Quando vi o livro entre os lançamentos da Record fiquei tentada pela ideia de finalmente ler um histórico que saísse da Inglaterra e por isso solicitei o livro, porém com a Bienal e tudo o mais acabou passando bastante tempo até o livro chegar. Por isso já não estava tão animada, mas a história apresenta por Sarah Bower cumpre bem a missão de entregar ao leitor um pequeno vislumbre do que era a Itália da ascensão a queda dos Borgia.
A sinopse acima já fala bastante da história e da trama portanto não vou falar muito da história, mas vale notar alguns pontos. A história começa com Esther e sua mãe partindo da Espanha em uma viagem arriscada e sofrida. A mãe dela perece no caminho e ao chegar a Roma Esther cresce tentando manter os mesmos costumes e hábitos. Seu pai prosperou como banqueiro e quando Esther começa a ter idade para casar ele planeja enviá-la para a corte de Lucrezia Borgia. Como dama de companhia ela teria chance de conseguir um grande casamento. Porém é um choque a vida que os católicos levam. Esther não estava preparada para lidar com tanto pecado e tantas intrigas. Converte-se ao catolicismo no princípio foi algo doloroso e absurdo, mas ela não queria contrariar o pai. E é assim que pouco a pouco ela se submete aos caprichos de Lucrezia. Contando apenas com si mesmo e querendo confiar em Ângela é que Esther se verá no meio de traições inimagináveis, romances proibidos e intrigas mortais. Esther confia sua vida a pessoas erradas, vê seu mundo despedaçar e precisará de toda astúcia para sobreviver aos Borgia e Itália que eles fizeram.
A premissa básica é essa apresentada na sinopse e acima, e a partir dos encontros e desencontros de Esther que a história evolui. A narrativa é cadenciada, pontuada por descrições históricas, que envolvem a história de Esther com o desenrolar político da corte. A autora através da história de Esther tenta passar ao leitor a conturbada história de Lucrezia e Cesare incluindo entre a história pequenos trechos onde desenvolve o lado político, as intrigas e armações que se desenrolavam enquanto Esther vivia sua vida. A ambientação é rica e as descrições chamam atenção do leitor para as diferentes culturas da época, sendo o cenário ricamente descrito, com uma beleza que cativa o leitor.
Os personagens são interessantes, gostei da visão da autora de alguns personagens históricos, mas por outro lado é notável a forma, que mesmo com uma pesquisa excelente, a autora focou na relação de Lucrezia e Cesare. O amor incestuoso de ambos e o desenrolar trágico que isso causa na vida de Esther. A intenção dela com Esther e o modo como tudo aconteceu foi muito bom. Não vou falar muito para não estragar a surpresa, mas a autora foi bastante perspicaz. Outro ponto que vale notar é que Bower tinha material para investir mais no lado histórico político dos Borgia e com certeza material para uma trilogia, mas não o fez. Uma pena porque sua escrita é fluida e harmoniosa, e o final foi muito bom, apesar de triste.
Leitura rápida, com detalhes históricos interessantes, uma ambientação rica e vívida. Através do olhar secundário de Esther Sarah Bower dá vida as intrigas dos Borgias e constrói uma história que cativa e instiga o leitor. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em:
site: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/10/resenha-pecados-da-casa-dos-borgia.html