AvóDezanove e o segredo do soviético

AvóDezanove e o segredo do soviético Ondjaki




Resenhas - AvóDezanove e o Segredo do Soviético


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APaula.Maia 16/07/2022

Amei conhecer a escrita do autor.
Um livro que possui reflexões densas e bem atuais. O autor utiliza de pitadas de humor e uma escrita diferente para transformar uma leitura que seria pesada em algo fluido.

O autor utiliza a visão de uma criança e toda poesia que consegue para trazer dramas familiares e mostrar um pouco mais de Luanda, na Angola, tomada pelos soviéticos e o quanto isso impacta naquela cidade e na vida das pessoas.
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vsamia 05/03/2023

AvóDezanove e o segredo do soviético
O livro é narrado por uma criança, que está contando os dramas familiares e suas aventuras com seus dois amigos 3,14 (pi), confesso que amei esse trocadilho, e Charlita. Apesar de momentos engraçados e a história ter este mesmo rumo, é abordado um tema sério que é a tomada dos soviéticos á Angola e como isso mudou e afetou a vida dos habitantes. Gostei bastante da história e como pra mim foi fluída.
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Diego Vertu @outro_livro_lido 22/01/2022

Esperava mais
O livro, contado na perspectiva de uma criança, narra a vida do protagonista numa Angola dominada pelos soviéticos, Na praia do Bispo, os soviéticos controem um Mausoléu para colocar o corpo de um presidente angolano, próximo dali vive o protagonista e seus amigos que estão na casa da avó dezanove e de sua irmã a avó Catarina. No decorrer do livro vamos analisando uma bonita relação familiar, o porquê a avó se chama dezanove e uma divertida figura que se chama Camarada Botardov.
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A escrita do autor é bem poética e fluida, as personagens são bem construídas na obra, é um livro leve que conta uma relação das crianças com a avó tendo partes até engraçadas . Acho que peca um pouco no enredo senti falta de uma problemática mas concisa na narrativa.
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Menezes 21/11/2009

Mundo sem guerra, Mundo infantil.
Na PraiaDoBispo as crianças se divertem todo dia no calor inventando brincadeiras, a AvóNhete está a reclamar de dores no pé, AvoCatarina sempre de preto, sempre escondida e sempre tirando um sarro da vida, os russos fazem uma ação comunitária construindo um Mausoléu para o povo Angolana enterra seu presidente, eles só tem que explodir algumas casas da Praia e vão conseguir terminar o projeto, quem chefia é Camara Bilhadorv, ou Bortadov, Sovacov na linguagem das crianças. Uma bomba de gasolina só tem água salgada e o maluco EspumaDoMar só fala cubano e tem ideias esquerdistas, esses e mais alguns personagens saídos parte da imaginação, parte das memórias do escritor angolano Ondjaki, constituem uma das narrativas mais verdadeiramente engraçadas sobre a Angola pós-independência.
Luandino Vieira escreveu a bíblia Luuanda, Pepetela tem uma força cruel em seus romances, assim como outros atores menos conhecidos por aqui eles traçam uma Angola e Luanda sombria, em que a realidade social é pungente e marcante, fruto de quase meio século de guerra em Angola, da década de 50 até 1975 pela independência (leiam os cus de Judas) e depois de 1976 até 2002 em guerra civil. Incrivelmente Ondjaki não segue o mesmo caminho, talvez por ser o escritor angolano mais novo e famoso atualmente (ele só tem 32 anos e muitos livros editados por lá), sua narrativa não assume o caráter realista buscado por seus antecessores, na verdade por ser narrado do ponto de vista de uma criança, a inocência desse relato que nem chega a citar a Guerra civil, é deliciosamente engraçada. A história central está em nosso narrador, seu amigo 3,14 (o nome dele é pi) e Charlita, tem a brilhante ideia de “desplodir” as obras do Mausoleu para salvar a PraiadoBispo, e o livro inteiro se move nessa “missão:impossível”, mas que na mágica do mundo infantil vai se concretizar de uma maneira ou de outra. Há uma sutil alegoria à ocupação estrangeira após independência, como o que acontece com a maioria dos povos da áfrica de terem de se aliar a outros países para conseguir sobreviver, mas o foco principal do romance é o relacionamento das crianças entre si e com os mais velhos, as histórias que a AvóNhete (Mais tarde Dezanove) conta e as lembranças que as vezes atingem o protagonista traz um sentido nostálgico ao texto que junto ao seu caráter de filme de aventura, funcionam como uma combinação interessante.
Profundamente pessoal esse livro merece ser descoberto pelo público brasileiro, visto que acho que está passando despercebido por aqui, e assim como “Os da minha rua” pode muito bem se tornar um livro para se indicar no colégio em função de trazer as crianças mais perto de nossos camaradas angolanos, com o perdão do trocadilho. Por que Dezanove e qual o segredo não são os eixos centrais do livro, mas o primeiro é bem inusitado e o último é revelado na última linha do romance trazendo algo de fantástico a essa salada que já tinha de tudo. Vale a leitura.

http:\\metempsicose-memtepsicose.blogspot.com
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Heloísa 23/01/2022

História leve e divertida
Interessante conhecer um pouco de Angola por meio da visão de crianças. Presença da cultura brasileira em Angola, com as novelas (Cambalacho e Roque Santeiro). História ambientada na época da construção do mausoléu em homenagem ao presidente comunista Agostinho Neto, morto em 1979, na Praia do Bispo. O autor mescla ficção com as suas memórias de infância. As crianças convivem com a Avó Dezanove e a Avó Catarina, que não sabemos se está mesmo viva ou se já morreu, pois tem a capacidade de aparecer e desaparecer sem ser vista. O camarada Botardov é quem melhor representa, pelos olhos das crianças, a presença soviética em Angola. É uma leitura fixe que vale muito a pena. O glossário no fim da obra ajuda a entender os termos desconhecidos dos brasileiros. (Fixe = legal).

"? Estórias de antigamente é assim que já foram há muito tempo?
? Sim, filho.
? Então antigamente é um tempo, Avó?
? Antigamente é um lugar.
? Um lugar assim longe?
? Um lugar assim dentro."
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Dadá 27/01/2022

Angola pelos olhos de uma criança
Ondjaki tem alma de poeta de coração de criança e por isso escreveu tão bem esse livro. Este livro conta a história da pacata Praia do Bispo, em Luanda, Angola, que recebe uma obra dos camaradas soviéticos e logo as crianças começam a desconfiar que algo de bom não vem dali. A história é contado pelos olhos dos miúdos, ou crianças em português brasileiros. Prova disso é que as proibições e silêncio dos mais-velhos (adultos) não geravam aquela rebeldia e revolta. Pelo contrário, os miúdos encontravam suas próprias "soluções" e explicações para as coisas que não entendiam. (risos) Livro fofo e com certeza eu recomendaria. Só que, por ter um aspecto mais infanto-juvenil, senti falta de algumas explicações e "ligações" de certos enredos no final.
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DIRCE 05/06/2022

Saboroso
Segundo livro que leio do escritor angolano Ondajki e ele novamente me “fisgou” , pois sua escrita me leva a sorrir , e porque não dizer sonhar com a ternura do travesso menino protagonista e também narrador, juntamente com seu amigo 3,14 e sua amiga Charlita.
Há inúmeras passagens engraçadas como dos jacós ( papagaios) com suas sentenças politicas ou frases de novelas brasileiras, Assistir novelas brasileiras era um momento esperado com ansiedade.
Mas o enredo vai além de brincadeiras, há um enredo bastante sério – a severa crítica à presença de militares soviéticos em Angola após a sua independência.
O final é surpreendente.
Foi uma leitura rápida e agradável. Ondajki sabe como conquistar uma leitora com sua escrita “saborosa” e olhar crítico.
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Junia 27/01/2022

Segredos de sal e cor
Um mausoléu sendo construído por soldados soviéticos em uma vila de praia pobre em Luanda, a despeito de sua população local. Um projeto de "revitalização", sem diálogo, promete colocar as casas, as ruas e as memórias pelos ares. Na casa de AvóAgnette, conhecida como AvóDezanove e AvóCatarina, as crianças são cuidadas e estabelecem laços de amizade, brincadeira e se arriscam a uma solução contra o mausoléu. Os personagens são poéticos, encantados, engraçados e a narrativa ganha áres leves, alegres, doces e coloridos, apesar da pobreza, do abandono e dos riscos de perderem tudo. Mas os segredos, das crianças e do soviético podem levar tudo a rumos inesperados. Ondjaki traz sempre uma narrativa localizada em infância e no encontro de gerações e compreensões sobre o mundo, capazes de transformar e compreender a vida por ângulos diversos e esperançosos.
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NARA DIAS 23/01/2017

AvóDezanove
A PraiaDoBispo é um bairro tranquilo de Luanda, onde o VelhoPescador cuida de sua rede, o VendedorDeGasolina espera um cliente que nunca chega, AvóAgnette e AvóCatarina conversam com a vizinha e ralham com os miúdos (crianças pequenas). As obras de um mausoléu, porém, transformam e ameaçam o cotidiano: soldados soviéticos comandam a construção e o projeto ameaça desalojar os moradores.

AvóDezanove e o segredo do soviético foi publicado pela Editora Seguinte, selo da Companhia das Letras. A história acontece em uma praia de Luanda e é contada através dos olhos curiosos de um sensível garoto cheio de imaginação. Apesar disso, fica evidente o conflito vivido pelos moradores locais, com as incertezas sentidas com o andamento da construção do mausoléu e a possível implosão das casas ao redor.

O texto mostra a simplicidade da vizinhança, o cotidiano das crianças, suas brincadeiras e os costumes locais. No decorrer da leitura aparecem no texto palavras tipicamente africanas e para isso existe um glossário no fim do livro que nos ajuda a compreender o significado de cada uma delas, no entanto, em alguns momentos nem é necessário à consulta, pois o significado da palavra já fica claro devido ao contexto no qual está inserida. Mesmo assim, preferiria que cada palavra tivesse seu significado no rodapé, o que teria sido bem mais prático.

A capa é fantástica, pois mostra os principais elementos que envolvem a narrativa. A construção do Mausoléu para abrigar os restos mortais do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto; a foice e o martelo, símbolos do comunismo; o pé com quatro dedos, responsável por deixar a avó Nheté com dezenove dedos; estrelas que representam as dinamites dos soviéticos. Adorei a diagramação do papel, deixa a publicação com a qualidade que gosto de manusear.

“- Agora não vais ser a minha mãezinha.- Como assim?- Amanhã vai ser a minha dezanovinha, mãe. Só vais ter dezanove dedos.”

Ao começar este livro, eu demorei em mergulhar na história. Foi minha primeira leitura africana e o português angolano foi inicialmente bastante esquisito de entender, mas um esquisito bom, eu adoro ler gêneros diferentes ao que estou acostumada. Além disso, os nomes são escritos grudados, em algumas partes não existe o uso de vírgulas, em outras não é utilizada a letra inicial maiúscula. Fiquei sem fôlego ao ler a seguinte parte:

“Chuva assim de começar de repente sem dar tempo de dizermos que estava ainda só a pingar com cheiro bonito de tirar a poeira das folhas e incomodar os morcegos (…)”

Apesar desse leve desconforto inicial, me senti atraída pela narrativa e curiosa para descobrir qual era o segredo do soviético, o oficial Bilhardov ou camarada Botardov.

“Existem coisas que você tem que fazer, os outros nunca vão compreender. Isso acontece. São segredos que só o seu coração pode entender.”

*Citação que aparece no livro escrita em espanhol

Alguns momentos me fizeram refletir sobre a simplicidade dessas pessoas, que vivem tranquilas na região praiana.

“Desataram as duas a rir numa alegria assim que eu fiquei espantado…”
“- Ainda de luto, dona Catarina? – perguntava a vizinha DonaLibânia.- Enquanto a guerra durar no nosso país, comadre, todos os mortos são meus filhos.”

Depois de terminar o livro, alguns pontos precisavam ser pesquisados, para que eu entendesse melhor a obra, porque apesar de ser fictícia, contêm diversos componentes reais:

– Presidente António Agostinho Neto: lutou pela independência de Angola, governando o país a partir de 1975, após emancipação de Portugal. Figura pública extremamente importante para o continente africano por seus ideais, morreu em 10 de setembro de 1979.

– Presença dos soviéticos em Angola: estiveram realmente lá, assim como a presença de outros países como Cuba, África do Sul e EUA. Após a independência de Angola, três grupos guerrilheiros combatem entre si na tentativa de tomar o poder e essa briga se estende com pequenos intervalos até 2002.

– Mausoléu: realmente existe na Praia do Bispo. Após a interrupção da obra que iniciou em 1981, em 2005 foi retomada e finalmente inaugurada em 17 de setembro de 2012, data escolhida em homenagem ao nascimento do falecido presidente. A torre tem 120 metros de altura e conta com área de jardins e lazer.

Em 2010, a obra AvóDezanove e o segredo do soviético foi premiada na categoria juvenil com o Prêmio Jabuti de Literatura e na categoria em Língua Portuguesa com o Prêmio FNLIJ. Além de finalista nos prêmios São Paulo de Literatura e Portugal Telecom. Ondjaki publicou 24 livros desde 2000.

A seguinte frase, que o personagem EspumaDoMar menciona no livro, define meu sentimento pela obra de Ondjaki:

“(…) as palavras têm encanto de magia e forças do invisível (…).”

Enfim, como escrito na página da editora: “É um romance que ultrapassa o horizonte histórico e biográfico para resultar num relato ficcional amparado na poesia da imaginação, no humor inocente da infância e na linguagem que combina o sabor da oralidade do português angolano ao talento narrativo de um jovem escritor africano”.

site: http://www.viagensdepapel.com/2015/11/19/resenha-avodezanove-e-o-segredo-do-sovietico-de-ondjaki/
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let.warnette 21/10/2021

li por causa da escola, talvez eu não seja inteligente o suficiente para entender ele já que todo mundo amou, mas eu não gostei da história em si.
a linguagem é muito complicada de entender, mas eu gostei da leitura.
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Carlozandre 08/01/2010

O mausoléu e o menino
A prosa do angolano Ondjaki se faz na invenção da memória. Assim como em seus livros anteriores, Bom Dia Camaradas e Os da Minha Rua, AvóDezanove e o Segredo do Soviético (Companhia das Letras, 192 páginas, R$ 32), é a evocação pessoal de uma Luanda particular como um cruzamento entre mundos. O romance narra, pelo ponto de vista de uma criança (um tipo de narrador recorrente na escrita de Ondjaki) a vida na comunidade de Praia do Bispo, em Luanda, ou melhor, PraiaDoBispo no livro — marcando já na ortografia a diferença entre a Praia do Bispo “real” e a do romance.
O garoto mora com a avó, Agnette, também chamada de VóDezanove — numa referência ao fato de que a mulher precisou amputar um dos dedos do pé, ficando com 19 deles. Em uma Angola de governo socialista na qual os soviéticos são responsáveis por boa parte da infraestrutura no país ainda em guerra, as crianças brincam, afetadas pelas condições do país mas alheias às nuanças políticas: as ruas não têm calçamento, a eletricidade é racionada e logo começa a correr a notícia de que a vizinhança inteira será desapropriada para a construção de um mausoléu para abrigar o corpo do ex-presidente Agostinho Netto. Algo que as crianças tentam evitar com um plano improvável.
Luanda é a cidade por excelência da literatura de Angola, cenário de uma das obras fundamentais produzidas no país: os contos de Luuanda, de José Luandino Vieira, de 1963, que abordam a busca da identidade em um país colônial e as tensões que mais tarde explodiriam em guerra civil. Pertencente a uma geração posterior, sem a necessidade da militância política que pautou Luandino ou seu contemporâneo Pepetela, Ondjaki enxerga a miscelânea política e cultural da Luanda dos anos 1980 como um território ao mesmo tempo mágico e afetivo. Não mais as grandes contradições dos movimentos de independência do país, mas um retrato minimalista das vidas angolanas afetadas pela sua história.
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Aline164 26/07/2014

Uma leitura tediosa
Frases longas e meio devaneantes, além de irritantes nomes de personagens grudados (AvóDezanove, AvóAgnette...) para supostamente reproduzir a forma de expressão infantil. Personagens que não me despertaram compaixão, identificação e interesse. Verborragia poética. Chatice eterna.

Essa foi uma das leituras mais arrastadas dos últimos tempos para mim. Sim, eu deveria ter parado no meio e desistido da leitura, mas eu tinha tanta curiosidade de saber se em algum ponto a história ia melhorar que continuei lendo até o fim, apenas para constatar que o livro não me acrescentou nada.

Apesar de ter interesse em literatura lusófona e também em literatura de autores africanos, esse livro não me agradou.

Pretendo ler algum outro livro do ondjaki mais para frente, para tentar tirar essa impressão negativa que tive do estilo de escrita dele. Aceito sugestões.
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Estefany 24/02/2020

Bom para passar a tarde
A estória desse livro se passa na Praia do Bispo, em Luanda. Ao decorrer desta, o protagonista nos apresenta vários personágens que irão compor o enredo. A construção do Musoléu, pelos Soviéticos, ocasiona um desespero, principalmente nas crianças, que tentam desesperadamente fazer algo. O camarada Bortadov é sacaneado a estória inteira por causa do seu sotaque que mistura palavras em espanhol. O enredo nos faz observar, através da Avó Catarina, a relação dessas pessoas com a morte. Esta avó parece que se esconde, ou que está morta até porquê não nos é dado nenhuma das certezas. O livro é fácil de acompanhar, com uma leitura leve e que nos envolve, principalmente quando se trata das crianças que estão presentes em todos os momentos.
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