antropofágico!!! Realmente é essa a palavra!!!!!




Paulo Renan 16/01/2021

Tiro, porrada e bomba.
Todos os personagens se parecem com psicopatas, destituídos de qualquer empatia pelo sofrimento alheio. É certo que há pessoas assim, mas não creio que comunidades inteiras sejam tão cauterizadas moralmente quanto se demonstra na primeira parte do livro.

As reflexões sobre lixo e exclusão social são interessantes e dão um peso maior ao livro.
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fev 13/01/2021

#MulheresParaLer

4,5

Que livro! Que porrada na nossa cara e no estômago. O livro da Ana Paula Maia é constituído de duas novelas que se interligam em determinado momento. A narração em Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos é direta, sem rodeios e floreios. É uma obra que, com certeza, te chocará. Eu fiquei chocado com a violência banal, mas o modo como a Ana Paula contou a história me pegou de jeito. Me peguei rindo, chocado e com nojo várias vezes. A história te provoca e te tira da zona de conforto.

O realismo nas histórias protagonizadas por homens que vivem à margem da sociedade é um balde de água fria. Como a mesma autora diz são histórias de homens que fazem aquilo que nós não gostaríamos de fazer e simplesmente temos nojo. Trabalhar com porcos, recolher lixo e limpar esgotos não é nada agradável.

O livro só narra o que de fato acontece na vida cotidiana. A segunda novela é mais crítica e menos violenta. A primeira é nojenta e violenta, mas tem os seus méritos. É um livro pesado. A leitura é rápida, mas é agradável. Recomendo pra quem quer sair da zona de conforto.
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Jhoni 13/01/2021

Muito bom
Entre Rinhas de Cachorro e Porcos Abatidos

Ana Paula Maia, autora nascida e criada na baixada fluminense em uma região onde as mazelas se fazem presentes.

Recentemente eu me desfiz de alguns dos meus livros do Stephen King, autor de histórias assombradas. Não achava que aquele terror se aproximava de mim, por fazer parte de uma realidade muito distante. Muito distante do que eu entendo como terror... Apesar de gostar muito do gênero, peguei o livro da Ana Paula Maia para ler, autora que vem sendo elogiada pela criação da série Desalma do Globoplay.
Acontece que o livro da autora não é somente histórias de terror, ou histórias macabras (por sinal eu acredito que são as histórias mais pesadas que eu já li em um livro de ficção) são dramas pessoais, histórias de gente que carrega a sociedade nas costas, mas que muitas vezes não são vistos, tão pouco considerados "gente". O cara que trabalha nos esgotos, o que quebra asfalto o dia inteiro com uma britadeira ensurdecedora, o que carrega nossos lixos, o que abate animais... Pessoas que realizam tarefas importantes e nenhum pouco invejadas.
Tudo isso, inserido dentro da sociedade em que vivo, pessoas que passam por mim diariamente, que contribuem para o meu bem estar. Pode-se dizer que aos nossos olhos suas realidades são um "show de horrores" as mazelas que nos cercam são histórias de terror, histórias reais de terror. Muito diferente da assombração do Stephen King. Ana Paula Maia é um portal de voz, um manifesto.

Quem curte o gênero, vale muito a pena ler essa autora incrível.
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BurnBeranger 28/12/2020

Poderoso
Mais um brilhante livro desta grandiosa escritora. Ana escreve com maestria sobre o que todos evitam, seu texto é forte, crú, realista e poderoso. Não é recomendado para os fracos, mas com certeza, quem arriscar, sairá transformado.
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Lucas.Sampaio 17/11/2020

O neo-naturalismo de Ana Paula Maia
Uma das concepções mais comuns quando pensamos no naturalismo, é imaginar uma classificação literária exclusiva dos últimos anos do século 19, seja no Brasil, ou no campo literário de forma geral. No entanto, o naturalismo, com (quase) todas suas características andam presente como nunca na nossa literatura através da talentosa Ana Paula Maia.
Através de livros como ?Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos?, ou até no mais recente ?Enterre seus mortos?, a autora vem mostrando uma grande habilidade para construir personagens, cenários e narrativas próximas a concepção naturalista, no entanto, com um olhar moderno e cinematográfico sobre questões sociais tão antigas, mas ainda assim atuais.
No seu terceiro livro, ?Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos?, obra responsável por desencadear sua fama, e também por apurar a técnica narrativa da autora, a Ana Paula Maia conta a história de ?homens bestas?, em sua própria concepção, que trabalham de forma incansável, fazendo o trabalho sujo dos outros.
Dentre as características mais comuns do naturalismo, como temas sociais polêmicos e obscuros: nas duas novelas presentes no livro ?Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos?, temos personagens que convivem com zoofilia, assassinato, mutilação, pedofilia.
Seja na narrativa homônima ao livro, que conta a historia de dois companheiros que trabalham em um matadouro ilegal de porcos, ou até na segunda, chama de ?O trabalho sujo dos outros?, em que temos irmãos que trabalham paralelamente com recolhimento de lixo, quebra de asfalto, e desentupimento de latrinas, esgotos etc.
Outras características, como personagens que possuem patologias: seja no caso de personagens quase surdos pelo trabalho exercido (quebrar asfalto com britadeira), um personagem morrendo pela falta de um rim, que ironicamente havia doado a irmã a pouco tempo.
Até a zoomorfização, momento em que o personagem humano é comparado a um animal, característica comum ao naturalismo, com trechos como: ?Cão de rinha é um cão que não teve escolha. Ele aprendeu desde pequeno o que o seu dono ensinou. Podem ser reconhecidos pelas orelhas curtas ou amputadas e pelas cicatrizes, pontos e lacerações. Não tiveram escolhas. Exatamente como Edgar Wilson, que foi adestrado desde muito pequeno, matando coelhos e rãs. Que carrega algumas cicatrizes pelos braços, pescoço e peito. São tantos riscos e suturas na pele que não se lembra onde conseguiu a metade. Porém a marca da violência e resistência à morte de outros animais nunca tiraram o brilho de seus olhos quando contempla um céu amplo. Dia ou noite, ele passa boa parte do seu tempo olhando para cima. Quem sabe espera que alguma coisa aconteça no céu ou com o céu... talvez queira retalhar algumas nuvens com seu facão.? (p.69)
A prosa da Ana Paula Maia está no hall dos grandes feitos da geração contemporânea da literatura no Brasil, com escritos que são socialmente engajados, sem ser panfletários em momento nenhum, enxergando questões sociais pertinentes e sempre tocando na ferida aberta, e olhando para tipos que a sociedade costuma ocultar.
Um novo olhar sobre uma técnica literária que continua atual, pois a desigualdade social ainda existe.
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Eduarda Graciano do Nascimento 12/11/2020

Poucas vezes fiquei tão agoniada. Brutal.
Adorei.
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jAlia372 09/10/2020

segui ideia de professora universitária pra ler esse livro e terminei traumatizada. muito bom !
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Edi 05/10/2020

Submundo e desumanização do sujeito
O livro é composto por duas novelas.
A primeira trás como personagens principais Gerson e Edgar Wilson. Ambos trabalham no abate de porcos e apostam em rinhas de cachorro como forma de diversão. Já na segunda, a história gira em torno de Erasmo Wagner que trabalha no recolhimento de lixo de um centro urbano.
É interessante perceber como em ambas as narrativas, a autora constrói um cenário brutal e pouco romantizado, levantando pontos extremamente pertinentes pra pensarmos numa sociedade subversiva e perversa.
É uma leitura que vale muito a pena pela construção complexa dos personagens e do contexto no qual eles estão inseridos.
Me tirou completamente da zona de conforto.
Super indico!
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Matheus Monteiro 10/09/2020

A loucura dos mais abastados
Dividido em duas novelas, esse livro apresenta a escrita mordaz e brutal de Ana Paula Maia, uma escrita que caminha pelo gore e pela degradação de classes e empregos mais simples ou subalternizados pela sociedade. A primeira narrativa que da título ao livro me deixou com muitos sentimentos sobre a abordagem e a condução, e sinceramente não sei se consegui apreciar. Talvez por estar em um momento emocionalmente estressante, ler o horror no momento não foi uma boa escolha, ou talvez porque a história simplesmente me pareceu apelativa demais. A segunda, entretanto, "O Trabalho Sujo dos Outros" me pareceu mais equilibrada em seus temas e elementos. É enlouquecedora de forma sensorial (assim como as condições insalubres de seus protagonistas), apresenta mais complexidade emocional e faz duras críticas e comentários sobre a manutenção do espaço urbano e a importância de empregos que são desvalorizados pelas elites (ou simplesmente pela classe média como acontece em uma cena envolvendo buzina). Senti uma coesão muito mais forte nessa novela, inclusive na violência e pestilência que Ana Paula Maia descreve. É um livro interessante e que vale a pena ser lido.
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Hugo 09/09/2020

Com escrita violenta, Ana Paula Maia reflete sobre grupos negligenciados
Tem gente que mergulha nos livros para fugir da realidade. Mas existe escritores que usam da ficção para nos fazer lidar com um realismo indigesto. O livro 'Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos' traz personagens acostumados com o submundo que a sociedade os relega.
São duas novelas. A primeira reserva as aventuras de uma dupla de homens que trabalham em um abatedouro ilegal de porcos. A segunda narra as reflexões de um coletor de lixo sobre a hipocrisia da sociedade. Todos se tornam invisíveis aos olhos dos outros no meio do sangue e da sujeira.

Ana Paula Maia, escritora e roteirista carioca, que nasceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tem uma escrita violenta. É fácil se chocar com algumas passagens do seu livro. Tem de tudo: zoofilia, roubo de órgãos, pedofilia, homicídio. E não falo isso para te assustar ou para te afastar do trabalho de Ana Paula. É um incentivo torto. Porque todos esses temas são relacionados a personagens que não se importam mais com o lado feio da vida. Porque foram brutalizados por suas escolhas ou por simplesmente terem trabalhos que eu, você, nem ninguém quer ter.

É com essa premissa que as novelas tentam agarrar a nossa atenção. Como a sociedade deixa que parte dela se desumanize ao ponto de não ligar mais para as leis, julgamentos, o próprio corpo, a saúde. Na primeira novela, em seu primeiro capítulo, o personagem Edgar Wilson assassina uma pessoa, mói a sua carne e a vende como se fosse de porco. Ele faz isso tudo sem pestanejar, como se fosse um gesto natural. Como coçar os olhos, beber um copo d’água, respirar.

A segunda novela, ‘O trabalho sujo dos outros’, nos leva a vida em cima do corrimão de um caminhão de lixo. Escorregadio, já causou muitos acidentes. Garis que caem e morrem, ou ficam inválidos, desempregados. Erasmo Wagner é um deles. Ele sobrevive refletindo sobre a decadência do seu serviço e de como ninguém se interessa com suas mazelas. As pessoas o evitam como se ele fosse o lixo que ele recolhe.

Os momentos finais do livro lançam uma crítica a uma sociedade consumista que descarta toneladas de lixo todos os dias. O conteúdo da lixeira diz muito sobre quem a pessoa é e de onde ela vem. Em um cenário apocalíptico, uma cidade engolida por ratos e sujeira é observada por Erasmo. Toda a barbaridade aconteceu porque pessoas como ele deixaram de trabalhar.

Para mais resenhas acesse o link abaixo.

O ‘literato’ é uma plataforma que busca relacionar temas atuais à literatura, apresentar dicas de escrita criativa e compartilhar minhas histórias. É o diário de bordo de um aspirante a literato nascido em 1997.

site: https://medium.com/literato
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Re Vitorino 29/08/2020

Chocante, incrível, assustador, perfeito
Nenhuma palavra é desperdiçada em duas histórias narradas com fluidez e sem poupar o leitor da crueldade dos ambientes dos personagens. Minha primeira obra da autora e definitivamente quero mais, quero tudo.
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Júlia 28/08/2020

Brutal. Marcante. Cru. Livro difícil de digerir, com muitas cenas fortes, mas que levanta reflexões importantes. O que constrói o nosso caráter e determina nossas atitudes?
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Perolitzzz 17/08/2020

Que paulada...
A escrita de Ana Paula Maia é crua, áspera, ferina, acre, agreste, cortante e não alivia em nenhum momento dessas duas histórias.
Queria poder explicar mas eu me sinto confusa em perceber que gostei da leitura... e que vou buscar outras histórias da autora.
Um livro curtinho que eu não aconselho pra quem busca algo pra ler em 1 dia... eu não consegui.
No início achei afetado e gratuito mas de repente a narrativa foi me entregando cada analogia, cada metáfora... coisa afiada.
Fui impactada mesmo.... real!
Quem tiver com o Kindle Unlimited ativado, verá disponíveis esta e mais 2 ou 3 outras histórias.
Recomendo mas, é pra quem tiver estômago, ok?
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Peleteiro 10/08/2020

Excelente!
Lembrou-me de John Steinbeck, com o seu ?Ratos e homens?. Não pela caracterização dos personagens a partir dos diálogos, mas pela condição tratada. Pela degradação dos homens que exercem funções basilares, mas invisíveis, promovida pelas sociedades. Sem dúvidas, há aqui uma narrativa dura, crua e surpreendente. Grande obra!
Stephanie.Franco 24/10/2020minha estante
Que definição incrível! ?Pela degradação dos homens que exercem funç?es basilares, mas invisíveis?. Resume muito bem a aspereza e pungência do livro.




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