Allison Feitosa 28/10/2013Memórias de uma jornalista distraída - Vanessa BenczQuando eu resolvi que iria cursar jornalismo, a primeira coisa que me veio à cabeça: ''Ok, se eu for ser repórter eu vou ver muito sangue?''.
Destaco isso pois é um dos temas de um dos primeiros contos dessa coletânea da querida Vanessa Bencz: enfrentar a dor do outro.
Sim, convenhamos que o jornalismo tem toda aquela parte sujinha de remexer na tragédia alheia a procura de um furo, mas é justamente a outra parte do Jornalismo que a Vanessa mostra através de suas experiências de vida: a parte humana.
Em seus relatos a autora mostra como foi visitar hospitais, clinicas, casas de pessoas, lugares perigosos. Mostra o quanto ela estava feliz, empolgada e ansiosa de chegar em casa e do nada o telefone da redação toca surgindo uma nova pauta.
Tiveram pautas aparentemente desinteressantes que se mostraram de grande valor, como pautas de grande valor que se mostraram desinteressantes. A imparcialidade a que o jornalista tem que se prender ao escrever uma matéria para um jornal não faz do jornalista um ser sem sentimento ou sem opinião, muito pelo contrário. Vanessa não podia escrever o que sentia para uma coluna semanal que pessoas conservadoras iriam ler... mas ela pode no seu livro (sim, por que é seu livro) narrar da maneira mais humana os bastidores de uma entrevista à uma criança com câncer, uma mulher sem o movimento das pernas, a falta de um irmão na família... Vanessa não economizou e narrou até uma surpresa que fez no aniversário de sua irmã... uma surpresa bem no estilo jornalístico, vamos dizer.
São 36 contos que depois de você degustá-los dá aquela vontade de abraçar o livro e reavivar a fé na humanidade... não adianta, Vanessa... como diz uma amiga: eu leria até sua lista de compras.
5 estrelas, favoritado. Recomendadíssimo!
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http://rabiscosefragmentos.blogspot.com.br/2013/10/resenha-memorias-de-uma-jornalista.html