Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite

Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite Fal Azevedo




Resenhas - Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite


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Rodrigues 27/07/2009

Belo livro!
Cheguei ao livro por indicação da Cora Rónai que recomendou muitíssimo a obra e o blog da autora, o Drops da Fal. Fui primeiro ao blog e fui conquistada de cara. Fal tem profundidade e humor em doses perfeitamente administradas. É carinhosa sem ser boazinha. É confessional sem ser constrangedora. É inteligente e, costurando tudo isso, escreve bem pra caramba!

Do blog para o livro foi um passo e, de novo, não me decepcionei. Não tenho lá a melhor das relações com essa estrutura fragmentada e de tendência depressivo-agressiva que caracteriza boa parte dos autores nacionais da última geração. Mas, lendo “Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite”, lembrei que o que importa não é tanto a forma da obra literária e sim o quanto ela é realmente bem escrita. E esta é.

Todas as características que listei para o blog, são encontradas no livro e, com a mesma mistura de riso e choro, acompanhamos um recorte da vida de Alma, artista plástica, professora bissexta, que coleciona perdas e amigos com a mesma intensidade. Alma não tem uma vida bonita – e preciso dizer que isso incomoda – mas quando terminamos a leitura estamos tão conquistadas por ela, quanto ficamos depois de uma visita ao blog da Fal.
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sandrinha cacau 17/04/2010minha estante
Gostei em parte...achei meio confuso... mistura presente, passado e receitas de bolo, de bebida, textos de e-mail sem sentido... sei lá... acho que o conteudo é bom, mas está embaralhado.


Ju Furtado 25/04/2010minha estante
Adorei sua resenha. Bem completa e transcreveu em palavras o que não consegui! ;)




Ladyce 24/06/2010

Fal Azevedo assombra!
Tenho um fraco por esculturas. Num seminário em história da arte, há muitos anos, escrevi um artigo sobre o uso do espaço vazio, do vão, digamos assim, como parte vibrante das esculturas de Henry Moore e Giacometti: no trabalho de ambos e de maneiras diferentes, o que não está presente, o buraco (em Henry Moore) ou o espaço à volta (em Giacometti) tem uma função tão grande, tão intensa que faz parte da escultura que vemos, que analisamos, com o mesmo peso que as formas do bronze nos fascinam. Este é o vazio positivo, sentido mas não visto, que conta com o ausente, tanto quanto o que está exposto. Pensei nesse artigo, enquanto lia o romance de Fal Azevedo, MINÚSCULOS ASSASSINATOS E ALGUNS COPOS DE LEITE, Rocco: 2008. Nele, o que não é dito, conta. Fala. Nos move e comove. A eloquência desses pequenos silêncios pode ser vista no minúsculo parágrafo, que cito aqui por inteiro:

”O gato amarelo veio fumar comigo. Ele morde meu dedão, charmosa tentativa de me convencer de ir até a cozinha. A coisa mais fofa nesse gato é que, quando eu choro, ele apoia a pata no meu rosto. Como agora.”

O texto segue, com outro assunto, com outro momento.

Quantas vezes ela precisou chorar para perceber esse comportamento do gato? Por que chorava? O conforto de um gato seria o único conforto dado à autora dessas frases? Não sabemos, não nos é explicado. Passamos rapidamente para o assunto seguinte. A vida é curta. Há muito acontecendo. O peso do passado também assombra. No entanto, o sofrimento implicado pelo texto fala alto. E nos cala. Fal Azevedo trabalha com a elipse, a omissão do sentimento retratado, assim como Henry Moore trabalhava com um buraco no meio do corpo de uma mulher reclinada. Tanto em um como no outro, cabe ao leitor/observador fazer a conexão, participando ativamente do encontro. Envolvendo-se. O resultado sedutor, mostra um texto, que carregado de tristeza, consegue ser leve, irônico e muito, muito agradável.

Presenciamos nesse romance a chegada de Alma, personagem principal, à segunda metade de sua vida. Aos 44 anos, já viveu muitas vidas e mortes. Homeopaticamente conhecemos um pouco destes eventos através de lembranças doloridas, de cicatrizes mal curadas. Tudo é passado a limpo: as dezenas de passados, as dúzias de vidas. Alma escrupulosamente exorciza seus fantasmas e nos lembra dos nossos. É impossível não ter empatia. É impossível ignorarmos a nós mesmos. O que lhe vem à mente, chega em pequenos parágrafos, camafeus de potencialidades perdidas, nódoas de sofrimento físico e emocional do passado que ajudam a caracterizar o dia a dia de um tempo mais atual, que também presenciamos. Estes são quase entradas em um diário, que têm como pano de fundo, o passado. O estilo é sucinto. Twitter sucinto. A cada parágrafo um tempo, uma realidade. E sempre, sempre a angústia das vidas vividas. O medo. A dor. A consciência da solidão.

De grande auxílio é o formato do texto: intercala o tempo mais contemporâneo com as lembranças do passado, em diferentes parágrafos. Cada qual tem sua própria aparência gráfica, o que facilita o entendimento da trama. Este artifício simplifica e esclarece também um quase fluxo de consciência que nos permite conhecer Alma intimamente. Conhecemos os eventos. Imaginamos as emoções.

Apesar da tristeza latente, das dores auto-geradas e das auto-impostas, das frustrações e sofrimentos dessa mulher, uma artista plástica em busca de uma identidade profissional, esse romance é repleto de otimismo, de gosto pela vida e de humor. Oferece então, ao leitor, uma válvula de escape e um ponto de apoio nas lutas diárias pela sobrevivência física e emocional. Sem ser piegas, sem ser auto-ajuda essa história nos força a refletir sobre a nossa própria existência e nas ramificações dos nossos atos.

Eu poderia continuar nesse tópico por muito tempo. De especial ironia são as cenas e os pensamentos na galeria de arte. Tão real… Mas quem não gostaria de ter os amigos de Alma como amigos? E de receber emails tão precisamente relevantes quanto ela? Tão irônicos e concisos? E quem não gostaria de ter como vizinho um Seu Lurdiano, que como um anjo da guarda, alimenta sua amiga com comida do corpo e da alma? Quem não gostaria de um amigo com quem se pode ficar calado por algumas horas na mais perfeita intimidade?

Mas nenhum desses amigos, nenhum desses emails, se os tivéssemos, nada, conseguiria dar ao leitor o prazer desse texto e os parâmetros para a auto-reflexão que esse livro consegue gerar. Aqui fica a sincera recomendação para a leitura desse pequeno mundo mágico de Alma. Um dos melhores livros que li em 2010 e certamente um dos mais interessantes livros que li de autor brasileiro há muito, muito tempo. Não percam.
Rosa Santana 25/06/2010minha estante
Ganhei de amigo secreto esse livro. Ele está na minha fila. Só que, quando é da gente, fica mais tempo agüentando o peso dos outros...
Gostei muito da sua resenha. Vou ver se o leio por agora...


Katia Rejany 29/09/2010minha estante
Sensacional...




Renata CCS 14/12/2018

A interminável morte que é o viver.
"Aceitar as adversidades da vida é mostrar pra ela que você faz questão de viver." (Charlison Daniel)

Alma, 44 anos, artista plástica, é a narradora de MINÚSCULOS ASSASSINATOS E ALGUNS COPOS DE LEITE, da escritora Fal Azevedo, que nos presenteia com uma escrita com construção diferente, que não segue os padrões (se é que isso existe) dos romances que circulam por aí. A autora esbanja sensibilidade e bom humor para tratar, acima de tudo, de perdas.

O livro é um mergulho na vida de Alma, e é pelo olhar dela que nos movimentamos, percebemos o mundo e somos sugados pela história. A protagonista vai relembrando fatos de sua vida, que é, em grande parte, composta por muitas dores e perdas. Mas engana-se quem achar que o livro faz o gênero “pobrezinha de mim”, pelo contrário: a protagonista sabe rir de si mesma e tem consciência dos seus erros e suas consequências, tudo isso envolvido num humor inteligente e irresistível.

O livro tem uma linguagem despreocupada, mas não é, em nenhum momento, descuidado. A obra de Fal Azevedo permite refletir sobre a vida e, principalmente, sobre a morte. E a morte, mais que uma presença, é quase protagonista, mas, como já mencionei acima, isso não quer dizer que a vida de Alma seja só lamentos: é uma vida comum, com altos e baixos, como a de todo mundo. Poderia ser essa a narrativa da vida de qualquer um: a tristeza que Alma expõe ao leitor não é intimidante, porque é a nossa prostração do dia a dia, aquela inevitável. A narrativa segue serena, pulverizada de frases reflexivas, delicada e extrovertida, sem grandes sobressaltos, apenas como a vida deveria ser apreciada com delicadezas e contemplações de quem quer seguir tranquila na busca de sua felicidade pessoal.

Não há uma ordem cronológica na narrativa, a trama é fracionada, e não apenas salta de um tempo a outro, mas também de um estado a outro. Fal afronta o senso comum, denuncia as inquietações resultantes das batalhas que todos nós enfrentamos no dia a dia. A sua escrita reproduz a realidade dos que moram nas grandes metrópoles: pessoas com respiração curta, afobadas, que sempre têm pressa. E não tem isso de ver o desagradável sem se importar. Vê-se o que desagrada, o que aborrece, o que não é (nada) bonito. Vê-se o choro, as vontades, as alegrias, as estranhezas e as dúvidas. Vê-se a vida, enfim, com os minúsculos assassinatos que todos nós cometemos todos os dias.

Densa, bem humorada, inquietante e sombria, sem que isso signifique depressiva, a narrativa de Fal Azevedo é a voz da valorização sensível e crítica do mundo, e uma consciência delicada e profunda a respeito da condição humana, constantemente a mercê da paixão. Não fosse o talento de Fal Azevedo, com seu humor imbatível, o livro traria na certa o aroma da angústia.

MINÚSCULOS ASSASSINATOS E ALGUNS COPOS DE LEITE é um livro emocionante e envolvente. Seu ritmo é perfeito, há capítulos encantadores, bem escritos e bem pensados, que nos pegam pela mão e levam a uma história sobre uma dor gigantesca, e aos limites dessa dor e a superação, até onde isso é possível.

Ficamos em estado de profunda reflexão ao término da leitura. Parece mentira, mas não é difícil encontrar quem coloque a literatura nacional na estante das coisas dignas de aplausos.
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Tito 29/06/2010

Um inventário em dois tempos das derrotas, auto-sabotagens e perdas diárias, tanto grandes quanto pequenas, de Alma, uma artista plástica de 44 anos refugiada da própria vida. Um relato feminino, sofrido e, sobretudo, melancólico, com alguns achados de forma e algumas preciosidades de conteúdo.
Katia Rejany 04/07/2010minha estante
O proximo da lista...




Viviane 15/03/2011

Freud teria adorado
É um relato biográfico com discursos paralelos, capítulos com nome de comida e inserções de receitas, e-mails e trechos de correspondências. Os personagens têm desajustes um tantinho além da média, as relações são problemáticas e os vícios fogem do controle, o que para um leitor um pouco mais certinho dificulta a empatia e inibe qualquer admiração. Não gostei do livro durante a maior parte do tempo.
Então descubro que mesmo (supostamente) não gostando, minha leitura não foi interrompida nenhum momento entre a primeira palavra e o ponto final. Fiz tantas marcações de frases (às vezes páginas inteiras) e sinalizações que meu livro ficou parecendo exemplar de estudo. E ainda que minha realidade não se pareça em nada com a da obra, compreendi cada um dos personagens e seus problemas.
Ainda não tenho certeza se gostei do livro, mas concordo com a Alma na suposição de que Freud a teria adorado.
DIRCE 20/03/2011minha estante
Gostei da resenha, mas vou dar um tempinho: tenho outras prioridades.




DANI 04/04/2010

Como "enterramos" as nossas próprias dores ao longo da vida?!
Estou simplesmente encantada com este livro. É de uma sutileza comovente... que quando vc menos espera se vê dentro do livro se indagando como se fosse a personagem principal."minusculos assassinatos e alguns copos de leite" fala sobre a forma com que lidamos no dia-a-dia com os nossos minúsculos assassinatos, ou seja, com as perdas, desilusões, tristezas, que correspondem aos minúsculos assassinatos ao longo de nossas vidas, e quantos copos de leite nos despedimos daquilo que perdemos.
A Fal Azevedo nos abre o caminho para que possamos questionar a nós mesmos, aonde e como chegamos aos dias de hoje, quem é essa pessoa que nos tornamos e quais as concepções que se mantiveram vivas ao longo desse caminho.
É simplesmente apaixonante!
Leiam!
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Ju Furtado 25/04/2010minha estante
Dani, que livro é esse??? Meu Deus, uma das obras mais lindas e profundas que já li na vida! E adorei sua resenha!




Ju Furtado 25/04/2010

Um livro inadiável (plagiado da orelha)
Vou escrever o que postei no meu blog, porque não consigo me expressar melhor sobre esta grande obra prima.

Texto da contracapa: "Eu choro, sabe? Eu choro poque a dor não me deixa respirar e mesmo assim eu respiro fundo e solto o ar em oito tempos, como nos exercícios da aula de canto. Enquanto bato claras em neve e meço a quantidade de leite para o suflê, enquanto ralo o queijo e penduro a roupa no varal, enquanto misturo as tintas, enquanto lavo os pincéis. Choro porque sou impotente, porque tudo posso. Eu choro quase sempre, quase o tempo todo, porque o humano que há em mim se atira do parapeito e não há volta. Mas eu volto. Todas as vezes. Todos os dias."

Esta é uma prévia do que este livro oferece. Nada o descreve melhor que um sonoro e libertador P.Q.P.
Escrito. Por extenso. E gritado a toda a força dos pulmões.
Ps.: Neste caso, "nada" não é uma palavra forte demais. Equivale a uma síntese da expressão "porra de língua de portuguesa que foge quando a emoção pede voz."
Tenderam? LEIAM.

Ps.: Adorei as resenhas da Ana Rodrigues e da Dani.
Ps2: Sandrinha Cacau, se eu puder sugerir algo, sugiro a releitura. Na minha modesta (mas ousada) opinião, vc não entendeu o livro... e isso é quase imperdoável!:-)))))
Renata CCS 23/10/2013minha estante
Depois de ler sua resenha e a da Ladyce, fiquei instigada a ler este livro. Vai para a lista de futuras aquisições.




Carol Angeli 19/11/2009

Para rir e chorar junto. É emocionante, dolorido...
Bom demais!
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Nana 14/02/2010

Um livro triste sobre perdas e dor!
Uma história cheia de sentimentos, perdas, questionamentos e muita dor.
Com grande sensibilidade e um senso de humor inteligente , a autora divide com o leitor as emoções da personagem Alma, uma mulher atormentada com suas emoções, seus medos, angústias e frustrações.
A narração oscila entre acontecimentos atuais e lembranças do passado.
É um livro emocionante, bem escrito, de leitura rápida e fácil, mas bem profundo!
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Try4Any 25/07/2023

Muito bom!
O livro tem uma estrutura estranha com duas linhas, uma que conta o que já ocorreu e outra que conta o que ocorre, que a primeira vista confunde mas após se situar nisso, vc consegue seguir de forma muito fluída a leitura.

a autora usa muitos artifícios legais, que conforme acontece algo na história a escrita se adapta, onde a autora escreve receitas, cortes de cartas, emails, sotaques, gírias, o que faz o leitor ou nós, se aproximar de Alma, a protagonista. A escrita também muda quando a personagem tem um surto e fala meio confuso, ou com gripe e funga muitas vezes, por causa do nariz escorrendo.

o problema desse livro é a falta de rumo na história, muitas vezes eu conseguia parar no meio do capitulo e continuar lendo sem ter que esperar chegar no meio ou em tal capítulo pra parar de ler, tornando fácil eu voltar a leitura, mas em contra partida a qualquer momento eu poderia parar de ler.

livro muito bom pra ler se vc não tem muito tempo, pra leituras rápidas e você se divertir um pouquinho até ter que voltar as tarefas do dia a dia. recomendo!
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Bete Lima 18/12/2010

Um verdadeiro soco no estômago - assim pode ser definido 'Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite', primeiro romance da paulistana Fal Azevedo, que, invariavelmente, leva o leitor a reavaliar suas relações familiares. O livro conta a história da pintora quarentona Alma, que mesclando os papéis de biógrafa e biografada, paciente e analista, passa a limpo sua sofrida trajetória, constituindo uma delicada colcha de retalhos da vida e virando do avesso quem se propõe a acompanhá-la nesta jornada marcada por perdas, feridas e cicatrizes. Afinal, a indesejada morte sempre nos pega de surpresa e rouba um pedaço da gente.
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Wanessa_Gabriela 09/09/2023

Sim! É um lugar feliz!
Há uma proximidade assustadora entre medo e desejo. O que temos medo que aconteça, temos na realidade desejo que aconteça??
.
A leitura psicológica desse livro é profunda. Desde amores em Édipo que carregam a mão na dependência por relações a posteriori de natureza parecida, porém mais grave; até a inércia pela culpa ou pelo sentimento de incapacidade.
Uma vida carregada de muitas perdas, recomeços, desvalorização/valorização. Gostei de como a arte é abordada nesse livro! De como o auxílio, que acredito ser, de pessoas que estão na mesma situação é demonstrado, trazendo intimidade, carinho, irreverência e seriedade.
Do título estendo a reflexão. Sim, a cada momento de choque, tristeza, decepção, indignação, agressão, violência de qualquer tipo contra sua mente, há minúsculos assassinatos internos que refletem em quem somos.
Seu Lurdiano merece destaque, pois, nas cidades do interior geralmente se conhece um Seu Lurdiano, claro que não tão maravilhoso quanto.
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GilbertoOrtegaJr 20/12/2015

Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite – Fal Azevedo
Eu acredito que cada livro é um livro, prefiro pensar assim do que seguir o método de se não gostei de um livro de um autor não gostarei de nenhum, e é assim que eu acabo dando novas chances a autores que li um livro e achei chato. É este o caso da escritora Fal Azevedo, quando li seu primeiro livro Sonhei que a neve fervia (uma obra onde ela mostra como viveu o primeiro ano após a morte do seu marido), no caso não gostei tanto deste primeiro contato, mas notei que tinha um estilo muito interessante ali que adoraria ver na ficção, o que acabou me fazendo procurar o seu livro anterior Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite.

Livro em mãos comecei a ler, e fui sugado pelo livro, que de forma fragmentada conta a história de Alma, uma pintora de meia idade que vai relembrando fatos de sua vida, que é em grande parta composta por muitas dores e perdas. Mas o livro não é do tipo coitadinha de mim, pelo contrário a personagem sabe rir de si mesma, e sabe ser consciente a ponto de entender quando foi que ela errou, e quando foi que ela acertou.

De forma não linear e fragmentada será mostrado a infância com os pais em uma espécie de comunidade hippie até o momento atual onde al vive em uma casa cheia de cachorros e ao lado do seu vizinho inseparável, passando é claro pelo divórcio dos pais, a morte da irmã, relacionamentos abusivos e vícios, muitos vícios desde comida até mesmo remédios, ou relacionamentos abusivos.

Isso não quer dizer que a vida de Alma seja um mar de tristeza a ponto de após o livro o leitor ficar na fossa, ela é uma vida normal, com momentos tristes e momentos alegres, mas é claro que a alegria é muito mais fugaz que algumas marcas que a pessoa carrega ao longo da vida.

Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite pode ser delicioso como as várias comidas que dão nome aos capítulos, mas a comparação mais apropriada é uma granada de mão que é atirada contra o leitor e explode, ferindo-o com os seus vários fragmentos deixando não somente marcas, mas também em estado de profunda reflexão ao término da leitura.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/12/20/minusculos-assassinatos-e-alguns-copos-de-leite-fal-azevedo/
Renata CCS 21/12/2015minha estante
Eu tb adorei este livro!


Rosa Santana 10/01/2021minha estante
Estou lendo
Estou lendo. Tinha me
Prometido que, se fosse estilo neve fervendo abandonaria logo. Ainda não deixei, então...
Agora é seguir para ver qual é a da Alma.
Fal Azevedo foi muito comentada no grupo de leitura que tínhamos no Orkut. Algumas pessoas de li choraram litros lendo a neve...




Manuela do Prado 17/07/2020

"Ficar velho é falar o nome errado pras coisas e ficar bravo quando nos corrigem..."
Me entreguei a essa leitura sem qualquer recomendação ou perspectiva, apenas atração pelo título, sinopse e, devo admitir, arte da capa em seus tons pastéis. Fal Azevedo não decepciona; o livro é uma miscelânea de memórias, em sua maioria dolorosas, mas notavelmente sinceras, contadas por Alma: filha de pais que lhe amaram muito insuficientemente, artista plástica, melancólica, quarentona com um senso de humor ácido, porém cativante, e também profundamente arrependida. O enredo é disposto de forma alternada entre passado e presente sem que o leitor perca o fio da meada da vida da personagem, sendo fácil imergir em suas dores, dúvidas, anseios, tristezas e grande solidão. Livrinho curto e intenso, com uma história fora do lugar-comum que com certeza valeu a chance que lhe foi dada.
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