A morte do gourmet

A morte do gourmet Muriel Barbery




Resenhas - A Morte do Gourmet


21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


regifreitas 04/11/2010

Tédio e pretensão
Me surpreendi positivamente com o "A elegância do ouriço", da mesma autora, tanto que fui atrás de outros títulos de Muriel Barbery. Agora, o que dizer desse "A morte do gourmet"? Segundo indicação da editora brasileira responsável pela publicação, trata-se do romance de estreia de Barbery (2000), que recebeu inclusive um prêmio de Melhor Livro de Literatura Gourmande. O que posso dizer é que me entediei do começo até o último parágrafo. Em nenhum momento o livro surpreende ou empolga. A linguagem é excessivamente empolada e pretensiosa. Os personagens não são suficientemente desenvolvidos, chegando mesmo a ser superficiais; em nenhum momento eles chegam a cativar ou provocar qualquer tipo de emoção - amor ou mesmo ódio. O que sobressai no livro é a descrição dos sabores e pratos que o protagonista vai rememorando ao longo da obra, na busca desse "sabor escondido nos limbos da memória, e que de bom grado ele trocaria por todos os néctares que provara na vida". Mas isso não é o suficiente para se fazer um bom romance, o que é uma pena. Todo texto tem seu sabor, prova disso é que muitas vezes utilizamos metáforas culinárias para descrever os prazeres que uma boa leitura nos provoca: digerir, devorar, degustar... A sensação que fica ao final da leitura de "A morte do gourmet" é a de que Muriel Barbery errou a mão.
sonia 15/12/2013minha estante
Muriel não errou a mão, ela apenas não havia ainda amadurecido; A Elegancia do ouriço, sendo melhor, muito melhor, deveria ser lido depois. Neste primeiro livro, estamos no mesmo prédio, encontramos Renée no segudno parágrafo, e o guloso da história é o inquilino que vive no ap que vai ser ocupado pelo Sr. Ozu. Reparou? Gostei e concordo com seu comentário. Eu tb esperava mais.




Paula 23/06/2009

Delicioso.
O livro é uma delícia. Um gourmet está prestes a morrer e relembrando histórias de suas experiências gastronômicas, tenta lembrar o nome do seu último desejo, daquela sua última vontade. Só no final do livro descobrimos o que é que ele queria comer, mas é muito interessante passear pelos sabores, aromas e texturas que ele descreve. Muito interessante também são as diversas vozes do livro, são vários personagens que também comentam a morte do gourmet, além dele próprio, com suas lembranças.
Fiquei imaginando qual seria esse meu último desejo no final da vida, e só o que me vem a mente no momento é um acarajé e uma moqueca de camarão, mas isso são só saudades da Bahia mesmo.
sonia 15/12/2013minha estante
Acarjé???? kkkk... o meu último desejo seria sem dúvida nenhuma : chocolate!!
Axé!




Andreia Santana 16/03/2017

Linha tênue entre a delicadeza do gourmet e o egoismo do glutão
A morte do gourmet é a história de um homem eternamente com fome, embora tenha o privilégio de experimentar as iguarias mais finas. Muriel Barbery, nesse que é seu livro de estreia – mas que se tornou conhecido após o sucesso mundial de A elegância do ouriço -, nos apresenta ao renomado crítico de restaurantes Pierry Arthens, que está à beira da morte e às voltas com as lembranças de um sabor antigo.

Desenganado e com poucas horas de vida, o gourmet do título, uma celebridade do mundo da alta gastronomia, não se recorda do prato que provocou nele tamanha sensação de nostalgia. Poucas horas antes de deixar de existir, o grande gênio hedonista quer comer essa iguaria uma última vez, dar-se ao luxo de um último prazer. E para isso, força a memória, aroma a aroma, mergulhando nas reminiscências de sua vida desde a infância, quando foi seduzido pela alquimia da cozinha de sua avó.

A partir das lembranças do gourmet – e das vozes de outros personagens que assistem seu definhar -, o leitor é apresentado à vida de um homem extremamente sofisticado e dotado de um talento sem par, mas de espírito mesquinho e incapaz de criar vínculos com as pessoas que passaram por sua vida. Se cozinhar é um ato de amor; comer, por sua vez, pode converter-se em uma ação de extremo egoísmo, com um limite tênue entre o gourmet e o glutão.

As experiências do protagonista com pratos raros, temperos e sabores peculiares não foram suficientes para aplacar sua fome existencial, o que acabou por devorar a própria família e corroer suas amizades, tornando as afeições insípidas e desconfortáveis. Um dos personagens-narradores do livro é a concierge Renée, que também aparece em A elegância do ouriço. Além de Renée, ouvimos as vozes dos filhos neglicenciados, da esposa submissa e abusada, do sobrinho preferido, do discípulo mais talentoso, da amante e até do gato de Pierry Arthens. Todos exibindo as cicatrizes da convivência com ele.

A morte do gourmet é ainda um romance bastante sinestésico, principalmente nas descrições das primeiras experiências gastronômicas do protagonista, como quando ele experimenta tomates frescos recém-colhidos da horta de uma tia, ou quando sente na língua seu primeiro gole de Whisky, em uma espécie de rito de passagem com o avô.

Delicado e ao mesmo tempo cruel, o livro também provoca fome no leitor, por mais histórias de Muriel Barbery.

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
comentários(0)comente



Andréia Sk 22/12/2010

Ao sabor da Vida e da Morte
Apreciar o que a vida nos traz de bom. Ao nos brindar com a busca do gourmet pelo último sabor, Barbery comprova que são as pequenas coisas que mais dão prazer... são os momentos simples da vida que recheiam nossa memória...Barbery descreve cada prato com delicadeza e poesia, a ponto de aguçar nossa fome e despertar nosso interesse... Mas seria essa busca necessária? O sabor de um alimento está associada a vários fatores: emocionais, ambientais e cronológica, não só ao sabor e textura em si. Barbery apenas mostra que um homem apaixonado pelo que faz, é capaz de relegar tudo em sua vida por essa paixão, inclusive, sua própria vida...
comentários(0)comente



Teresa 30/01/2010

Uma Guloseima
Em "A Morte do Gourmet" nasceram alguns personagens de "A Elegância...", inclusive sua protagonista, pois Pierre Arthens, o gourmet do título, vive no mesmo prédio onde ela é a zeladora.

O resumo da ópera é o seguinte: um gourmet (renomado crítico de gastronomia) agonizante quer localizar a lembrança de um gosto maravilhoso, mas não consegue e por causa disso, durante a leitura, vamos tomando conhecimento dos pratos maravilhosos que ele conheceu, desde pão fresco até comida japonesa, mas que nunca é aquele que ele quer trazer à tona na memória. Paralelamente (em capítulos alternados), pessoas que o conheceram (familiares, amantes, discípulos, vizinhos e a zeladora do prédio) falam bem ou mal dele e o que esperam com sua morte.

A estrutura do romance é muito inteligente, pois não cansa, uma vez que os personagens se alternam e os textos, umas vezes, são engraçados, outras melancólicos.

Muriel Barbery, uma autora que vale a pena acompanhar, é marroquina e vive na França (naturalizada). É professora de filosofia e, nas entrelinhas de seus livros percebe-se o seu pensar filosófico.

Coincidência ou não, "Leite Derramado" parte do mesmo ponto: um homem agonizante passando a vida a limpo e, o mesmo tempo, "A Morte do Gourmet" nos leva a "O Cidadão Kane" e seu Rosebud.

A arte imita a arte; aliás, a vida.
comentários(0)comente



Letícia 09/01/2010

Sabores e lembranças....
Pierre, um gourmet famoso em seu leito de morte, tenta relembrar o sabor que é pra si divino e que não pode morrer sem sentí-lo novamente.
E assim que se densenrola essa história recheada de pratos e ingredientes de cozinhas internacionais. Em cada personagem que surge com sua impressão acerca da vida de Pierre, e cada lembrança do Gourmet, uma gama de fatos são relembrados por ele, desde a sua infância na cozinha da sua avó até sua carreira de sucesso e o seu fim emininente.
A história nos faz refletir sobre a brevidade da vida e de como coisas simples são extremamente importantes e não damos o devido valor, por pensar que somente grandes feitos são necessários à nossa vida. E é nos pequenos detalhes do cotidiano que vivemos intensamente.

A história é leve, porém, temos essa lição pra pensar! Sem grandes arroubos seja de paixão, ação ou sentimentos muito fortes.

Leitura descompromissada e rápida!
comentários(0)comente



Youko 21/02/2023

Após ter tido uma vida regada a poder e ao prazer de comer, o crítico gastronômico, Pierre Arthens, depara-se com o próprio coração dando suas últimas batidas, num aviso de que restam-lhe poucas horas de vida. Há, então, a urgência de cumprir seu último desejo: relembrar o gosto de algo que comeu há muito tempo, de que já não se lembra mais.

"Vou morrer em quarenta e oito horas - a não ser que esteja morrendo há sessenta e oito anos, e que só hoje tenha me dignado notar."

Sendo o primeiro livro da minha TBR obrigatória deste ano, eu tinha certas expectativas sobre A Morte do Gourmert, mesmo tendo uma leve noção de que ele não seria, para mim, como A Elegância do Ouriço foi.

E, de fato, foi o que aconteceu: A Morte do Gourmet é um bom livro, mas não ganhou as minhas graças da mesma forma que seu sucessor.

A jornada de Pierre Arthens antes de sua morte me cativou somente nas primeiras páginas, depois foi difícil para eu gostar novamente da história. Acredito que foi a forma presunçosa como a autora guiou sua bela escrita, com o intuito de acompanhar a personalidade de seu protagonista. Foram divagações e mais divagações sobre comida, coerentes com o enredo, mas que não me fizeram nem salivar.

Para ser justa, algumas passagens me tocaram genuinamente. Há uma em especifico, bem curtinha, que me trouxe um bonito sentimento de nostálgia e quietude. Me fez lembrar de momentos felizes, deixou o coração quentinho.

"Rituais de férias, sensações imutáveis: um gosto de sal no canto da boca, os dedos enrugados, a pele quente e seca, os cabelos colados que ainda pingam um pouco no pescoço, o fôlego curto, como era bom, como era fácil."

Se você já leu algo da Muriel Barbery e gosta de suas histórias, A Morte do Gourmet é um livro interessante para observar o processo de amadurecimento da escrita dela. Agora, se é seu primeiro contato com a autora, eu recomendaria começar por outro título.
comentários(0)comente



Maria Ferreira / @impressoesdemaria 15/09/2015

Um festival de sabores ou como brincar com o paladar por meio das palavras
Este livro é a história de um homem, Pierre Arthens. Mas não um homem comum. Pierre Arthens é um renomado crítico gastronômico, que foi responsável pelo sucesso e pela ruína de muitos restaurantes. Mas agora falta-lhe pouco tempo de vida e a única coisa que almeja é lembar-se de um determinado sabor que lhe marcou. Trabalho difícil para alguém que o que mais fez na vida foi comer. E assim, não só acompanhamos suas lembranças das comidas marcantes, como também ficamos com água na boca. Impossível não ficar.

"Vou morrer e não consigo me lembrar de um sabor que trota em meu coração. Sei que esse sabor é a verdade primeira e última de toda minha vida, que ele detém a chave de um coração que desde então silenciei. Sei que é um sabor de infância ou então de adolescência, uma iguaria original e maravilhosa antes de qualquer vocação crítica, antes de qualquer desejo e qualquer pretensão de expressar meu prazer de comer". -(p.11)

Capítulos pequenos compõem o livro, intercalando a narração de Pierre com a narração das demais personagens que fizeram parte da vida do crítico. Assim, ficamos sabendo que ele foi um pai ausente, um marido infiel, um patrão gentil, um neto dócil, um amante desatento, dentre outras coisas. E com isso, com esse intercalamento de vozes, a autora obtém seu maior êxito: a capacidade de mesclar em um só livro vozes tão distintas e diversas. São quatorze ao todo e em momento algum o livro sai do tom.

Muriel impressiona logo no primeiro livro e agrada mais ainda no segundo, "A Elegância do Ouriço", que quando li, quis que o mundo todo lesse também e até dei de presente para um amigo. Em termos de comparação, me agradou muito mais o segundo, talvez por eu ter lido primeiro. São histórias completamente diferentes, mas há personagens em comum. A linguagem desse é um pouco mais trabalhada enquanto o outro é mais crítico e reflexivo. Os dois foram publicados aqui pela Companhia das Letras, o primeiro em 2009 e o segundo em 2008, sim, em ordem inversa.

site: http://minhassimpressoes.blogspot.com.br/2015/09/a-morte-do-gourmet-muriel-barbery_15.html
comentários(0)comente



Janus 09/08/2009

Não recomendo esse livro !
um historia estranh, com um roteiro mau amarrado e a narrativa estranha, meio perdida no contexto. Tenta ser filosofico, mais d filosofia não rola nada.
comentários(0)comente



Menezes 15/09/2009

Reencarnação marroquina de Proust
“Na intersecção da crosta com o miolo em compensação, é um moinho que toma forma diante de nosso olhar interior,a poeira do trigo voa em torno da m[o, o ar infestado pelo pó volátil, e nova mudança de quadro, pois o palato acabou de esposar a espuma alveolada libertada de sua carga e o trabalho dos maxilares pode começar. É mesmo um pão.”

Não seria exagero supor que marroquina naturalizada francesa tenha em sua cabeceira La Recherche... em edição de luxo comentada, uma amostra do que é o pequeno e poderoso trabalho que foi lançado no Brasil, enquanto Proust se contentava com a modesta madeleine, Muriel nos dá vários pratos desde a comida caseira, a sorvetes e frutos do mar e outras maravilhas, das quais confesso não ter experimentado nenhum, mas até aí você pode saborear o romance com a mesma avidez que nosso personagem nos narra pela simplicidade da história e a estrutura esperta que o faz fluir bem.
A história alias é bem parecida com a do recente Leite derramado, um homem agoniza em seu quarto esperando a morte que vai atingi-lo dentro de 48 horas, seus únicos pensamentos são uma procura para relembrar um gosto maravilhosos que é o mais perfeito que já sentira, contudo ele não consegue associar ao momento em que ocorreu, começa então uma odisséia de 120 páginas atrás dos momentos da vida dele cada um com um sabor, literalmente especial, aliado a isso está a manjada reflexão sobre a vida e resoluções que o acompanham. Mas não se enganem Muriel tem um pulso firme para fazer descrições maravilhosas como a do fragmento, e também utiliza muito humor fino para não deixar o interesse do leitor cair, então você não precisa ter um gosto culinário muito específico para apreciar o deleite.
A estrutura é esperta pois com todo o requinte do mundo, habilidade narrativa e tempo cômico ainda haveria uma grande possibilidade de torná-lo maçante, mas ao lado dessa odisséia temos vários outros personagens que conhecem o gourmet e suas perspectivas sobre a morte deste, algumas engraçadas outras melancólicas. Ela consegue mudar o jeito de escrever para tornar cada relato uma voz própria dentro do romance, tem habilidade de sobra e demonstra ser uma escritora para se acompanhar nos próximos anos, aqui no Brasil foi lançado anteriormente Elegância do Ouriço, um romance filosófico que cronologicamente é seu segundo romance, o primeiro é este, e o interessante é que os personagens são o mesmos e até o personagem a beira da morte é situado na Elegância. Criar um universo por meio de romances distintos reforça minha ideia sobre o livro de cabeceira e talvez Muriel esteja tentando levar a a apagada literatura francesa atual, em busca de seu tempo perdido. Boa sorte a ela.
http:\\metempsicose-metempsicose.blogspot.com
comentários(0)comente



Pati 24/03/2010

Sabores
Os sabores são descritos de uma forma tão poética e profunda, que dá vontade degustar os pratos enquanto estamos lendo este livro.
Não se trata apenas de Gastronomia, é tambem sobre um homem e suas crises pessoais.
Vale a leitura.
comentários(0)comente



Marcio Garcia 23/06/2023

Boa escrita, desenvolvimento maçante
Livro muito bem escrito, com uma temática muito boa e uma ideia também muito boa, mas com um desenvolvimento muito maçante.
Demorei quase dois meses para ler pouco mais de 100 páginas. Não me atraía.
Muito inferior à Elegância do Ouriço, com a ressalva de ter sido escrito antes.
comentários(0)comente



Bella 12/10/2012

Leve e Delicado
A Morte do Gourmet é uma narrativa de um famoso crítico gastronômico ao deparar-se com a notícia de que morreria em 48 horas. Entorpecido, busca redescobrir dentre os sabores que marcaram sua vida o melhor deles. O livro organiza-se em capítulos intercalados. Em um há as reflexões do homem e no seguinte há um relato de alguém que conviva com ele, contendo sua reação ao saber que morrerá. Do ponto de vista psicológico é um livro interessante, porque mostra como o talento e a fama podem ser acompanhados de atitudes horríveis. Como poderia um homem que escreve tão bem e é tão delicado em suas descrições culinárias abandonar os próprios filhos, desconsiderando-os sem nenhum pesar? É possível notar as dimensões do ser, que convivem e coexistem para formar um todo que cabe ao leitor interpretar. Outro fator que merece atenção no livro são as descrições gastronômicas. Sempre acompanhadas de um relato das circunstâncias, elas muitas vezes ligam-se mais ao contexto do que ao bruto sabor da comida, impregnadas de subjetividade. Isso nos faz perceber como a desfrutação de um alimento (ou até mesmo da vida em geral) depende de um número de fatores, não só de sua qualidade ou essência.
comentários(0)comente



Silvana (@delivroemlivro) 01/02/2013

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2013/02/a-morte-do-gourmet-muriel-barbery.html

Gostou? Então também siga e curta:
*Twitter: @4blogsdelivros
*Facebook: http://www.facebook.com/ColecaodeFrasesTrechosSelecaodosLeitores

*Conheça aqui todos os 4Blogs: http://www.facebook.com/pages/4Blogs-de-Livros/447343685327661

Tks!
comentários(0)comente



21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR