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WE Robert A. Johnson




Resenhas - We


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Bárbara Paradiso 01/08/2020

WE - A chave da Psicologia do amor romântico.
???Eis um livro que levarei para a vida!!

???Além de trazer a análise do Mito de Tristão e Isolda à luz da Psicologia Analítica, ele nos convida à reflexão íntima, a busca pelo encontro de nós mesmos, a integração do nosso self, ao processo de individuação.

???Ele exemplifica através da mitologia ocidental, como nós ocidentais encaramos o amor romântico, como isso se deu (sendo parte do inconsciente coletivo), e a razão pela qual tendemos a transformar relacionamentos em gigantescas projeções.

???Tudo isso ocorre porque nós ocidentais, ignoramos nosso lado simbólico. As projeções ganham vida nos relacionamentos como meio de nos fazer ouvir o chamado de nós mesmos, o chamado da nossa Anima/Animus que sempre procura nos encontrar, convidando-nos a vivenciar cada estrutura psíquica em seu devido lugar, exercendo a função que lhe é própria e não mais nos lugares invertidos.

???Dessa forma, se ignoramos o chamado da Anima (alma), ela vai encontrar sua via de saída no relacionamento romântico, que é justamente onde depositamos toda nossa "alma", e por isso vivenciamos a sensação de estar apaixonado, de estar nas nuvens... aquela sensação divina de que nada no mundo pode nos abalar. A Alma nos traz a sensação de infinitude, por esta razão depositamos num relacionamento toda a carga de expectativas de que ele nos dará completo sentido a vida, de que nunca acabará, e de que isso é responsabilidade do outro, porque é esta a sensação de infinito que a Anima (colocada no âmbito errado)nos da.

???Acabamos por exigir que o outro nos faça feliz, porque depositamos no outro o sentido do nosso ser. Estamos vivenciando a Anima (alma) no âmbito humano, quando ela deveria ser vivenciada no campo simbólico, fazendo com que o homem encontre o sentido de sua totalidade não no outro, mas nele mesmo.

???Enquanto ignorarmos o chamado de nossa Anima/Animus, continuaremos a depositar no amor romântico a nossa vida, sendo assim, quando um relacionamento falhar, sentiremos aquela sensação de morte, da perda de uma parte. Estamos vivenciando as partes da psique em lugares invertidos, exigindo do humano que seja um Deus capaz de nos dar sentido a vida, quando este Deus, encontra significado somente dentro de nós, no inconsciente, na nossa vida simbólica.

???Por meio do amor romântico, acabamos por amar a nós mesmos. Projetamos no outro nossa Anima/Animus (alma), deixando de amar o outro quando este não corresponde ao nosso ideal (ou seja, a nós mesmos).

???Portanto, uma vez que se ama o outro exatamente como humano, como ele é, e não como um Deus que tem a função de te fazer feliz (Porque este deus está em você mesmo, e não no outro), acabamos por encontrar o amor (Eros) expresso em seu sentido humano; ele se mostra quando amamos o outro com suas qualidades e defeitos, amamos a totalidade do outro, e o respeitamos como um ser individualizado; Aprendemos a amar a companhia do outro, a simplicidade dos atos rotineiros, aceitamos e amamos o outro e sua sombra. Ser capaz de um verdadeiro amor significa amadurecer, significa aceitar a responsabilidade pela nossa própria felicidade ou infelicidade.

???A união do lado simbólico com o ego estruturado, nos leva rumo a integração do self, e ao processo de individuação, um não anula o outro, eles se complementam, dai a sensação de completude - O homem aprendeu a viver em acordo com sua estrutura consciente e inconsciente.

???Ao alcançarmos a integração do self, nos tornamos "inteiros" e, em nossa completude, podemos então estar inteiros na vida com o outro ser individualizado, porque nossa sensação de completude não virá somente do outro, pois também vem de nós mesmos. A medida que me conheço, me integro. Nas palavras de Sócrates: Conhece - te a ti mesmo!
Lyta @lytaverso 02/08/2020minha estante
Arrasou, resenha perfeita, parabéns!! Já queria ler esse livro pelas citações que vi você trazendo aqui, sua resenha veio reforçar essa vontade.


Maria 21/08/2020minha estante
Depois de ler uma baita resenha dessas, com certeza o livro vai para "quero ler". Obrigada!!!


Sol 14/03/2021minha estante
???


almeidalewis 31/10/2021minha estante
Muito boa ????.gostei ??


Tania 11/01/2022minha estante
Perfeita sua resenha!!!! O livro é maravilhoso!




Debora 29/09/2010

O amor romântico, analisado no mito de Tristão e Isolda, é ótimo, assim como a trilogia toda do Johnson. E viva os escritores jungianos!
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flashessica 13/01/2012

Interessante a forma como Johnson mostra duas formas de amor tão distintas que tantos confundem. Abre nossas mentes para uma nova visão desse sentimento! Apesar de cansativo, vale a pena ler.
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Roberta 06/01/2012

Boa dica
Este livro é para todos aqueles que se interessam por entender um pouco mais sobre a psique masculina.
O autor foi muito feliz ao explicar de maneira fácil e didática alguns comportamentos tipicamente masculinos nos relacionamentos amorosos, a partir do mito de Tristão e Isolda. Na verdade, ele se propõe a discutir o mito do amor romântico, que imperou como o padrão dos relacionamentos amorosos na sociedade ocidental.
Aos homens, esta leitura pode trazer reflexões importantes para o autoconhecimento. Às mulheres, esta leitura traz reflexões importante para o relacionamento.
Recomendo.
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Vitor 25/04/2012

Texto claro e ótimo conteúdo, mas a leitura pode ser repetitiva e tornar-se cansativa
O conteúdo do livro é bastante interessante. O autor descreve os como se dá os relacionamentos ocidentais analisando e explicando minuciosamente aspectos não tão claros do mito de Tristão e Isolda.
Apesar de inicialmente parecer voltar-se para uma maneira de enxergar a psicologia masculina, o livro trata tanto o feminino quanto o masculino. Apenas toma o masculino como um ponto de vista e foca-se na anima interior do homem.
Recomendo esta leitura a todos. O que pode se aprender no livro é algo que muitas pessoas não conseguem enxergar depois de um relacionamento mal sucedido baseado na paixão. E como o próprio autor diz, estas pessoas podem entrar em um ciclo infinito de apaixonar-se e desapaixonar-se, sofrendo todos os efeitos disto, ou podem fechar-se para os relacionamentos, tentando escapar dos efeitos negativos que trazem.

A leitura é geralmente bastante clara e interessante. O aspecto negativo do livro são todas as repetições que o autor faz. Do meu ponto de vista, o livro poderia ter 3/4 de tamanho e não perder conteúdo. Estas repetições podem ser úteis para os leitores menos atentos, e fixam o que quer ser passado. Mas as vezes torna a leitura cansativa e desestimulante.
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@APassional 19/05/2013

We * Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
Em uma abordagem incomum da jornada do herói, somos transportados ao caminho percorrido tanto pelo homem como pela mulher frente ao amor romântico.

Concluindo a Trilogia HE, SHE, WE ( HE e SHE já resenhadas aqui), podemos observar que em HE através de Parsifal, nos inteiramos do desenvolvimento da personalidade masculina em sua busca ao Santo Graal, ao passo que em SHE com Psiquê, somos guiados aos aspectos da alma feminina em busca de sua integração, seja por intermédio do amor ou necessidade de desapego de Eros, a fim de alcançar sua individuação. Entretanto em WE já devemos estar prontos para unir esses dois aspectos, pois o foco é o relacionamento afetivo estabelecendo a diferenciação entre a paixão e o amor.

Mesmo tratando de temáticas complementares, cada um dos tomos dessa trilogia pode ser abordado individualmente, de acordo com o interesse e disponibilidade do leitor. Bem, vamos agora a WE:

“ Senhores, se quiserdes ouvir uma sublime história de amor e de morte, eis aqui a de Tristão e Isolda; de como, para sua completa alegria e também para sua dor, eles se amaram; e como no final, juntos um dia morreram de amor, ela por ele e ele por ela.”

Na cultura ocidental o amor romântico tomou dimensões colossais, abrangendo desde a literatura até as obras cinematográficas, o que percebemos diante da brilhante exposição e análise que o autor faz do mito “Tristão e Isolda”, é o equívoco que gerou essa influência em nosso sistema de crenças quanto ao amor.

Amar ou estar apaixonado?

Você sabia que o amor romântico surgiu pela primeira vez na literatura através do mito “Tristão e Isolda”? Que a partir desse fato tornou-se um fenômeno de massa, no que tange a formação de crenças, da cultura ocidental? E que trata-se de um tipo de fenômeno psicológico tão arrasador que esmagou nossa psique coletiva a ponto de alterar nossa visão do mundo?

Se não sabia, em We vai descobrir tudo isso e muito mais.

“O mito é o “sonho” coletivo de um povo inteiro em um determinado ponto de sua história. É como se todo o povo sonhasse junto, e esse “sonho”, o mito, irrompesse em suas poesias, canções e histórias. Mas o mito não vive apenas na literatura e na imaginação; ele logo encontra um meio de se manifestar nas atitudes e no comportamento de uma cultura, ou seja, na vida diária, prática, das pessoas.”

Nesta maravilhosa transcodificação do tema, o autor vai, passo a passo, narrando o enredo e analisando seus símbolos, mostrando-nos as contradições e consequências da paixão avassaladora desses dois jovens e seu conturbado relacionamento que jamais conheceu limites, mas sobretudo nos indicando o tremendo potencial que podemos adquirir na compreensão do mito.

Nele entraremos em contato com personagens como o Rei Mark, o Rei Rivalen, o Duque Morgan, Blanchefleur, Tristão, Morholt, Isolda, Ogrin, Kaherdin, Riol e descobrimos que são espelhos de nossa alma.

Entre o poder da Harpa e o poder da Espada.

A análise simbólica desses dois objetos, quem diria, nos oferece respostas para os conflitos que enfrentamos no dia a dia em nossos relacionamentos, internos ou externos, orientando-nos a perceber como a falta de equilíbrio entre ambos determina a atual insatisfação da sociedade contemporânea.

“Tristão e Isolda bebem da poção do amor, e a partir desse instante o amor romântico entra para sempre em nossa vida, pois Tristão é um ocidental, e sua vida é a nossa experiência universal do amor romântico.”

Aos poucos vamos percebendo as diferenças entre paixão e amor, e lhes garanto que é um conhecimento que está muito além de nossa vã filosofia, motivo pelo qual involuntariamente acabamos entrando em contato com nossos próprios modos de sentir e percebendo como o inconsciente pode nos lançar em contraditórias ilusões, a leitura é surpreendente e esclarecedora.

Afinal, o que realmente desejamos do amor romântico?
“A lição da Floresta de Morois”

É um mestre em psicologia profunda que irá nos oferecer essa e outras respostas, mas sobretudo nos instigar a olhar com novos olhos, velhas coisas. De modo coloquial, simples e direto, o autor nos guia habilmente ao caminho do autoconhecimento quanto a nossa forma de amar.

Robert A. Johnson é inigualável e WE é único!

Leitura necessária aos que:
Já se apaixonaram;
Estão apaixonados;
Pretendem apaixonar-se:
Essencial aos que querem desfrutar da magia do amor.

By Rosem Ferr.

Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 10/05/2013:

http://www.arquivopassional.com/2013/05/resenha-trilogia-he-she-we-robert.html
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Gloria 19/02/2020

Na obra We de Robert A. Jonhson escritor e analista Junguiano, o amor romântico entre homem e mulher é descrito e entendido à luz do mito de Tristão e Isolda. Por volta do século XII a sociedade patriarcal trancafiou o lado feminino no inconsciente coletivo, destinando a mulher um papel desimportante, de mero acessório, representado pela morte de Blanchefeur . Isso tornou o mundo cada vez mais violento, uma vez que o princípio masculino rege o poder, e o poder sem o amor do princípio feminino é brutalidade. Houve uma perca de significado na espiritualidade, e consequentemente na religião, já que o que vigora a partir desse momento é o lado racional, analítico e lógico que nega tudo o que não pode ser quantificado. É aí que o amor romântico surge como uma busca inconsciente do homem por esse príncipio perdido.

É um livro que sem dúvida nos conscientiza ao dar uma nova perspectiva em relação ao nosso comportamento e a nossa relação com os nossos símbolos, enquanto Ocidente.
Super recomendo!
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Vanessa Lima 11/04/2021

WE - A chave da psicologia do amor romântico
O terceiro livro da trilogia - He, She e We (ou Ele, Ela, Nós)

Johnson aborda neste livro os conceitos e ideias presente nos estudos do psiquiatra e psicanalista analítico Jung.

O autor vai usar a história de Tristão e Isolda, como modelo simbólico da nossa psique ocidental. O mio nos ajuda a abordar sobre o amor romântico quando este ainda era concebido como "amor cortês". É a partir dessa divisão sobre o amor, que o autor aborda pontos principais na relação consigo e com o outro e a idealização que ocidentais buscam no ser amado.

Por utilizar de mitos, é possível acessar a imagens coletivas ao público para descrever os conceitos primordiais da Psicologia Analítica, o autor consegue explicar com praticidade e de acessibilidade para o leitor, mesmo que este não atue na área de Psicologia/Psiquiatria.
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Priscilla 06/01/2022

muito bom
O livro nos fala sobre a introdução do "amor romântico" no ocidente a partir da análise psicológica da história de Tristão e Isolda.

O amor romântico se identifica com a necessidade de se sentir apaixonada pelo outro o tempo inteiro, durante toda a relação e, quando a paixão diminui ou se esvai, pensa-se que o amor também acabou e que não mais se é feliz, sendo necessário buscar outro relacionamento e outra paixão. No amor romântico, os pares se dissolvem um no outro, não há individualidades, apenas um todo emaranhado de sentimentos e dependência emocional.

A visão é da psicologia junguiana e o autor vai desvendando e significando o simbolismo da história de Tristão e Isolda para demonstrar a existência da "anima" e do "animus", lado masculino e feminino do inconsciente do homem e da mulher, respectivamente, e de como nós projetamos isso em nossos parceiros reais, de maneira inconsciente, o que interfere na maneira como levamos nossos relacionamentos.

Fala, ainda, que a "anima" e as projeções podem passar de uma pessoa a outra, o que acaba interferindo no término de relacionamentos, traições, etc, pois estaríamos em busca de um ideal de perfeição só cabível no simbolismo do imaginário e do inconsciente. É preciso diferenciar a pessoa real (Isolda das Mãos Brancas) da anima (Isolda) e estabelecer uma relação simbólica com a anima, no (in)consciente, para ser possível viver uma relação mais verdadeira na vida real, com uma pessoa com qualidades e defeitos que conhecemos e escolhemos conviver.

Segundo aponta, o amor romântico não é a única forma de se relacionar, e também não parece ser a mais saudável a longo prazo, pois acarreta nessa unificação dos parceiros e num estado de apaixonamento que é, necessariamente, passageiro. Segundo estudos, a paixão pode durar até 2 anos. Depois, o relacionamento precisa se basear no amor, numa relação de mais calma, compreensão, serenidade e escolhas conscientes.

É um livro que pode ser bem compreendido por quem não é psicólogo nem tem formação específica nessa área (como eu). Achei muito interessante a leitura.
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Fabricio 06/01/2022

Esse livro traz explicações com embasamento assustador sobre os arquétipos e a maneira que eles influênciam em nossa vida!
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Liv 11/01/2022

Finalmente pude entender o porquê de nossas projeções no outro e como podemos mudar essa idéia equivocada de amor que nós ocidentais temos
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Julia.Klinger 27/04/2023

Maravilhoso
Esse livro é incrível! Pelo mito de Tristão e Isolda o autor vai destrinchando as questões do apaixonamento moderno, mostrando como o homem se afastou de seu aspecto feminino e isso deixou sequelas graves para homens e mulheres! Super fácil de entender!
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Mion 04/06/2023

O amor terrestre nao é o amor romântico
No espirito ocidental cristão, encontramos um ideal romântico presente há séculos. Tristao e Isolda é o nome dessa fonte que permeia e está presente em seu consciente coletivo.

Espírito cujo amor surge de uma "poção mágica" que transforma as relações de quem a bebe e suas responsabildades em algo novo, em algo intenso, além de Tudo. Até mesmo ética e valores se modificam.

E o amor é isso. Se acha maior, melhor, o ideal.

Após todo processo de racionalização, buscado pelo projeto de modernidade europeu, o amor romântico foi onde a alma se manteve segura e sobreviveu a toda secularização da vida e do mundo. E na necessidade de se sentir completo, essa alma foi sempre buscada.

E para o amor romântico, o amor real, o amor por Isolda Mãos Brancas não atende às expectativas. E aí, nos frustramos e falhamos em amar. E o amor é uma grande frustração e dor.

O amor romântico passa a ser uma projeção do que se quer que a relação seja, do que se quer encontrar, do que se quer. Ele passa a ser a projeção do ego de quem quer encontrar o amor E quem ama assim, não encontra o amor. Passa toda vida atras dele.

O amor é uma Força muito intensa em cada indivíduo. Ela "move montanhas". A questão é olhar pra ele com os olhos da realidade, reconhecendo a verdade que é o outro envolvido e aprender a amar o outro como quem ele é, e nao como se quer que seja.

E nessa busca, entender que o outro nao me completa, mas que pode estar presente nesse processo que busco me tornar completo é chave para qualquer relação.

O amor é de verdade.
Amar é algo verdadeiro.

Só precisamos aprender a saber como olhar para, mais do que encontrá-lo, sermos, afinal, amar é algo que não se recebe, mas que se oferece.
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Raskeiokunamata 31/08/2023

O livro usa da construção das nossas fantasias ocidentais para explicar o motivo de nós acreditar tanto nos filmes românticos e idealizar eles na nossa vida.

Com esse livro descobri que a paixão era algo construído na mente, não algo instintivo (de certa forma é) para procriar, vi que as idealizações e a busca insensate por alguém que amasse ela é algo totalmente do ego que tem o desejo de ser aclamado e venerado.

Livro traz uma história de romance (que não se baseia no amor) para explicar como o ocorrido neste conto até hoje permanece no inconsciente coletivo de nós do ocidente, mostra quê as pessoas sonham e passam dias imaginando tendo aventuras e várias outras coisas quê não passam de simples projeções da nossa cabeça, aquela pessoa onde colocamos todas essas nossas expectativas não é realmente um indivíduo humano e sim um "deus" algo divino que colocamos como patamar e nosso sentindo de vida.
É visível ver que muitos filmes como a "Namorada perfeita" e "500 dias com ela" explicam bastante sobre essa ideia divina que temos sobre a pessoa, que faz mais parte de nossa cabeça do quê a vida onde ela é real.

Um dos melhores livros para quem sofreu uma decepção amorosa ou sempre se apaixona, este livro vai fazer você entender se realmente você se amou e amou a outra pessoa.
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Carla.Parreira 11/10/2023

We
?
O autor explica que o amor romântico não é apenas uma forma de amor, mas é todo um conjunto psicológico, uma combinação de ideais, crenças, atitudes, e expectativas. Estas ideias, frequentemente contraditórias, coexistem no nosso inconsciente e, sem que percebamos, dominam nossos comportamentos e reações. Inconscientemente, predeterminamos como deve ser um relacionamento com outra pessoa, o que devemos sentir e mesmo o que devemos lucrar com isso.
Se nós ocidentais conseguirmos libertar as nossas presunções e expectativas inconscientes da servidão maquinal, não apenas atingiremos uma nova consciência em nossos relacionamentos, como também uma nova consciência de nós próprios. Somos a única sociedade a cultivar o ideal do amor romântico e a fazer do romance a base de casamentos e relacionamentos amorosos.
O ideal do amor romântico irrompeu na sociedade ocidental durante a Idade Média, surgindo pela primeira vez na literatura no mito Tristão e Isolda, depois nos poemas e nas canções de amor dos trovadores. Era conhecido como amor cortês, e tinha por modelo o intrépido cavaleiro que honrava uma bela dama e fazia dela a sua inspiração, o símbolo de toda a beleza e perfeição, o ideal que o incentivava a ser nobre, espiritualizado, refinado e voltado para assuntos elevados. Os ocidentais são filhos da pobreza interior, se bem que por fora aparentam ter tudo. O mundo moderno levou o homem a colocar o amor e o sentimento a serviço do poder e do lucro. Passamos nossos dias pensando apenas em como progredir, como vencer ou conseguir uma posição melhor nos negócios e na sociedade, como fazer para que nossa família e os amigos façam exatamente o que queremos que seja feito. Nós nos esquecemos de como ser fiéis aos nossos próprios valores, ao nosso self interior, às pessoas que amamos.
Nós precisamos aprender a fazer passeios ao sol, a observar as cores da terra, a respeitar nosso corpo físico, a despertar para a música da vida, a dar ouvidos aos nossos sonhos e a demonstrar afeto pelas pessoas que amamos. Isso faz parte do lado feminino em equilíbrio (tanto no homem quanto na mulher), algo que só se consegue deixando de lado as atitudes patriarcais enraizadas.
Uma das grandes virtudes do feminino interior é a capacidade de soltar, de abrir mão do controle do ego, de parar de tentar controlar as pessoas e as situações, de deixar as circunstancias a cargo do destino e ceder ao curso natural do universo. Abrir mão do remo e da vela significa abandonar o controle pessoal e colocar-se à disposição de Deus. A harpa no mito representa o poder de desenvolver um senso de valores, de afirmar o que é bom e verdadeiro, de apreciar o belo. Ela permite que o herói coloque a espada a serviço de um ideal nobre. Nossa historia mostra que a harpa nos permite viajar pelos mares do inconsciente. Para ser completo, o herói necessita ter as duas coisas, pois sem a espada a harpa se torna ineficaz e, sem a harpa, a espada fica reduzida à força bruta, egoísta. Deixar a espada significa parar de tentar entender pelo intelecto ou pela lógica, parar de tentar forçar as coisas. Usar a harpa significa esperar pacientemente, ouvindo a voz suave que vem de dentro, esperar pela sabedoria que vem não da lógica ou da atividade, mas do sentimento, da intuição, do não racional e do lírico. Quando se consegue isso, percebe-se que existe algo de assustador nesses enormes conjuntos de crenças culturalmente transmitidos. Um dia nos damos conta de que estamos completamente dominados por este conjunto de crenças que nós, como indivíduos, nunca escolhemos. É como se tivéssemos absorvido tais crenças de romances e filmes, da atmosfera psicológica que nos cerca, e elas se tornassem parte integrante de nós mesmos, como que fundidas às celulas de nosso corpo. Tudo isso está escrito, letra por letra, numa camada invisível do nosso inconsciente. É por isso que uma das grandes necessidades das pessoas de hoje é compreender a diferença entre o amor humano, como base para um relacionamento, e o amor romântico, como um ideal interior, um caminho para o mundo interior.
O amor não sofre ao ser libertado do esquema de crenças do amor romântico. A situação do amor só irá melhorar quando for diferenciado do romance.
Na paixão o que buscamos é o senso de plenitude. O amor romântico teve seu início como um caminho de aspiração espiritual e inconscientemente, hoje, procuramos este mesmo caminho através do amor conjugal. No simbolismo da poção do amor, deparamo-nos subitamente com o maior paradoxo e o mais profundo mistério da nossa cultura ocidental: o que buscamos incessantemente no amor romântico não é apenas o relacionamento ou o amor humano, mas também uma experiência religiosa, uma visão de plenitude. Aqui está o significado da magia, da feitiçaria, do sobrenatural na poção do amor.
Existe outro mundo fora da visão do ego: é o reino da psique, o reino do inconsciente. É lá no inconsciente que vive Deus, seja Deus quem for para nós enquanto indivíduos. O amor romântico tenta vivenciar o mundo divino através de um êxtase ardente, envolvente, que nos preenche e nos faz sentir psicologicamente inteiros, totalmente plenificados e em contato com o significado da vida. Ao vislumbrar a psique como alma, como realidade, Jung nos levou de volta às raízes da religião. Ele descobriu que a estrutura psicológica de cada indivíduo inclui uma função religiosa independente. Isto não quer dizer que exista uma necessidade de se seguir um credo ou um dogma em particular. Mas significa que cada ser humano vem com o impulso psicológico inato para encontrar um significado na vida. Todos nós sentimos algo dentro de nós que nos leva a crer na possibilidade de nos tornarmos seres completos, de ver o significado real da vida, de virmos a nos conhecer totalmente. Somos seres psicológicos: nossa maior parte não é de natureza física, mas psíquica, e a maior parte da psique está no inconsciente.
Não temos a sensação de plenitude e de realização, e não nos sentimos inteiros dentro do pequeno mundo do ego. Sentimos que além dele existe mais, muito mais, apesar de não sabermos onde procurar e nem o que procurar. É uma séria descoberta saber que pegamos nosso instinto de totalidade e o projetamos inteiramente nos nossos amores. É por isso que homens e mulheres exigem coisas tão impossíveis de seus relacionamentos: nós realmente acreditamos, inconscientemente, que esse ser humano mortal tem a obrigação de nos manter sempre felizes, de tornar nossa vida significativa, vibrante, plena de êxtase. Quando uma mulher se apaixona, é o animus que ela vê projetado no homem mortal que está diante dela, e quando um homem bebe da poção do amor, é a anima, a sua alma, que ele vê sobreposta à imagem da mulher. Todo ser humano precisa aprender a relacionar-se com pessoas e situações externas, mas é igualmente importante, e até mesmo mais premente, que ele aprenda a relacionar-se com seu próprio self. Enquanto ele não aprender a enfrentar as razões, os desejos e as possibilidades ainda não vividas, que jazem no âmago do seu coração, ele não vai poder sentir-se interiormente completo, nem verdadeiramente realizado. Esta força interior, que constantemente nos impele a experimentar valores e possibilidades não vividas, é a mais impressionante força na vida humana. O homem precisa relacionar-se com o mundo exterior tendo por base a força da unidade interior, pois o sentido maior da vida deve ser procurado dentro de si mesmo e só vai ser encontrado quando, finalmente, o homem trilhar os caminhos solitários de sua alma.
No início, quando ainda era um ideal espiritual, o amor cortês não permitia a sexualidade ou o casamento entre os enamorados. Eles sentiam que a vibração transcendental contida na adoração não podia misturar-se com um relacionamento pessoal, com o casamento ou o contato físico. Nós, pelo contrário, sempre misturamos romance com sexo e casamento.
O principal conceito que não se modificou no decorrer dos séculos é a nossa crença inconsciente de que o amor verdadeiro deve ser uma adoração religiosa mútua tão irresistível que nos faça sentir que todo o céu e a terra nos são desvelados através deste amor. Mas, ao contrário dos nossos antepassados corteses, tentamos trazer esta adoração para a nossa vida pessoal misturando-a com o sexo, o casamento, o preparo do café da manhã, as contas a pagar e os filhos para criar. Isso leva as pessoas a um sofrimento indecifrável, pois sua explicação está escondida no inconsciente. Até para sofrer é preciso ter sabedoria. Sofrer com consciência significa sobreviver à morte do ego, acabar com as projeções, não mais buscar o mundo divino num cônjuge, e ao invés disso, encontrar a própria vida interior como um ato psicológico e religioso. Significa assumir a responsabilidade de descobrir a própria totalidade, as possibilidades inconsciente. Significa questionar nossos velhos padrões e estarmos ansiosos por mudá-los. Tudo isso envolve conflito, auto-questionamento, e ainda trás à tona duplicidades que preferiríamos não ter que enfrentar. É algo doloroso e difícil. Nossas falsidades frequentemente expressam necessidades e desejos inconsciente mais profundos, aqueles que não conseguimos reconhecer conscientemente.
Mas esta afirmação não nos dá carta branca para enganar ou trair. Se aprendêssemos a procurar a verdade que existe dentro de nossas fraudes, seja quando mentimos para nós mesmos ou quando mentimos aos outros, então poderíamos responsabilizar-nos por essas verdade e passar a vivê-las francamente, honestamente. Interessante notar que a moralidade humana diz a um homem para ser fiel, mas a moralidade do romance diz para ele ir atrás da anima, ou seja, a projeção erroneamente encontrada numa mulher externa. Se nosso compromisso é apenas ir aonde a paixão nos leva, então não podemos ser verdadeiramente fiéis a alguém. A lealdade e o compromisso são arquétipos da nossa estrutura humana e nos são tão necessários quanto o alimento e o ar. Desta profunda necessidade humana de ter relacionamentos estáveis, sinceros e duradouros, surge a moralidade do compromisso. Se examinarmos claramente, começaremos a perceber que o romance é um sistema de energia completamente diferente, um conjunto de valores totalmente distintos do amor e do compromisso. Somente conseguiremos nos comprometer com alguém quando nos dispusermos a ficar com esse alguém sem fazer dele/a uma representação para nós do ideal de perfeição ou do reflexo de nossa alma. Isso é uma tarefa árdua.
Ao acreditar que quando as projeções se evaporam lá se vão as bases de um casamento ou de um relacionamento, a maioria das técnicas para salvá-los acabam por se revelarem meras formulas de manipulação destinadas a manter vivas as projeções. Não ocorre aos ocidentais de hoje que um relacionamento possa ser construído entre dois seres humanos mortais, que eles possam amar-se como pessoas comuns e imperfeitas, e que possam, simplesmente, permitir que as projeções se desvaneçam. É justamente isso, no entanto, que é necessário. Em ultima análise, os únicos relacionamentos duradouros serão aqueles entre os casais que se veem como pessoas comuns, imperfeitas, e que se amam sem ilusões ou sem esperar coisas impossíveis um do outro.
O teste da verdadeira individualidade inclui a capacidade de se relacionar com outra pessoa e de respeitá-la como um ser individual. Nunca devemos projetar nossa culpa em alguém externo. Assim nós mudamos de relacionamento, mas como o padrão é o mesmo, mais ou menos tempo, voltamos ao velho estilo de vida com os mesmos problemas afetivos.
A real capacidade de afeição aumenta a medida em que nos tornamos um indivíduo completo e sem projeções. A simplicidade é uma necessidade da vida humana: é a arte de encontrar sentido e alegria nas coisas pequenas, naturais e corriqueiras. Se um relacionamento direto, simples e espontâneo nos oferece felicidade, geralmente não aceitamos por ser simples demais e monótono.
Estamos condicionados a respeitar apenas o que é exagerado e pomposo, o que é grande, complicado ou altamente excitante. Nós, ocidentais, não acreditamos realmente que possamos vivenciar nossos deuses e nossa vida espiritual, como uma experiencia intima, e ao mesmo tempo levar uma vida comum, no dia a dia. É difícil para nós conceber a ideias desses dois mundos, interior e exterior, coexistindo ao mesmo tempo num ser humano. Por isso que tentamos sempre materializar o mundo divino em alguém ou em algo fora de nós mesmos. A ilusão é um relacionamento distorcido entre o interior e o exterior. Fazemos nascer a ilusão ao sobrepormos nosso mundo interior de imagens, nosso fluxo contínuo de fantasia, ao mundo exterior e às pessoas que vivem nele.
O mundo ilusório é o mundo projetado, que assim distorce tanto o interior quanto o exterior, de maneira que não conseguimos enxergar nenhum deles tal como é. Quando não temos vida religiosa suficiente, o reino divino precisa encontrar-nos onde quer que seja possível, até mesmo nos preparando armadilhas.
Nós temos igrejas, dogmas, doutrinas, opiniões, grupos e reuniões; mas muitas vezes não temos vida religiosa porque damos pouca atenção à nossa alma e à nossa vida interior. Ser capaz de um verdadeiro amor significa amadurecer, ter atitudes realísticas para com o outro. Significa aceitar a responsabilidade pela nossa própria felicidade ou infelicidade; e não esperar que o outro nos faça feliz, nem culpá-lo por nosso mau humor ou por nossas frustrações. Dentro do amor humano está a amizade, seja no casamento ou em qualquer relacionamento. Quando um homem e uma mulher são verdadeiramente amigos eles conhecem os pontos difíceis e as fraquezas do outro, mas não cedem à tentação de criticá-los. Estão mais interessados na ajuda mútua e no prazer que sentem na companhia um do outro, do que em descobrir os defeitos ou se desgastarem com exigências e imposições. A amizade acaba como o teatro, com as emoções artificiais de um relacionamento, com o egocentrismo e com a improdutividade, e substitui o frama por algo humano e real. Concordo com o autor que devemos aprender a ser amigos, a viver juntos no espírito da amizade, a ter como guia a virtude da amizade para sair do emaranhado que fizemos do amor.
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