marcilivros 12/01/2014
Quem é Jonathan di Cielo?
Nosso primeiro contato com o padre Jonathan di Ciello acontece em uma madrugada, na qual está sonhando algo nada relacionado à sua vocação. A noite em que estamos é a que antecede à partida do jovem padre, recém-ordenado, para sua primeira paróquia, que situa-se em uma vila de pescadores. Ele acorda, sobressaltado e incomodado com o que havia sonhado, já que a cena que vivencia enquanto está dormindo repete-se noites seguidas e ele não consegue saber por que razão tais episódios são tão recorrentes. Não tem muito tempo para pensar a respeito, pois é apressado por seu tio, padrinho, tutor e também padre, o senhor Carlo di Ciello, que o acompanhará em sua missão neste local. O jovem padre, então, pega sua mala e parte ao destino que foi-lhe traçado, rumo ao conhecimento daqueles de quem será o mentor espiritual.
Em sua mala, além das vestes clericais, carrega uma bagagem nada convencional: um chicote, com o qual açoita-se constantemente quando tem os tais sonhos que o incomodam e uma caixa de madeira que contém alguns objetos bem distantes da vida sacerdotal que escolheu. Tanto a caixa quanto o chicote ele encontrou no sótão de sua residência, antes de desfazer-se desta, doando-a para obras de caridade. No entanto, ele foi até lá após longo tempo de recuperação em um hospital, onde esteve internado e em coma, pois sofreu um acidente automobilístico junto com seus pais, que morreram naquele momento. Ele, portanto, tem parte de sua vida apagada e o pouco que lembra é de sua infância, mas de modo bastante nebuloso. As páginas que estão em branco sempre são preenchidas por seu tio Carlo, que a todo tempo salienta que Jonathan desde pequeno desejava seguir a vida religiosa e chegar a bispo.... ele, porém, não tem qualquer recordação acerca deste aspecto.
Chegam à cidade e começam a travar conhecimento com seus moradores, mas Jonathan tem sempre grande necessidade de exercitar-se e logo que chega é informado de que tem o privilégio de possuir três praias à sua disposição, sendo uma delas um tanto deserta e logo que deixa suas bagagens na casa paroquial, parte para sua primeira corrida e encontra, deitada em uma pedra, Faith.... uma moça que tem mais ou menos dezenove anos, ensina Artes para crianças no período da tarde em uma cidade vizinha. Escondido por trás de algumas árvores, na trilha que leva à praia, encontra-se Tyler, amigo de Faith. Esta amizade vem desde que ambos eram crianças, mas o rapaz, já crescido, quer bem mais que continuar um velho amigo da garota e a persegue por todos os cantos.
Faith também tem seu próprio segredo e Tyler sabe qual é, o que vai muito além de dar aulas no período vespertino e ela sente-se em suas mãos em virtude do conhecimento que ele possui.
Além dos personagens citados, outros vão sendo trazidos para dentro da trama, encadeando-se dentro do enredo, dando-lhe algum movimento. Temos os irmãos de Faith e seus pais, a dona da lanchonete local, a senhora que cuida da limpeza da Igreja, Joseph (noivo da irmã de Faith e que tem a “leve impressão” de que conhece Jonathan de algum lugar”, Helen (melhor amiga de Faith)... dentre outros que vão tomando seu lugar na história.
Esperava mais, muito mais... Mais o quê? ação, emoção, cenas de maior interesse...
Não consegui apaixonar-me pelos personagens, apesar de o padre parecer alguém atraente. Considerei-o um homem muito instável, parecendo ter transtorno de humor e não me cativaria se tivesse que participar de sua missa, já que ele a rezava mecanicamente, por não conseguir se envolver efetivamente em sua missão.
Faith, não raramente, deixava-me irritada, pois ainda que a todo tempo negasse a Tyler qualquer possibilidade de os dois ficarem juntos, não o desencorajava de todo. Sei que há o segredo, porém ela abusava sobremaneira do rapaz, que, logo no início, pensei até que tivesse alguma deficiência intelectual, mas depois percebi que era falta de consistência mesmo....
Ainda digo que a editora, por várias vezes, pecou em relação a questões de revisão, pois Piter, outro garoto que aparece mais tarde na história, ora era moreno, ora loiro...
Mas, apesar disso, vale a leitura, já que algo está emvolto em nuvens e não pensem que muito se descobre neste primeiro livro.... quase nada.... o que leva-me à certeza de que prontamente iniciarei o segundo. Não vou desistir porque posso não ter apaixonado-me pela trama, mas sou curiosa e quero saber do que não lembra Jonathan di Ciello e qual a real participação do tio em sua vida, pois a certa altura este homem, aparentemente uma santa criatura, deixa cair sua máscara.