O Poder da Espada

O Poder da Espada Joe Abercrombie




Resenhas - O Poder da Espada


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neo 20/10/2014

Esse livro estava acumulando pó aqui em casa há quase um ano. Lembro de tê-lo comprado porque falavam muito bem dele e do escritor, o Abercrombie. Aliás, eu via "Abercrombie" sendo citado a torto e a direito como praticamente um gênero novo: uma fantasia mais realista, sombria e tão crua que fazia alguns leitores se sentirem até desconfortáveis. Quando o comecei a ler, porém, há alguns meses atrás, não passei da página 150 e o coloquei de lado por outro livro qualquer. Não foi exatamente porque o achei ruim (lembro-me de ter até mencionado para vocês aqui [do tumblr, já que o blog foi criado bem depois dessa época] que não o tinha achado ruim, mas que também não tinha me sentido muito disposta a continuar), então resolvi dar a Abercrombie uma nova chance de me mostrar essa fantasia sombria e, segundo muitos, maravilhosa.

Dessa vez não precisei nem chegar à página 100 para perceber que meu santo provavelmente não bate com o do Abercrombie.

Livro, me peguei dizendo para o dito cujo. Livro, você vai me fazer parecer a leitora chata mais uma vez. Você é supostamente um novo clássico da literatura fantástica, o debut de uma nova voz do gênero. Por que você não é bom? Tinha esperança de que as coisas iriam melhorar, então continuei, mas lá pela página 250 eu já estava prestes a arrancar meus olhos. Por sua culpa, livro, pensei, vou acabar sendo a do contra de novo. De novo!

Dito e feito. Aqui estou eu, sendo a do contra de novo. A essa altura do campeonato eu nem me sinto mais culpada em não gostar de algo tão bem falado, mas não gostar tantas vezes de livros considerados tão bons vai acabar me rendendo fama de megera. Well.

¯_()_/¯

Enfim, tive tantos problemas com esse livro que nem sei por onde começar, tantos que acho que essa vai ser uma das resenhas mais longas que já fiz, então vamos por partes.

Primeiro, a escrita. Nas descrições e nas cenas de ação (Abercrombie é tão bem falado para cenas de ação que se elas não fossem boas eu perderia minha fé no GoodReads) ela era até mesmo ótima, e é exatamente por isso que não dei apenas uma estrela para esse livro. A segunda está aí apenas por esses poucos momentos em que pude ler sem revirar os olhos. Mas os diálogos... Gente, os diálogos foram horríveis. Eu nunca vou entender porque usar tantas exclamações o tempo todo (na verdade eu entendo. Acho que já comentei isso em uma resenha de O Espadachim de Carvão, mas exclamações em excesso, itálicos em demasia e caps lock a todo momento são atalhos, sinais de que o autor não quis gastar tempo ou esforço caracterizando o personagem e/ou descrevendo a cena, então né, lazy writing oops), porque o Abercrombie não passa uma fala sem usar pelo menos três. Passei o livro todo imaginando personagens se esgoelando uns pros outros em situações em que isso não fazia o menor sentido. E isso irrita demais! Olha só! Como parece que estou desesperada te gritando! Quando na verdade não há motivo algum para isso! Uma exclamação de vez em quando é suficiente! Alguém por favor diga isso ao Abercrombie!

Segundo, esse livro não tem propósito nenhum. Nenhum mesmo.

Acho que já mencionei aqui no tumblr [no blog não falei nada], mas logo quando comecei a procurar dicas de escrita, isso há uns dois anos atrás, uma que eu vi sendo repetida a todo momento foi a que dizia que o plot de um livro é feito, entre outras coisas, pelos objetivos dos personagens principais, e que fazer personagens que são apenas guiados pelo plot de um lado para o outro é receita para o fracasso. O Poder da Espada, no entanto, é uma obra cheia desses personagens passivos (e faz sucesso, né), e por isso mesmo tem um dos plots mais vagos e soltos que eu já vi na vida. Os personagens não querem nada e quando querem não é mais do que por dois capítulos, que é basicamente o tempo que eles levam para alcançar esse objetivo. Vejamos: Jezal quer, supostamente, vencer o campeonato lá, certo? Mas ele não quer de verdade. Quem quer é o pai dele, quem exige é a sociedade em que ele vive, e não ele. E quando ele passa a querer (graças a um plot device pra lá de ridículo, vale frisar), é por apenas um ou dois capítulos e acabou. O Glokta só faz alguma coisa porque seus superiores o mandam (salvo uma única ocasião, que é logo deixada de lado depois), ele literalmente não quer nada e só responde as ordens de Glokta, faça isso, Glokta, faça aquilo lá, etc, etc, etc. O Logen então é ainda pior; ele escapa dos shankas e encontra o Primeiro dos Magos, que estava procurando por ele, e depois passa a segui-lo por aí sem sequer perguntar o porquê do Primeiro dos Magos querer levar ele para sei lá onde. Joe Abercrombie, isso é conveniente demais, pelo amor de Deus.

Esse livro só serviu para colocar os personagens no lugar certo para o volume dois, onde a história aparentemente começa de verdade, e é por isso que O Poder da Espada não passa de um grande prólogo. Um grande, tedioso e irritante prólogo. Teria sido muito mais fácil resumir o pseudo-enredo todo em dois parágrafos e lançar o volume 2 como 1. Garanto que teria me poupado muita coisa.

Terceiro, o livro tem uma plotline de romance que é basicamente um YA desses que todo mundo odeia, só que para garotos.

Conheçamos nosso casal: Jezal, um nobre arrogante, mimado e um babaca de marca maior que se acha a última bolacha do pacote, popular com as garotas, mas que é um espadachim habilidoso e por isso todo mundo meio que tolera ele, já que se espera que ele vença o tal campeonato e consiga uma grande promoção depois. Isso é literalmente tudo que se pode dizer sobre ele (cadê os personagens complexos do Abercrombie, hm?). Deixa eu YAzificar (?) ele para você: Jezal, um garoto rico arrogante, mimado e um babaca de marca maior que se acha a última bolacha do pacote, popular com as garotas, mas que é um ótimo jogador de futebol/baseball/whatever e por isso todo mundo meio que tolera ele, já que se espera que ele ganhe o campeonato de futebol/baseball/whatever e ganhe uma bolsa para alguma faculdade famosa por aí.

O que o Jezal é em ambos universos? O garanhão popular com uma personalidade horrível que dorme com muitas garotas e acha que amor é uma besteira, certo?

Agora a outra metade: Ardee, uma plebeia do norte distante, que ao contrário de todas as damas da capital, fala o que pensa e é inteligente. Além disso, obviamente não é um palito como as já citadas damas da capital, mas tem um corpo lindo e é, no geral, estonteante. YAzificando: Ardee, uma garota do interior, que ao contrário das meninas populares não é "fútil" e nem burra. Além disso, obviamente não é uma loira oxigenada e nem passa dez horas por dia em uma academia e nem se esforça o máximo para pegar aquele bronzeado, mas tem um corpo lindo e é, no geral, estonteante.

O que Ardee é em ambos universos? A famosa Garota Que Não é Como Todas As Outras e Que Por Isso Vale a Pena, oras. Para aqueles que não leem YA, isso é basicamente toda protagonista do gênero. Tada.

E o que acontece quando você junta o Garoto Garanhão Rico com a Garota Que Não É Como Todas As Outras?

Ele muda!

De uma hora para outra, todas aquelas garotas com quem ele fazia a farra antes não têm mais graça. Agora elas são pálidas se em comparação com a Garota Que Não é Como Todas as Outras, fúteis e sem sal, sem brilho. O amor passa a existir! ((. .)) O Garoto Garanhão Rico se apaixona tanto por ela que até mesmo ouvir outros caras falarem coisas indecentes sobre ela, como ele fez sua vida toda sobre outras garotas, o irrita a ponto de fazê-lo explodir de raiva! Ele se torna basicamente um cachorro babão atrás dela, porque é isso que o amor faz!

Romântico, não é?

Ora, faça-me o favor. (;¬_¬)

Enfim, terceiro, O Poder da Espada é cheio de clichés. Sim, clichés. Por favor espere um minuto antes de me jogar pedra, certo? Certo.

Antigamente, clichés no gênero de fantasia eram bem simples: O mestre, geralmente um mago, sábio e velho. O guerreiro nobre e honrado. A donzela em perigo. Os elfos como seres superiores. Todos os nobres sendo cavaleiros incríveis e bons, ajudando assim os pobres. O escolhido, geralmente um garoto pobre e/ou de fazenda. A profecia. O Lorde das Trevas/Escuridão. Blá blá blá.

Mas, surpresa, isso mudou. E acho que podemos culpar o Martin por essa mudança; ele tem algum crédito, ao menos.

Agora os clichés são outros: a nobreza toda não presta. O mundo é ruim, muito ruim, e usar pseudo-violência o tempo todo é o jeito mais fail eficiente de mostrar isso. A guria agora pode até ser uma donzela, mas tem pseudo-personalidade (lê-se: não é completamente dócil). Quando não é uma donzela, ela é completamente experiente e controla o herói facilmente, transformando-o no famoso cachorro babão. Quase nunca há mestre mais; os personagens já são todos bem crescidinhos e são guerreiros/mercenários formidáveis com um passado negro e sombrio. Bonus point se eles já tiverem matado muita gente. Bonus point em dobro se agora eles se arrependem por isso. Os pobres, quando não mercenários/ladrões, são gente decente e honesta castigada pelos maus tratos da nobreza. Agora todo mundo tem falhas (yay!), mas infelizmente muitos autores frequentemente se esquecem de que falha =/= personagem complexo.

Tada.

O Poder da Espada tem muitos desses clichés, mas o que mais me irritou foi o da nobreza toda não prestar. Principalmente se tratando das mulheres. Aqui, mais uma vez, Abercrombie deu uma de escritor de YA para garotas, só que como é fantasia a gente diz que é para garotos, certo? Todas as damas apresentadas no livro (não foram muitas, mas né) são colocadas pra baixo por usarem roubas bonitas e maquiagem, e todas são consideradas cabeças ocas que não pensam e só se viram com a ajuda de a) um homem b) uma governanta (que obviamente pensa, já que não é rica e nem uma dama). YAzificando: todas as garotas do colégio são patricinhas que só querem saber das fofocas e de roubas de marca, e que vivem se arrumando ao máximo para ir para as aulas. Porque é um crime se maquiar. E gostar de fofoca. Ou de roupa de marca. Sentença de morte se você ousar acompanhar revistas para garotas, porque estas são obviamente fúteis e você consequentemente se torna fútil. Boa mesmo é a Garota Que Não É Como Todas As Outras, que não usa maquiagem e gosta de roupas largas (ela não seria que nem essas garotas que mostram o corpo por aí!), joga video game e lê HQs ou mangás. Lembre-se: ser feminina é um crime e a punição é ser chutada para sempre para o canto das Garotas Fúteis. Cuidado!

Homens também não escapam. Todos da nobreza são egoístas que só pensam em si mesmo (e em dinheiro) e que não fariam nada pelo reino nem em mil anos. O único a ocupar um cargo de importância que é bom e honesto, surpresa!, é de nascimento plebeu! Ha!

_

(Uma petição para o Abercrombie escrever """"YA para garotas"""", que tal? Ele com certeza tem talento.)

Quarto, não há personagens femininas dignas (na verdade não há personagens dignos, mas duas mulheres apenas, então prossigamos). A Ardee só serve para (tentar) desenvolver o Jezal. A Ferro quer vingança e está com raiva. E só.

Quinto, que diabos foi aquilo no fim do livro? Era literalmente três parágrafos para um personagem e puf!, mudança de POV, mais três parágrafos para outro personagem e puf!, mudança de POV, e assim por diante. Irritante demais e sem propósito demais. E o clímax do livro foi uma piada, até porque o livro não tinha plot pra ter clímax. Triste.

Concluindo, O Poder da Espada foi um livro arrastado, sem personagens bons, com uma escrita razoável se você ignorar os diálogos, cheio de clichés e com um dos romances mais mimizentos que já li (e eu pensando que isso era exclusividade de YAs). Nada acontece nunca, o plot é inexistente, o clímax é inexistente, a mudança de POVs em vários momentos quebra o ritmo, e enfim, a coisa não presta, na minha opinião. Se quer ler uma ~fantasia realista~, recomendo qualquer outro livro, menos esse.

E depois dessa Bíblia percebi que duas estrelas é demais para O Poder da Espada. 1.5 então. E que venham as pedras (ou não).

site: http://lynxvlaurent.blogspot.com.br/
Rodolfo 19/12/2014minha estante
Concordo com muita coisa que vc falou. Não desgostei do livro mas o objetivo principal da trama fica pouco claro nesse primeiro volume.


Dezzinha 06/01/2015minha estante
Pensei que só eu pensava assim. Desisti do livro porque ele é muito lento e incerto. Fla-se de lugares que fazem parte do "país" ou "continente" (nem isso ele explica direito) mas não se sabe o que encaixa onde. Sem falar que essa da mulher que não se encaixa nos padrões é tão velha quanto a noviça rebelde.
Pra mim, um livro tem que convencer o leitor de que aquilo é possível de acontecer, que o personagem é "real". Esse autor não consegue nos envolver.
Não perco mais meu tempo com Abercrombie.


Joaquim 21/01/2015minha estante
Na moral, achei sua resenha cheia de criticas sem fundamento. Primeiro o lance do itálico e exclamação, primeiramente acho coisas bem pequenas para reclamar. Mas vamos falar a respeito delas, sobre a exclamação eu não percebi este numero enorme que você disse, pode ser que esteja certa, pode ser que exista no livro este exagero mas sinceramente eu tava tão dentro desta obra de arte que nem notei. Sobre o itálico, ele foi essencial para a obra, principalmente para o querido personagem Inquisitor Glokta, o autor mostra muitos os pensamentos dele de forma direta, acho um dos melhores pontos do livro, o cara é um torturador sádico e sarcástico mas a maioria dos leitores entende e ama o personagem. E simplesmente é hilário você ver a resposta mental e real do personagem perante a uma situação.

Agora sobre os cliches... serio, que livro ou filme ou hq que não existe cliche? Se isto for usado como critica apenas os livros primordiais seriam livros bons. Seu livro pode tá cheio de cliches mas o que vai fazer que ele seja bom ou ruim é a forma como você mostra estes cliches, como você escreve, a forma como você toca na emoção das pessoas com seus personagens. Estes cliches podem ser trocados de nome para classicos. E no caso deste livro muita gente gostou da forma como os "cliches" foram escritos. Hoje em dia é praticamente impossivel fazer uma boa obra de arte da literatura sem ter que colocar um "cliche".

Sobre a Ferro, a única coisa q falou dela foi que ela tem sede de vingança, como se fosse algo tosco, algo como cliche. Porra, quantas e quantas excelentes histórias existem personagens com sede de vingança? E meu deus, sem falar que ela está bem longe de todos os seus cliches, uma personagem extremamente original e ela é feita de uma forma bem realista.

Sobre as mocinhas, tu não gostou que as 2 mulheres principais são o tipo de mulher mais aventureira, esta é uma história cheia de aventuras, de lutas e etc, a única parte que tem politica no livro é a parte do Glokta, o resto é aventura, para esta história não caberia uma personagem principal mulher toda arrumadinha, fresca, toda donzela, não caberia. Personagem femininas cabem em histórias repletas de politica, como nos livros do George R. R. Martin. Mas deixa eu lhe falar uma coisa, no segundo volume de A Primeira Lei, no arco do Glokta tu vai encontrar uma personagem bem feminina. Mas continuando, nós leitores temos que nos colocar no lugar do autor, as vezes o autor até que quer colocar uma personagem que quebre os padrões, que não seja cliche, mas a história muitas vezes não aceita isto. Ae se o cara forçar fica uma bosta. Um exemplo disso é o livro O Trono do Sol, um livro que o autor coloca um monte de personagem que seriam "originais", mas eles não cabem na história, são personagens rasos, dois exemplos de personagens são um mendigo e um anão, ambos extremamente mal trabalhados. No caso do mendigo não se explica sua história, por que ele se veste como mendigo, ele para falar verdade tá mais para um mago do que para um mendigo. E sobre o anão, o fato dele ser anão não muda em quase nada na sua personalidade, pareceu uma tentativa falha de copiar o Tyrion de ASOIAF.

O que eu quero dizer é que tem histórias que simplesmente não cabem certos tipos de personagens, é muito melhor não ter eles do que simplesmente colocar personagens rasos na obra.

Agora tu falou e falou dos cliches mas nem sequer citou o fato de Glokta ser um dos personagens mais originais de todos os livros de fantasia, na minha opinião este livro nem precisa do Jezal, do Logen, da Ferro, ele consegue brilhar somente com o Glokta. Eu até tenho inveja deste autor por ter pensando na ideia de um torturador com o corpo todo destruído que gosta de fazer piadinhas sarcásticas para tornar sua vida mais prazerosa.

Logen também é um personagem bem diferente do que eu vejo por ai, quando eu vejo um barbaro penso em um cara orgulhoso que adora batalhas e sangue. O Logen é assim, quer dizer, era assim, quando mais jovem. Agora mostra um homem mais maduro que plantou muita violência na vida e agora quer seguir um rumo diferente, um barbaro que invés de procurar batalhas foge delas. Mostra a realidade de alguem que viveu cercado de sangue e mortos.

Jezal é meio cliche mesmo, confesso que ele poderia ter sido melhor desenvolvido, é um personagem que deixa a desejar em alguns momentos mas ele não tira o brilho da obra de forma alguma.

E quando tu falou que os personagens não tem uma determinação por si só, que não querem nada, que são guiados ou manipulados. O Bayaz não é ponto de vista, mas ainda assim é um dos personagens principais e tem uma grande determinação. Qualquer um que entenda alguma coisa de livros de histórias deveria saber que só por que o personagem não é ponto de vista não quer dizer que ele não seja um dos principais.

Por ultimo, vendo sua resenha percebo que este livro simplesmente não é do seu gosto, mas sinceramente as suas criticas não foram bem fundamentas. Principalmente sobre os cliches, vc fez questão de mostrar os personagens que são cliches mas esquece de citar os extremamente originais.


Jhionan 20/02/2015minha estante
Eu queria poder ler um livro seu e conhecer o que você idealiza como perfeição....


Janaina Beserra 05/03/2015minha estante
hummm agora que eu fiquei com mais vontade de ler! gosto quando há opiniões diferentes sobre os livros :D


Domino 26/03/2015minha estante
Nossa que resenha... adorei, eu tbm não gostei só fui ate o fim pq apesar de chato fiquei curiosa!


Thatha 16/06/2015minha estante
Pensei que eu tinha sido a única que não engoliu esse negócio do "última bolacha do pacote" do nada virar babão de "garota que não é como todas as outras" rsrs

Não é apenas neste livro, a verdade é que nunca vou achar interessante um personagem de características fortes que muda quase completamente de personalidade e ações para se tornar um babão que quer impressionar "a escolhida". Sem contar o fato de ele passar a ter que lidar com o ciúmes do irmão dela! Eu não gostaria de vê-lo sendo um canalha com ela, mas o comportamento do Jezal desde quando a Ardee apareceu está bem chatinho. É apenas minha opinião, mas da mesma forma que acho irritante uma personagem mulher vazia, uma cuja conversa parece se resumir em tiradas espertinhas ou irônicas para nós vermos que ela é 'inteligente e de personalidade' mas que está apaixonada por ele e só se fazendo de difícil é igualmente irritante, mesmo ela vivendo em um ambiente que meio que a obriga a ser assim. Não me incomodei tanto com as vestimentas diferentes, a verdade é que achei a personalidade dela um saco mesmo. Não queria que ela fosse uma das donzelas fúteis, mas assim ela está uma chatice.

Para mim, o que está segurando é o Glokta junto com os Práticos, principalmente o Frost, que aí sim achei diferente e original, até onde eu já li de livros de fantasia, pelo menos. Talvez ele seja apenas um personagem sem importância, mas acabo querendo saber mais sobre ele. Me animo quando chega a parte deles e estou achando legal as partes do Logen com o mago também, mas quando chega a parte do Jezal com a Ardee dá vontade de pular para a próxima. Ô romancezinho chato!


Edmundo 09/08/2016minha estante
Sempre que eu vejo alguém lendo livros sem vontade de ler, sai justamente esse tipo de resenha. A pessoa não gostou do livro e por isso vai colocando o que não gosta como defeito. Você deve ter uma ideia bem definida do que é uma trama boa, e como o livro não bateu com sua definição você não gostou. Acho isso completamente normal. Mas daí a dizer que o autor não sabe escrever, que a obra não vale nada porque não está do jeitinho que você gosta é simplesmente infantilidade.




Biel 10/04/2021

"A inquisição demandará aquilo que ela necessitar"
Gostei muito ,a história tem vibes do Grrm ,cada um com suas ambições no contexto em que cada um está inserido . Incrível
Vitor.Hofstetter 17/06/2022minha estante
Se dispõe-se a escrever uma review, não assuma que as pessoas conhecem as abreviações de outros títulos.


Biel 17/06/2022minha estante
Se você prestar atenção a abreviação do nome do George Martin que eu fiz é porque ele é citado na capa do próprio livro, abreviei por ser extremamente famoso...


Vitor.Hofstetter 18/06/2022minha estante
Você tem o livro físico e portanto consegue ver a capa. Aqui no skoob não tem como pela foto ser muito pequena. Desculpe, só estou dizendo que seu approach aliena.




Telma 12/08/2013

Eletrizante!
Você quer ler um livro eletrizante, com muita ação e adrenalina?
Esse é o seu livro. Ponto para a Arqueiro!

Há guerra. Essa guerra acontece em nome da Inquisição. Qualquer afronto à Coroa e o carrasco, abusadamente implacável, Glotka, irá fazer o que for necessário para extrair confissões. Eu disse: “o que for necessário”!

Isso não exclui tortura e carnificina com crianças, velhos e mulheres. A Lei é uma só e deve ser obedecida: Lealdade às imposições da Coroa!

O título faz jus ao conteúdo: “o poder da espada”. Pode mais, quem sabe melhor manejá-la.

Você se pega, várias vezes torcendo por personagens, que num primeiro momento, não lhe despertariam simpatia. Esse é um dos lados incríveis do livro. Os personagens são extremamente bem construídos. Tanto que, mesmo numa época remota, com cultura tão distintas, geram identificação.

Jezal ( um dos meus personagens favoritos) é carismático e cresce ao longo da trama a olhos vistos! Ele vai de playboyzinho arrogante e conquistador a alguém que passa a refletir se fama e glória, vale mesmo tantas vidas. É uma delícia ver essa mudança acontecendo na leitura.

Imaginei-me várias vezes nas cenas e torci no mim (na pele deles), sofri, lutei, bolei planos mirabolantes, xinguei personagens com decisões diferentes da minha e alertei outros personagens mentalmente... hehehehe :p

O primeiro livro da trilogia me dá a certeza de que conquistará uma legião de fãs, da mesma forma que os livros de George R. R. Martin

Deixo vocês com partes do livro, em fotografias, para que “sintam” a escrita! (só no blog)


site: http://livrocomdieta.blogspot.com.br/2013/08/resenha-o-poder-da-espada.html
Paty 17/07/2014minha estante
Adorei sua resenha Telma!
Vou ler esse livro graças a você!
Pede comissão pra Arqueiro! kkkkkk
Beijos linda!


Telma 18/07/2014minha estante
ow, Paty, sua linda!
Vou ficar torcendo pra você gostar da leitura... e vou mostrar esse seu comentário para a Arqueiro...
huahuahuahuahuahuahuahauha
beijoconas sua linda!




Douglas MCT 21/02/2018

Renovando o gênero com personagens ordinários em um contexto fantástico
Os acertos de Abercrombie com sua primeira série de sucesso começam quando ele joga na lama os conceitos estabelecidos na fantasia e trata seus personagens como se fossem amigos chapados de um roda de bar.

O autor tem uma escrita poderosa com bastante personalidade, mas de maneira alguma seu texto é empolado ou pomposo, algo que se espera de autores do gênero. Sendo um dos mais fieis escudeiros de George R. R. Martin que encontrei entre os contemporâneos, Abercrombie usa tudo o que aprendeu com o mestre de As Crônicas de Gelo e Fogo (os PDVs, os momentos inesperados, o contexto cru, o fantástico soando estranho entre o realismo etc) e faz do seu próprio jeito, mais solto e jogado, mas nunca pobre ou simplista.

Seus personagens são ordinários e claramente anti-heróis. Temos um esgrimista jovem e egocêntrico, esnobe e de alta elite, a típica figura colocada como contraponto de um herói, que aqui ganha as vezes de protagonista... Ao lado de um nórdico brucutu, à lá Conan, com um passado sangrento, mas que mesmo ao modo selvagem ainda guarda tanta experiência quanto sabedoria e é o mais temente dentre os homens, o que torna o mais crível também. Do outro lado, temos um ex-grande-soldado agora feito manco, quebrado e banguela, que passa metade do dia resmungando, no outro sentindo prazer na queda alheia, pelo pouco que lhe restou depois de perder tudo. Temos também um mago, em definitivo oposto ao clássico estabelecido por Gandalf, tanto na prática da magia, quanto na fisionomia, ainda que o perfil e a instabilidade emocional guardem certas semelhanças. Também temos uma moça improvável, ex-escrava, que caminha só pela vingança, numa energia envolvente, ainda que angustiante; do outro lado, outra jovem, totalmente despida do machismo presente na literatura do gênero, se provando uma figura muito além do que a história se espera dela, deixando isso evidente a cada linha.

Abercrombie conduz esses personagens e outros tantos como se eles fossem qualqueres e os joga na crueza de um mundo em guerra, dividido ao meio, entre o centro (onde tudo se espera que orbite e por isso mesmo é uma maçã podre), com o norte tomado por um novo e terrível guerreiro (e as ações que ele comanda por ora me lembraram o que vem sendo feito no mangá The Seven Deadly Sins), enquanto que no sul um imperador-ditador muda as regras do jogo causando um amargor geral. Fornecendo os devidos pontos de vista em capítulos de terceira pessoa, o autor mostra o que cada figura pensa, mesmo que diga ao contrário e nunca, jamais, eu ri tanto lendo um livro, como ri em O Poder da Espada. Nem mesmo com Percy Jackson, que é uma série meio voltada nesse tom. Mas não é um riso de nervoso, foram gargalhada das boas, como numa roda de bar mesmo, ou numa maratona de Two And Half-Men. O humor negro está impregnado em todo o texto, mas não faz nada soar bobo ou leviano, participando da narrativa como um elemento essencial, entre batalhas sangrentas e nunca nobres, e sequências estranhíssimas envolvendo magia negra, prováveis entidades demoníacas e até mesmo assaltos a beira da estrada, que culminam em banhos de... sangue.

Destaque para o antigo bando de Logen, com seis caricaturas de bárbaros pra lá de bem-vindas, que fornecem alguns dos melhores momentos do livro. O próprio Nove Dedos é alguém interessante de acompanhar, ainda mais quando vemos seu lado Sangrento despertar. Ferro é uma figura curiosa, mas ainda não disse a que veio. Glokta é o Tyrion da vez, por isso amamos odiá-lo, mas o que realmente sentimos ali é pena. Outro improvável de se gostar, mas logo estamos torcendo, é Jezal. Bayaz é sensacional, Ardee é apaixonante e Fenris precisa de mais espaço, porque ele já me assustou o suficiente.

O Poder da Espada é um livro envolvente, que sabe equilibrar os clichês do gênero de um jeito completamente novo, divertido e terrível ao mesmo tempo, mas que perde pontos próximo do final, pois veja só, o penúltimo capítulo se arrasta num momento anticlimático e excessivamente descritivo, a missão nunca é esclarecida e o golpe final fica por conta do livro, mesmo fazendo parte de uma trilogia, não ser autocontido. Ele não tem desfecho, com final aberto, e deixa um gosto ruim de quero mais. Por melhor que o livro seja, confiar tanto na história a ponto de não dá-la uma conclusão digna me parece pretensioso demais, algo que a trama nunca aponta (ela não é pretensiosa, pelo contrário). É claro, quero e lerei suas continuações, mas eu esperava pelo menos um encerramento aqui, com alguns detalhes melhores esclarecidos. Me sinto levemente enganado e embromado, ao chegar a última página com dezenas de pontas soltas.

De qualquer maneira, sou o tipo de leitor que considera a experiência de leitura num todo e ela foi realmente incrível, ainda que o final tenha me desapontado pela abertura besta. Joe Abercrombie entrou no meu top 10 autores prediletos de fantasia e ganha pontos por saber tratar tão bem o gênero com um sabor completamente diferente, meio amargo meio azedo, meio incompleto até, mas revigorante a sua maneira. Sim, a leitura é recomendável para todos os consumidores do formato, mas já vão sabendo que é um livro dependente dos dois que virão a seguir.
Autora Audrey Rose 21/02/2018minha estante
Me lembro de seu nome da época do Orkut kkkk. Gostei da resenha.


Douglas MCT 29/03/2018minha estante
Haha, seja bem-vinda de volta, Audrey e obrigado!




@aprendilendo_ 04/06/2020

Resenha de O Poder da Espada
...Sem dúvidas, se você gosta do tema, o resumo e sinopse o lembraram de Game Of Thrones de George R.R Martin. Apesar de tal semelhança ser justificável, ela não serve para explanar todo o livro, pois ele é bem mais que isso. Com personagens extremamente carismáticos e um bom humor ácido, a obra nos prende do inicio ao fim e encanta quando começa a ligar as histórias e juntar os sujeitos com personalidades tão diferentes. Desde os diálogos entre Bayas, o sábio mago, com Logen, um bárbaro cuja vida resume-se em matar, até as alfinetadas sarcásticas nas conversas entre Jezal e Glokta, nós nos apegamos à vivacidade de como cada vida é tão diferente uma da outra e facilmente poderiam ser escritos livros individuais sobre cada um.


Outro ponto positivo na narrativa é a ordem direta dos fatores, sem “fillers” para travar os acontecimentos, tudo acontece no tempo certo, sem atrasar nem acelerar demais. Essa característica gera uma sensação de urgência e imprevisibilidade a qual imerge o leitor no livro de modo a querer ler toda a trilogia de uma vez. Como consequência dessa escolha, o escritor, de certa forma, abdica da contextualização e caracterização do mundo do livro. Nesse contexto, surgem os maiores problemas da obra. Com uma ambientação não tão vívida e pouca explanação histórica, ficamos um pouco a mercê de incertezas quanto ao mapa de A Primeira Lei e isso facilmente pode confundir um pouco o leitor e tirar a noção de profundidade no aspecto da realidade da obra, o que gera um infeliz contraponto com os tão bem desenvolvidos heróis.


Com uma diversidade de personagens os quais chamam a atenção e predem, somos expostos a um começo de trilogia instigante que nos prepara para uma narrativa digna dos clássicos épicos. Infelizmente, pelo menos no primeiro da trilogia, não somos apresentados muito bem ao mundo o qual estamos acompanhando e isso pode trazer um pouco de confusão ou sensação de inocuidade. Entretanto, essas sensações são facilmente deixadas de lado quando os rumos de cada personagem se encontram, gerando uma tensão e sensação de aventura incrível até o final do livro. O Poder da Espada é um livro memorável e um dos melhores convites possíveis para ler os outros dois pedaços da saga.

Para mais comentários sobre o livro e outras resenhas, acesse: aprendilendo.com.br

site: https://www.aprendilendo.com.br/post/resenha-de-o-poder-da-espada
Wiulayne.Souza 16/06/2020minha estante
Está na minha lista de compras e leituras ?


@aprendilendo_ 16/06/2020minha estante
É um ótimo livro. Espero que goste!




João Vitor Gallo 04/06/2014

Nunca julgue um livro pela sua capa
O primeiro volume da trilogia “A Primeira Lei” realmente me surpreendeu positivamente, primeiro por me fazer acreditar naquela velha frase “Não julgue um livro pela sua capa”, se eu não tivesse ouvido boas coisas a respeito dele eu não o teria comprado, a capa é muito fraca, especialmente pelo conteúdo que encerra. O nome aqui no Brasil também é meio clichê (Originalmente se chama The blade itself), mas o conteúdo é o que conta e nisso ele se sai muito bem.

São histórias paralelas na perspectiva principalmente dos 3 personagens que podemos considerar os principais dessa história (Jezal, Glokta e Logen), mas que eventualmente aparece um ou outro capítulo na visão de um outro personagem secundário. Essas histórias e os personagens acabam por se juntar no final, o porquê disso obviamente não irei contar para não tirar a graça da história, mas tudo tem envolvimento com Bayaz, o primeiro dos magos, que foge muito daquele estereótipo do mago sábio e tranquilo, o que realmente coloca ele como uma das figuras mais misteriosas do livro e um dos melhores personagens, na minha humilde opinião.

Bem, aqui cabe uma pequena descrição desses 3 personagens, que são um tanto quanto “cinzas”, não sendo aqueles heróis nobres, nem vilões malignos, aproximando-se mais dessa tendência que tem sido apresentado nas obras de fantasia moderna, com um tom mais sombrio e ao mesmo tempo personagens mais reais, acho que assim tem-se uma melhor ideia do que a história pode oferecer. Bem, vamos a eles então:

Jezal dan Luthar- Jovem esgrimista de sangue nobre, hedonista, egoísta, narcisista, arrogante, esnobe e capitão do “Próprio do rei”. Tem uma vida fácil e busca uma vida mais fácil ainda se vencer o torneio de esgrima do reino, que lhe garantiria um título confortável, embora faça isso mais pela aprovação do pai e para dar um pouco de inveja aos seus irmãos.

Sand dan Glokta- Inquisidor amargo, um torturador que conhece bem os caminhos da dor, já que passou 2 anos preso sendo torturado após ser capturado em uma guerra. De volta ao seu lar ele ainda continua sofrendo pelas sequelas desses anos de tortura, fazendo que sua vida seja uma agonia sem fim, até mesmo nos menores atos como subir escadas. Na juventude ele era um dos melhores esgrimistas do reino e tinha um futuro promissor, mas essa vida foi roubada dele e agora junto com os práticos Frost e Severard obtém as respostas e confissões que deseja de seus prisioneiros.

Logen Nove Dedos, conhecido como Nove Sangrento- Um “bárbaro” do Norte, marcado por uma vida de lutas e batalhas sangrentas, estampadas no seu corpo pelas inúmeras cicatrizes que cobrem seu corpo. Com sua família morta, presumindo que seus amigos também estariam “de volta à lama” e com inúmeros inimigos no Norte ele decide abandonar essa vida de matanças. Possuí a rara habilidade de se comunicar os espíritos e é por eles que fica sabendo que um misterioso e famoso mago está a sua procura, e acaba se juntando com o tal mago, Bayaz, achando que seria interessante encontrar com tal homem, e que isso lhe daria pelo menos algum objetivo, já que tudo o que ele conhecia estava destruído.

O livro em si é muito bem escrito, realmente faz com que você queira descobrir o que vai acontecer na próxima página, ponto positivo para essa imersão que é muito importante nos livros, sobretudo dos de fantasia. Os personagens e suas motivações são bem construídos, você os acaba conhecendo em poucas linhas e vai entendendo-os melhor a cada capítulo, o que torna mais fácil a empatia pelos personagens. O clima de aventura e mistério (principalmente em relação ao Mestre Artífice) é bem passado nas linhas que compõem essa história, assim como os cenários criados. Outro ponto posito são as cenas de luta, bem feitas e trabalhadas na medida certa, com a brutalidade que as lutas devem ter e que se espera dos personagens, nesse ponto o autor realmente se sobressai.

Apenas como um aviso e acho que se faz relevante nessa análise é um fato que tem se tornado bem comum em livros de fantasia no Brasil, o nome de George R.R. Martin que tentam de alguma forma ligar a obra. Não gosto da maneira como os editores dos livros atuais fazem ao tentar associar qualquer livro de fantasia com o George R.R. Martin, seja colocando opiniões dele sobre o livro, sobre que determinado livro geralmente é muito bem visto pelos fãs das Crônicas de gelo e fogo, ou qualquer outra forma de associação, claro que entendo o marketing por trás disso, mas isso pode prejudicar a obra por fazer dela algo que ela de fato não é, mudando a percepção do conteúdo e criando uma expectativa que pode cegar para uma boa história que é contada de forma bem diferente, mas igualmente divertida. Não leiam com esses olhos e certamente vão gostar desse livro.


site: https://focoderesistencia.wordpress.com/2015/06/03/resenha-o-poder-da-espada-joe-abercrombie/
Rafahh 31/07/2014minha estante
Realmente, usar o nome de Martin para vender livros de gênero igual ou parecido influencia na compra, mas é horrível você pegar algo para ler criando a expectativa de que seja tão bom quanto, e acabar não sendo. Ainda não li o livro, e mesmo que ele seja bom, não dá para comparar um com o outro devido à complexidade das obras de Martin.


João Vitor Gallo 04/08/2014minha estante
É de praxe no mercado pra atrair, principalmente aqueles que não estão acostumados a ler esse tipo de estilo, colocando um autor famoso ou que esteja fazendo sucesso atualmente. Isso pode ser um tiro no pé da própria editora, fomentando uma imagem desnecessária e podendo estragar a história com essa expectativa, onde se não houvesse o mesmo poderia ser melhor aproveitado. Em resumo, cria-se uma imagem de um livro na cabeça do leitor que pode decepcioná-lo, e se este mesmo leitor lesse o livro sem essa imagem poderia gostar dele. O ruim é que agora todo livro de fantasia tem o nome do Martin em algum canto para atrair essa galera.

PS: Pode ler que o livro é bom mesmo.




kk3thess 23/03/2018

Eu não posso negar que me interessei pela história, pelos personagens e pela construção de mundo, assim como não posso negar que a sensação que tive ao decorrer da leitura foi a de que a trama deu várias voltas e avançou minimamente só para encerrar de maneira abrupta e desagradavelmente anticlimática..A qualidade da escrita está presente e é ela que me fará ler a sequência, mas de nada adianta isso se o resultado é uma história incompleta e arrastada.
Pedro 05/06/2018minha estante
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Guilherme 30/05/2020

Resenha O Poder da Espada (livro um da série primeira lei)

O Poder da Espada é o primeiro livro da trilogia A Primeira Lei, escrita por Joe Abercrombie lançado no Brasil em 2013, pela Editora Arqueiro. Trata-se de um livro do gênero ficção fantástica que conta com 683 paginas.

Livros de fantasia não representam nenhum período histórico da nossa realidade e isso permite aos autores criar a evolução tecnológica e social de seu mundo. Apesar disso poucos autores aproveitam essa liberdade com medo de cair no exagero e ficam presos a um período. Joe Abercrombie fugiu desta regra e como resultado podemos visualizar um mundo onde Juízes, Inquisidores, Acadêmicos, Magos, Feiticeiros, existem simultaneamente.

Outra diferença é que o autor não utiliza da jornada do herói para contar sua história, preferindo focar na complexidade de suas personagens.

Este livro não estabelece regras complexas para o funcionamento da magia, o autor apenas nos dá uma noção geral de como as coisas funcionam e é o suficiente para a compreensão da obra.

Personagens

O Poder da Espada conta com 6 personagens com ponto de vista, Logen Nove Dedos e Cachorrão, (ambos guerreiros nórdicos), Glokta um inquisidor a serviço do rei, Jezal, um esgrimista de sangue nobre em ascensão, Collen West, um oficial de origem plebeia, Ferro, uma ex-escrava guerreira, fugitiva do Império do sul.

A maioria destes personagens possui bastante bagagem, já tendo realizado grandes feitos. Isso afeta o modo de pensar, tornando cada ponto de vista bastante único. Jezal é a única exceção, pois o seu evento excitante é a busca por reconhecimento, o qual ele espera obter através de um campeonato de esgrima. Como consequência, ele se mostra bastante arrogante e inexperiente.

Minha opinião

O autor é bastante competente, tendo criado bons personagens em um mundo bastante completo e diverso. Ele foge das soluções simplistas para a resolução de conflitos. É um livro onde o passado afeta diretamente na progressão da história, fato que dá profundidade ao livro.

Particularmente gostei muito do personagem Glokta, ele possui um modo de pensar bastante agradável, por ser um inquisidor ele questiona tudo o que vê e como reflexo ele se questiona, suas motivações, seus objetivo, suas ações como um todo.

Fiquei incomodado com os títulos dados aos capítulos. Eles são bastante expositivos (v.g. como os cães são treinados, o trajeto do amor verdadeiro e um bom homem) nomes que por vezes me desinteressam. Acredito que esse tipo de abordagem tem melhores efeitos em livros de contos do que em romances.

Existe sim ótimos capítulos finais, em especial o que leva o nome de nove sangrento, mas mesmo este sendo cheio de ação não substituiu o que tradicionalmente é uma batalha ou uma reviravolta.

A pluralidade de pontos de vista é uma faca de dois gumes, por um lado é boa para a história, possibilita nos apegarmos de diferentes maneiras as personagens e ter uma visão mais completa dos eventos. Por outro lado, acabou por muitas vezes me obrigando a dar um tempo com a leitura, para absorver os acontecimentos.

Obras semelhantes

Primeiramente quero esclarecer que não busco desmerecer ou engrandecer um livro em razão de outro. Apenas apontar algumas semelhanças entre essas obras.

Dito isso fico tranquilo em afirmar que para mim, o poder da espada é como a junção de As Crônicas de Gelo e Fogo( de George R.R. Martin), O Nome do Vento (Patrick Rothfuss) e Trono do Sol (S.L Farrell).

A trama politica me lembra a de trono do sol, contudo a questão da magia é deixada como plano de fundo, fato semelhante ocorre em as crônicas de gelo e fogo. O livro possui momentos chave sem nesse primeiro volume precisar se valer de uma grande batalha, assim como em nome do vento.

Conclusão

O poder da espada é um ótimo livro para os amantes de fantasia, não acho a melhor porta de entrada para o gênero, mas sem duvida é um ótimo representante.
BibliodaArte 30/05/2020minha estante
Adoro esse gênero...mas ainda não conhecia essa trilogia
Já vai direto pra minha lista




micaela 14/07/2020

A própria espada instiga atos de violência
▪ Fantasia
▪ ⚠ Alert: Contém cenas de violência e tortura.
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❝ A própria espada instiga atos de violência. ❞ - Homero
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San Dan Glokta já foi um admirável soldado, cheio de coragem e vigor. Após ter virado prisioneiro de guerra e sofrido todo tipo de tortura, Glokta tornou-se um homem quebrado e sem piedade. Hoje, Glokta é um carrasco que trabalha para coroa, colocando medo naqueles que não respeitam as leis.
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Enquanto isso, rumores de uma guerra no Norte começam a ganhar forças. Guerras, política, traições e vingança parecem ser sinônimos de o poder da espada.
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Além de Glokta, somos apresentados a outros pontos de vista. Logen, nove dedos; Jezal, jovem espadachim burguês safado (insuportável) e Ferro Maljinn, jovem guerreira que só crê em um único caminho: a vingança. Todos acabam convergindo um de encontro aos outros.
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O livro é um prato cheio para os amantes de a guerra dos tronos, porém com uma linguagem bem menos densa do que a do Martin.
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💬 Joe Ambercrombie tem uma escrita maravilhosa, o livro todo tem uma narração frenética. Desde a primeira página a última ocorrem diversos acontecimentos sendo difícil largar em um só momento.
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💬 Outro ponto positivo do livro são os personagens, vejam bem, não existem mocinhos aqui. Cada um faz o que melhor os beneficiam, são personagens com seus próprios traumas, medos e receios.
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❝ Sou conhecido por Nove sangrento por meus inimigos, e eles são muitos. Sempre há mais inimigos e menos amigos. O sangue não traz nada além de mais sangue. Agora ele me segue, sempre, como minha sombra. E como acontece com minha sombra, nunca posso me livrar dele. Eu o ganhei. Mereci. Busquei-o. Esse é meu castigo. ❞

site: https://www.instagram.com/p/CCn33B-BDK5/
Carlinhos 08/05/2021minha estante
Oi , Micaela.
Acabei de entrar no blog, estou desesperado por boas indicações de livros.
Vou alavancar alguns livros que já li e gostei, e gostaria de receber alguma indicação neste sentido.
Li a trilogia :
* A primeira lei
*Mar despedaçado
*Espartacus
*Assassins Creed

Entre outros do gênero.
Gosto de livros com guerreiros e guerreiras, assassinos...

Se puder contribuir, agradeço.
Um abraço.




Maurinho 07/09/2013

Ótimo!!!
Joe Abercrombie escreve uma ficção de fantasia para adultos, no estilo do mestre George R. Martin. Isso significa que aqui se tem doses generosas de violência, batalhas, traições, conspirações, mas não tem nenhuma cena de sexo,....
A história é muito bem contada, com boas doses de ironia, humor negro, e personagens marcantes. Como se trata de uma trilogia, ficam MUITAS pontas soltas, que devem ser desenvolvidas nos próximos livros. O único ponto negativo é que eu senti uma certa dificuldade de me localizar geograficamente, já que o livro não tem nenhum mapa. Recomendo.
Silvia 22/04/2014minha estante
Oba ainda bem que tenho este livro, quando vou ler é que não sei rsrsrrsr




@solitude_e_books 30/01/2019

Nunca Spoilers
Basicamente O poder da espada é um livro de introdução de personagens.

Pra mim foi uma história arrastada e com um final que não me deixou com muitas expectativas para os outros dois livros, que são... Antes da força e O duelo dos Reis.

Mas lerei os próximos pois muitas pessoas falam que os outros são bem melhores, muito embora não me pareça pensando no final deste.
Victor 10/04/2022minha estante
Estou em 33% e me frustrando mais a cada página. Imensos diálogos que não levam à lugar nenhum e nada acontece.
O Glokta devia usar isso como tortura.




Yasmin 18/09/2013

Fantasia diferente, mais limpa e madura, personagens complexos e trama em camadas.

Conheci a trilogia pouco meses antes de saber que a Arqueiro a lançaria por aqui e desde então estava curiosíssima para ler. Mais do que uma fantasia, a proposta de Joe Abercrombie envereda por um lado que cada vez mais aparece na fantasia, mudando o significado da expressão fantasia de capa e espada. A escrita tem um toque requintado inquestionável e a capacidade de desenrolar uma trama de intrigas e guerras pincelada por personagens complexos e fascinantes é o que vai conquistar não só o fã do gênero como qualquer leitor.

Três personagens centrais, três histórias paralelas e um desfecho promissor. A sinopse fala bem de todos os personagens portanto falarei a trama. A história começa com Glokta investigando a Guilda dos Mercadores de Tecido. O caso que era apenas mais um de sonegação de impostos ganha novos contornos quando o Arquileitor Sult visando os próprios interesses começa agir através das investigações para acabar com o poder da Guilda. Sult faz parte do Conselho Fechado e Glokta sabe nitidamente que todos são peças no jogo do Arquileitor. No mesmo lugar temos Jezal, um jovem capitão nobre treinando para o campeonato de esgrima, sempre jogando com seus amigos, não levando o treino a série para o desgosto de seu treinador. As coisas começam a ficar confusas quando Jezal conhece Ardee, irmã do major West, amigo próximo de Jezal. Ardee é plebeia e até conhecê-la a opinião de Jezal sobre o lugar de nobres e plebeus era uma só, mas desde então vem achando as jovens nobres pálidas, azedas e sem graça. Por último Logen, que acaba de perder uma batalha feia, seguindo em frente sem nada achando que todos seus companheiros estão mortos. Através dos espíritos da floresta descobre que tem um mago o procurando. Sem mais nada no norte a não ser inimigos Logen ruma para o sul onde encontrará Bayaz, o Primeiro dos Magos. Quando Bayaz, seu aprendiz e Logen seguem para Agrionte, esses três personagens com tramas paralelas se verão ligados no mesmo jogo de intrigas, sangue, traição, mentiras e poder.

A história é contada em um primeiro momento a partir de três pontos de vista centrais, com histórias individuais em diferentes lugares, que com o evoluir da trama nos apresenta pontos de vistas adicionais que englobam todas as pontas amarrando desenvolvimento da história de forma sutil, já que as histórias de Glokta, Jezal e Logen não cruzam de forma tradicional. Com personagens improváveis o autor surpreende com uma fantasia limpa, focada em intrigas, manipulações e guerras. Abercrombie fez um belo trabalho ao desconstruir seus personagens para o leitor, camada a camada os tormentos destes três homens, que levados pela vida acabam em lugares onde jamais esperavam estar, não totalmente confortáveis em ser e fazer o que fazem.

Ao contrário das longas e minuciosas descrições comuns nas fantasias Abercrombie opta por uma narrativa fluida, com detalhes precisos que tornam o ambiente instigante, alternado com momentos vívidos e claros. A formação do mundo é outro ponto curioso, com uma riqueza complexa e expansiva. Apesar de não ter um mapa no livro foi possível visualizar com clareza o formato desse mundo tão intrigante, sendo uma das construções mais coerentes e bem esquematizadas que conheci na fantasia desde muito tempo. Não é só na geografia, em tudo, desde as cidades até as hierarquias políticas e militares. Sem contar com a magia, que se revela complexa e com mais importância do que é aparentado, com suas leis e mais. O autor ainda consegue nos mostrar entremeado a trama um pouco da organização das outras partes envolvidas, os nórdicos e o Império Ghurkul.

Com cenas de lutas muito bem narradas e de ritmo rápido o autor capta mais do que o derramamento de sangue, a ambiguidade do momento, passando do medo, da confusão a raiva, aos instintos viscerais que ecoam na hora da luta e depois da luta, a alegria de dominar um adversário. Sendo esse um dos pontos fortes do autor, a capacidade de construir personagens tão densos, cheios de extremos, onde toda a violência tem um peso emocional. Glokta é mais do que torturado que virou torturador, Jezal é mais do que um nobre riquinho, vaidoso e arrogante, Logen é mais do que um nórdico bárbaro e sanguinário. São esses detalhes da personalidade de cada um que fazem toda diferença.

Os personagens secundários são de uma riqueza a parte, com personalidades tão complicadas quanto e papéis importantes no jogo que é a trama, sempre revelando uma nova faceta e deixando o leitor curioso por mais detalhes. Aliás, falar de detalhes é complicado, afinal Abercrombie criou uma trama complexa, que toda a política está nas mãos de outra pessoa. Um jogo pelo poder que se olharmos mais a fundo tem outro personagem no controle. O desfecho do livro é a prova de essas foram as primeiras de muitas camadas, tanto em relação à trama quanto aos personagens. É quase certo que teremos mais pontos de vistas à medida que a trilogia evolui e mal posso esperar por isso.

Leitura deliciosa, que em um primeiro momento pode enganar aqueles que esperam violência e sangue sem justificativa, extremamente bem construída e narrada, com personagens tão complexos como a trama, sempre ácidos, com uma ironia a parte que nos permite conhecê-los melhor além de um mundo fascinante e revelador, que capítulo a capítulo emerge o leitor na história. Muitas perguntas surgem a partir do final e Joe Abercrombie se prova um ótimo escritor e um excelente contador de histórias nesse que é sua estreia. A edição da (...)

Termine o último parágrafo em:

site: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/09/resenha-o-poder-da-espada.html

Lélio Pendragon 29/11/2015minha estante
Gostei muito do livro, só que a leitura dele não é fácil e é lenta. Mas, compensa muito pelos trabalho que está sendo desenvolvido na excelente construção dos personagens. Espero que seja mais fácil ler os dois próximos volumes.




Ezequias 14/10/2013

Não é nenhum "Gerra dos Tronos" mas diverte.
A expectativa é a pior coisa que se pode fazer com um livro ou com qualquer obra de arte. Se não formos realistas com ela, ela pode prejudicar bastante a sua impressão final sobre o produto cultural que você tem em mãos.

Este foi mais ou menos o caso com o "O poder da espada: a primeira lei" da editora Arqueiro. Primeiramente, tenho que dizer que desconsiderei o clichê absurdo do nome e capa terrível do livro (e também, por ironia, do nome própria editora). Fui confiante na resenha feita por pessoas que confiavam, e mais, ouvi a orientação também de um dos escritores do gênero que mais gosto, o George Martin (do Game of Thrones, para frisar).

A minha expectativa, portanto, era de um livro onde personagens complexos, num mundo interessante, transitassem num mundo de moralidade cinza, ou seja, esperava me interessar por uma história distinta de tantas outras.

Nisto, se pudesse quantificar a minha decepção ela seria de 2/3 ou 66%, isso porque apenas um dos três principais personagens do livro tem uma unicidade notável, os demais, porém, são derivações ou sombras de outros arquétipos conhecidos do gênero.

Vale, finalmente, apresentar um pouco da história do livro.

Como cenário, temos aqui o clássico império, grande, organizado, porém, decadente, afeiçoado a tradições que certamente vão lhe levar a ruína, principalmente pelas suas intrigas políticas internas.

Neste bojo somos apresentados ao personagem mais interessante do livro, Glokta, um inquisitor do império, cujo papel é "investigar" crimes. Investigar entenda como torturar da forma que for necessária para conseguir uma confissão.

Glockta faz o trabalho dele de forma exemplar, mas não tira nenhum prazer nisto, não porque ele sabe que está sendo utilizado como uma ferramenta para algum joguete político imoral e também não porque ele é uma pessoa desfigurada, também vítima de várias formas de tortura e mutilação, situação que deu fim a uma gloriosa carreira.

Na verdade o que caracteriza o personagem é sua bússola moral, ele sabe que o que esta fazendo é errado, e se questiona o tempo inteiro porque ele continua a faze-lo, considera sua existência uma aberração, tendo um verdadeiro asco pela sua própria pessoa.Mas ele não é um ser imerso em culpa, e isso é que é interessante.

Embora haja um ou outro clichê ali, trata-se de um personagem complexo, qual desejo ver a evolução nas sequencias do livro.

Os demais personagens são descritos com muito mais facilidade: Um é um jovem espadacim, que intenta ganhar um campeonato, cuja vitória lhe garantirá a ascenção social, sendo o seu maior conflito o fato que tem uma paixonite pela irmã de seu oficial superior, altiva, e natural, porem de nascimento baixo.

O outro é uma espécie de barbaro, famoso por sua sanguinolência, contudo, cansado de uma vida de conflitos. Mas não exatamente arrependido. Ele tem um contato forte com o mundo dos espíritos, do qual eventualmente consegue alguma orientação. Ele não questiona a sua jornada, afirmando que questionar e saber do futuro nunca lhe fez bem.

A trama do livro revolve estes três personagens que apresentam as diversas facetas do mundo onde acontece a história. Eles são ligados por um outro personagem, qual não tenho como descrever de outra forma senão um Gandalf, que pretende reunir uma equipe para uma jornada desconhecida e perigosa, lidando com forças antigas e poderosas.

Considero este personagem um clichê ambulante. E me foi um verdadeiro balde de agua fria. É interessante, é verdade, mas já vimos coisas como estas diversas outras obras.

De fato, embora eu tenha me decepcionado com a quantidade de lugares comuns que esse livro foi, tenho que admitir que talvez estes estejam ai justamente para poder criar uma breve familiaridade com o leitor, para impressiona-lo mais tarde.

O livro é divertido, terminei em menos de uma semana, mas me frustrei um tanto. Não era aquilo que eu esperava, mas talvez eu tivesse esperado demais. O autor, contudo, me convenceu a ler o próximo livro da série, qual acredito que vou aproveitar mais, já que já sei o que esperar.
Luan 20/03/2014minha estante
Sua decepção foi gerada por ter lido "O poder da Espada" esperando que fosse um dos livros das "Cronicas de Gelo e Fogo". Simples.




Jéssica | @jehbreda 23/06/2020

Uma fantasia diferente e densa
Se você gosta do gênero, vale a pena investir nessa trilogia diferente do comum.

Este é um mundo duro, com guerras, traições, magia e um pouco de loucura.

Os capítulos intercalam a história de personagens e aos poucos você vai conhecendo um por um.

A única coisa que senti falta foi mais mulheres fortes nestas páginas.
Carlinhos 08/05/2021minha estante
Bom dia, Jéssica.
Acabei de entrar no blog, estou desesperado por boas indicações de livros.
Vou alavancar alguns livros que já li e gostei, e gostaria de receber alguma indicação neste sentido.
Li a trilogia :
* A primeira lei
*Mar despedaçado
*Espartacus
*Assassina Creed

Entre outros do gênero.
Gosto de livros com guerreiros e guerreiras, assassinos...


Agradeço de puder contribuir.
Um abraço.




João Lucas 03/06/2014

Explorando os problemas internos e externos do ser humano, e adicionando uma boa pitada de diversão, é uma ótima pedida!
Foi um puta sacrifício terminar esse livro e começar essa resenha, mas finalmente consegui! Essa dificuldade toda, não tem nada a ver com o livro, De forma alguma teria algo a ver com essa obra!
Ok. Vou explicar...
O autor usa um estilo de narrativa capitular popularizado pelo George R.R. Martin, em Guerra dos Tronos (aliás, há um pequeno depoimento do autor, no verso do livro), que é uma narração em terceira pessoa, alternando os personagens de capitulo para capitulo, e só mostrando o que estava ao alcance dos olhos dessas pessoas. Inicialmente, apenas três personagens possuíam ponto de vista: Logen Nove Dedos, Jezal Dan Luthar e San Dan Glokta. Ao decorrer do livro, personagens secundários, como Collem West, Ferro Maljinn e Cachorrão, também são adicionados a essa lista. Fazer isso é uma excelente maneira, encontrada por Abercrombie, de não deixar o leitor panguando, mas também não entregando o mundo de bandeja para ele.
Depois da segunda parte, quando os personagens principais se encontram no mesmo local, Joe começa a fazer essas mudanças de ponto de vista dentro do próprio capitulo, alternando os personagens e criando uma leitura contundente, e por conseguinte, mais longa. Porém, mesmo com o aumento de certos capítulos, eles ainda possuem um tamanho bem reduzido se comparados á outros livros de fantasia, o que torna a leitura mais fácil para pessoas que não possuem o hábito de ler freneticamente.
O ritmo de descrição que ele impõe ao leitor, principalmente nas cenas de luta, é constante e nada maçante. E o fato de ele colocar diálogos estrategicamente, para quebrar o ritmo da descrição, também é um dos fatores que torna ela mais agradável. Mas apesar de os diálogos possuírem uma importante função para o ritmo, em sua função narrativa eles oscilam entre o genial e o ridículo. O autor que escreve Aqui, cada homem cultua a si próprio., não me parece ser o mesmo que escreve:
- Quem vai cuidar da história quando eu partir?
- Quem se importa? Desde que não seja eu..
Entretanto o ponto realmente forte são os personagens. Bastante complexos e tridimensionais, eles me fascinaram, e roubaram o livro pra eles.
Jezal Dan Luthar apesar de ser arrogante e pretensioso, características que não devem ser confundidas com bidimensionalidade, ele possui algo muito bom dentro dele que vai ser despertado por um personagem secundário. Mas é um rapaz cheio de ilusões, que nasceu em uma família muito rica, e sonha em ascender socialmente. Uma boa representação de um jovem alienado pela sociedade em que vive.
Logen Nove Dedos, é um personagem muito forte fisicamente, mas que possui problemas de dupla personalidade e vive uma luta interna dentro de si, além de uma série de traumas. É estranho ver que um selvagem do norte, é um dos personagens que possui mais honra no livro. É um homem que está sempre em evolução ou, pelo menos, está lutando para isso.
San Dan Glokta, o melhor personagem do livro na minha opinião, é um cara amargurado, sofrido. Sua condição física reflete o seu psicológico estraçalhado. Toda concepção do personagem, os efeitos do que a tortura causou nele e na sua vida e a forma como ele pensa, nas pessoas e no mundo, depois do que ele sofreu tudo isso contribui para que simpatizemos com o personagem. É uma pessoa que entende perfeitamente a podridão do universo em que está inserido, e que está sempre questionando não só a condição do mundo, mas a sua própria também.
Outros personagens coadjuvantes também merecem uma breve citação, como Ferro, que possui um nome bastante apropriado para sua personalidade, Bayaz, um ótimo clichê de RPG e que funciona muito bem, Cachorrão e os homens nominados, personagens que tem uma personalidade e um físico que os distinguem (CHUPA ANÕES DO HOBBIT!!!), Collem West, um rapaz pobre que alcançou um alto grau no exercito e que tem que lutar contra o preconceito social diariamente, Ardee West, um ótimo personagem feminino.
E falando sobre os personagens, acredito que vocês já subentenderam o subtítulo da resenha. Joe Abercrombie realiza uma obra que vai além da diversão. Ele utiliza todo seu background em psicologia para criar personagens ultra complexos, e os-utiliza para fazer criticas a sociedade atual. A analise do autor, sobre o homem (seja ele como individuo ou ele em sociedade), é profunda indo de psicologia á sociologia, e por vezes, passando pela filosofia. Ás vezes, eu até consigo enxergar referências a teoria Id, Ego e o Superego, do Freud. Seus personagens como eu disse são tridimensionais. Não são bonzinhos ou malvados, são simplesmente seres humanos, primatas bípedes dotados de inteligência maior que os outros animais.
Não posso analisar muito a história já que se trata de uma trilogia, e ele deixa muitos pontos em aberto. Mas devo dizer que, até o final desse primeiro livro, ela está muito boa, e que provavelmente te transformará em um escravo da saga.
Enfim, é um livro muito bem escrito, divertido e leve. Mas que também é um aprofundamento muito interessante nas questões humanas e sociais. Filosofia, psicologia, sociologia, diversão... Foda!
Merece muito ser lido!

site: http://faceinbookforever.blogspot.com.br/2014/01/resenha-o-poder-da-espada.html
GuiMoreno 27/09/2014minha estante
Achei engraçado que lendo as resenhas do pessoal aqui do fórum e o pessoal está reclamando do Jezal Dan Luthar. Na minha opinião, ele foi um personagem tão interessante quanto os outros, e que teve a maior evolução dentro desse primeiro volume.
Bom isso é só minha opinião.
Adorei sua resenha e concordo com você quando diz que Jezal Dan Luthar não pode ser confundido com um personagem bidimensional.
Abraço




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