Ju 09/10/2012As Crônicas de NárniaEu amo essa capa! Sou apaixonada pelo Aslam (para quem não o conhece, é o leão que vocês estão vendo aí em cima) e acho que não existe ninguém melhor que ele para ilustrar o espírito de Nárnia. Falemos um pouquinho de cada um dos livros contidos neste volume único.
O sobrinho do mago
"As novas estrelas e as novas vozes surgiram exatamente ao mesmo tempo. Se você tivesse visto e ouvido aquilo, tal como Digory, teria tido a certeza de que eram as estrelas que estavam cantando e que fora a Primeira Voz, a voz profunda, que as fizera aparecer e cantar."
Foi muito bom ler essa história!! Ela é o começo de tudo. Quando eu digo tudo, incluo aí o nascimento de Nárnia. Acompanhamos a criação desse mundo mágico e ficamos sabendo porque os homens foram escolhidos para serem reis e rainhas de Nárnia. Descobrimos também porque aquele único guarda-roupa, entre todos os existentes no nosso mundo, é capaz de permitir a entrada nesse lugar fascinante.
O leão, a feiticeira e o guarda-roupa
"Só então viu que havia uma luz em frente, não a dois palmos do nariz, onde deveria estar o fundo do guarda-roupa, mas lá longe. Caía-lhe em cima uma coisa leve e macia. Um minuto depois, percebeu que estava num bosque, à noite, e que havia neve sob os seus pés, enquanto outros flocos tombavam do ar."
Acredito que esta seja a história mais conhecida do livro, pois foi a primeira a ser transformada em filme. Quatro irmãos, duas meninas e dois meninos (Lúcia, Susana, Edmundo e Pedro), precisam deixar Londres devido aos ataques aéreos durante a guerra e são levados para a casa de um velho professor no campo. Lá, descobrem que um guarda-roupa é a porta de passagem para Nárnia, e é aí que começam suas aventuras.
O cavalo e seu menino
"- Queira desculpar, tarcaína - respondeu Bri, com um ligeiríssimo tremor de orelha -, mas isso é conversa de calormanos. Somos narnianos livres, Huin e eu; e acho que, se você está fugindo para Nárnia, também desejará o mesmo. Neste caso, Huin não é mais a sua montaria. Podemos até dizer que você é a humana de Huin."
Um menino e um cavalo se unem para alcançar a liberdade. Tiveram uma vida de escravos, mas acreditam que, juntos, podem chegar a Nárnia, onde este tipo de vida não existe. Uma aventura em que descobrem muito sobre o mundo e sobre si mesmos.
Príncipe Caspian
"- Titio não sabe? Dos tempos em que tudo era diferente. Em que os animais falavam, em que as fontes e as árvores eram habitadas por bonitas criaturas, chamadas náiades e dríades. E havia também anões, e os bosques estavam povoados de pequeninos faunos, que tinham patas iguais às dos bodes, e..."
Uma história que acontece muitos e muitos séculos depois do reinado de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia. Depois da tirania de alguns regentes, a maior parte dos animais perderam a fala e as árvores adormeceram. O Príncipe Caspian restaura a esperança de alguns seres remanescentes de voltarem a habitar Nárnia livremente. Mas isso não será uma tarefa nada fácil.
A viagem do Peregrino da Alvorada
"Quase todos nós já sabemos o que se pode encontrar numa toca de dragão, mas, como eu já disse, Eustáquio só lera livros que não servem para nada. Falavam de exportações e importações, de governos e de canos de esgoto, mas eram muito fracos em questão de dragões."
O Príncipe Caspian, após promover a paz em Nárnia, resolve fazer uma viagem por mar muito além do mundo conhecido por ele, para procurar por sete senhores (amigos de seu pai) que seu tio, que havia se feito rei de forma desonesta, enviou para explorar o mar, torcendo para que nunca mais voltassem. Caspian e seus companheiros estão dispostos a enfrentar perigos e aventuras até que consigam encontrar os lordes e também o Fim do Mundo.
A Cadeira de Prata
"Longe daqui é o reino de Nárnia. Ali vive um velho rei, que anda em aflição por não deixar um filho, um príncipe de seu próprio sangue, que venha a ser rei depois dele. Não tem herdeiro, pois seu único filho foi sequestrado há muitos anos. Ninguém em Nárnia sabe onde está esse príncipe ou mesmo se continua vivo. Mas está vivo. Ordeno que vocês procurem o príncipe até encontrá-lo, para trazê-lo de volta, ou até morrerem, ou até voltarem a seu próprio mundo."
Caspian X reinou em paz por muitos anos, ao lado de sua rainha e seu filho. Mas foi abruptamente separado dos dois, na mesma época. Humanos são levados a Nárnia por Aslam, e têm a tarefa de encontrar o herdeiro, uma vez que o rei já atingiu a velhice e em breve o mundo mágico precisará de um novo regente. Terão que desvendar uma longa trama para realizar sua missão, e não deixar de confiar nunca no Grande Leão.
A última batalha
"Imediatamente o céu ficou cheio de estrelas cadentes. Uma única estrela cadente já é algo lindo de se ver. Desta vez, porém, eram dúzias delas, e depois um monte, e depois centenas, até que mais parecia uma chuva de prata - e assim continuou, aumentando cada vez mais."
Um macaco muito metido a esperto convence um jumento, que confia totalmente nele, a usar uma pele de leão que encontraram descendo a cachoeira. O macaco espalha a história de que Aslam voltou e se diz representante dele. Usa o poder de forma odiosa, destruindo a Nárnia que todos conhecemos. Será esse o fim do mundo?
Minha história preferida foi a primeira, O sobrinho do mago. Mas todas são fantásticas! Eu realmente gostaria de conhecer Nárnia! rs... tenho duas personagens preferidas, Lúcia e Aslam. Cada um deles é maravilhoso à sua própria maneira.
O livro é imenso e achei que não iria terminá-lo a tempo de postar a resenha para o desafio literário desse mês. Mas no fim deu tudo certo, e consegui ler as 751 páginas em 4 dias! =)
É bem legal o encontro das personagens de livros anteriores com as novas personagens que surgem à medida que os séculos avançam em Nárnia.
No final do livro, tem uma ótima reflexão do autor sobre a maneira de escrever para crianças, que desvia-se para muitos outros assuntos. Gostei bastante dessa parte:
"Somos acusados de retardamento porque não perdemos um gosto que tínhamos na infância. Mas, na verdade, o retardamento consiste não em recusar-se a perder as coisas antigas, mas sim em não aceitar coisas novas."
É isso aí. Eu sempre vou gostar de algodão doce, batata frita e contos de fadas; e acrescento a eles o vinho do porto, todo tipo de salada e a leitura dos clássicos mais complexos, sem o menor problema. Ser menina e mulher ao mesmo tempo me faz feliz, e nunca abrirei mão disso.