Lucas 08/12/2010
Com poucos ambientes e termos técnicos exagerados, mas de leitura cativante.
- Não há outra saída - disse Jack para si mesmo (...)- Giba e vela do estai do traquete. Sr. Byron, dê a ele meio ponto.
Em sua obra, Patrick O´Brian não poupará o leitor de termos técnicos, os quais só serão explicados se o personagem de Stephen Maturin estiver presente. O final é outro problema, a estória simplesmente acaba, deixando o leitor, literalmente, a deriva. Realmente, parece que Patrick O´Brian decidiu pôr, justamente naquela altura da estória, um ponto final e acabou... simples assim. Decepcionante não seria bem o termo, mas o final acaba produzindo uma certa sensação de frustração no leitor.
Entretanto, as descrições do ambiente do navio Leopard são impressionantes. A leitura flui de tal maneira que, muito embora os ambientes da estória sejam bem restritos, isso não cansará o leitor que se sentirá, literalmente, sob o comando de Jack Aubrey, sentindo as chuvas de granizo no convés, bebendo o grogue junto dos marinheiros e oficiais, sofrendo as ondas do Atlântico sul, sentindo o cheiro fétido dos porões, deslumbrando-se com as baleias azuis, temendo a tifo, congelando com os ventos polares e haja adrenalina para a perseguição que Aubrey trava com um temido navio holandês em pleno mau tempo! Temperando o livro há uma estória de espionagem na qual Maturin será o grande protagonista, uma estória relativamente fraca, ora sendo o eixo da obra, ora relegada a mera parte acessória.
Caso você seja um leitor que se encanta com descrições e quer vivenciar a realidade do que está lendo, esse é seu livro! Se você almeja encontrar em Mestre dos Mares algo parecido com Piratas do Caribe, a decepção será certa! Não é um livro de aventuras e ação mas um orgulho para a estante!