A Ilha da Desolação

A Ilha da Desolação Patrick O'Brian




Resenhas - A ilha da desolação


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Aguinaldo 31/01/2011

A ilha da desolação
Os livros não tem pudor, exibem-se desavergonhados nas estantes, ávidos pedintes por leitores de ocasião. Comprei e li este exemplar de "A ilha da desolação" como quem uma vez mais procura uma amante conhecida, de quem sabemos bem os hábitos mas que acreditamos serem capazes de ainda nos surpreender. Este é mais um dos romances históricos de marinharia de Patrick O´Brian (é o quinto na verdade, tratando de acontecimentos imediatamente posteriores ao "Expedição à Ilha Maurício, que resenhei aqui meses atrás). O capitão Aubrey volta a seu posto depois de ter assumido o de Comodoro na aventura anterior. Após meses de vida doméstica na Inglaterra é incumbido de levar um grupo de prisioneiros à distante Austrália e depois auxiliar o governador do lugar a manter a ordem pública. Apesar da irrelevãncia do comando oferecido Aubrey aceita pois qualquer coisa é melhor que o aborrecido campo inglês e os problemas nos negócios. Seu amigo médico (e espião inglês nas horas vagas), Stepehn Maturin, também vê na viagem uma oportunidade de afastar de uma decepção amorosa e de seu vício crescente pelo laúdano. Entre os prisioneiros do navio há uma americana, anteriormente associada exatamente pela mulher por quem Maturin está apaixonado. No longo caminho até a Austrália Aubrey e sua tripulação se vêem em tribulações mil: tempestades, mortes na tripulação, epidemia de tifo, calmarias longas e desgastantes, falta de água, paradas forçadas - no Recife brasileiro aliás, um renhido combate naval com uma embarcação holandesa, quebra do leme do navio, dificuldades na navegação pelas águas geladas do oceano antártico, abandono de parte da tripulação. Finalmente conseguem atracar em um porto isolado de uma ilha distante chamada Desolação. Americanos e ingleses reinvindicam soberania pela ilha e a chegada repentina de um navio baleeiro americano gera forte tensão entre os dois grupos (hoje a ilha é uma possessão francesa). Aubrey necessita de ajuda dos americanos para consertar o leme de seu navio, enquanto estes precisam com urgência da habilidade médica de Maturin. A tensão entre os dois grupos reflete o ambiente que antecede a guerra que haverá entre os dois países em 1812 (na qual a Casa Branca foi incendiada e o jovem país quase voltou a fazer parte do império britânico, cabe dizer). É um livro bastante movimentado. A perseguição e a batalha contra o navio holandês é animada. Os truques de espionagem e contra-espionagem descritos no livro também. É um bom divertimento de férias. Leitura descompromissada mas que tem seu valor. [início 14/02/2009 - fim 18/02/2009]
"A ilha da desolação", Patrick O´Brian, tradução de Sônia Coutinho, editora Record (1a. edição) 2009 brochura 13,5x21, 413 págs. ISBN: 978-85-01-08078-3
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Lucas 08/12/2010

Com poucos ambientes e termos técnicos exagerados, mas de leitura cativante.
- Não há outra saída - disse Jack para si mesmo (...)- Giba e vela do estai do traquete. Sr. Byron, dê a ele meio ponto.
Em sua obra, Patrick O´Brian não poupará o leitor de termos técnicos, os quais só serão explicados se o personagem de Stephen Maturin estiver presente. O final é outro problema, a estória simplesmente acaba, deixando o leitor, literalmente, a deriva. Realmente, parece que Patrick O´Brian decidiu pôr, justamente naquela altura da estória, um ponto final e acabou... simples assim. Decepcionante não seria bem o termo, mas o final acaba produzindo uma certa sensação de frustração no leitor.
Entretanto, as descrições do ambiente do navio Leopard são impressionantes. A leitura flui de tal maneira que, muito embora os ambientes da estória sejam bem restritos, isso não cansará o leitor que se sentirá, literalmente, sob o comando de Jack Aubrey, sentindo as chuvas de granizo no convés, bebendo o grogue junto dos marinheiros e oficiais, sofrendo as ondas do Atlântico sul, sentindo o cheiro fétido dos porões, deslumbrando-se com as baleias azuis, temendo a tifo, congelando com os ventos polares e haja adrenalina para a perseguição que Aubrey trava com um temido navio holandês em pleno mau tempo! Temperando o livro há uma estória de espionagem na qual Maturin será o grande protagonista, uma estória relativamente fraca, ora sendo o eixo da obra, ora relegada a mera parte acessória.
Caso você seja um leitor que se encanta com descrições e quer vivenciar a realidade do que está lendo, esse é seu livro! Se você almeja encontrar em Mestre dos Mares algo parecido com Piratas do Caribe, a decepção será certa! Não é um livro de aventuras e ação mas um orgulho para a estante!
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