LiteraCult 04/03/2015
{resenha} Grendon: A Guerra das Duas Luas, de Augusto Terto Leandro
Resenha de Iuri Rodrigues.
Grendon é um continente mágico habitado por seres fantásticos, e pessoas capazes de manipular os elementos da natureza, esses são os Especiais. Os Guardiões protegem o Templo Sagrado liderado por uma Sacerdotisa que em seu templo aprisiona sete espíritos malignos. Porém, os próprios Guardiões se rebelam contra a Sacerdotisa que foge, e toda Grendon fica em perigo.
Somos iniciados a estória conhecendo David, um garoto de 11 anos que após fugir do orfanato onde vivia é encontrado por um homem - até então - qualquer, que o leva para Otsugua, um dos Guardiões de Grendon. David é treinado pelo Guardião, e é neste núcleo que ele conhece Naty, outra aprendiz de Otsugua que está prestes a se formar, mas resolve esperar pelo amigo David. Assim que o garoto se forma, os dois seguem viagem para o Templo da Sacerdotisa, porém muita coisa acontece até chegarem lá.
Escrever sobre Grendon é uma tarefa muito difícil e delicada, pois em suas pouquíssimas páginas encontramos enredo para mais de um pequeno livro. Muita estória em poucas páginas sempre carrega um lado positivo e outro negativo, o positivo é uma leitura mais rápida e fluída; o negativo, uma quebra de climax enorme, que faz o leitor perder completamente a emoção pela estória.
As personagens infelizmente também não são muito cativantes, difícil foi ter empatia por alguém, e acredito que culpa disto é a forma absurda em que as mesmas se encontram durante o decorrer do livro. A personalidade de cada um não contribui muito também, Naty, por exemplo, era uma personagem que eu esperava muito, mas que aos poucos foi me decepcionando cada vez mais. Afinal, cadê a personagem forte que vimos em sua primeira aparição?
O romance é um dos piores que já presenciei em toda minha vida literária. A pieguice é tanta em cima de uma personagem que daria tudo para salvar a obra, que se torna algo enjoativo de se ler. As lutas que encontramos nas páginas do primeiro livro da série Grendon, no entanto, são relativamente interessantes de se acompanhar. Gosto muito de livros que introduzem os quatro elementos em batalhas.
Durante essa leitura completamente arrastada, não pela escrita que por sinal é bem fácil e bem fluída, mas sim por não ter me feito acreditar nenhum um pouco na obra, me perguntava se algo poderia salvar pelo menos um pouco o livro de Augusto Terto, e a única coisa positiva que encontrei foi a ideia de um enredo maravilhoso que foi pouco explorado.
A edição feita pela editora Biblioteca 24horas também deixou muito a desejar. Encontrei vários erros de ortografia e concordância na obra. O mesmo despencou completamente em minhas mãos - algo que nunca havia acontecido comigo nem em edições econômicas -, e acredite, se tem alguém chato e cuidadoso com livros esse alguém sou eu.
Em setembro deste ano o segundo livro da série será lançado, intitulado de "Grendon: O Artefato do Equilíbrio". A expectativa é que o próximo livro supere todos os defeitos encontrados neste primeiro volume, e que o enredo seja mais explorado pelo autor.