Radu 17/01/2024
Afinal, quem é Margo Roth Spiegelman?
Quando dei início à minha leitura, confesso que achei que seria fácil demais, e que eu não gostaria por isso. É realmente uma leitura fácil (eu diria que informal demais pra mim, mas aí vai do gosto de cada um), que demora um pouquinho de te prender, mas quando acontece, torna-se bem divertido acompanhar a narrativa.
É uma história adolescente, para adolescentes, e nada muito além disso. A reflexão do livro é sobre as reflexões em si, sobre como abraçar metáforas e ideologias que vão te guiar e ditar seu caminho durante a vida. Por isso é um livro focado para um público mais novo, porque é ele quem ainda está a decidir quem será.
O livro fala sobre entender as feridas dos outros, e se é possível e necessário tornarmo-nos eles mesmo para atingir tal objetivo. Aborda as mudanças de ciclo, e se é necessário e possível deixar realmente tudo para trás para recomeçar. Afinal, todos somos um só, e é impossível cortar os fios que nos ligam(?).
Os personagens, num geral, são muito divertidos. Quentin é um dos meninos adolescentes mais reais que eu já conheci através da literatura, e sua relação com seus amigos faz com que o leitor sinta que é realmente parte daquela história. Já Margo Roth Spiegelman é intrigante e única no seu contexto social (talvez até demais para uma menina de uns 18 anos, o que a afasta da realidade e da identificação dos leitores com ela).
Uma das coisas que mais me chamou atenção durante a leitura, foi o fato da história ser dividida em três partes: a primeira, dinâmica e nem tanto convincente; a segunda, um tanto lenta mas muito curiosa; e a terceira, extremamente leve e reflexiva. É a melhor forma de construir uma trilogia para uma história que necessita de divisórias, mas não tem muito conteúdo para extendê-las.
Para quem estiver a fim de ler, recomendo muito. Não é uma leitura necessária, mas não é nada descartável.