A Sombra da Guilhotina

A Sombra da Guilhotina Hilary Mantel




Resenhas - A Sombra da Guilhotina


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Helinho 20/09/2011

Ainda não acabei de ler esse maravilhoso livro. Porém, já pude notar que não é daqueles livros que você pode indicar para qualquer pessoa. Explico o porque... além de ser um livro relativamente longo, é um livro rico em detalhes e inúmeros personagens, que podem desanimar o leitor que não é muito interessado na história da Revolução Francesa. Indico esse livro somente a admiradores ou interessados em conhecer mais sobre este acontecimento histórico ou amantes da história.
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Anica 10/01/2011

A sombra da Guilhotina (Hilary Mantel)
Há poucos momentos na História que chegam a ser tão obviamente importantes para a sociedade moderna do que a Revolução Francesa, tanto que marca o início da Idade Comtemporânea na divisão de anos nos estudos históricos. Mas a importância vai além disso. Como lembra Robert Darnton em O beijo de Lamourette: Mídia, Cultura e Revolução, ideias como “liberdade, igualdade e fraternidade” sequer eram compreendidos por um povo que durante toda a vida só conhecia um sistema, no qual eram sempre “menores” em relação à nobreza.

E é pela importância desse momento histórico que não surpreende em nada o tamanho (784 páginas) de A Sombra da Guilhotina, de Hilary Mantel. No prefácio a autora chega inclusive a se desculpar por ter que deixar muita coisa de fora, o que mostra o quão complexo pode ser um romance sobre a revolução francesa. E de fato o é, mas Mantel consegue conduzir a história de modo interessante e mais ainda, cativante.Isso principalmente por conta do desenvolvimento das protagonistas. O tratamento das personagens lembra muito o de Alexandre Dumas aos Três Mosqueteiros, com as três figuras importantes da revolução (Danton, Robespierre e Desmoulins) com alguma característica marcante na personalidade, que te fazem inclusive prever algumas ações/reações ao longo da narrativa. E como acompanhamos a história desde o nascimento desses, é impossível não se apegar ao que acontece com eles.

Outro aspecto positivo da obra é o modo como Mantel constrói a narrativa. Ela não se utiliza apenas do bom e velho narrador em terceira pessoa. Em alguns momentos temos o que representariam trechos de diário, depoimentos e mesmo texto teatral (no caso do último, o que se encaixa perfeitamente com um momento que Fabre d’Églantine comenta em determinado momento: é tudo um teatro). Essas variações no estilo da narrativa permitem inclusive que o romance não fique cansativo para quem está lendo.

É uma história bela, e forte. Mantel não poupa o leitor nos momentos mais violentos da revolução, mas consegue como ninguém retratar os sentimentos e pensamentos de quem participava disso. O desenrolar de A sombra da Guilhotina nos deixa curiosos, mesmo que quem ainda lembre das aulas sobre Revolução Francesa saiba quais são os desdobramentos das primeiras ações de Robespierre, Desmoulins e Danton. Ao longo da história outras figuras conhecidas são citadas, o que torna a leitura ainda mais divertida (como Voltaire e o escritor Chordelos de Laclos). Além disso, citações de documentos históricos entrecortam a narrativa, como que para ilustrar a situação do momento.

O resultado final é que Mantel faz da revolução uma tempestade. Especialmente nas primeiras partes do livro, ela vem se aproximando como aquela nuvem negra que você vê de longe, com o ar já pesado e quente, pronta para desabar. Quando chega a tempestade, ela dá conta de narrar os eventos caóticos daquele momento sem se perder.

É realmente uma obra notável. O momento é especial, as personagens são fantásticas e a autora conseguiu dar conta de reunir tudo isso em um romance que prende a leitura do começo ao fim. É tão gostoso de ler que depois de fechar o livro você acaba correndo para a internet para pesquisar mais sobre as figuras que são apresentadas ao longo do texto.
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Leticia 07/04/2011

História boa mas mau escrita
Eu estava doida pra ler esse livro por causa do assunto que me interessa muito. Que decepção... Apesar de boa, a história é muito mau escrita. Tudo acontece muito corrido, muito resumido, quase nenhuma descrição. São muitos personagens, o que deixa a história bem confusa, e fica difícil conhecer as personalidades de cada um. Fui até a página 243 com a esperança de que melhorasse, mas só foi piorando. Larguei de lado.
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Cissa 25/10/2010

Fascinante e Esclarecedor
Na escola todo nós aprendemos que a Revolução Francesa foi uma marco na História da Humanidade. Essa revolução mudou para sempre o destino das Nações.

Hilary Mantel, já no prólogo, nos esclarece que é uma obra de ficção, porém concebida sob intensa pesquisa de fatos históricos.
Assim a autora nos conta em detalhes como era a vida na Fança. Como surgiram os primeiros rompantes de libertação. Mostra também uma sociedade em forte decadência moral, social e política. Governada por um rei fraco e incapaz, a revolução vai sendo arquitetada nas alcovas, nos cantos sórdidos, escondidos e sujos de Paris.

Aqueles heróis que conhecemos através da História Geral, nos são apresentados sem glamour, despidos da aura de heróis e principalmente como seres humanos comuns oprimidos por um governo injusto.

Quando poderíamos imaginar um Danton vigarista e corrupto? Um Robspierre e Dr. Marat tão próximos do ser humano imperfeito, libertinos e envoltos em tantas situações inusitadas e ocultadas nos livros comuns de História?

A legenda "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" era pintada em muros, espalhada por todas cidade incentivando a revolução. O povo oprimido, faminto e sem esperanças, aos pouco se junta aos revolucionários.

O livro aborda a Tomada da Bastilha, como se formou e foi aplicado o novo regime imposto pelos revolucionários. Robspierre assumindo a liderença governamental como ditador.
Havia momentos em que me sentia transportada para Paris, vivenciando toda aquela transformação.

Não posso contar mais para não tirar a expectativa de quem quer ler e conhecer a história da Revolução Francesa vista sob a ótica de uma escritora contemporânea.

Merecidamente Hilary Mantel recebeu o prêmio de Livro do Ano (1992) Sunday Express
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Fernanda 28/02/2011

Excelente. Mas com quase 800 páginas e 1 só volume, imensamente cansativa, porque é pesado e díficil de manusear. Por que não fizeram em 2 volumes?
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Carlos Nunes 30/11/2018

A Sombra da Guilhotina
Desde que li UM CONTO DE DUAS CIDADES, do Dickens, fiquei curioso para ler uma obra relatando em detalhes a Revolução Francesa. Em minhas pesquisas, cheguei a esse título, que é considerado o melhor romance sobre esse evento histórico. É necessário fôlego para encará-lo (são cerca de 800 páginas) e tem que ser lido pausadamente, pois as sucessivas e rápidas alterações de fatos são uma constante. A autora aborda a Revolução do ponto de vista de seus três principais mentores: Robespierre, Danton e Camille Desmoulins. A narração vai da infância dos três, sua ascensão nas respectivas carreiras e como vieram a se conhecer e a tomar parte nesse que foi um dos grandes acontecimento divisor de águas na História da Humanidade. Hilary mergulha fundo na pesquisa histórica, inclusive colocando nas bocas de suas personagens falas autênticas, retiradas de discursos e documentos históricos. Paralelamente aos eventos históricos, acompanhamos as vidas pessoais dos protagonistas, o que dá uma dimensão bem mais humana aos vultos que conhecemos dos livros de História. A escrita também é muito boa, ela lança mão de vários artifícios, mudanças de pontos de vista e narrador, trechos escritos como peças de teatro, cartas e diários. Um tema bastante complexo e que foi relatado aqui com precisão histórica. Atenção: é necessária uma consulta frequente à lista de personagens no início do livro - sugiro uma cópia da lista à parte, especialmente se a leitura for feita em e-book.
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Fábio Valeta 08/10/2011

Demorei mais de um mês para conseguir ler as quase 800 páginas desse livro.
A expectativa era grande, mas infelizmente o mesmo não a alcançou...
O grande número de personagens e a narrativa hiper-recortada só contribuiram para tornar de um período já bem complexo (a revolução francesa), também bem confuso.

A narrativa da autora simplesmente não me agradou. Apesar de alguns momentos muito bons, como o capitulo final, boa parte do livro foi tediosa. E eventos dramáticos, como a morte do rei, que poderia render um bom trecho foram resumidos em um parágrafo.

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vanessamf 18/12/2014

Pretensão que tira a alma
Tinha tudo para ser épico, mas não conseguiu me conquistar. Pelo menos não agora...
Reinaldo 15/07/2015minha estante
Se levado em conta a espera pela aparição do povo francês, realmente só ocorre em poucas passagens de conflito (muito violentos, diga-se; e o Terror realmente faz jus à definição histórica. As cenas em que arrastam corpos estrebuchados por ruas ou levam uma cabeça decapitada ao salão de beleza para ser maquiada causam pavor). Mas tem uma coisa muito interessante, além da disputa do grupo que se consideravam a Revolução, é justamente o surgimento do que hoje é chamado de "massa popular". Danton e outros revolucionários acreditavam poder "criar" a liberdade para o povo francês somente com a derrubada da monarquia. Ele, Desmoulins, e o próprio Rosbepierre (que parecia a pessoa envolvida com o comando das decisões no período com uma visão mais consistente sobre os acontecimentos) são guilhotinados. O livro nos dá um bom conteúdo político e filosófico para pensarmos, hoje, os efeitos da Revolução de 1789. O que foi em termos de entendimento do ser humano.




Gisele.Maravieski 19/07/2016

Eu tentei!
O livro é interessante e rico de elementos históricos, mas eu não consegui chegar até o fim. Ele é muito longo e o romance um pouco arrastado. O que aconteceu é que ao longo da leitura fui pesquisando dados na internet e formando um vasto conhecimento sobre o assunto (Revolução Francesa) e o livro foi ficando esquecido... Recomendo para quem gosta muito do tema e sobretudo tem muita paciência. :-)
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Gabriel 18/03/2017

Decepção define
Realmente, o livro é cansativo e bastante complicado as vezes.

Tiro o chapéu pra autora e toda a pesquisa dela, mas esperava encontrar realmente um romance sobre a revolução francesa, no estilo Philippa Gregory. Todavia, encontrei um livro extremamente aprofundado, com inúmeros personagens, descrições muito rápidas... enfim, conteúdo bastante denso.

Acho que a autora tinha que levar em conta que o público leigo não é doutor em história francesa e podia ser um pouco mais didática... ou pelo menos melhorar nas descrições, não sei! Pra vocês terem uma ideia, tive que assistir um documentário da revolução francesa no youtube pra me situar melhor no livro (estudei essa matéria há muitos anos na escola).

Sem contar que a autora não narra ao final a execução do Robespierre, o que pra mim seria fundamental, pois ele foi o revolucionário mais famoso.

Mas deu pra tirar bastante aprendizado. Incrivel ver como os revolucionários eram absolutamente hipócritas. Pregavam uma política pura e liberal, mas quando assumiram o poder se tornaram corruptos e ditatoriais. Não é a toa que acabaram se tornando vitimas fatais do próprio sistema que criaram. De fato, sempre vou olhar a revolução francesa agora com outros olhos.
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Tiago 25/03/2017

A REVOLUÇÃO COMO METÁFORA: AS TRÊS FACES DE UMA AMIZADE
Na Paris de 1789 a violência é justificada! Sua aparente amoralidade desaparece diante do novo significado que lhe é atribuído pela ideologia revolucionária. O resultado não poderia ser diferente de um quadro urbano violento, radical e intolerante; moldura perfeita para um romance histórico de tirar o fôlego. Em "A sombra da Guilhotina" a escritora Hilary Mantel narra os eventos por trás da Revolução Francesa a partir de três dos seus mais conhecidos artífices: Camille Desmoulins (jornalista competente e escritor talentoso), Maximilien Robespierre (figura idealista e dono de uma retórica afiada) e Jacques Danton (advogado provinciano e agitador sem igual). Trata-se de um imenso romance político recheado de traições, idealismos, paixões e diálogos empolgantes.
A intercalação da narrativa em primeira e terceira pessoa é apenas um dos inúmeros pontos positivos da obra. A autora utiliza a narração onisciente como amparo para interações verbais recheadas de ironia e sarcasmo, quebrando um pouco da formalidade dos romances escritos sobre a pressão da veracidade dos fatos históricos. A onisciência, e a forma como foi articulada, deixou a narrativa não apenas envolvente, e ágil, mas também artificiosa.
A revolução serve como pano de fundo para a relação de amizade dos três protagonistas. À medida que acompanhamos os primeiros anos de vida dos três jovens, consagrados pela historia graças à ousadia com que levaram a termo seus propósitos, vemos a Revolução se aproximar lentamente no rastro deixado por uma monarquia desestruturada e financeiramente arrasada. Passando pela infância e pela adolescência será logo nos primeiros anos da vida adulta que vemos a tensão se estabelecer no seio da relação de amizade entre eles. “Vejo o espinho da rosa. Nesses buquês que você me oferece.”, teria escrito Robespierre em um de seus poemas.
Mas nem só de protagonistas se faz uma grande obra. A grande quantidade de personagens do núcleo paralelo amadurece muito ao longo do texto. Lucile, esposa de Camile, uma espécie de personagem tampão e entediante no inicio acaba por finalmente conquistar seu espaço; Gabriele, esposa de Danton, vitima da fama de libertinagem de seu marido; a intempestiva Théroigne de Méricourt e o que dizer da inigualável Manon Roland, autodidata, dona de uma inteligência notável, leitora apaixonada de Rousseau e Plutarco, cuja infelicidade gerada por um casamento com um homem de idade avançada não a impediu de participar ativamente do contexto político de sua época. “Liberdade, quantos crimes se cometem em seu nome!” – teria dito diante da iminente execução na guilhotina.
Marat, personagem que a própria autora considera como seu “convidado especial”, devido a suas aparições ocasionais, protagoniza um dos momentos mais intensos de toda a obra: Ao propor o fim da imunidade parlamentar dos deputados ele buscava alargar as margens de atuação do Tribunal Revolucionário para o centro do cenário político.
O lendário verão de 1793 marcaria o fim da aparente unanimidade política, destroçada pelo peso implacável da institucionalização do Terror. É aqui que as divergências entre Danton, Robespierre e Desmoulins se manifestam no plano da política. A amizade, construída pela admiração recíproca, aos poucos se torna mais intensa, não pela afeição inicial, mas pelo medo justificado a partir do nascimento da rivalidade. Em síntese Hilary Mantel conseguiu demonstrar o poder devastador da polaridade como essência das relações humanas. A autora faz ressonância às palavras de Rousseau, pois assim como o rigor da matemática nasceu do caos e da falta de lógica, quase sempre são os bons sentimentos mal dirigidos que culminam com a implantação do mal. “São vocês, idealistas, que se tornam os maiores tiranos.” – profetiza Danton em dado momento.
Em meio à pseudo-realidade da soberania popular, impulsionada pelo peso das circunstancias, vemos a luta de três homens, cuja relação, edificada sob um passado regido pela monarquia, se desfaz numa luta desesperada diante da “justiça, imediata, severa, e inflexível” do Tribunal Revolucionário, tendo a paixão como arma e a Revolução como metáfora. Nenhum deles jamais ousou imaginar em seus anos de juventude que um dia veriam nascer a tão sonhada liberdade a sombra da guilhotina.

AUTOR: TIAGO RODRIGUES CARVALHO

site: http://cafe-musain.blogspot.com.br/2014/08/a-revolucao-como-metafora-as-tres-faces.html
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Cica 04/03/2024

A amizade dos 3 homens com grande poder na França, a briga entre o sentimento e suas ideias políticas.
Com certeza um dos meus favoritos. Um livro longo e as vezes difícil de acompanhar, mas o final é 100% emocionante, chocante e completo.
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