A biblioteca da piscina

A biblioteca da piscina Alan Hollinghurst




Resenhas - A biblioteca da piscina


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Anna 14/01/2021

A jornada é mais importante...
Nossa, gostei demais desse livro e não esperava isso. Confesso que pedi ele no skoob pela capa, tinha uma vaga noção da história apenas.
Mais que um livro gay, é uma história de amadurecimento. O nosso personagem principal vai crescendo ao longo da história, deixando de ser um bon vivant para se tornar um lorde.
Não é um caminho fácil e os demais personagens, ao mesmo tempo que trazem um colorido para a história, trazem tambem angústia e sua própria cota de arrependimentos.
Não é um livro para qualquer um (tem cenas gráficas de sexo entre homens), mas eu gostei muito!
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Locimar 06/09/2020

" Biblioteca da Piscina, de Allan Hollinghurst, é já considerado um clássico pela relevância social daquela época, com um assunto emergente mas ainda altamente vedado pelo preconceito e pela vergonha. Este é um livro sobre homossexualidade na cultura inglesa, intercalado entre os anos 50 e os anos 80. A escrita de Alan Hollinghurst é soberba. Ele escreve com o coração veloz, sem ornamentos desnecessários, de quem deseja dizer o que realmente diz. Sem pudores, sem moralidades desajustadas, refletidas numa personagem segura de si mesma, seguro das suas preferências sexuais e do seu modo de estar na vida: William é a personificação da segurança, de um amor próprio narcísico"
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Arthur.Afonso 14/06/2020

Drops - Jungle
Biblioteca da Piscina nos mostra a vida do Will, um jovem inglês gay, inteligente, bonito, branco e rico que vive sua vida sem grandes obstáculos às custas dos seus privilégios. Em um determinado ponto da história ele encontra o velho Charles, um senhor de oitenta e poucos anos que viveu histórias intensas ao longo da sua vida, envolvida muitas vezes por romances com outros homens.
Charles propõe ao Will que ele escreva sua biografia a partir de uma série de diários e textos produzidos pelo próprio lorde. A história então se desenvolve na dicotomia dessas duas vivências homoafetivas em momentos distintos da história, que apesar de um certo gape temporal tem muita coisa em comum entre eles.
Confesso que apesar de não ter fortes emoções com esse livro fiquei encantado com a construção de cenas e o desenvolvimento de personagens que o autor fez.
Nós acompanhamos o Will no seu dia dia, sob sua perspectiva, e o autor nos passa uma experiência bem real do cotidiano das relações de um jovem gay privilegiado. Mesmo a história se passando na década de 80, ainda se encaixam muito com a nossa atual realidade.
Além disso, o livro traz uma boa descrição da realidade de homens gays em idade avançada, como essa fase pode ser solitária, melancólica e saudosista. Principalmente quando se trata do período histórico de 1980.
Outro ponto a ser destacado é que conseguimos extrair problematizações importantes sobre a hiper sexualização dos homens pretos, além da solidão afetiva que muitas vezes arrebata essas pessoas.
Ao conhecermos o James, amigo do Will que é um homem gay preto, vimos que mesmo tendo inúmeras qualidades - intelectuais, profissionais, emocionais e físicas - ele se sente muito solitário e desvalorizado em suas relações afetivas. Infelizmente conhecemos pouco sobre sua vida e ele acaba se tornando o estereótipo do personagem preto amigo do homem branco que não ganha muita visibilidade na história, apesar de ser muito interessante.
É um livro muito linear, sem avalanches emocionais, mas muito sensível em determinados momentos, principalmente quando tomamos conhecimento sobre a vida do Lorde Charles. Não é um livros com frases de impacto, mas com textos muito bonitos, que mexeram comigo. A escrita do autor é muito bem elaborada. Me senti sensibilizado em várias partes e no final da leitura eu gostei muito do fato do livro não ter finalizações. Ele simplesmente conta a história de um período da vida do Will, sem a necessidade da gente ter que saber toda as resoluções de suas inquietações e nem mesmo sabemos sobre todas elas. Ele definitivamente me deu vontade de querer me aprofundar na história dos outros personagens que cruzam com a do Will.
Enfim, um livro que poderia discorrer sobre horas a fio, e com muita coisa pra ser debatida. Com certeza eu irei lê-lo daqui alguns anos, hoje minha vida se parece muito com a do Will, e gostaria muito de uma releitura sob a perspectiva mais próxima da do Charles. Além disso, seria uma ótimo livro para construção de episódios seriados.
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Josh 16/04/2019

Fraco
Por ser o primeiro livro do autor, é possível perceber um certo amadorismo: trama fluida demais; personagens sem arco dramático, um tanto desinteressantes e sem muitas diferenças entre si; ausência de maiores conflitos; texto um tanto inchado e um final tão solto quanto vago. Com uma tônica mais pornográfica do que propriamente erótica.
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Rodrigo.Weit 05/05/2017

Um romance de estreia digno de veterano. Clássico imperdível!
Will Beckwith é um jovem aristocrata gay, que aos 25 anos, experimenta sua “belle époche” durante o muito especial verão de 1983, o último vivido na despreocupação decorrente da liberação sexual antes da epidemia da AIDS, marcando o fim trágico de uma época. Will é rico e não trabalha – vive muito ocupado entre suas horas de ócio e exercícios físicos no clube Corry e suas aventuras sexuais pelos locais de encontros gays que Londres tem a oferecer. Ele é lindo e aparentemente irresistível e passa por um período de aguda paixão por si mesmo. O livro é narrado por esse herói improvável, que fará a exposição crua de sua vida durante o verão que ocorrerá a história. Na verdade, não há propriamente uma história, mas sim a sucessão de acontecimentos comuns na vida irregular e hedonista de Will. No entanto, a escrita de Hollinghurst é tão excepcional que hipnotiza e nos faz percorrer um mundo aparentemente superficial com grande prazer e continuado interesse. Romance de estreia do autor, foi aclamado e premiado: Stonewall Book Award (1989), Somerset Maugham Award (1989), Lambda Literary Award for Gay Men’s Debut Fiction (1989).
“A Biblioteca da Piscina”, romance de estréia do autor, conseguiu superar minhas expectativas, já bem altas depois de ter lido o excelente “A Linha da Beleza”. Com sua prosa elegante, fluida e envolvente, poderia continuar acompanhando a vida de Will e suas andanças por Londres por muito mais tempo. O próprio relato de Charles é delicioso e cheio de traços do passado que enriquecem nosso entendimento sobre a vida gay ao longo do século vinte. Terminei a leitura com vontade de mais e já sabendo que é um daqueles livros que merecem uma releitura. Imperdível!
Resenha completa link abaixo.

site: http://www.literaturagay.com.br/a-biblioteca-da-piscina-alan-hollinghurst/
Daniel 21/02/2019minha estante
Adoro este livro! Também recomendo com ênfase




Daniel 04/07/2012

Amor e amizade
Gostei muito desse livro. Terminei uma releitura, e minha impressão só melhorou.

William, o personagem principal, é um jovem rico, bonito, gay e bem resolvido de 25 anos, que vive em Londres no começo dos anos 80. Paralelamente a seus relacionamentos afetivos, ele inicia uma amizade com um senhor mais idoso, Charles Nantwwich, que deseja que Will escreva sua biografia. Charles na juventude foi administrador de colônias do Império Britânico na África. Através dos diários de Charles, que foram entregues a Will para que este colha os dados biográficos, tomamos conhecimento da juventude de Charles, no tempo em que a homossexualidade era considerada crime na Inglaterra.

Histórias engraçadas, sensuais (as vezes bem explícitas) e comoventes se entrelaçam. É interessante comparar as descrições pudicas nos diários de Charles com as experiências nada recatadas de Will nos clubes, cinemas e discotecas de Londres. Mas mais que os relacionamentos amorosos ou puramente sexuais, são os laços de amizade com o médico James ou com o velho senhor Charles que marcam as partes mais emotivas.

O título, um tanto estranho em português, tem várias interpretações ou sentidos: Will explica que os monitores de sua escola eram chamados de "bibliotecários"- o da Capela, o do salão, o do críquete. Will foi designado como o "bibliotecário da piscina". Quando adulto, Will recebia emprestados livros gays do salva-vidas da piscina do clube; e ainda: na casa de Charles a sua biblioteca ficava num porão onde havia um mosaico da época do império Romano, representando uma cena numa piscina.

Os temas principais do enredo: as difíceis relações entre as pessoas (relações familiares, homoafetivas, sociais, etc); a evolução de como a homossexualidade era vista no século XX na Inglaterra; e a homofobia, presente desde as experiências desbravadoras de Charles, passando pelo ataque de skinheads sofrido por Will, chegando à prisão "armada" de James.

A trama guarda surpresas para o protagonista Will (e para o leitor), sobre o destino entrelaçado do passado de alguns personagens... E todo o romance de certa forma homenageia Ronald Firbank, um escritor gay britânico desconhecido no Brasil.

Ao mesmo tempo em que há muita sedução e sexo no livro, há da mesma forma a melancolia da decadência física, da perda da juventude e da beleza. A velhice assombra o livro, e isso é ainda mais assustador num meio onde o que manda é você ser jovem e lindo. O jovem Will percebe um padrão se repetindo, sua vida espelhada na vida do velho lorde, seus desejos sendo os mesmos, apesar da diferença de idade e dos costumes das épocas diferentes.

Alan Hollinghurst é um autor tão competente que mesmo num livro com temática restritiva - uma história onde praticamente todos os personagens são gays (não há uma personagem feminina! A irmã do protagonista é apenas citada) - ainda assim cria uma leitura interessante, independente da orientação sexual do leitor. O leitor tem que só ficar um pouco atento com alguns nomes. São tantos personagens masculinos, com nomes às vezes parecidos, que pode haver alguma confusão.
Os principais são (sem spoiler!):

- William Beckwith, Will, 25 anos, o protagonista que narra sua história
- Charles, Barão Nantwich, 83 anos, aristocrata ex administrador de colônias do Império Britânico;
- Arthur Hope, namorado negro de Will, da classe operária
- James Brook, melhor amigo de Will, médico, fã do romancista Ronald Firbank
- Bill Shillibeer, treinador de meia idade do Corinthian Club (ou Corry)
- Phil, garçom de um hotel de luxo que Will o conhece na piscina do Corry
- Ronald Staines, fotógrafo "artístico" de apelo homoerótico
- Sir Denis Beckwith, avô conservador de Will
- Rupert ou Roops, sobrinho de Will, de 6 anos de idade
- Abdul: o cozinheiro do clube de Charles
- Taha: empregado africano de Charles
- Colin: outro frequentador da piscina do Corry, que foi fotografado por Staines


Felizmente toda a ação se passa sem ser assombrada pela AIDS, que traria novas mudanças, ainda mais radicais, a partir daquela década - tema que é abordado em outro livro deste autor, "A Linha da Beleza".

Mesmo sendo de gerações muito distintas, Will Beckwith e Charles Nantwich acabam tendo muita coisa em comum, além da homossexualidade e das origens na alta classe social inglesa, mas isso não oferece proteção total contra o preconceito. O livro é uma celebração ricamente elaborada do prazer masculino e enfatiza a importância de se familiarizar com a dor daqueles que vieram antes.

Rotular é péssimo, restritivo, mas vá lá: é o melhor livro gay que já li.
Nanci 26/02/2016minha estante
Daniel,
Sua primeira resenha me convenceu sobre o autor, de quem comprei os 3 livros que você me recomendou (indiretamente). Comecei por "O filho do desconhecido" - edição de Portugal. Vou aproveitar sua lembrança sobre A biblioteca... e abrir espaço na fila para o Alan.


Daniel 26/02/2016minha estante


Nanci, este é o meu livro preferido do Allan Hollinghurst.


Arthur.Afonso 14/06/2020minha estante
Acabei minha leitura ontem, contemplado demais por sua resenha!!! Ótimo livro




Lucio 20/10/2009

Vale a pena.
O texto é de 1988, primeiro romance do autor. Publicado no Brasil pela Editora Record, em 1999. É um romance gay, tão gay quanto Hollinghurst. Que fique claro: um livro escrito por um gay, para leitores gays.
As mulheres praticamente não existem. São invisíveis nesse universo. A única de que me recordo é Philippa, irmã do protagonista Will Beckwith. E ainda assim, ela é apenas citada, e fora isso, só aparece numa rápida conversa ao telefone.
As muitas descrições de arquitetura, bem como vestuário, denotam erudição do autor, que dedica parágrafos substanciais a elas, mas com o dom de ser menos monótono que informativo.
O escritor também enfatiza sutilezas, dando poesia ao livro. Num trecho em que o protagonista está num clube para meninos, assistindo a uma luta juvenil de boxe, descreve como os aplausos para o vencedor são carregados de simpatia pelo perdedor. E num outro momento, ao se recordar de um problema que deixara mal resolvido, compara a lembrança a uma rápida olhada de binóculos, quando se vê um gesto violento, e por reflexo volta-se a mirar para a cena, ajustando o foco.
William Beckwith é um jovem de 25 anos, homossexual desde que se entende por gente, e vive em busca de aventuras sexuais. Não precisa trabalhar, pois o avô, um lorde, passou a ele e a irmã a sua herança ainda em vida, e ele vive de forma preguiçosa e promíscua. Proibido de dirigir devido a uma miopia, circula por toda a Londres de metrô, cujos trens e estações se revelam um celeiro de oportunidades sexuais.
Ao longo da história, além de rápidas e descomprometidas experiências, envolve-se mais seriamente com dois rapazes, um jovem do subúrbio, que se envolve num crime, e um garçom de hotel, que conhecera na piscina que freqüenta.
A grande aventura começa quando Will socorre em um banheiro público um senhor de idade, que mais tarde reconhece como um dos freqüentadores da piscina do clube Corry ( ou Corinthian Clube ), e que descobre ser um lorde amigo de seu avô. Lorde Charles Nantwich lhe confia seus diários para que Will escreva sua biografia. E lendo esses diários Will vai descobrindo o que era ser homossexual numa época em que isso era tratado como crime.
Autores de referência: Oscar Wilde e Ronald Firbank. Este último aparece como personagem, nos diários do Lorde Nantwich, que na juventude teria conhecido o envelhecido escritor.

Li em setembro de 2009.
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