Remissão

Remissão Josiane Veiga




Resenhas - Remissão


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Andre Gama 15/10/2015

Fechamento da saga Jishu com chave de ouro
Remissão é o terceiro e último volume da saga Jishu, por isso esperava mais dele.
Achei o ritmo do livro um pouco lento se comparado aos anteriores, mas Josiane Veiga se mantém fiel aos personagens e finaliza a saga com competência ímpar.
Todos os personagens tem a sua razão de existir e o livro não deixa lacunas na história.
Vou sentir saudades de Ken Takeshi, Kazuo Ninomura, Aiko Morita, Kin Matsuda e Shuichi Sakamoto. Já os considerava meus amigos depois de tanto sofrimento que passamos juntos. Vou confessar! Também vou sentir saudades de Audrey Morgan, apesar de tudo que ela fez.
Josiane Veiga, está de parabéns! Com certeza lerei os outros livros da autora!
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Virginia Barros 20/08/2013

Emocionante!
Remissão, de Josiane Veiga
É com orgulho que apresento o encerramento da Saga Jishu, que tive o prazer de acompanhar, mesmo que logo nos finalmentes (e ainda entrei nos agradecimentos da autora, ok beijos). Eu realmente espero que esse tipo de livro ajude a construir uma sociedade mais tolerante e respeitosa, e mesmo não sendo muito fã de romances tenho que dizer que é impossível não se envolver com essa história!
Remissão começa em um ponto não muito favorável da banda Jishu – não na vida profissional, mas na amorosa. Os dois casais principais estão separados, mas não conseguem se esquecer uns dos outros, pois compartilham infinitas lembranças juntos e isso não há tempo que mude. Além do mais, eles se vêem no trabalho todos os dias, e Ken procura aproveitar cada oportunidade de recuperar a confiança de Nino.
Por incrível que pareça, é nesse clima que a autora revela as cenas mais engraçadas que vão culminar no desfecho definitivo desse verdadeiro jogo em que as aparências lutam contra a felicidade dos garotos. Nino continua arrasando corações, com a chegada de um super ator internacional, o que atrapalha ainda mais, considerando que Tatsumi continua com seu plano de conquista. Nada disso, contudo, prejudica os seus sentimentos pelo riida. Pelo menos ele começa a perceber que não precisa se sentir tão mal-amado.
“Minha remissão é algo que devo buscar a sós. Se eu não me amar, me aceitar, me cuidar e me fazer feliz, nenhuma outra pessoa o fará”
Apesar de toda a intriga e dificuldade de aceitação por parte da família, a autora deixa claro que os sentimentos de união e amor entre os Jishu é puro e consolidado demais para ser abalado.
“Não havia culpa, nem medo, nem dúvida. Somente o amor. O sentimento que os seguiria por toda a vida.”
Mesmo que haja separações, são breves, e claro, Audrey está lá para dar um jeito de uni-los novamente. Mas ela tem seus próprios problemas... um perseguidor misterioso parece decidido a acabar com sua vida, ao mesmo tempo que um antigo admirador passa a tentar conquistar seu amor.
O enredo nos reserva muitas surpresas e sustos, como nos volumes anteriores, algumas emocionantes a ponto de causar lágrimas, como a relação conturbada entre Nino e o pai. Outras são realmente engraçadas, como as tiradas do gatinho Minikui (feio, em japonês). Enfim, na minha opinião é o melhor livro da saga Jishu, um encerramento perfeito que nos deixa com a esperança de um futuro tolerante e pacífico.
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Cassia 12/08/2013

Imagine-se lendo uma história com cerca de 1500 páginas e, ao seu final, pegar-se pensando consigo mesmo: “Mas já acabou?”. Algo muito raro de se ver nos dias de hoje, certo? Mas afirmo, sem exagero e sem a menor sombra de dúvida, que Josiane Veiga conseguiu isso maravilhosamente bem com sua Trilogia Jishu.

Remissão é o terceiro volume, que finaliza a saga. Nele, encontramos os personagens presos em um enorme sofrimento: conseguirão Nino e Ken superar os obstáculos que abalaram o seu amor e ficar juntos? Shuichi e Aiko conseguirão viver seu relacionamento, ou terão que capitular mediante as consequências “nefastas” que a insistência em permanecerem juntos traria àqueles a quem mais amam - seus familiares?

Remissão não é uma obra boazinha.

Sem dourar a pílula, ela mostra um dilema que atinge a realidade de muitos relacionamentos homoafetivos: a árdua batalha que essas pessoas têm que travar diariamente na luta por direitos que deveriam ser universais a todos os seres humanos – como o direito de poder se relacionar livremente com quem quiser, independente do sexo, e a busca pela felicidade. E, com uma lucidez perturbadora, não se concentra apenas nesse espectro, mas aborda sem medo vários temas fortes: o que seria verdadeiramente o sucesso; a diferença entre o amor real e o ideal; um questionamento sério sobre a famosa premissa de que “os fins justificariam os meios”; o uso da eterna justificativa que muitas pessoas fazem para nos impor o que acham ser certo sob a justificativa de que “estão pensando em nosso bem”, entre outros, tão provocantes e fortes quanto estes.

Mas, mesmo não sendo uma narrativa boazinha, não é cruel. Ela mostra que, em sua imensa maioria, as pessoas erram tentando acertar, buscando o que consideram ser a felicidade. E que, principalmente, muitas vezes, as pessoas que nos tornam infelizes são mais infelizes que nós, mas estão cegas pela vaidade, preconceito ou pelo egoísmo - ou são simplesmente más. E que, embora por vezes nos sintamos soterrados pelas dificuldades, temos em nós os recursos necessários para superá-las, e temos que acessá-los – o que não é nada fácil e demanda muito esforço, mas somos capazes. Não somos tão frágeis quanto muitas vezes tentam nos fazer crer que somos.

Os personagens são muito bem construídos, e o ritmo, altamente envolvente. É aquele tipo de história que se pega pra ler, e não se larga até o final – ou, caso sejamos obrigados a interromper a leitura por qualquer razão, não vemos a hora de retomá-la, para ver o prosseguimento da narrativa.

E, principalmente, não são personagens “gliterizados e perfeitinhos”. Absolutamente, não. São pessoas que estão dispostas a lutar até o fim pelo que acreditam, mas que têm suas falhas e erram. Shuichi, com certeza, é o maior exemplo disso, mostrando-se um personagem complexo que pode nos levar de uma extrema ternura a uma raiva absurda com a diferença de apenas algumas páginas. E, claro, Audrey Morgan, em minha opinião, provavelmente a personagem “vilanesca” mais criativa da literatura nacional dos últimos tempos: um perfil de mulher inteligente, determinada, capaz de tudo para ver aqueles que ama serem felizes – mesmo que de maneiras pouquíssimo ortodoxas; e, principalmente, uma pessoa de personalidade complexa e nada meiga, mas que, quando decide abrir seu coração a alguém, é fiel, honesta e dedicada. Uma sobrevivente , mas que, acima de tudo, não é vítima; muito pelo contrário! E, principalmente, ao nos fazer questionar que ela, em sua “maldade”, é muito mais ética do que muitas das pessoas “bem intencionadas” e “que só querem o bem” dos seus amigos.

Embora os relacionamentos principais da obra sejam homoafetivos, é uma tolice tentar enquadrar a narrativa apenas nesse nicho. O que se vê ali são os sucessos, problemas e dúvidas (entre outros) que permeiam todos os relacionamentos amorosos humanos, independente da orientação sexual do leitor. Amar não é fácil, é algo que exige grande coragem – independente de quem se ame.

Em tempos em que o grosso dos romances românticos opta por criar narrativas açucaradas com personagens planos e rasos, é maravilhoso ter em mãos uma obra corajosa e intensa como Remissão. Não é perfeita, mas chega muito próximo disso.

Se há algo a se lamentar nesse livro é o fato de que muitas pessoas, ao ver a temática, talvez não queiram lê-la, por puro preconceito e ignorância – e só me resta lamentar por elas, afinal, perderão a oportunidade de entrar em contato com um texto muito, mas muito bom mesmo, criado por uma autora simplesmente corajosa e incrível.

Sem sombra de dúvidas, uma leitura recomendadíssima!
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