Antes de nascer o mundo

Antes de nascer o mundo Mia Couto




Resenhas - Antes de nascer o mundo


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Toni 29/06/2020

Quando o mundo acabou
Ler Mia Couto é uma experiência de contemplação. Ele possui uma prosa poética maravilhosa. Cada frase parece ter sido escolhida cuidadosamente pelo autor. Talvez a explicação se dê pelo fato do escritor moçambicano ser também poeta.

Mas vamos ao livro. Antes de Nascer o Mundo é uma viagem pelo continente africano e, ao mesmo tempo, uma jornada para dentro do ser humano. Silvestre (o pai) é daqueles tipos difíceis de se classificar. Tirano, louco ou sábio? Talvez tudo isso junto. Mas todos os personagens são ótimos. Incluindo a burra de estimação da família. É um livro sobre solidão, orgulho e traição. Mas também sobre esperança. Essa talvez seja a maior habilidade de Mia Couto, sua literatura é libertadora.

— Venha, meu filho, venha ajudar-me a ficar calado.



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Beatriz 20/06/2020

O silêncio é uma travessia.
"(...) a escrita era uma ponte entre tempos passados e futuros, tempos que, em mim, nunca chegaram a existir”.

O livro é a sensível narrativa de um menino que desconheceu por muito tempo sua existência e foi negado até do próprio nome - chamaram-no Mwanito (diminutivo de “mwana”, “rapaz, filho” em chissena - língua do centro de Moçambique). Ele cresceu vocacionado ao silêncio e nas ausências de uma terra apartada, sempre privado da própria história. Mesmo assim, ele a escreveu. E quando o mundo “do lado de lá” se revelou, percebeu que já havia aprendido tanta coisa. Amar era uma delas.
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Ale Giannini 09/06/2020

Linguagem rica
Há muito tempo queria conhecer Mia Couto e comecei bem, recomendado por amigos, talvez o melhor livro dele, senão o mais poético. Espero ler outros e conhecer mais sobre a cultura africana.
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Rodrigo Brasil 02/06/2020

O afinador de silêncios
Aqui, Mia Couto traz a história de uma família reclusa da civilização.
O livro é narrado por Mwanito, o filho mais novo, que acompanha àquela invenção criada por seu pai.
Jerusalém, um sítio afastado na região de Moçambique? Não sabemos, só sabemos que é um local distante, três dias da cidade mais próxima.
Ali, Mwanito e Ntunzi, seu irmão mais velho, aprendem o que é a vida, a solidão, a culpa e as marcas do sofrimento que arrebataram seu pai.
Com uma escrita clara, delicada e poética, conhecemos esse mundo de silêncios. Um mundo onde tudo é possível.
Nunca havia lido Mia Couto, depois desse vou ter que procurar mais obras do autor. Um Livraço!
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Rhuana.Macedo 02/06/2020

Poético e emocionante
Através da jornada dos moradores de Jesusalem somos levados a redescobrir a vida e morte e como esses dois acontecimentos estão interligados.
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Suelen 31/05/2020

Cada pessoa tem uma forma diferente de viver o luto
Eu acredito que o livro todo se baseia na forma como Silvestre resolveu encarar o luto da mulher que cometeu suicídio.
Ele tentou renegar tudo que tivesse significado com uma vida em comunidade, pois trazia lembranças doloridas. No fim ele acabou se rendendo e voltando a cidade, mas jamais voltou a ser o mesmo.
Achei interessante e ao mesmo tempo cruel com os próprios filhos essa forma de luta.
O livro traz assuntos polêmicos como zoofilia e isso partiu meu coração. Pensei em desistir da leitura quando chegou nesse ponto. Não conseguia mais ler sem ter repugnância. Como estava lendo para o Clube de Leitura, me forcei a terminar.
Thais Toledo 31/05/2020minha estante
Achei bem interessante, mas quando vc falou em zoofilia desisti de ler..


Suelen 31/05/2020minha estante
Eu acho bem pesado, pq não esperava isso no livro. É um capítulo dedicado ao animal :(


Beatriz 20/06/2020minha estante
Foi bem pesada essa parte da leitura, mas acredito que seja esse o intuito. Silvestre perdeu a humanidade de tal forma que se transformou em bicho, e só com outro bicho sabia se relacionar. É mesmo para ser repugnante.




Paula1882 19/05/2020

O primeiro livro do Mia Couto que li, e me deixou com vontade de ler todos os outros. A forma como ele escreve é encantadora e arrebatadora.

"quem viveu pregado a um só chão não sabe sonhar com outros lugares."
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Thiago.Milani 14/04/2020

Surpreendente.
Primeiro livro que li do Mia e me surpreendeu pela descrição e narrativa. Emocionante como o autor conta a história pelos olhos de uma criança.
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Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Antes de nascer o mundo, Mia Couto - Nota 9/10
Se o primeiro livro que li do autor - "A confissão da leoa" - não havia me agradado tanto, "Antes de nascer o mundo" serviu para mostrar o seu brilhantismo. Nessa obra, o narrador Mwanito e seu irmão mais velho, Ntunzi, são criados em Jesusalém - e não a Jerusalém que conhecemos. O cenário dessa obra é um espaço no meio da savana de Moçambique e “criado" pelo pai dos dois jovens, Silvestre. Após a morte de sua esposa, Silvestre resolveu deixar a cidade e levar os seus filhos e seu criado, Zacaria, para morar no meio do nada. Lá, onde resolveu chamar de Jesusalém, Silvestre criou os filhos com a ideia de que o mundo que conheciam teria acabado e que só eles haviam sobrado. É uma fuga de um passado pouco conhecido por Mwanito e que não deve ser falado. Qualquer memória deve ser apagada.

E é no meio desse novo mundo que Mwanito apresenta ao leitor suas dúvidas e questionamentos sobre as histórias contadas pelo pai. Sem qualquer lembrança de seu passado, e sem nunca ter visto uma mulher, o jovem narrador não tem alternativa se não acreditar em tudo que seu pai contava. No entanto, sem muitas explicações, Mwanito é atormentado pela figura da mãe, Dordalma, que nunca pôde conhecer, mas que guia os seus passos. Já Ntunzi, o irmão mais velho, guarda mais memórias da antiga vida e, com o desejo de voltar à civilização, entra em conflitos com Silvestre.

A única conexão de Mwanito com o que talvez exista além de Jesusalém - “O lado de Lá” -está no Tio Aproximado, que de vez em quando aparece na aldeia com novidades e com histórias para contar. Um dia, a fuga constante pelo passado se vê abalada quando Tio Aproximado traz uma mulher para Jesusalém.

Com uma escrita sensível e poética, verdadeira arte em forma de texto, essa obra como certeza explica o destaque de Mia Couto com um dos maiores autores contemporâneos da língua portuguesa. Uma obra marcante!

“Não chegamos realmente a viver durante a maior parte de nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências.”

site: https://www.instagram.com/book.ster
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Luciana 22/02/2020

Poético
?O mundo termina quando já não somos capazes de o amar? - Mia Couto

Antes de nascer o mundo foi meu primeiro contato com a obra de Mia Couto e deixou uma marca profunda em mim. O livro é denso, envolvente e intenso! O autor consegue tratar de temas difíceis como solidão, luto, suicídio, depressão de um modo tão poético que nos faz questionar nossos próprios pensamentos e convicções.
Ademais, as mulheres exercem papéis de destaque. Por meio de Dordalma, Marta e Noci, Mia Couto problematiza as relações hierárquicas e machistas daquela sociedade e as marcas que causam em todas as personagens.
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alexememo 11/02/2020

Grata surpresa
Primeiro livro que li em 2020 e não poderia ter começado melhor.
Como ser pai? Como ser filho? Como viver depois de não querer mais? Uma história que apresenta uma alternativa muito bonita para esses questionamentos.
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duda 15/11/2019

opinando
A história traz grandes reflexões sobre solidão, culpa, desejos, infância perdida, luto não vivido e a importância que a mulher tem na vida de alguém mesmo não estando mais presente.
A transparência em que é mostrada a forma em como os homens conseguem nos ver apenas como objetos, ter a mentalidade de que fomos feitas para seguir um padrão é tanta que chega a ser desconfortante; nunca envergonhá- los, sempre estar ali prontas para servir em todas as áreas. Nos limitam em curvas e olhares, nos limitam a sermos amparo emocional deles como se não fossem capaz de cuidar de si.
No livro também relata que o machismo pode afetar muito o homem, o próprio Silvestre sofre as consequências de um ato consequente de sua mentalidade sexista. A falta que sente da mulher, a culpa que sente pela morte da mesma e o luto que insiste em sufocar. Silvestre se isola em Jesusalém tentando se livrar de todos esses sentimentos, para ele a vida acabou no momento em que Dordalma se foi. E de fato acabou, pois a cada dia ele matava um pouco de si.
São muitas as reflexões profundas que esse livro traz; como o fato de Mwanito ter envelhecido anos com as experiências traumáticas que teve com apenas 11 anos de idade; as confusões internas que Zacarias trazia da vida de militar; a vontade de viver de Ntunzi, que já tinha experimentado o que era o mundo, mas teve que se isolar por ordem do pai; as sentimentalidades de Marta em relação ao marido, entre outras.
É uma leitura que com certeza impacta e que nos coloca para refletir várias questões da vida. O livro mostra quão poderosa é a nossa mente, e o como a nossa maneira de lidar com as fatalidades pode transformar a nossa vida e a de quem nos cerca.
lyssa 28/09/2020minha estante
caramba que resenha incrível!!




Maju Deolindo 20/09/2019

Completa surpresa
Meu primeiro contato com o autor Mia Couto e me surpreendi infinitamente. Eu comecei sem expectativa nenhuma pq esse livro é leitura obrigatória da uerj 2020 e foi uma puta leitura foda. Ja quero ler outros livros desse escritor.
É muito incrível sair da mesmice das histórias Américanas, e encontrar muita coisa fantástica fora do padrão.
Antes de nascer o mundo vai contar a história de 5 homens que fogem da civilização com a suposta afirmação que eles são os únicos sobreviventes da raça humana.
Leiam! Vale muito a pena.
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Mayara.Bernardino 12/03/2019

"As mulheres são como as guerras: fazem os homens ficarem animais."
"As mulheres são como as guerras: fazem os homens ficarem animais."

Terminei a leitura no dia 8 de março, dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e que sincronia. Antes de nascer o mundo encaixa perfeitamente como um livro para ser lido nesta data, um livro onde a presença feminina é destaque durante toda a leitura, onde a mulher e seu poder, sua essência, sua unicidade são fatores marcantes na escrita de Mia Couto.
Fiquei simplesmente encantada com a forma como ele escreve e como ele soube colocar reflexões em uma narrativa, que ao meu ver, começou bem confusa, mas que ao longo do tempo foi se encaixando e tomando forma, uma narrativa cheia de detalhes estranhos, marcantes e pesados. Um histórias sobre o poder da mente sobre nossas atitudes, a solidão, os desejos, e a descoberta do novo. Como a nossa mente e o nossos medos nos impede de vivermos e como viver é um ato corajoso, difícil e desafiador, principalmente se a solidão faz parte desse viver. Nenhum ser humano consegue estar sozinho e chegar ao fim da vida em sã consciência, sem que sua mente tenha sido tomada pela loucura e necessidade do outro. Este livro fala muito disso, sobre a solidão, quando ficamos só com nossas ideias, nossas escolhas, nossos pensamentos e decisões. Quando a presença do outro não vale de nada se temos uma dor que toma conta da mente e nos faz sentirmos totalmente sós. Mostra como o ser humano pode se tornar cruel quando se prende a suas próprias dores, seus próprios monstros e sua própria solidão. Como as mulheres sozinhas são consideradas problemáticas, loucas, putas por serem só, como é dito na narrativa "neste mundo só somos alguém se formos esposa", ou seja, uma mulher só é mulher quando não vive sozinha, quando cuida de alguém, quando se casa. Ser mulher é um desafio neste livro, porém é a natureza feminina que transforma, que abala a loucura e a sensatez de um homem.
Fer 12/03/2019minha estante
Por um mundo igual.. Mas ainda estamos vivendo com selvagens


Marcos.Azeredo 14/01/2020minha estante
Um escritor que gosto muito.




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