@quixotandocomadani 14/02/2022“E afinal, o que ele desejava? Reviver? Mas tudo – adianta não admitir? – tudo é um viver único, de uma só vez, sem repetição...”João Anzanello Carrascoza nasceu em Cravinhos, interior de SP, trabalhou durante anos como redator publicitário. “Aos 7 e aos 40” foi seu primeiro romance.
Através de capítulos intercalados entre essas duas idades acompanhamos o personagem e percebemos como os fatos da infância reverberam na fase adulta.
Esse trecho achei lindo demais, quando ele aos 7 está aprendendo a ler:
“Minha mãe afirmou que aquele bê-a-bá era apenas o começo, um dia eu e meu irmão iríamos ler não só as palavras, mas tudo ao nosso redor, inclusive aspessoas. Como é que seria ler as pessoas? Então eu era um livro, ele outro, minha mãe outro, o pai também? E todo mundo com uma escrita, com suas letras, seus pês e bês, seus capítulos? Éramos para ser folheados, lidos e relidos?”
Muito poética essa comparação entre os livros e as pessoas... cada um com sua história, sua escrita, seus capítulos... uns a gente se apega mais, outros são apenas ok... uns a gente lê, relê, carrega pra vida, outros são nossos favoritos por um tempo e depois de anos deixam de ser... enfim, é um romance muito gostoso de se ler, flui bem e tem passagens bem bonitas.
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