Quando vi o livro dentre os lançamentos da Gutenberg fiquei curiosa. Não conhecia o livro, mas a sinopse era bem interessante. Por isso quando recebi a prova da editora corri para ler. Afinal não é sempre que encontramos um jovem adulto com traços de investigação e romance. Sete mensagens no celular da mãe que morreu um ano antes. Interessante e um tanto angustiante. É com essa premissa que Stewart Lewis desenvolve uma história de amadurecimento e descobertas.
Luna vive em um mundo privilegiado, seu pai é diretor de cinema em Hollywood e sua mãe era uma modelo famosa. Ela vivia uma vida perfeita quando a trágica notícia se abateu sobre sua família. A mãe tinha sido atropelada por um táxi nas caóticas ruas de Nova York. O ano foi difícil. Seu pai se fechou para o mundo, seu irmão mais novo passou meses com a avó e ela permaneceu em suspensão como se a morte da mãe fosse algo impossível de acontecer. Porém após um ano a vida parece estar retornando. O pai tem um novo projeto e seu irmão Tile é uma criança única, que lida de um jeito estranho com a perda e Luna fará de tudo para protegê-lo. Ela não sabe o porquê foi ao estúdio, mas com o tempo parecia algo natural a se fazer. O lugar estava intocado desde a morte da mãe. Depois de arrumar o lugar ela se depara com o celular da mãe carregando na tomada com sete mensagens não ouvidas e uma abotoadora solitária embaixo da cama. De quem será a abotoadura? Seu pai não usaria algo parecido com aquilo. Luna precisa descobrir mais sobre a noite que sua mãe morreu, mas receia em ouvir as mensagens de uma vez só. Ouvindo uma por vez Luna acaba descobrindo uma nova versão de sua mãe que ela não sabia existir. Quem estava com a mãe na noite do atropelamento? A mãe era feliz no casamento ou Luna passou a vida inteira entendendo errado os olhares dos pais?
É a partir daí que acompanhamos a busca de Luna não só pelas respostas, mas por um encerramento que permitirá dar fim do luto e a tristeza que permeia sua vida desde que a mãe morreu. Sua busca levará a conhecer novas pessoas, um mundo novo e principalmente uma pessoa melhor em si mesmo. Luna é uma protagonista interessante, ela tem quinze anos, mas é madura e sensível ao mundo ao seu redor. O que transformou sua voz narrativa em algo agradável de se ler. A trama é instigante não só pela curiosidade acerca das mensagens que aliada aos mistérios que cada uma esconde prendem o leitor até o final, mas pelo despertar de Luna, o modo que ela supera o luto e a forma que se abre para novas amizades, para um mundo novo foi gostoso de acompanhar.
A ambientação é muito boa, as descrições ganharam um tom a mais por causa do lado fotógrafa de Luna e o resultado foi uma Nova York belíssima. Os personagens secundários também chamam atenção. Tile o irmão de Luna é um ponto refrescante na história. A única coisa que me incomodou um pouco foi a divisão que a trama ganhou naturalmente a medida que os mistérios em torno das sete mensagens foram se resolvendo. A última parte do livro é um pós descoberta, o que é raro em qualquer livro e que em muitos sentidos funcionou bem, mas teria sido melhor se o autor tivesse prolongado mais a premissa central. O romance foi legal, apesar de achar que Luna não deveria ter perdoado algumas coisas.
Em resumo uma leitura rápida, um tanto diferente e agradável. Uma história sobre luto, encerramento, memória e aceitação. A edição que recebi da Gutenberg (...)
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