A civilização do espetáculo

A civilização do espetáculo Mario Vargas Llosa




Resenhas - A Civilização do Espetáculo


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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

A civilização do espetáculo, de Mario Vargas Llosa – Nota 8,5/10
Gosto bastante da escrita de Llosa (com destaque para “A festa do bode” e “Travessuras da menina má”), mas ainda não havia tido contato com algum trabalho de não ficção.

Nesse ensaio publicado em 2012, o vencedor do Prêmio Nobel traz ao leitor a sua visão sobre a transformação que o conceito de cultura vem sofrendo nas últimas décadas. Para o autor, o senso de cultura que existia no começo de século XX, em que a ideia e o conteúdo eram a força motriz da vida cultural, foi esvaziado por um movimento de banalização das artes e veículos de informação. Nos dias atuais, denominados por Llosa como “civilização do espetáculo”, a cultura passou a servir como simples ferramenta de entretenimento. É a geração da informação pronta e rápida, em que o esforço intelectual é evitado e os meios audiovisuais (como cinema e internet) foram adquirindo um espaço cada vez maior. Na “civilização do espetáculo”, a preocupação em se mostrar como alguém culto é muito maior do que realmente absorver e conseguir apreciar um conteúdo artístico.

Mas é importante saber que não se trata de um ensaio teórico sobre os conceitos da cultura ao longo da história. Llosa deixou claro que esse não é o seu objetivo. O que o autor faz nessa obra é compartilhar sua opinião – muitas vezes em tom crítico, bem crítico! – sobre diversos temas englobados no universo da cultura. São análises sobre comportamento humano, religião, mídia, erotismo, democracia, literatura e temas polêmicos dos mais variados.

É um ensaio inteligente, gostoso de ler e que me fez refletir bastante, seja porque me identifiquei com alguns pensamentos, seja porque, apesar de não concordar com algumas posições do autor, fui apresentado a um ponto de vista diferente sobre temas de inegável relevância. A escrita é simples e fluida, mas recheada de referências a obras e autores, que só contribuíram para aumentar ainda mais a minha lista de livros a serem lidos. “Porque ninguém será culto se todos acreditarem que o são ou se o conteúdo do que chamamos de cultura tiver sido degradado de tal modo que todos possam justificadamente acreditar que são cultos.”

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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José Ricardo 08/09/2013

Indústria da Diversão
O livro do peruano, Mário Vargas Lhosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010, consiste em uma análise crítica da sociedade contemporânea, em especial da ocidental. Lhosa inicia o livro analisando o significado da palavra “cultura”. Segundo o autor, em outros tempos, cultura poderia indicar conhecimento, sensibilidade, prazer pela descoberta, identificação de várias formas de emoções; porém, no cenário contemporâneo, limita-se a informação superficial e ao mero entretenimento. Ou seja, “cultura é diversão, e o que não é divertido não é cultura”. Divertir-se “é escapar do tédio”, esquecendo-se que a vida “não é só diversão, mas também drama, dor, mistério e frustração”.

É, assim, que para o autor, atualmente, emergem dois fenômenos. Primeiro, a sociedade do espetáculo, do escândalo, do voyerismo, que preenche seu tempo com infortúnios alheios. Segundo, essa “indústria de diversão”, de maneira quase imperceptível, vai determinando o que as pessoas devem ler, assistir, vestir e comer, condicionando-lhes em vários aspectos, o que as afasta cada vez mais de si próprias, do autoconhecimento, de sua real condição humana, e da própria compreensão da vida e do mundo que a cerca. Enfim, para Lhosa, essa “cultura do entretenimento” está marcada pela massificação, trivialidade, frivolidade, mediocridade e bisbilhotice, reduzida a pura mercadoria que, em vez de elevar o indivíduo, “imbecializa-o, privando-o de lucidez e livre-arbítrio”.

É com este tom sagaz é ácido que Lhosa, ao longo do livro, examina inúmeros temas ligados à cultura na sociedade contemporânea, desde artes plásticas, música, cinema, religião e política, apontando, em cada qual, aquilo que ele acredita serem desvios de rota.

O autor, como escritor renomado, não poupa críticas a literatura que vem ganhando espaço, nominando-a de light, voltada para vampiros e bruxos. Neste contexto, fica inconformado ao relatar passagem do professor Joe O’Shea, filósofo da Universidade da Flórida, que afirmou: “sentar-se e ler um livro de cabo a rabo não tem sentido. Não é um bom uso de meu tempo, já que posso ter toda a informação que quiser com maior rapidez através da Web”. Ao que Lhosa, prontamente, responde: como ser ler tivesse a finalidade exclusiva de “informar-se”.

Concluindo este raciocínio, após mencionar seus clássicos preferidos na literatura, Lhosa enfatiza: “sem elas (as obras clássicas da literatura), para o bem ou para o mal, eu não seria como sou, nem acreditaria no que acredito, nem teria as dúvidas e as certezas que me fazem viver. Esses livros me modificaram, modelaram, fizeram. E ainda continuam me modificando e fazendo, incessantemente, no ritmo de uma vida para a qual os vou cotejando”.

Como se pode perceber, o livro, em vários momentos, assume tom extremista e radical. Além de uma dose nostálgica elevada, como se só o que foi produzido no passado fosse bom e útil.

Seja como for, a obra tem seu valor, sobretudo por permitir um olhar diferente da realidade cultural atual. Enquanto todos estão olhando para uma direção, como se fosse a única, é essencial que venha alguém e diga que existem outras, convidando para olhá-las também.
Rosana 18/05/2014minha estante
Sua resenha expressa bastante o que senti com a leitura deste excepcional livro.Discordo quando você afirma que há nostalgia por parte do autor. Acima de tudo há uma verdade incômoda em todo o livro: O capitalismo transformou a cultura em um produto, consequentemente, livros, filmes, músicas devem ser fáceis de consumir para atrair um maior número de consumidores.Em alguns momentos dá para fazer um paralelo entre esta obra e Vida para consumo de Bauman.A noção de valor foi sucumbida pela de preço e mercado em relação a tudo que concerne a artes, concordo com o autor quando o mesmo afirma isto.




André Goeldner 19/07/2013

FUNDAMENTAL
Este é um livro baseado unicamente na vivência do autor, ou seja, não é uma teoria científica, muito menos uma tese. Por isso é fascinante. A primeira vista parece apenas uma crítica ferrenha a imbecilização da atual cultura e da humanidade, mas é muito mais do que isso. É uma apaixonada declaração de amor à literatura e, por que não, à verdadeira cultura, aquela que não só diverte, mas toca questões humanas fundamentais.
Hermes 06/08/2013minha estante
Um livro de uma lucidez necessária para enxergarmos a massificação e superficialização da cultura que ocorre nos nossos dias. Parece que inverteram os pólos e não se tenta levar a população à cultura, mas o contrário; porém a custa de seu nivelamento a níveis subterrâneos, transformando o que antes era cultura em mero entretenimento.




Rebeca 13/04/2021

Perfeito
Essencial para ter um senso crítico abrangente. Além de te fazer refletir sobre hábitos banais do dia a dia.
Aborda sobre política, religião, jornalismo, conceito de cultura, sexo...
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Gabriel 09/07/2023

Uma sociedade pautada pela banilidade, vulgaridade e regida pelo poder econômico de consumo.
Através de suas obras eles desafiam a morte e buscam superar o tempo se tornando imortais através da arte...

A civilização do espetáculo ganhou o prêmio Nobel de literatura por abordar a banalização da Cultura literatura na sociedade atual. Um livro espetacular para quem busca entender melhor como algo tão essencial para humanidade vem sendo degradado banalizado e se tornando extremamente fútil e desvalorizado.

Abordarei dois temas principais que explicam de maneira teórica e didática a respeito da civilização do espetáculo em que vivemos e na qual o autor discorre, a primeira é essencial para nós amantes da literatura e da cultura de qualidade, quem nunca se sentiu angustiado em ver que os influenciadores (considerados artistas pela civilização do espetáculo) de hoje em dia : ''mcs pipokinhas'', ''falcão e tubarão'', ''luva de pedreiro'' ''cremosinho'' entre outros, o autor explica como esse fenômeno é alimentado pela cultura popular que convive entre a considerada erudita que já esta ultrapassada na contemporaneidade, e como o mercado financeiro prefere abordar e financiar as culturas de massas para que sejam usadas e se incinere o mais rápido possível e no menor tempo para que o lucro seja aproveitado ao máximo uma vez que na civilização do espetáculo isso é o que mais importe dinheiro, vulgaridade, consumismo, prazeres rápidos e efêmeros (como drogas) etc, enquanto autores clássicos como Vitor Hugo, Émile bront, Thomas Man,Clarisse Lispector, Dostoiévski, Liev Tolstoi, Agatha Christie em fim… (texto é carregado com ótimas referências aproveite), estão a cima de tudo isso, através de suas obras eles desafiam a morte e buscam superar o tempo se tornando imortais através da arte. No segundo ponto serei mais breve, para quem gosta do tema cultura, é um excelente livro e sem dúvida responderá questões centrais, o autor não e preconceituoso a respeito das culturas de massa, mas uma de suas abordagens é: de que forma nossa sociedade tem piorado politicamente, socialmente culturalmente etc, mesmo com todos os avanços da humanidade nesses mesmos pontos citados, nosso remédio causou um efeito colateral pior que a cura?
A civilização do espetáculo é um ensaio escrito pelo grande escritor, Vargas Llosa é um dos romancistas e ensaístas mais importantes da América Latina e um dos principais escritores de sua geração.

O livro e dividido em 6 capítulos sua estrutura narrativa e excelente aborda os campos da cultura com ótimas referências a com boas estruturas de linguagem.
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Graciano 05/07/2021

Esperava mais
Sinceramente esperava mais. A escrita é maravilhosa e a leitura flui bem.
No começo o livro é muito bom, e no final também, mas no meio tem umas partes que me pareceram um pouco fora de contexto considerando que o livro não se propões a ser extensivo.
Um ponto que talvez mereça uma revisão seja quanto as redes sociais e o avanço da internet.
Outro ponto que me parece fora do radar, é que hoje em dia os algoritmos tem provado que "quanto mais indignado melhor" e não necessariamente "quanto mais divertido melhor". Entendo que sejam fenômenos bem parecidos, e até certo ponto com efeitos similares, mas ficou faltando.
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spoiler visualizar
Marta Skoober 29/11/2016minha estante
Aline, tem vídeo resenha?




regifreitas 15/11/2021

A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO: UMA RADIOGRAFIA DO NOSSO TEMPO E DA NOSSA CULTURA (La civilización del espectáculo, 2012), de Mario Vargas Llosa; tradução Ivone Benedetti.

Vargas Llosa traz aqui poucas novidades nas discussões sobre o tema. Aliás, sua visão de cultura é elitista e preconceituosa.

Em quase toda a obra ele valoriza reiteradamente somente a cultura livresca. A cultura de massa, a cultura do entretenimento e da distração, cada vez mais predominante nos dias atuais, só vieram para empobrecer ainda mais o debate sobre o tema, segundo a visão dele. Llosa também não tem muito apreço pela cultura popular, tangenciando o assunto muito rapidamente.

Como me referi na abertura deste texto, é um visão arrogante e exclusivista. Como se em épocas anteriores à indústria cultural e à disseminação de seus produtos, a partir do século XX, o grosso da população se voltasse exclusivamente para a “alta cultura”. Esta sempre foi um nicho de poucos, inacessível para o grande público, seja por motivos econômicos, seja pela falta de acesso à educação básica, em tempos não tão remotos assim.

Como uma obra introdutória sobre o assunto, pode ser uma leitura válida, mas sempre tendo em vista a parcialidade do autor sobre muitas questões, como as elencadas acima.
Marta Skoober 18/11/2021minha estante
Concordo, concordo, concordo!


RogerBoy 24/11/2021minha estante
Além de extremamente parcial, a discussão dos temas propostos é superficial e confusa.




Vinder 23/05/2022

A leitura flui fácil e é muito bem escrito. Achei razoável, pois alguns temas abordados me pareceram fracos, conservadores demais, sem embasamento. Vou voltar para os romances do Vargas Llosa?
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Peupaiva 11/10/2023

Interessante, com pontos de reflexão sobre o caminho da cultura em nossa sociedade, mas achei repetitivo, incisivo, e classista.

E um ponto de vista a ser considerado e vale a pena rever algumas questões. Mas achei um livro que algumas falas me incomodaram, a nível social/econômico. Entendo o ponto de vista e em partes concordo.

Já adianto que a minha dificuldade com livro, pode ser fruto da própria teoria do livro. Mas é isso! Talvez seja uma limitação minha.

Leiam e tirem suas conclusões.
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Vittor Az 03/01/2017

Uma denúncia da decadência cultural humana
A cultura já existia antes da invenção da escrita. Cultura é estilo de vida.

A cultura que está se perdendo é aquela da palavra, do discurso, da escrita. Ela está sendo deteriorada pela imagem, pela indústria cinematográfica, com seus produtos superficiais devido à efemeridade deles e consequentemente à velocidade com que se busca propagar e vender, em meio a uma sociedade cada vez mais consumista, reificada. E a falta daquela primeira cultura acaba por se fazer confundir, hoje, os conceitos de VALOR e PREÇO.

A internet é um instrumento para fazer regredir a capacidade mental do homem, que, (in)conscientemente sabe que tudo está guardado ali, para acessar sempre que quiser, e isso o torna cômodo em desenvolver as próprias capacidades psíquicas. Trata-se de uma "involução". A informação é rápida, a forma de viver é ágil, é logo, é agora, o que tornam efêmeras inclusive as coisas que costumavam ser consistentes, duradouras. Prefere-se jogar fora e comprar (consumir!) a consertar. Por conta da efemeridade dos relacionamentos, da vida sexual, houve uma mudança do erótico (de viés poético) para o pornográfico (sexo fácil, rápido, animal).

Segundo o autor, em se tratando de cultura, é necessário que haja um estrato social de maneira que a cultura mais moderna esteja com a elite culta, de intelectuais, e as camadas mais baixas cultivem cada um sua própria cultura, recebendo aos poucos influências da alta instância. É uma questão de identidade com a nação (cultura comum a todos) e com a região onde se vive.

O problema de hoje é que a cultura dos intelectuais deixou de ser respeitada e valorizada. A onda da democracia tomou a alta cultura e tornou-a mais simples e superficial, adaptando-a para que chegasse às camadas menores, propagando-a a todos, sem valorização dos intelectuais, tendo-os como dominadores de algo que deve ser propriedade de todos.

Assim, obras que instigam o leitor a pensar, raciocinar, refletir sobre as inquietações da vida humana foram rejeitadas. Passou a cultivar obras que tiram o nosso foco desta realidade cruel e enfadonha. Por isso o entretenimento ganha cada vez mais espaço. E assim o olhar do cidadão-espectador vicia-se, isto é, passa a meramente assistir aos problemas sociais, políticos e religiosos, passivo e taciturno, sem que haja qualquer vontade de mudar a realidade.

Por fim, segundo o autor, a religião está e sempre esteve intrinsecamente relacionada à cultura. Poucos conseguiram e conseguem viver sem religião. A humanidade sente a necessidade de haver uma justiça perfeita e superior, já que a justiça humana é falha. (Continua...)
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Aa 31/03/2020

Decepcionante
O livro começa bem, mas aos poucos vai ficando cada vez pior. Menos do que uma análise da nossa sociedade, o livro é uma profissão de fé do autor, um crente bastante beato do Iluminismo e da democracia secular, democrática (na visão dele, ao menos) e liberal. O posicionamento dele é impressionantemente esquerdista para um intelectual que se diz de direita, encaixando-se naquele nicho que o Pondé chama de "liberal conservative", que poderia ser melhor chamado de direitista frouxo ou, antes, esquerdista covarde. Conhecia Vargas Llossa pela literatura, que é de fato muito boa, e fica claro que ele deveria se ater a ela.
Alê | @alexandrejjr 10/05/2020minha estante
Mas o livro é decepcionante exatamente pelo quê (pergunto porque achei interessante ter uma crítica divergente, mas gostaria de saber o que te levou a essa conclusão)?


Aa 29/06/2020minha estante
Oi. Esperava dele um posicionamento político mais interessante e instigante, algo tão inspirado quanto é sua ficção, e o que eu encontrei foi aquela visão de mundo mainstream da social democracia. É coisa bem morna, sem riscos e sem grande virtude.


Alê | @alexandrejjr 29/06/2020minha estante
Entendi. É, infelizmente os ensaios políticos dele carecem do mesmo brilhantismo da ficção, apesar de não serem descartáveis. Valeu, Adriano!


Gabriella 27/12/2020minha estante
Eu não vi nada de muito esquerdista em sua visão, ao contrário; vi uma visão de cultura elitista por parte do autor e uma crítica à tentativa do pós-modernismo em tornar o conceito de cultura mais palatável às gerações pouco afeiçoadas ao erudito.




RogerBoy 24/11/2021

Não me convenceu
Comecei a leitura com boas expectativas e terminei frustrado. Após um interessante primeiro capítulo, o livro torna-se confuso e recheado de argumentos fracos. A ideia inicial de que toda cultura atual é calcada única e exclusivamente no entretenimento é interessante, porém mal desenvolvida ao longo do livro. Os artigos entitulados "Antecedentes" contidos no fim de cada capítulo não agregam muito à exposição de ideias do autor, apenas reafirmam conceitos exibidos no capítulo anterior.

Algumas ideias do autor que não concordo: O sexo se alimenta da arte e possui um aspecto formal , teatral, ritualístico.

O jornalismo escandaloso é um dos principais responsáveis pela desacreditação da política (não seriam os políticos os culpados?)

Associações opinativas e parciais acerca da religião e moral também me incomodaram
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Patty 17/02/2020

Maravilhoso!
Alguns livros deveriam ser categorizados de ?utilidade pública? como forma de alerta para identificar aquelas obras que analisam o funcionamento e as engrenagens no mundo. Com certeza esse é um deles!
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Herrera 11/06/2020

Altos e baixos
Mario Vargas Llosa é um romancista genial e um ensaísta polêmico. Nesse ensaio existem ideias muito interessantes, uma crítica devastadora ao pós-modernismo, e uma leitura pessimista sobre a degeneração da cultura no mundo contemporâneo, destacando a conivência de liberais e progressistas com a destruição de padrões e hierarquias estéticas, em nome de uma suposta "democratização" da cultura que tem resultado em nada mais do que a imbecilização coletiva e massiva das novas gerações.
Porém apesar da pertinência da crítica e da magistral escrita de Llosa (domínio perfeito da linguagem, clareza na exposição das ideias e enunciação de exemplos que corroboram suas teses), o autor escorrega (escrevo isso sabendo da minha insignificância intelectual diante de uma figura da grandeza de Llosa) em suas leituras essencialistas sobre o papel da religião como farol moral das sociedades e sua ingenuidade (quase infantilidade) nas crenças das virtudes do livre mercado e do liberalismo para salvaguardar a alta cultura.
Acredito que uma leitura em diálogo com a intelectualidade marxista que discutiu questões como ideologia, alienação e indústria cultural enriqueceria muito as conclusões de Llosa.
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