pabloliman 26/03/2022
Uma Busca por Você Mesmo
Antes de introduzir a obra de fato, gostaria de dizer que se você, leitor desta humilde resenha opinativa, busca uma maior compreensão e noção da psique humana, creio que esse seja um bom início, mesmo que, na minha opinião, sendo uma leitura que pode afugentar os não leitores pela sua densidade.
De certo, é impossibilitada para mim a ideia de iniciar as considerações deste pequeno livro sem mencionar o criador e genuíno cientista, psiquiatra, psicólogo, professor, artista e profeta Carl Gustav Jung, descrito e conhecido como o idealizador do mapa da alma e criador da psicologia analítica. Jung faleceu em 1961 aos 85 anos em sua casa na cidade de Zurique, na Suíça, país onde nascera e em vida publicou toda a sua obra. Na intenção de não me alongar muito, devo apenas concluir que Jung era um homem, acima de tudo, curioso, egoísta, e como muitos, passou diversas provações de um homem que viveu em uma época onde guerras eram travadas, e em alguns períodos, não se era permitido o estudo e muito menos as reflexões em torno da tão indiferente psique humana.
Posso falar também que Jung é apenas, talvez, me arrisco dizer, um coadjuvante nesse livro. Pois, antes que se confunda, Murray Stein foi o idealizador desse ensaio extremamente didático e atual. Visto que reuniu tamanha gama de saberes e conhecimentos em seus estudos das teorias de Jung. Stein nos demonstra tamanha sabedoria em dominar praticamente toda a obra que Jung publicou em vida. Tecendo junto do leitor as linhas para uma confecção contemporânea do mapa que foi criado e alterado por décadas.
E o que é possível para mim resumir em relação ao conteúdo em si, é extremamente desafiador. Mas de início, quero que entenda que Jung explorou principalmente um elemento da psique humana, ponta pé inicial e motivador de seus estudos, o inconsciente. O inconsciente é descrito como tudo o que não é acessível. Deste ponto, vou trazer apenas algumas poucas conclusões a partir da leitura realizada, que, para mim, são importantes e atraentes aos futuros poucos leitores dessa resenha.
Falarei da Persona. Como um dos diversos conceitos atribuídos por Jung nesse livro, é descrito como "a interface psíquica entre o indivíduo e a sociedade que constitui a identidade social de uma pessoa". Em minhas palavras e de diversos atores e estudiosos; Persona é a "mascara" social. Criada para o convívio do social, do externo, do comunicar. Das relações superficiais. Do trabalho. De casa. Da festa. É fato que, como pessoa social, é inevitável a interpretação igualmente social de outras pessoas em um ambiente tão social quanto.
Acabei de lhe expor apenas uma das diversas definições conceituais de uma das interfaces da psique, que faz parte do inconsciente. E assim, espero ter ao menos despertado o interesse.
De certo, para mim, foi uma leitura calma e agradável, mas tensa e questionadora, onde fui levado a reflexão em diversos momentos durante esse processo. Recomendo este livro a você, leitor, que chegou até o final dessa resenha, e agradeço. E voltarei a fazê-las, pois me é de tamanho agrado.