A Dominação Masculina

A Dominação Masculina Pierre Bourdieu




Resenhas - A dominação masculina


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SABRI 26/04/2013

No livro do filósofo Pierre Boudieu, “A dominação Masculina”, de 1998, o discurso de dominação imposto por uma tribo Africana, é a base especulativa para que o autor faça uma analise social e antropológica da posição dos gêneros nas sociedades. Ele discute as origens do papel social delegado a mulher e ao homem, e cria relações entre a cultura dos “Cabila” e a cultura ocidental, discutindo as semelhanças nas relações de dominância masculina, corporificadas no ordem do cosmos. Boudieu expressa através deste estudo, que a posição social da mulher em vários aspectos das sociedades estudadas, é de submissão total, e que estas posições se reproduzem o tempo todo até que no século XX, com os movimentos feministas, houveram as primeiras discussões que trouxeram mudanças. A entrada da mulher no mercado de trabalho e no sistema educacional, antes somente permitido ao homem, são fatores decisivos. Mas a época do texto, a expressividade destas mudanças é pontual, ou estavam se processado. Assim, ele diz sobre as condições entre feminilidade e poder assumidas pelas mulheres:
“Ser ‘feminina’ é essencialmente evitar todas as propriedades e práticas que podem funcionar como sinais de virilidade; e dizer de uma mulher de poder que ela é ‘muito feminina’ não é mais que um modo particularmente sutil de negar-lhe qualquer direito a este atributo caracteristicamente masculino que é o poder.”
Para Bourdieu, estas posições estão bem definidas, e fazem compreender na complexa trama de convenções sociais, que a posição feminina, de objeto inferiorizado, mesmo fora do ambiente cultural dos Cabila, segue um padrão muito parecido de submissão e domínio, onde o homem define-se e é definido como o padrão dominante.
O interessante é notar no texto de Bourdieu, seu caráter “instrutivo”, que ele mesmo reafirma na sua conclusão. Assim, cedendo ante à necessidade de justificar seus interesses na discussão da “dominação simbólica”, argumentando que o resultado de sua pesquisa seria “capaz de orientar de outro modo não só a pesquisa sobre a condição feminina, ou, de maneira mais relacional, sobre as relações entre os gêneros,”, Bourdieu expõe a opinião de que o que se escrevera até então, quase que exclusivamente por mulheres no trabalho da critica feminista, carecia de orientação. Uma orientação masculina, percebe-se na fala dele.
Gerson 22/12/2014minha estante
Bourdieu não é filósofo. Ele é sociólogo
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larissa dowdney 26/09/2015minha estante
Gerson, ele se formou em Filosofia!




Elen Ximenes @quemleganhamais 11/06/2023

Não é sobre Feminismo
Eu tinha tanta vontade de conhecer as ideias do Bourdieu sobre este tema! Esta foi uma das experiências literárias mais tristes dos últimos tempos... Não se trata de justificativas ou defesa do Feminismo. Esta obra abarca discussões de estudos sobre a organização da estrutura social por gênero.

Foi uma leitura difícil. Sociólogos sempre me humilham ??. Apesar das dificuldades, consegui compreender o básico de como a socialização diferencial produz e mantém a mentalidade de que poder, profissionalização, superioridade, ser servido, liderança é coisa de homem. Enquanto para a mulher resta a limitação, a submissão, a estética, o ambiente doméstico, o servir, o fútil, o estar disponível.

Nossa sociedade é estruturada tendo o masculino como medida de todas as coisas. Desta forma, a dominação e a violência simbólica são vistas como "naturais", o que reforça o status quo.

Ler sobre isso é triste. E foi pior porque no decorrer da leitura passei por uma experiência de violência psicológica e moral por parte de um colega. Como dói necessitar da presença de algum outro homem (meu marido, outro colega ou meu professor) para ser respeitada. É como se a mulher não tivesse valor em si. Como se a sua dignidade fosse validada a partir de uma figura masculina.

O machismo é covarde! Os discursos produzem as mentalidades. A mentalidade de que a mulher é um ser inferior ao homem produz machões que gritam, ofendem, intimidam e batem em mulheres. A violência psicológica faz uma bagunça no nosso emocional e infelizmente, precede a violência fisica. A minha força foi ter o apoio de amigas e amigos me dizendo: isso não está certo, denuncie. E eu repito: DENUNCIEM! Porque cara de homem se respeita e DE MULHER TAMBÉM!
denis.caldas 27/06/2023minha estante
O machismo está fadado ao fracasso porque prioriza a força em detrimento da razão, mas a biologia sempre vence. Obrigado por compartilhar, pois suas considerações valem à pena! Parabéns Elen!




Euler 19/06/2021

#nãoficção Embora, euzinha tenha ampliado o que o Bourdieu estabelece, já que o debate se ampliou e muito, o boy traz um panorama histórico de como se perpetuou o sistema binário (não tem como não tocar a música da Linn da Quebrada na cabeça) durante os tempos. Abordando essa dominação/submissão que privilegia os homi, ele vai dizer que ela se dá por meio de símbolos que se inscrevem nas coisas, nas relações e nos corpos. Sendo assim, performamos corpas/corpos/nossos templos com a imagem do que nos é imposto e não como realmente somos (no meu caso, uma Princesona, ay caramba). Esses símbolos se pautam - pasmem, nenhuma surpresa- no que é determinado a partir da descoberta se temos uma neca ou uma pepeka. Dessa distinção, diversas binariedades foram projetadas para criar o mundo - que a gente até podia admitir no século XX, mas no XXI , manas, tá difícil. Outro ponto que o Bourdieu é muito safo é que ele diz que essa criação de uma masculinidade, também causa dor aos homens - imagina não poder mostrar sua afetividade, que triste. Ou seja, como diz mainha, o buraco é mais embaixo e é um problema coletivo. ?? Li pro dóitorado.
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déb 16/02/2022

Muito bom
Fiz essa leitura para meu TCC, e com certeza vou usar muito! Livro muito muito bom, necessário! Leiam!
Vinicius Casimiro 14/03/2022minha estante
Comprei pro tcc também


déb 06/10/2023minha estante
uhuuul! Arrasou! É uma boa para referencial teórico


Vinicius Casimiro 28/12/2023minha estante
Simmm




Fer Paimel 23/02/2021

Gostei
Bourdieu traz vários argumentos interessantes, que me fizeram refletir sobre algumas concepções prontas que eu tinha sobre o tema... a escrita é fácil de compreender e as ideias são muito lúcidas e coerentes entre si.
Vou ficar pensando sobre a leitura por um tempo...
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Isotilia 15/07/2014

Pierre Bourdieu, onde você esteve por todos esses anos?
Pierre Bourdieu, onde você esteve por todos esses anos? Por que eu não nunca te li? Eu nunca li nenhuma referência a este autor antes. Ainda estou lendo "A Dominação Masculina", mas já quero ler outro livro do mesmo autor, como "A Distinção", por exemplo. Porque estou gostando das ideias dele. Na visão de Bourdieu, como nós evoluimos de civilizações tribais, estudar uma tribo que não sofreu muitas influências externas é como fazer uma arqueologia sociológica. Assim ele estuda as diferenças no papel de gênero de uma tribo na Argélia e traça paralelos com nossas sociedades modernas. São muitos paralelos e as explicações que ele dá são muito coerentes. Elas me impressionaram bastante. Por exemplo, como os nomes que se dão aos orgãos sexuais feminino e masculino refletem a visão antropocêntrica do mundo. Eu tracei alguns paralelos, por exemplo, quando o autor fala que os "filhos de viúva" são tratados com ressalvas, porque são muito "feminizados" para aquela sociedade tribal. Eu me lembrei da expressão "criado pela avó", que é exatamente a mesma coisa na nossa sociedade. O autor cita como as atividades mais ativas e excitantes são associadas ao masculino e as mais repugnantes e enfadonhas são associadas ao feminino. E ele cita o exemplo de que os homens balançam ou cortam os galhos das árvores, enquanto as mulheres catam os frutos no chão, catam os galhos, etc. Eu não pude deixar de me lembrar da expressão "Vá catar coquinhos!" no nosso português. Como é que "catar coquinhos" pode ofender alguém? Só pode ser uma relação com o feminino, seria como "vá fazer uma função de mulher!". Aí eu percebi quantas centenas de expressões eu uso diariamente que reforçam a dominação masculina. Foi um tapa na cara. Também percebi que os homens ficarem com as atividades mais excitantes e as mulheres com as mais enfadonhas também se repete no ambiente coorporativo. A palavra "ordinateur" (computador em francês) vem do nome das mocinhas que ficavam na Bolsa de Valores no século XVII fazendo as contas das ordens de compra e venda. E é lógico, os homens ficavam com a parte excitante das negóciações. Sempre existiram mulheres contadoras no Brasil (pelo menos desde a década de 40), porque na visão da maioria das pessoas, esse é um trabalho muito enfadonho. Acho que tentam empurrar a parte mais enfadonha para uma mulher no escritório, ou pelo menos, é esperado que ela goste dessas atividades. Até onde eu li, não concordo com a resenha anterior que diz que autor afimra que só ele ou só um homem pode guiar os trabalhos de pesquisa femininos. Até agora não percebi nada disso.
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Aline 28/09/2015

evidenciando o machismo
Bourdieu faz contatações importantíssimas acerca da situação de subordinação enfrentada pelo gênero feminino em relação ao masculino. A meu ver, essas contatações das situações de desigualdade entre homens e mulheres, na maioria das vezes naturalizada socialmente, podem funcionar como o primeiro passo para enfrentar o machismo e combater a violência simbólica que vitima as mulheres.
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Jhanade 05/10/2021

Vamos falar sobre as sutilezas da dominação?
Encontramos as violências simbólicas entranhadas em nosso cotidiano que passamos por elas sem ao menos perceber. A objetificação da mulher, o instinto materno socialmente internalizado em nós, os deveres do lar como forma de amor e não como trabalho não remunerado. As profissões femininas que quando realizadas por homens ganham outras nomenclaturas, vide cozinheira, que passa para chef de cozinha, costureira se transforma em estilista. O insulto, que quando se quer diminuir alguém, atribui o nome mulherzinha. A fragilidade masculina, e o mito de que a mulher por si só, amadurece mais rápido, fazendo assim com que os erros dos homens seja mais tolerado.
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Jana 12/01/2021

Não diz nada que já não havia sido dito pelas teóricas feministas muito antes dele. Mas algumas pessoas (principalmente homens) só prestam atenção e param para refletir quando é um homem falando, né :)
Camila 01/03/2021minha estante
Oi, Jana! Será que eu leio ou melhor eu ir ler as teóricas feministas? Gostei da tua provocação!


Jana 01/08/2023minha estante
Vendo o comentário 2 anos depois kkkk acho válida a leitura




Vanessa.Papalardo 22/01/2021

Leitura necessária
Aquele tipo de livro que torna-se uma leitura necessária, para homens e mulheres.
Nele são abordados assuntos que para muitos são banais, porém, nada mais são do que a realidade machista existente na sociedade.
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Fer 10/07/2023

Difícil mas útil
A linguagem utilizada nesse livro é bem erudita, o que muitas vezes acaba tornando a leitura difícil e desgastante. Fora isso, o conteúdo é relevante e esclarece muito do comportamento tanto masculino como feminino. Indico para quem tem persistência.
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tomperadinha 21/03/2022

4 estrelas só porque tem umas palavras muito complicadas que acho que podem ser evitadas, mesmo em meio acadêmico. é muito chato ter que ficar o tempo todo indo atrás de significado de palavras quando existem meios mais simples de explicar. como a tradução é mais antiga, sei que se deve a isso - a comunidade acadêmica tão elitista.
mas os conceitos desse livro são fodas demais. a ideia do poder do patriarcado como uma força simbólica que foi instaurada... sei lá, gostei muito. e foi uma leitura boa pra minha ic!!! me senti produtiva :)
Vini 05/08/2022minha estante
Mulher eu tô me sentindo muito burro com esse livro, tô travado, n consigo avançar. Os períodos são muito longos!!!




Mariana.Aleixo 16/07/2021

Não tenho nem palavras pra descrever esse livro. Foi meu primeiro contato com Bourdieu e fico feliz que tenha começado tão bem. Um dos meus sociólogos favoritos no momento e essa obra é simplesmente sensacional, sempre recomendo para todos.
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thaisdreveck 26/04/2021

Poderia ser mais simples
É uma leitura muito útil (lembrando que útil pode ser positivo ou negativo) entretanto, como todo sociólogo ou filósofo, possui uma linguagem difícil de entender. É necessário traduzir o livro antes de entender seus conceitos, por isso, tive certa dificuldade.
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Natalia.Eiras 03/08/2019

Não sou capaz de opinar, MAS EU PESQUISEI QUEM PODE!!
ou ré confessa que comecei a ler este livro e apaguei em pouco mais de 40 páginas.
Tamanha a dificuldade em entender o que estava escrito nestas páginas, que mais pareciam saídas de uma tese de doutorado.
Comecei a ver um homem, me explicando por que raios a sociedade, como um todo, valoriza tanto o discurso masculino... porque a mulher tem uma posição de inferioridade na sociedade e blá blá blá.


Pensei:

PQP! Mansplaining total!!!


Mas eu não desito fácil, e como jornalista eu fui tentar entender o que raios esse homem estava dizendo, e por que raios uma editora como a Record iria publicar um livro com mainsplaining, indo COMPLETAMENTE contra toda essa onda feminista que vem surgindo nos últimos anos.

Afinal, estamos falando a editora que lançou um KIT GAY MANO!!!



NÃO FAZIA O MENOR SENTIDO, CONCORDA?

Então, a errada deveria ser eu.
E lá fui eu procurar por resposta.

Eu poderia fazer uma resenha deste livro? Não.

Porque como eu disse, eu lendo não consegui entender.
Mas ESSA MENINA conseguiu me explicar e eu SUGIRO FORTEMENTE que você assista o vídeo dela.
PS: Nada como uma professora para explicar as coisas, né?

Então senta, que lá vem conhecimento de primeira qualidade!
Quer conferir o vídeo com a explicação? Então acesse o link que lhe redirecionará para o nosso blog onde o vídeo esta anexado.
=)

site: http://www.perdidanabiblioteca.com.br/2019/05/a-dominacao-masculina.html
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