A caderneta de Victor Frankenstein

A caderneta de Victor Frankenstein Peter Ackroyd




Resenhas - A Caderneta de Victor Frankenstein


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Gerson 09/10/2020

Uma releitura do clássico de Mary Shelley, mas sem o brilho do original. O livro é bom, consegue prender até o final, mas na opinião o desfecho, a tentativa de situar a ficção dentro da realidade deixa a desejar, resultando em um desfecho pobre e sem imaginação.
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CooltureNews 26/08/2013

Coolture News
No ano de 1818 foi publicado um dos romances que certamente foi um dos pilares para toda a ficção de terror que temos hoje. A inglesa Mary Shelley começou a escrevê-lo quando tinha 19 anos e logo Frankenstein tornou-se uma daquelas estórias conhecidas mundialmente. O embate entre criador e criatura é tão conhecido que, acho, nem preciso fazer um resumo do romance de Shelley, mas aproveito para apontar que, ao contrário do que muita gente acredita, o nome Frankenstein se refere ao criador e não a criatura.

De acordo com a história da literatura, Mary Shelley teve a ideia do romance devido a uma sadia competição entre amigos; cada um contaria uma estória e eles decidiriam o vencedor. Os amigos em questão eram Lorde Byron, poeta famosíssimo do romantismo inglês, seu amigo e médico John Polidori e o esposo de Mary Shelley, Percy Bysshe Shelley. A história de Mary Shelley não foi contada na competição, mas a escritora não desistiu e foi aumentando a mesma, até tornar-se o romance que temos hoje.

Particularmente, quando li o Frankenstein de Shelley há alguns anos, achei-o muito bom como literatura, mas bem fraco em termos de terror. Claro, a época da escritora foi outra e fazer comparações com a ficção de terror mais recente seria no mínimo idiota. O ponto forte do romance de Shelley é o dilema moral de alguém que sabe que fez algo ruim, mas não consegue imaginar como consertar a situação sem fazer algo pior. Mas por que diabos eu estou gastando tanto texto e não começo logo a falar deste A caderneta de Victor Frankenstein? Por dois motivos: Você leitor precisava ter uma noção mínima da obra e da criação da obra de Shelley e eu preciso confessar que, quando vi o nome do livro de Peter Ackroyd, criei um imenso preconceito, imaginando que seria uma cópia bem ordinária e sem mérito algum.

Bem, eu estava imensamente engando e isso é ótimo. O senhor Ackroyd nos entrega em A caderneta de Victor Frankenstein nada menos que um livro excepcional! Uma rápida busca pelo nome do autor na internet revela que ele é biógrafo, escritor e crítico literário, com um profundo interesse na história e cultura da cidade de Londres. Isso explica o gigantesco esmero na descrição de bairros e lugares de Londres, bem como um genuíno respeito para com a obra de onde se baseia.

Em A caderneta acompanhamos, em linhas gerais, a mesma história do romance de Shelley, contada pelas palavras do próprio Victor Frankenstein. Apesar de ser um livro lançado há pouco tempo (em 2008 lá fora e em 2013 pela Editora Record), Peter Ackroyd utiliza uma linguagem requintada, bem próxima da de Mary Shelley, com toda a riqueza de expressões locais da época, criando uma ambientação gótica adequada e bastante verossímil. Como já dito, as descrições são um ponto importante, notadamente as da populosa e perigosa Londres em contraste com paisagens rústicas e belamente melancólicas de outros locais da Europa, em especial a Suíça, local de origem do personagem Victor Frankenstein. Peter Ackroyd escreve com um delicado equilíbrio entre passagens descritivas e outras com o predomínio de diálogos, impedindo que a leitura se torne maçante. Além disso, cada uma das personagens são muito bem aproveitadas, com seu devido tempo de exposição no livro.

Peter Ackroyd é um senhor de grande bravura literária, pois escreve guiando-se por duas decisões importantíssimas. A primeira é a de nos fazer acompanhar, com a riqueza de detalhes que somente toda a calma do mundo permite, o percurso da personagem de Victor Frankenstein. Sua infância na bela Suíça está lá, sua adolescência, quando decide dedicar-se aos estudos a respeito da criação da vida é totalmente esmiuçada e é desta forma que a personagem adentra a universidade. Outra sábia e corajosa decisão foi a de misturar a ficção com a história literária: Ao adentrar na universidade, Victor Frankenstein conhece seu melhor amigo, um jovem de nome Percy Bysshe Shelley... Sim, o futuro esposo de ninguém mais, ninguém menos, que a própria Mary Shelley! Mais adiante Lorde Byron adentra à narrativa e, claro, o episódio da competição de estórias também comparece. E vamos mudar de assunto pois eu já falei demais aqui...

Peter Ackroyd é consciente com o material que tem em mãos. Diferente de Mary Shelley, o autor investe bastante em criar passagens ricas em suspense e até mesmo terror. Neste quesito, a criatura rouba a cena. Seu drama interno, espelhado pelo drama do próprio Victor Frankenstein, continua com a mesma importância da do original, mas a sua descrição é mais acentuada, sua aparência é mais repulsiva e inspira maior piedade, piedade essa que é renegada pela criatura de desejos conflitantes e lançada contra seu criador.

Se eu tivesse que apontar um ponto negativo, seria em alguns momentos em que o aspecto de misturar ficção e realidade acaba se tornando mais importante que o embate entre criador e criatura. Com isso, algumas coisas acabam acontecendo rápido demais. Mas trata-se de um problema mínimo, que não atrapalha em nada o livro e que, literalmente, acaba desviando nossa atenção para um final surpreendente.

A Caderneta de Victor Frankenstein pode ser resumido em uma palavra: tributo. O livro é uma sincera e gostosa homenagem ao romance de Shelley, dizendo mais em cima daquilo que já foi dito, sem tentar rivalizar ou ir contra a sua fonte. Ao longo de suas trezentas e poucas páginas, Peter Ackroyd recria o mesmo clima sombrio e dramático que tanto caracteriza o romance de Shelley, sem se esquivar da missão de recontar uma história já conhecida como se fosse nova. Uma missão cumprida com competência, muito mérito e que não decepciona quem já conhece a obra original.
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Adriano 22/05/2022

Um tanto quanto caroneiro...
Se constrói em cima da história original, com detalhes novos. Infelizmente, poucas descrições das cidades em que Victor Frankenstein passa assim como poderia ter havido mais detalhes científicos, em vista do acesso à obras de história da ciência. Pouca coisa muda na história já conhecida, o que perde um pouco do impacto, uma vez que Shelley soube transpor para o papel toda a ojeriza e horror na ideia de se criar um ser. Mas o final é de uma reviravolta fantástica. Recomendado para fãs, mas nada excepcional.
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Alessandro232 23/09/2013

Um tributo a obra-prima de Mary Shelley e a imaginação romântica
Frankenstein,o romance gótico clássico de Mary Shelley é uma constante fonte de inspiração para a criação de outros textos literáios. Além de As Piedosas, de Frederico Andahazi, que recria a época, onde Mary Shelley teve a ideia de escrevê-lo, essa obra-prima do horror e da ficção científica, também deu origem "A caderneta de Victor Frankenstein", de Peter Ackroyd. Assim como o título demonstra esse romance é uma releitura de "Frankenstein". A trama também é protagonizada pelo mesmo personagem, o cientista Victor Frankenstein, que impulsionado por seu desejo de glória e sua ambição de se tornar um benfeitor da humanidade, decide dar vida a um ser artificial criado a partir da matéria morta. A partir desse ponto de partida, Ackroyd reproduz os principais eventos de "Frankenstein", embora acrescente a eles mais detalhes, de modo a tornar alguns, principalmente, a criação do monstro mais verossímil. Também nota-se que seu romance dialoga com a tradição gótico literário inglesa por meio de passagens que evocam importantes dentro dela: "O ladrão de cadáveres" e "O Médico e o Monstro", narrativas de Robert Louis Stevenson, além de reproduzir de modo bastante convincente o contexto social inglês do início do século XIX, com contornos bem assustadores. Além disso, Ackroyd, que também é crítico literário e tem um vasto conhecimento sobre o romantismo inglês, não se limita a referências a ele, e torna seus principais representantes, Mary Shelley e, seu marido, Percy Shelley, personagens de sua trama. Dessa forma, o romance de Ackroyd, assim como aquele que deu origem a ele, "Frankenstein" pode ser compreendido como uma metáfora sobre os excessos da criação que tem suas origens nos excessos da criação romântica. Assim, Ackroyd cria uma narrativa ousada, com um final surpreendente, que possibilita várias leituras dentro do contexto da época.
"A caderneta de Frankenstein" é um belo e interessante tributo a obra original de Shelley, e em alguns momentos devido a algumas assustadoras passagens e sua atmosfera de mistério/ suspense,consegue criar o misto de fascinação e horror, no leitor que consiste o principal atrativo de um bom romance gótico como esse, que demonstra que a imaginação é mesmo um território que parece não ter limites.
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Darlan12 07/10/2023

No meio do livro eu já havia cogitado que esse poderia ser o final. Mas quando li o final não acreditei.
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