Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos

Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos Ana Paula Maia




Resenhas - Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos


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Le Vieira 04/03/2024

“Dos escombros de nosso desespero construímos nosso caráter.”
Todos aqueles afirmam não haver relação entre o ambiente em que a pessoa está inserida e o seu caráter, sua forma de ver e lidar com o mundo, deveria ler este livro. Ana Paula retrata os personagens e suas vivências com tanta frieza, e ao mesmo tempo com tanta alma. Em momento algum me pareceu ficção. O mundo é assim, as pessoas são assim. Nós só fingimos não ver.
Em ambas as histórias, homens embrutecidos vivem suas vidas com o que lhes é dado, e com o que conhecem. E quem vive fora dessa realidade não tem o direito de julgar.

“Erasmo Wagner em alguns momentos sente-se como um ruminante. Remastiga e remói lembranças mal digeridas. Os ruminantes estão condenados a mastigar de novo e de novo o que volta do estômago à boca, e não percebem isto, ruminam qualquer coisa, sem questionar. A maioria dos homens que conhece são ruminantes. E fazem isto em silêncio.”
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Ana 07/01/2024

Porcos são incapazes de olhar para o céu
O livro é composto por duas novelas e apesar do tema central em comum, elas são bem diferentes. A primeira tem uma visão cômico-crítico, parece até um roteiro de comédia, com tudo dando errado por falta de planejamento ou por descuido. Essa história não tem nada a ver com Carvão animal, ela é mais visceral, há morte o tempo todo, e Edgar Wilson demonstra uma frieza e praticidade animal com sua vida. Nela, a solução dos problemas sempre se encontra nos porcos. A superioridade da segunda, O trabalho sujo dos outros, é imensa, carregadíssima de críticas sociais incisivas. O que me impressiona na narrativa é a riqueza de detalhes sobre coisas simples e quão fidedigno isto é, ela sabe relatar experiências muito peculiares. O recheio do bolo são as reflexões muito bem trabalhadas sobre o meio e as condições dessas pessoas invisíveis na sociedade. A melhor definição para a escrita de Ana Paula Maia é: crua e crítica.
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Jão 31/12/2023

Surpreendente. Li por uma indicação já me alertando que era bem pesado. E realmente, não tem nada leve nas duas novelas que compõem o livro. Mas uma leitura rápida e direta, e já comecei outro dela.
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Lau.Assis 05/11/2023

Visceral
Qual o limite de consciência que separa o homem dos animais?
Ana Paula Maia escancara uma realidade ignorada pela maioria, traz à tona a sujeira que varremos para debaixo do tapete e todo o lixo que acumulamos como se estivessemos sozinhos no mundo.
Em dois agoniantes contos, percebemos a linha tênue que existe entre humanidade e bestialidade, e o quanto estamos mais próximos dessa última.
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Joice 05/07/2023

A vida nua e crua
Duas histórias bem marcantes, com personagens humanos que perderam a humanidade em certo ponto.
A primeira foi mais envolvente e a segunda um pouco parada.
Gostei muito, da forma que foi escrita.
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Bruna 03/07/2023

Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos
A segunda parte do livro é bem melhor. A escrita é boa e a história me deixou meio surpresa em muitos momentos, mas achei meio desnecessário o tanto de violência contra animais no livro.
Se soubesse, não teria lido?
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r.reads 02/07/2023

GATILHO: violência animal, zoofilia, necrofilia e pedófila.

1° "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" - 3.0 ⭐
2° "O trabalho sujo dos outro" - 4.0 ⭐

a primeira novela ela não é ruim ruim, mas parece muito uns contos soltos - oque consequente não traz uma ligação com o leitor - , com umas coisas que escalonam muito muito rápido e uns diálogos... que só jesus na causa.
agora a segundo... MUTIO bom.
a ambientação na vida desse lixeiro e das pessoas que o cercam foi muito muito fod@. aqui sim ela consegue explorar e "discutir" - de forma mais interessante - toda a crueldade e aspereza da vida dessas pessoas,
expondo mais essa narradora que, apesar do que aborda na história, é muito bom e envolvente

"Às vezes um colega cai do caminhão, é atropelado, infecta-se com doença contagiosa, amputa um braço ou uma mão no compactador de lixo, ganha uma hérnia de disco devido ao peso que carrega, torna-se um inválido, é afastado do trabalho e esquecido como o lixo que é recolhido nas calçadas e depositado nos aterros sanitários. Não importa sua cor, seu cheiro, seu paladar. Não importa o que pensa, deseja, planeja ou sinta. O que importa é que recolha o lixo, leve-o para bem longe e desapareça junto dele."

"Após um certo tempo rasgando asfaltos, sente que tudo em sua vida caminha para baixo. Tem o costume de abrir pequenos buracos no quintal, cavar a comida, afundar o dedo em bolos confeitados e retirar o miolo do pão. Alandelon gosta mesmo de cavar. Desde pequeno, lembra-se disso. Quando olha para alguém, ele também cava. Seus olhos são um par de cavadeiras, ele olha para alguém e imediatamente começa a cavar. A maioria das pessoas querem seguir adiante, subir na vida. Ele deseja descer, afundar-se num buraco, pois tem a impressão, que numa fenda subterrânea encontrará algo que lhe pertence, mas não sabe o que exatamente."
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Vitor 27/06/2023

A Verdade nua, crua e bruta
Ana Paula Maia é uma mestra em mostrar no cotidiano miserável as verdades que se ocultam nas figuras ?comuns?.

Numa escrita densa, crua, rasgante e sincera, ela da voz a personagens que poderiam passar batidos no dia a dias.

Pessoas normais, comuns. Pessoas que muitos acreditam que exercem funções pequenas, miseráveis, menores?

É como entrar na mente dos brutos, não de alma, mas de casca e entender que há alma endurecida naquela capa resistente, mas que risca, que é ferida.

Um retrato social de mazelas e desigualdades e personagens perfeitamente imperfeitos. Uma obra excepcional e que nos faz refletir sem a necessidade de rebuscamento. Simples, direta, nua, crua e bruta a tal verdade
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iara 16/06/2023

Vi outras resenhas que falam sobre o livro demonstrar a banalização da violência, o cotidiano violento de diversas regiões, etc, mas ainda sim me senti incomodada em diversos momentos por ser tudo muito violento e jogado do nada na sua cara, sem um aviso, um encaminhamento. enfim.
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Lu 29/05/2023

Desumano
"Não leia este livro antes de dormir, nem quando for comer", essa foi a primeira recomendação que eu dei ao falar dessa obra. Chega a ser extremamente violento, grotesco, de arrepiar não por ser assustador, mas pela banalidade que narra acontecimentos chocantes e desumanos.
Sim, desumano é uma excelente palavra para definir Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos. Apesar de ter uma linguagem e acontecimentos que necessitam de um certo estômago por parte do leitor, Ana Paula Maia demonstra, com esse livro, porque seu nome deve ser extremamente considerado na literatura contemporânea. Ela aborda temas como banalização da violência, desumanização no trabalho, trabalhadores marginalizados, desigualdade; de uma forma que impressiona o leitor, pela banalidade em que trata acontecimentos e, ao mesmo tempo, pela profundidade de suas críticas.
Mesmo não gostando de livros violentos, sinto que seria uma obrigação minha, como estudante de literatura, indicar uma obra de tanta qualidade.
Novamente, recomendo estômagos fortes.
Boa leitura :)
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Karina 25/02/2023

O céu é dos abutres
Ah, a beleza da nossa literatura!

Esse livro é definitivamente a epítome da literatura nacional. Cru, questionador e brutal. O tipo de livro que fica na sua cabeça e do qual te faz sair da sua zona de conforto. Não é um livro pra todo mundo, e é de embrulhar o estômago.

Não conhecia a autora e descobri esse livro através de uma busca incessante por autoras nacionais de suspense policial. Esbarrei nessa obra, ainda bem.

Não foi de forma alguma um livro prazeroso ou fácil de ler, mas me fez pensar em realidades que de outra forma nunca cruzariam minha mente. Dei três estrelas porque é um livro bom, mas que, pra mim, não foi particularmente inesquecível ou marcante. Ainda assim, definitivamente pretendo ler as outras obras da autora!
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@tigloko 11/02/2023

"Medir os fardos e contar as bestas"
O livro é composto por duas novelas que tem como temática os homens-bestas, pela definição da autora. Homens que fazem o trabalho sujo e sobrevivem a sua maneira. A primeira delas seguimos a vida de Edgar Wilson como abatedor de porcos. O seu olhar frio e desinteressado pelo mundo se reflete na sua profissão. Sempre com uma visão prática para tudo que o cerca.

A segunda é sobre Erasmo Wagner, um coletor de lixo, seu irmão Alandelon que quebra asfaltos e seu primo Edivardes, desentupidor de esgotos. Acompanhamos a dificuldade dos seus trabalhos, a forma seca e brutal que encaram suas vidas.

Foi uma grata surpresa esse livro. É uma leitura fluída mas ao mesmo tempo densa, por tratar de temas tão pesados. Situações que não paramos para olhar uma segunda vez com atenção, como a dificuldade de um coletor de lixo em um dia de chuva forte, a saúde de uma pessoa que desentope esgotos sem a devida proteção, a audição prejudicada a longo prazo em usar uma britadeira o dia inteiro.

Foi o motivo principal para eu gostar tanto do livro, a forma incrível que a autora trabalha essas situações, apesar de os personagens serem bem simples, sem muitas camadas. Mesmo nessas situações cotidianas ela coloca alguns elementos absurdos que você só espera em uma história tragicômica.

Mas de antemão aviso que não é um livro para quem tem estômago fraco. A autora não poupa detalhes de como funciona a vida desses personagens. E dos extremos que estão dispostos para resolver os problemas. Gatilhos é o que não falta por aqui, fica o aviso.

Não pesquisei a fundo mas parece fazer parte de uma série. Com certeza lerei os próximos em seguida, recomendo.
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Andreia 26/01/2023

É uma leitura difícil, com uma linguagem nua e crua. Em Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos, a autora mostra o dia a dia de pessoas excluídas, que trabalham em empregos insalubres, que ninguém desejaria realizar, mas que pelas circunstâncias sociais, sempre terá alguém que irá desempenhar essas funções.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira conhecemos Edgar Wilson que trabalha em um abatedouro de porcos e, na segunda parte, conhecemos Erasmo Wagner, que trabalha como gari. Não é um livro com grandes reviravoltas, nessas duas novelas conhecemos o cotidiano e as violências que esses dois homens sofrem diariamente.

É um livro que possui muitos gatilhos e muitas cenas de violência explícita. Não acredito que seja um livro que vai agradar a todos os leitores, mas eu gostei. Foi um livro que me fez refletir muito sobre essas pessoas que tem um trabalho super importante para a sociedade, mas que mesmo assim são invisíveis a esta mesma sociedade. Recomendo a leitura, ressaltando que o livro possui muitos gatilhos, que podem incomodar pessoas mais sensíveis.
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Nazrat 11/01/2023

Porcos, cães e lixo
Não canso de me impressionar com a leitura desta autora. Apesar de parecer monotemático (pelo menos no meu histórico de leituras dela), sempre há algo a acrescentar na história de seus personagens aparentemente comuns. São vidas de pessoas que não tem nenhum luxo, que precisam trabalhar e fazer o serviço sujo da sociedade, que foram lapidadas para tanto e se embruteceram em tais funções. Mas, ainda assim, é possível ver um lampejo de esperança e de luta e tentativas de modificar sua realidade, apesar do esforço hercúleo necessário para de fato obterem algo mais.
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Loba Literária 05/01/2023

Definitivamente não é um livro para fracos de estômago. Eu já entrei sabendo de todo o abuso animal (afinal, é o título), mas fiquei incomodada. São duas novelas juntas em uma só, e essa capa é linda.
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