Lori 06/01/2015Eletrizante, sombrio e viciante Drama. Suspense. Sexo. E ação. Killing Sarai traz tudo isto envolto numa estória de amor não convencional que certamente embaralha as barreiras do certo e do errado. Ele toma vida em um mundo onde sequestro, escravidão sexual e assassinato a sangue frio perfazem o quotidiano de seus personagens. E a intensidade e a originalidade de seu enredo fará com que você torça pelo “cara-mau”. Porque aqui o nosso herói é um bad boy no sentido estrito da palavra.
A narrativa conta a estória de Sarai, uma garota de vinte e três anos, que há nove é prisioneira, no México, de um traficante de mulheres chamado Javier. Sarai não chegou a ser sequestrada. Ela foi entregue a Javier pelas mãos de sua própria mãe. Sem nunca ter conhecido o pai, ou ter qualquer família próxima, ela sabia que ninguém nunca a procuraria. Por anos, Sarai acreditou que suas chances de escapar daquele lugar com vida eram praticamente nulas. Isto até ela descobrir que o mais novo visitante de Javier é um americano.
Victor mata pessoas por dinheiro. Isso mesmo, ele é um assassino de aluguel que foi treinado desde a tenra idade de oito anos de idade. Apesar de Victor nunca matar inocentes, eu não posso dizer que um traço de seu carácter seja simpatia ou remorso pelo próximo. Em verdade, a primeira impressão que eu tive foi de que ele perdeu parte de sua humanidade há muito tempo.
Contudo, Sarai vê em Victor a sua chance de finalmente escapar daquele inferno em que ela vive. Seu plano é se esconder no carro de Victor e esperar que ele a leve para os EUA. O problema é que Victor vê Sarai como uma ameaça. E ele não está nem um pouco interessado em ajuda-la... Pelo menos de início.
Para meu grande espanto, foi impossível não me deixar cativar pelo nosso herói. Eu o achei tão intrigante! Sempre no controle, sempre um passo à frente. Inteligente, calculista, eficiente, frio, mas sempre com aquela pontada de algo mais... lá no fundo eu sabia que ele possuía um quê mais profundo, mais humano.
De início, foi difícil dizer qual era a dele, o que faz sentido, já que eu acredito que até mesmo Victor estava confuso quanto aos seus próprios sentimentos. Ele encontrava-se constantemente dividido entre fazer aquilo que ele havia sido treinado para fazer a vida inteira, e que fazia sentido dado o mundo em que ele foi criando, e o que a sua consciência estava lhe dizendo. E algo em Sarai aos poucos foi abrindo seus olhos...
Victor não deveria se importar com Sarai.
Ele certamente não podia se apaixonar por ela.
Mas, talvez essa seja e primeira coisa da qual a sua tão controlada pessoa não pudesse controlar...
Eu não consigo nem descrever o quão surpreendente e imprevisível esta estória foi. Foi praticamente impossível colocá-la de lado. E eu só o fiz porque estava lendo durante as férias com duas crianças pequenas demandando atenção 24 horas do dia.
O livro se desenrola numa séria de terríveis acontecimentos que são engenhosamente desenvolvidos. As cenas são um tanto gráficas, mas em hora nenhuma eu me senti chocada. Esta não é uma estória de amor propriamente dita, mas ela é lindamente executada.
Killing Sarai é eletrizante, intrigante, sombrio e completamente viciante. O final não é exatamente um Chiffhanger, mas ele definitivamente me deixou ansiando pelo segundo livro.