EuVocê&oslivros 15/12/2015
Estava na Bienal do RJ, quando entrei no stand da Novo Século e conheci o autor de Diário Póstumo de Charlotte. Só o título, que é ultra convidativo, já aflora nossa curiosidade, não é mesmo? Jairo Sarfati, muito simpático, me apresentou o livro contando um pouco do seu enredo. Eu sou a favor de colaborarmos com nossos escritores nacionais, e que um dia possamos nos livrar de tal preconceito.
Logo, adquiri um livro, e posso afirmar para vocês que tive uma grata surpresa. Com a história que ele havia mencionado, me senti meio perdida e apostava que ele também havia se perdido durante a história, mas felizmente não foi o que aconteceu e, apesar de alguns defeitinhos, com certeza recomendo a leitura.
Charlotte é uma adolescente de 16 anos, bastante pobre e que mora com sua mãe, sua irmãzinha e seu padrasto. O principal desafio de sua vida é sobreviver aos preconceitos e olhares que lhe são lançados todos os dias. Muito inteligente, a garota conseguiu uma bolsa para estudar em uma das melhores escolas de Londres, onde a história se passa.
Mas Charlotte não foi e continua não sendo bem recebida por sua classe, além de não se encaixar no quesito padrão financeiro que os demais alunos estão, a menina também não tinha o padrão estético considerado pela sua turma, o que gerava inúmeras piadas e apelidos como por exemplo balofa, os quais ela tinha que aguentar e conviver todos os dias.
Mas tudo estava prestes a mudar com a chegada do menino mais lindo e fascinante que Charlotte já havia visto. Victor tem uma beleza particular, seus cabelos negros e seus olhos cor de safira hipnotizavam qualquer uma. E o garoto ocupou a cadeira ao seu lado, onde todos até então haviam ignorado o assento, e lhe tratou da maneira que nunca ninguém antes havia lhe tratado. Finalmente Charlotte encontrara um amigo.
Cada dia era ainda melhor que o outro, a garota estava realmente vivendo sua melhor época, nunca antes tivera um convívio com alguém daquela maneira, na verdade ela nunca tivera um amigo. E agora ela tinha o melhor de todos, que demonstrava carinho e afeto por ela, uma gordinha de baixa-estima.
Não demorou muito para tal sentimento se mostrar confuso para a garota, o que ela sentia era amizade realmente? Ou estava apaixonada por Victor? Não podia ser, não era possível, esse menino nunca lhe corresponderia. Era o que se passava pela sua cabeça e o que ela confessava para seu diário, seu primeiro amigo, mesmo que não seja real, mas era para quem ela confidenciava tudo.
Foi quando a menina teve uma resposta da vida, ela achava que o bullying que sofria havia cessado, e que as pessoas finalmente haviam esquecido dela e lhe deixado em paz. Mas infelizmente não foi exatamente isso que aconteceu, e após um ato de covardia, o qual causou uma dor gigante em Charlotte, a garota sofreu um grave acidente. E morreu.
É então que acontece toda a reviravolta na história, Charlotte que agora estava acompanhada de seu anjo, não se conformava em deixar Victor e perguntava se não havia uma outra alternativa, ela não queria morrer, não assim. Acatando seu drama, o anjo lhe mostrou que sim, que tinha uma alternativa e que de fato não havia chegado ainda a hora dela. Ela ainda tinha coisas a fazer.
E então Charlotte, já em espírito, entra no corpo de Sophia, que estava quase morrendo no hospital.
Será que o anjo ajudará Charlotte? Será que ela conseguirá se reencontrar com o amor da sua vida? Quais seriam as coisas que ela teria que fazer? Como de fato isso acontecera, e se alguém descobrisse? Bom eu já sei, e convido você para descobrir através do Diário Póstumo de Charlotte.
E deixo super assinado aqui que estou ansiosíssima para o próximo livro, espero que não demore muito Jairo Sarfati ;)
Comentários:
Então, a história é bem instigante e curiosa, realmente imaginei que ele se embolaria e ficaria algo extremamente vago e perdido na mente do leitor, mas não foi o que aconteceu. Ele conseguiu separar e detalhar bem o que queria passar, de uma forma despretensiosa mesmo que detalhada.
Há erros? Há! Mas pelo que parece é seu primeiro livro, e tenho certeza que se o primeiro foi essa grata surpresa, a tendência é que ele nos surpreenda ainda mais nos próximos.
Não curti a narração em primeira pessoa, parece que enrola a história sabe, pensamentos descritos desnecessariamente e outros claramente repetidos várias vezes, o que cansava.
Nos personagens, desejaria um pouco de amadurecimento, não pareciam a idade que tinham. E meu personagem favorito acabou sendo a Nina, melhor amiga de Sophia (ou Charlotte, já que nessa época é ela quem já estava no corpo de Sophia), e que para minha surpresa provavelmente é a personagem principal do próximo livro.
=D
Ah, além disso, no final do livro tem algo bem legal, contém a playslist que o autor indica para cada capítulo. E que é bem legal escutar enquanto vai lendo, dá um tcham na história ;)
Então é isso,
Beijos e até a próxima ;)
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