Blood of the Fold

Blood of the Fold Terry Goodkind




Resenhas - Blood of the Fold


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Lane 27/09/2012

Blood of the Fold
Blood of the Fold é o 3° livro da série Espada da Verdade.
Pela quantidade de páginas dos livros anteriores desta série, esse excede a regra por conter menor quantidade, no entanto eu pensei que não ele não fosse valer a pena e eis que me surpreendo com a leitura.

*Se vc não leu os outros livros anteriores NÃO LEIA ESSA RESENHA! Conteúdo com spoilers*

Sword of Truth – Sangue da Congregação – tem seu início lento, porém não se engane com a calmaria, a história é interessante e o autor conseguiu manter a minha curiosidade aguçada em cada cena, situação ou personagem.

Mesmo que Richard e Kahlan estejam separados a maior parte do tempo, o enredo é bem desenvolvido, bem caracterizado em detalhes, alguns até me fizeram levantar questionamentos durante a leitura.

Terry Goodkind é formidável.

Sua narrativa demonstra o quão talentoso ele é. Sua escrita é alto nível, Terry cria atmosferas que nos levam ao riso e ao pavor ao tempo que nos causa surpresas. Sua criatividade não teme a censura, ele não tem receio de mostrar o que o bem e o que é o mal. Através de seus variados personagens sua habilidade evoca sentimentos e questionamentos baseados nos aspectos obscuros da humanidade. Tudo é colocado em detalhes e com significados.

Dentro da sua história fictícia tudo faz sentido, o que parece ser mal no começo, depois o leitor compreende que foi criado com um objetivo benéfico e favorável. O exemplo pra isso é o caso das Torres na floresta Hagen, que inicialmente era ruim porque não permitia o acesso entre o mundo novo e o antigo, e agora no livro 3 percebemos que isso foi criado para impedir inimigos poderosos. Assim como no livro 2, Pedra das Lágrimas, a abertura das caixas da Ordem do livro 1 impediu Darken Rahl de conquistar o mundo, contudo isso acabou proporcionando uma porta de entrada para o Guardião do submundo para o mundo dos vivos.
O livro e a história são exigente, Terry faz o leitor olhar para os dois lados da moeda, quando você pensa que entende a trama ele te leva para outra direção.

Um aviso: Se você leu os outros dois livros anteriores e não gostou, não leia o terceiro. A estrutura da história continua a mesma. Pra alguns pode parecer previsível e clichê, considerando que é difícil ser completamente original, para outros a história aborda temas que causam desconforto, porque fala de estupro, violência contra as mulheres e crianças. Confesso que nos dois livros anteriores isso me incomodou um pouco, todavia sou apaixonada pelo Richard, pela narrativa do Terry e por este fantástico mundo mágico que ele criou no meu imaginário.

A história no livro 3 é pesada, não é para crianças, é interessante, emocionante, inteligente, intelectual e cheia de reviravoltas. Tem tortura, tem violência, tem sangue, tem assassinatos, tem mistério, tem batalhas, tem política, tem loucura, em algumas cenas senti calafrios em outras dei risadas soltas.
Ela fundamentalmente consiste na guerra entre Midlands e a Ordem Imperial – que apareceu no livro 2- Richard começa na trama se escondendo porque matou o conselho que a Ordem Imperial mantinha em Midlands. Gratch o gar de cauda curta continua com ele, e simplesmente é maravilhoso ver a amizade entre ele e o Richard.
Gratch poderia ser considerado pelo Richard como um animalzinho de estimação, todavia ele é uma besta e Terry o insere de uma forma muito fofa, uma besta que gosta de sorrir e distribuir abraços em todos.

Aydindril está tomada pelos mriswith, só Richard e Gratch conseguem sentir a presença desses demônios invisíveis de pele escamosa para poder matá-los e a cidade da Madre Confessora está invadida pelo exército da Ordem Imperial. Por conseguinte ele sente que precisa fazer algo em relação a isto, então ele decide tomar seu lugar na sua descendência e deixa de ser Richard Cypher e passa a ser Lorde Rahl. Mas antes ele precisa convencer o general Rubisch e seus soldados D’Hara de que ele é o verdadeiro Lorde Rahl.

Como vimos no 1° livro, quando Richard estava preso por Denna as pessoas prestavam homenagens e se prostravam no chão fazendo referências a Lorde Rahl, esta ligação é bem importante, e antes até parecia ruim mas ela tem uma explicação e é muito interessante.

Ao assumir-se como Lorde Rahl, Richard recebe uma guarda pessoal composta de quatro morth-sith [Cara, Berdine, Hally e Raina], e dois soldados D’Hara [Ulic e Egan]. Richard é magia e deverá combater com magia e os soldados D’Hara são aço contra aço, porém ele é o Seeker, a magia que ele domina é a da Espada da Verdade e ele ainda não aprendeu em como usar o seu dom.

Seguindo sua intuição, Richard com a ajuda de Berdine, começa a traduzir um livro sobre magia antiga que eles encontraram quando entraram na Fortaleza do Mago, escrito em alto D’Haran há mais de três mil anos quando houve a grande guerra. A partir deste descobrimento, ele sem notar ajuda seu inimigo o Andarilho dos Sonhos (falarei dele mais adiante), que ele ainda não conhece.

No livro Richard ainda continua impulsivo e teimoso, porém ele agora está aprendendo a não ser tão imprudente. A terceira regra do mago é: A paixão domina a razão.
E mesmo consciente do perigo desta regra, Richard comete erros, e esta é umas das razões porque admiro tanto este personagem.
Ele não é um herói como os outros, sua vontade de fazer o bem é o que o motiva a continuar lutando mesmo cometendo erros, ele aprende com eles e se fortalece.

O interessante nesta série é isto, os personagens são falhos -mesmo os vilões- eles agem motivados por suas crenças, neste livro isto fica bem evidenciado pelo autor.

Como aconteceu no 1° livro, Richard aprende da maneira mais difícil a pensar e agir com racionalidade antes de qualquer atitude. Ele precisa aprender a usar o seu dom, precisamente a sua magia o protege sem ele perceber juntamente com o amor que ele sente pela Kahlan. Ele passa por uma das suas piores provações com Catryn a duquesa de Kelton e com a sua inteligência ele consegue descobrir uma traição próxima a ele. O seu dom o ajuda, mas também o prejudica. Por causa dele, ele é enfeitiçado duas vezes no livro que o leva ao precipício e o leitor assiste frustrado, ele cair sem poder fazer nada. A parte onde Richard fica com sentimento de culpa, eu achei super bem escrita.

*As pontas sobre o dom de Richard vão sendo abertas durante a trama e com maestria Terry vai fornecendo explicações usando um contexto diferente. Ele adiciona elementos e informações, não explica no momento, depois através de outros personagens ele dá explicações sobre aquilo e em outras vezes ele explicava antes e depois introduzia os elementos e as informações, eu achei isso sensacional, porque evitou da leitura ser monótona com as longas explicações do porque disto e daquilo.

O imperador Jagang é o líder da Ordem Imperial e é um dos seus piores inimigos além de ser o Andarilho dos Sonhos. Richard precisa reunir todas as terras de Midlands contra a Ordem Imperial.

Jagang é/foi um personagem que me fez sentir calafrios, o capítulo onde ele aparece é um dos mais tensos do livro. Ele entra na mente das pessoas e controla suas ações com a justificativa de querer acabar com a magia no mundo. Ele vai usando as pessoas para atingir seu objetivo de se instalar no palácio dos Profetas e através do conhecimento das profecias e da magia que protege o palácio, dominar o mundo.
Apesar de ele ter tido pouca participação direta na trama, deu pra notar o quanto ele é perigoso e brutal. Ele não é um inimigo qualquer e acredito que nos outros livros ele vai aparecer bem mais.

No entanto, neste 3° livro, conhecemos um dos melhores personagens que Terry já criou na série – minha opinião- o Lorde Coronel Tobias Brogan.
Ele é o líder do Sangue da Congregação e ele também aparece no livro 2 quando a Adie fala sobre o seu passado com o Zedd e o que aconteceu com ela em Nicobarese.
Com a ajuda de um exército poderoso e com a sua irmã Lunetta que tem o dom, ele pretende acabar com a magia.
Até a metade do livro eu não tinha certeza de como ele era e no final deu pra entender o porquê dele detestar tanto a magia.
Ele é um lunático religioso, que tem a sorte de ter uma irmã com o dom para ajudá-lo com seus objetivos e de protegê-lo.
Ele acredita piamente que seus atos não são de maldade e que o ele faz é justificado pela causa do Criador, e acusa todo mundo que não gosta de baneling.
Sua loucura é tão profunda na trama que não tem como admira-lo. Ele atinge o mais alto patamar da hipocrisia usando magia para destruir seus inimigos e mergulha profundamente nela quando afirma que se comunica com o Criador e depois o absurdo de afirmar que ele é o próprio Criador. É assustador! Ele não consegue perceber que age seguindo seus próprios objetivos.
Sua irmã Lunetta é completamente cega por ele, mesmo ele a tratando mal todo o tempo, a relação dos dois é doentia, sugerindo até mesmo que há incesto. De qualquer forma eu fiquei impressionada com este personagem.

Irmã Verna aparece com maior participação na história, ela e Richard praticamente dominam até a primeira metade do livro. Ela é nomeada a Prelada do Palácio dos Profetas depois da morte de Annalina e do Natan.
Um ponto presente dela na trama é sobre suas reflexões nostálgicas de quando ela possuía a vitalidade da juventude, pois todos que vivem no Palácio dos Profetas envelhecem mais devagar e por ela ter vivido vinte anos fora do palácio na sua busca para encontrar Richard, acabou envelhecendo como as outras demais pessoas. Outra parte que destoa inquietante em irmã Verna é sua insegurança em lidar com tanto poder nas mãos, ela se sente indigna e não é por menos, Annalina no livro 2 tinha falado pra ela que a havia escolhido porque não achava que ela fosse capaz de cumprir com a tarefa e que não queria correr riscos nomeando alguém mais competente. Na história compartilhamos sua angústia, sua inquietação e preocupação, pois ela só pode confiar em Warren dentro do Palácio dos Profetas. A cena em que ela escapa de um cativeiro é umas das mais fortes do livro.

Com o Warren acontece algo inesperado!

Kahlan aparece no terceiro terço da história, Zeed lançou um feitiço de morte sobre ela no 2° livro e todos pensam que ela esta morta, mas Brogan, incrivelmente a encontra e a seqüestra levando-a para o Palácio dos Profetas. Achei a Kahlan mais simpática na trama, ela não fica mais chorando como no 1° livro. Entretanto neste livro eu achei que sua participação foi esmorecida por outros personagens.

Zedd que estava no grupo com Kahlan, Adie, Jebra, Orsk, Ahern, Príncipe Harold e Capitão Ryan é capturado por Annalina e Natan que não morreram!

Annalina junto com Natan guardam segredos das profecias, e ela acredita que precisa fazer algo para que as mesmas não tomem as ramificações erradas e o mundo não se encaminhe para a grande guerra como ocorreu a mais de três mil anos antes.

As Irmãs do Escuro abusam e são abusadas no enredo e temos uma surpresa com a irmã Merissa, aquela que queria seduzir o Richard no livro 2.
O meu momento favorito de leitura deste livro foi quando elas e o Richard fazem uma aliança. WTF?

É isso mesmo, o livro é um turbilhão de coisas, novos elementos mágicos que são introduzidos como a Yabree e a Sliph, alguns detalhes sobre o poder do dom de Richard, muitos significados que parecem absurdos, mas não são, muitos acontecimentos e variados personagens.

Os mriswith ainda são uma ameaça e eles agem paralelamente dentro da história e eles me despertaram alguns questionamentos: Porque eles sendo antigos magos que queriam a invisibilidade tem uma rainha besta-dragão que coloca ovos e quer povoar o mundo?

O conteúdo é forte, você consegue ler nas entrelinhas que o autor mexe com os sonhos das pessoas e caminha numa linha tênue com questões que ameaçam a sociedade num universo de fantasia:
A magia é boa ou má? O que vale a pena lutar? Os meios e os métodos são justificados quando se tem uma boa razão? Existe algum obstáculo impossível? O caráter é importante? Ou tudo não seria em como saber equilibrar bem as coisas?
É por essas e outras que admiro o Terry e entendo que quem tem medo de enfrentar sua realidade não vai conseguir passar do 2° livro.

Os capítulos finais seguem a estrutura dos outros livros, muita batalha e combates. Gratch aparece com uma grande revelação no final.
E o livro termina com uma maravilhosa cena final com Zedd, o que acabou me deixando ansiosa para ler o próximo livro, mas eu vou agir conforme a 3ª regra do mago: A paixão não pode dominar a razão! – tenho outros na minha fila de espera. =)

**Observei algumas falhas ao longo da leitura que considerei como sendo técnicas:
-Um trecho em que descreve que Jagang levou 20 anos para começar atingir seus objetivos e outro que aparece falando que ele levou 15 anos.
- Quando Merissa pega Kahlan pela coleira, sendo que Richard já havia tirado ela dela antes.

Entretanto estes problemas não interferem na leitura e nem na minha avaliação da obra e eu ainda acho que as editoras brasileiras deveriam publicar esta série.

Avaliei com 5 estrelas.
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Tata Bristow 16/07/2009

Muito bom também! Só senti falta da Kahlan, que só aparece pra mais da metade do livro...
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diego_pamplona 02/04/2010minha estante
Excelente livro, é o que marca o passo mais importante

da jornada de um herói. Excelente mesmo.




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