Carla Foster 09/10/2020Não tão bom quanto o primeiro e o segundo...... E algumas questões ficaram sem respostas. As duas principais: a Grace conseguiu ter filhos? A Júlia terminou o doutorado?
Achei um livro ?enrrolão?. Páginas preenchidas com assuntos e ladainhas que já vimos nos livros anteriores. Gostei muito da pequena introdução que a família de sangue do Gabriel teve na história, mas foi muito rápido. O final e carma de outros personagens foi bom. Mas os personagens principais ficaram tipo: e aí? O pai do Gabriel ficou bem sozinho após a morte da Grace? O Tommy ficou bem e sobreviveu? Confesso que nesse livro eu corria os olhos por algumas páginas onde o casal voltava a discutir velhos problemas e eu não via evolução nenhuma.
O Gabriel e Júlia adotaram uma criança franciscana?
Pois é... perguntas sem respostas e pontas soltar. Me decepcionei um pouco com esse livro. Os dois anteriores tiveram muito mais sentido e relações com a divina comédia.
O autor tentou forçar nesse terceiro livro o Paraíso e a morte da Beatriz aos 24 anos. O livro todo Gabriel passa pensando no que acontecia se a Júlia morresse, ele se deixa em determinado momento pensar que isso aconteceu... Muito muito ruim essa relação. Poderia ter focado no encontro de Dante e Beatriz no paraíso e sua tão sonhada bem aventurança, o encontro da sua felicidade, faria mais sentido.
Temos pontos positivos, claramente: o empoderamento feminino e a maternidade, ambos abordados no meio acadêmico. Sobre a maternidade temos várias situações discutidas de uma forma bonita: uma mãe que não consegue engravidar, uma mãe que vê seu filho com risco de vida antes mesmo de nascer, e uma mãe que tem pavor de engravidar naquele momento por não se sentir preparada e capaz. Em meio a tudo isso, é discutido sobre uma mulher precisar sacrificar sua carreia para ser mãe, ou sacrificar sua família por sua carreira. Para uma mulher, infelizmente, não existe meio termo mesmo com tantas revolução igualitárias entre homens e mulheres quando o assunto é carreira. Gostei também que nesse livro, apesar de ter sido escrito em uma época de livros como 50 tons de cinza, não classifico-o como um relacionamento abusivo. Talvez um pouco perturbado rs Mas a Julia claramente era uma coelhinha assustada no primeiro livro, depois da metade do segundo ela passa e se impor e tomar as rédeas de sua vida e de seu relacionamento com Gabriel, enfrenta seus medos e seus inimigos.
Enfim... é bom. A escrita; poesia e utilização de obras e religião continuam impecáveis, obviamente.