Marina
30/08/2012Lindo!É difícil falar sobre esse livro, afinal, não é só um livro, são sete. Os sete livros são um melhor que o outro. Toda vez que eu terminava de ler uma crônica, pensava "essa sem dúvida é a melhor", e me surpreendia ao ver que a próxima era tão boa quanto a anterior.
A primeira crônica, chamada O Sobrinho do Mago, é a mais simples de todas elas, e até um pouco curta. Digory e Polly acabam indo para Nárnia por meio de alguns anéis mágicos. Quando eles chegam lá, Nárnia ainda não existe, e eles veem ela ser criada pelo próprio Aslam, o leão, rei dos reis de Nárnia.
Me surpreendi quando li essa crônica, pois no filme (o leão, a feiticeira e o guarda-roupa), eles não explicam como Nárnia foi criada, e muita coisa é deixada para trás (um verdadeiro problema das adaptações).
"- Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!
O sobrinho do mago pág. 64"
A segunda crônica é a mais famosa, e a primeira a ser escrita. O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Uma das minhas crônicas favoritas. Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia vão para Nárnia através de um guarda-roupa. Chegando lá, eles descobrem que uma tirana feiticeira está governando Nárnia, fazendo com que seja sempre inverno, e nunca chegue o Natal.
Nessa crônica, achei o personagem Edmundo muito legal, apesar dele ficar caçoando da irmã mais nova (Lúcia). É impossível não deixar de comparar com o filme, e confesso que quando li a crônica, passei a gostar mais da adaptação, apesar de deixar a desejar em algumas partes.
"(...) Não tentem ir para Nárnia. Nárnia acontece.
O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. pág 186"
A terceira crônica não foi tão interessante quanto as outras. Ela chama O cavalo e seu menino, e conta a história de Aravis e Shasta, duas crianças que querem fugir do país onde moram, (país vizinho de Nárnia - Nárnia não é um planeta como muita gente pensa, Nárnia é um país e tem vários outros países vizinhos), os dois querem fugir e ir para Nárnia.
De todos os personagens, gostei mais do cavalo Bri, que é como o "dono" de Shasta. Em Nárnia, não são os humanos que tem cavalos, e sim os cavalos que tem humanos, daí o nome, o cavalo e seu menino.
"Mas os mortos são iguais a todos os mortos.
O cavalo e seu menino pág 209"
A quarta crônica recebeu o título de Príncipe Caspian, também adaptada para o cinema. No início estava odiando a crônica, por causa do Caspian. Ele era muito irritante, mas depois no meio da história, Caspian ficou legalzinho e eu fiz as pazes com ele. rs'
"Mas as coisas nunca acontecem duas vezes da mesma maneira.
Príncipe Caspian pág 359"
A quinta crônica é A viagem do Peregrino da Alvorada, ouvi dizer que também ganhou uma adaptação, mas ainda não pude vê-la. Nessa crônica, somente Lúcia, Edmundo e Caspian reaparecem, alguns novos personagens são apresentados, entre eles, Eustáquio, um menino irritante que teima em não acreditar que está fora da Terra. Os três (Lúcia, Edmundo e Eustáquio) vão para Nárnia pela magia de um quadro.
Cheguei a pensar que essa crônica era a melhor, mas me enganei, a cada livro as histórias ficam mais interessante. A narrativa segue em ritmo acelerado, as páginas estão cheia de suspense e você não consegue largar o livro antes de descobrir o que vai acontecer. A viagem do Peregrino da Alvorada pode não ser a melhor crônica, mas de todas elas, essa eu queria ter vivido.
"- Aslam, o que chama de breve? - indagou Lúcia.
- Para mim, todo tempo é breve - respondeu Aslam.
A viagem do peregrino da alvorada pág 476"
A sexta crônica é A cadeira de prata. Eustáquio está de volta, junto com uma garota chamada Jill. Um príncipe chamado Rilian está desaparecido há dez anos, ninguém sabe o que aconteceu com ele.
A missão dessas duas crianças é achar Rilian e levá-lo de volta para Nárnia, a fim de se tornar rei.
Essa foi a crônica que mais me agradou. Jill é uma garota muito corajosa - aliás, a exceção de Susana, todas as outras são - e ajuda quase sem por cento do tempo. Uma das minhas personagens preferidas do livro. O3utro personagem que gostei, que faz parte dessa crônica, é o Brejeiro. Ele é um homem-sapo, ou alguma coisa parecida, e as crianças o apelidaram de "Pé-frio". Brejeiro é muito pessimista, e a todo momento ele fala que as coisas vão dar errado. Apesar de pé-frio, ele ajuda as crianças e ainda faz a crônica ficar muito mais engraçada.
"Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um Narniano, mesmo que Nárnia não exista.
A cadeira de prata pág 599"
A sétima e última crônica, chama A última batalha. Nessa crônica, todos os humanos que vieram da Terra para Nárnia reaparecem, menos um, que não vou falar quem é.
Acontece que, nessa crônica, um macaco disfarça um jumento com uma pele de leão e diz que ele é o próprio Aslam. Como Aslam não aparecia há tempos, e ninguém conhecia um leão, os Narnianos acreditaram na mentira do macaco. O macaco começa, então, a escravizar os animais de Nárnia e desmatar as florestas, matando as Dríades e as Naíades.
Essa é a crônica mais emocionante. Foi muito divertido ver todos os amigos de Nárnia (os humanos que foram para lá eram chamados assim) reunidos. Eu ficava imaginando como seria todos eles juntos, e tive a surpresa de descobrir que no fim eles se encontravam.
"- Quer dizer, então - disse o rei, após um longo silêncio -, que Nárnia já não existe.
A última batalha"
O autor soube dar um final digno do livro, fechando com chave de ouro. Fiquei emocionada quando terminei de ler, e ainda presa ao livro, de um modo que só os livros realmente bons conseguem fazer. Alguns dias depois de terminar de ler, sonhei com Nárnia (segunda vez que sonho com livros), mas meu sonho não vem ao caso.
Por fim, C. S. Lewis fala de três maneiras de escrever para crianças, que depois que li, percebi que o texto não é o que o título sugere. Lewis fala um pouco dos contos de fadas, das histórias infantis e outros assuntos, mas não é muito interessante.
As crônicas de Nárnia é um livro maravilhoso, desses que faz a gente viajar para dentro da história. É infantil, eu sei, mas para mim, não há nada mais gostoso que ler um livro infantil. E tenho certeza que, depois de ler esse livro, você também ficaria com vontade de entrar no guarda-roupa ou atravessar um espelho, e por pura magia, acabar parando em Nárnia.
Esta resenha é do blog: http://lerimaginarcriar.blogspot.com.br/