História da Comunicação no Brasil

História da Comunicação no Brasil Marialva Barbosa




Resenhas - História da Comunicação no Brasil


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Lethycia Dias 11/05/2020

Viagem no tempo
Quando comecei a ler este livro, esperava encontrar a tradicional sequência de datas em que fatos importantes se desenrolaram e avanços sociais, políticos e tecnológicos permitiram a existência e desenvolvimento da imprensa no nosso país, numa espécie de recorte do que estudei durante as aulas de História da Imprensa na graduação em Jornalismo.
A primeira coisa que me surpreendeu nesse livro foi a escolha da autora de não tratar esta História pelos eixos que normalmente são utilizados para registrar a história da imprensa, que são justamente o político, o cultural e o tecnológico, que são relevantes numa perspectiva estrangeira, mas que não se aplicam de todo no contexto brasileiro. Marialva Barbosa investiga as formas de comunicação que já se davam no Brasil colonial quando sequer existia imprensa, discorrendo sobre as práticas orais de uma população de colonos e escravizados e utilizando gravuras, pinturas e registros histórias para recuperar o máximo possível dessa prática. Fazem parte dessa História a raridade de livros e materiais impressos, que sempre se apresentaram como objetos de luxo e alvos de censura.
São surpreendentes os trechos que tratam da existência de jornais manuscritos, já durante o século XIX, que lidavam com a precariedade e os custos altos das rotinas de produção, e eram consumidos a partir de engenhosos esquemas de turnos entre os assinantes.
Em seguida entram em foco os jornais impressos, que se multiplicam de forma impressionante no fim do século XIX e início do século XX em todo o país e atingem tiragens impressionantes apesar dos grandes índices de analfabetismo do país. O rádio e a televisão também têm sua vez, e anúncios de vendas - publicados, muitas vezes, em jornais - contribuem na produção de sentido sobre como essas novidades foram apresentadas aos brasileiros e como foram recebidas. Os anos de censura da ditadura de Getúlio Vargas e da ditadura militar também são destacados. O livro se encerra com um rápido panorama de como a informatização transforma as redações de jornais e quais as vantagens e desvantagens que ela traz para os profissionais da informação.
O livro é longo, mas sua linguagem é simples e de fácil compreensão, e muitas notas de rodapé complementam as informações, além de extensas referências bibliográficas. Deixei mais de 50 anotações feitas no e-book que baixei pelo Kindle Unlimited, mas apesar disso senti desde o início como se estivesse fazendo uma leitura por diversão ao invés de uma leitura para fins de estudo. Marialva Barbosa nos proporciona, com este livro, uma viagem no tempo e uma perspectiva muito adequada à realidade brasileira.

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