A Obra do Artista

A Obra do Artista Frei Betto




Resenhas - A Obra do Artista


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Juliana-- 08/05/2021

Tentativa de falar sobre Astronomia
É uma tentativa de falar de uma assunto amplo em poucas páginas e sem ter formação na área. Algumas metáforas são interessantes, mas podem distanciar o leitor do entendimento físico das questões apresentadas.
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Rangel 15/03/2011

Um olhar holístico sobre o universo
"A Obra do Artista" do Frei Alberto Libânio Christo descreve uma busca de visão holística, de um olhar do todo sobre o cosmo, de acordo com as teorias mais recentes, que procuram reduzir a distância entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno. O livro engloba várias áreas do conhecimento, como cosmologia,astrofísica, física das partículas, física quântica, biologia, química, filosofia e teologia, para resgatar as raízes do verdadeiro humanismo a fim de propor novos paradigmas e buscar uma relação diferente entre ciência e religião, visão de mundo e visão de Deus, fé e razão. Tudo que se tem certeza das últimas respostas da ciência, remete-se às novas dúvidas, o qual demonstra que "Somos tão naturais quanto um abóbora". Os paradigmas são sínteses científicas, filosóficas ou religiosas que servem de referência modelar para determinada época ou grupo humano. Exemplos foram a filosofia de Platão, a teologia de Tomás de Aquino, a filosofia de Descartes, a concepção política de Maquiavel, a física de Newton e assim por diante. São exemplos de cosmovisão. Um paradigma atual é a teoria da relatividade de Eistein, que remeteu ao estudo da física quântica. O paradigma da cosmologia de Aristóteles ficou um bom tempo nas mentes humanas até que veio o paradigma cosmológico de Copérnico, Galileu. O paradigma da criação no Gênesis da bíblia foi modificado pela paradigma evolucionista de Darwin. Antigos paradigmas são substituídos por novos paradigmas, conforme a cada descoberta e evolução da própria ciência. Atualmente, o paradigma da cosmogênese é o "Big Bang" de Friedman e Lemâitre - a explosão primordial que assegura que o universo é inferior a vinte bilhões de anos e que um dia haverá o "Big Crunch" (Grande Implosão). Cientistas ainda estudam o fenômeno do buraco negro com muita atenção para procurar compreender a matéria escura do universo. E a cada aceleração de partículas que é feita para descobrir a dimensão do muito pequeno, o que chega ao "quarck up, down, charm, strange, botton e top". Com Hubble, descobriu-se as cefeidas da galáxia Andrômeda, vizinha da Via Láctea. Sabe-se que nenhuma matéria alcança a maior velocidade constante do universo, que é a velocidade luz a trezentos quilômetros por segundo. E o que o número astronômico de anos-luz (luz que percorre em um ano)são os únicos compatíveis de se ter a dimensão da distância de um ponto a outro no universo de estrela a estrela, de galáxia a galáxia e assim por diante. Os modelos cosmológicos hoje apresentam o universo como: inflacionário, estacionário, panqueca, granulado, bolha, o que veio novas ideias sobre "supercordas" (túneis do tempo) e a velocidade inflacionária sobre a expansão do universo. Hawking e Hartle levantaram a hipótese da singularidade fora da existência, uma possível região onde as leis da física se calam e as equações perdem significado. Smoot propôs a ideia da "quanta", o original anterior do conceito espaço-tempo. Novello propôs que o universo é um eterno cíclico de expansão e contração, o que outros cientistas acreditam na evolução cíclica do universo. Heisenberg estabeleceu o princípio da indeterminação ou da incerteza, de não se conhecer posição e velocidade exata de uma partícula ao mesmo tempo. Observou-se que as leis da natureza não se aplicam da mesma maneira da dimensão macroscópica em relação a microscópica. No mundo quântico, a natureza é dual numa interação de complementaridade, no sentido de que cada elétron se aparesenta ora como onda, ora como partícula, ora como energia, ora como matéria. Por isso que houve a proposta da observação da "ondícula". Intuição e dedução são o método analítico criador pode Descartes, o qual desmonta parte por parte, pensamentos dos problemas, em forma de lógica, exigindo que a ciência seja certa e evidente, o que se gerou o erro do cientificismo. Tal método cartesiano contribuiu e muito para a ciência, mas limitou e fragmentou o modo de pensar, rompendo o elo holístico que os antigos sábios já mencionavam. Mestre Eckart dizia que para se conhecer Deus é preciso conhecer a si mesmo. Os físicos admitem que a ciência está distante do Ponto Zero, o limite Planck, o que faz não descartar a metafísica para procurar compreender o "Início do Tempo", quie permanece um mistério. Wheeler disse: "Um oceano infinito de energia que tem a aparência de nada" - é o limite provável do universo de no mínimo 10 elevado a -43 de segundo (um décimo milionésimo de trilionésimo de trilionésimo de trilionésimo de segundo), pois é impossível passar daí pela força da gravidade que impede. O universo mediria então 10 elevado a -33 de centímetro de diâmetro à temperatura de 100 nonilhões de graus centígrados (o limite máximo de calor), pois além disso, a física se cala. Matéria e energia era duas faces da mesma realidade. A sopa primordial no primeiro milhão de anos era pura radiação. Ao atingir a idade de 10 elevado a -35 de segundo, o diâmetro do universo era do tamanho do núcleo atômico e em estado de vácuo, o qual se expandiu, devido a Explosão Primordial, em velocidade de um quintilhão de vezes no seu atual ritmo de expansão. Quando a temperatura descescera a 1000 quatrilhões de graus centígrados, supõe-se que a força forte favoreceu a indissolúvel união do núcleo atômico, o que a separou da força fraca. A matéria experimentou sua primeira fase irrompendo em quarcks - componente funamental dos prótons e nêutrons - e em elétrons e outras partículas subatômicas. A matéria no caso é a partícula "x", como estado latente do pulsar da energia cósmica. Quarcks, elétrons, neutrinos e suas antipartículas são os principais "tijolos da matéria". A dilatação do próprio universo foi extraordinária, que provocou falhas topológicas, que originou a matéria em si em estrelas, elementos químicos, moléculas como água, e das estrelas as nebulosas, das nebulosas os planetas, satélites, meteoros, cometas, meteoritos, asteróides. Fora os fótons, que nascem nas aniquilações dos pares elétron-pósitron. Entre a força forte e força fraca, os eões das partículas e antipartículas voláteis, fez originar os nêutrons, neutrinos, elétrons e prótons junto a gravidade. Mais partículas aparecem como hádrons, mésons e léptons. O universo tão idealizado na simetria, não foi simétrico na sua expansão, o que pode originar a matéria como se conhece pelos elementos químicos, principalmente, o hidrogênio e o hélio. Segundo estimativa dos cientistas, o universo hoje é matéria de 10 elevada a 50 toneladas, incluindo todos os seres da Terra, a Terra, a Via Láctea e tudo que foi observado pelas galáxias, constelações e nebulosas. Portanto, o universo não tem densidade uniforme por causa da sua dinamicidade. Os cosmólogos concordam que 90% da massa universal originária é oculta, o que nossos olhos não observam da poeira cósmica e seus efeitos gravitacionais. O que se sabe são os efeitos do universo observável e não todo o seu processo causal. Do hidrogênio, veio o hélio, depois o deutério, até chegar do lítio ao urânio, pela própria natureza, de forma progressiva e explosiva no seio das estrelas. Pelo calendário cósmico, dia 1º de janeiro assinalaria o Big Bang, 1º de maio: o despertar da Via Láctea, 9 de setembro: irrupção do sistema solar, 14 de setembro: formação da Terra, 25 de setembro: aparecimento da vida. As forças nuclear forte e fraca, a eletromagnética e a gravitacional se apresentam então como força material, ora como partícula ou quantum. O fóton responsável pela luz é decorrente ao eletromagnetismo. A força franca é a radioatividade. A força forte é o que liga prótons e nêutrons no interior do núcleo dos átomos. O eletromagnetismo reúne átomos em moléculas, estruturando a matéria. É do eletromagnetismo, que se conhece radiação de onda longa como a onda do rádio, a radiação de onda curta, os raios X e os raios gama. A gravitação é a atração universal da matéria em si. É da gravitação que se sustenta planetas, estrelas, com suas órbitas nas galáxias. E suas forças são diferentes por causa dos bósons, com seus spins, que são os férmions. Descobriu-se o glúon e o gravíton. Sabe-se que pela natureza, o elemento químico mais pesado é o urânio. Outros que foram criados por laboratório, não foram encontrados na natureza. Gamow sugeriu que no início do universo havia uma substância denominada ylem (matéria primordial), que devido ao intenso calor, fundiu-se em elementos mais pesados. Portanto, todos os sistemas do universo se compõem de estruturas de diferentes níveis, nas quais cada parte está associada ao todo e o todo resulta na complexa agregação das partes. "O Todo está em Um e o Um no Todo". A natureza é comunitária, as moléculas fundem-se para formar organelas, que foram células, que formam tecidos, organismos - o que chega ao ser humano. Tudo é comunhão. O universo é composto de 76,5% de hidrogênio, 21,5% de hélio e 2% de outros elementos químicas. Para sê-lo como é, precisou-se de um "Arquiteto-Cozinheiro". A Via Láctea pertence a um grupo de arquipélago de galáxias denominado aglomerado de Virgem. O sol gira em torna da Via Láctea a 200 km/s e lhe resta 10 bilhões de anos para consumir sua energia. A Terra se formou por volta de 4 bilhões e 600 milhões de anos atrás por uma nuvem de gás e poeira de resquícios de uma estrela que explodira. Provavelmente, meteoritos que jorraram na terra compostos orgâncicos do elemento carbono, o que provocou junto com hidrogênio, oxigênio e nitrogênio a formação da atmosfera terrestre. As moléculas de água suberabundaram o planeta e surgiram outras moléculas como metano, amônia e monóxido de carbono, o que colaborou a surgir a vida, como se fosse questão de sorte. O ser humano é único ser que sabe que a morte é um destino inelutável, o que o impele à busca da imortalidade e procura dar sentido à existência. A vida surgiu há 3 bilhões e 500 milhões de anos na Terra. Orgea teoriza que primeiro surgiu o PNA (ácido nucléico petídeo), que depois veio o RNA (ácido ribonucléico), e por fim o DNA (ácido desoxinucléico). Os cientistas estranham essa atividade inteligente que originou a vida. "Em cada partícula, átomo ou molécula, algo informa a natureza, qual um Consciência onipresente e que se manifesta em cada ser de acordo com a sua potencialidade de vida." A evolução do universo segue uma direção, o que corresponde exatamente que a existência do ser humano tem um sentido. Segundo Chardin, há no cosmo um passagem do simples ao complexo, do caos para a ordem do inerte ao vivo - é algo como força que comanda a evolução de algo interior à matéria, o que faz o ser humano buscar evoluir na sua existência. A visão holística neste aspecto corresponde e responder a essa busca da evolução de um olhar da realidade como um Todo. Todo tipo de vida tem um código genético. A ciência ainda não explica como átomos e moléculas se reúnem para formar a célula, base nuclear da vida. Por isso que a criação da vida permanece uma incógnita para os cientistas. A espécie humana teve início há cerca de 10 milhões de anos atrás, quando primatas despontaram um cérebro desproporcionalmente crescido em relação ao tamanho do corpo. Desses primatas, uns se tornaram chipanzés. Do outro ramo primata, usrgiu o Homo Erectus, há 1 milhão e 300 mil anos. Há uns 600 mil anos, surgiu o Homo Sapiens. E há uns 50 mil anos, o Homo Sapiens sapiens. Os homens controlaram o fogo, a linguagem, a expresar sentimento e imitar os animais, desenvolver técnicas agrícolas, fabricar artesanato, decifrar ciclos da natureza e usar o calendário, fundir cobre, ferro, ouro e tantos metais, elaborar a escrita, sinais e códigos - o que lhe favoreceu o desenvolvimento social e cultural. Todos os seres vivos são 80% água. O DNA, obra prima da natureza, tem cerca de 100 bilhões de átomos, que fica no núcleo da célula, e ele é perpétuo, por fazer cópias de si próprio. Todo ser vivo é oriundo de matéria estelar. E o ser humano com sua consciência é a luz que ilumjina toda a evolução do cosmo - que aflora a inteligência capaz de decifrar os enigmas e sentido do universo. Metrodoro, atomista grego, há 2400 anos atrás dizia que "considerar a Terra o único mundo povoado num espaço infinito é tão absurdo quanto afirmar que em todo um campo semeado de trigo apenas um grão germinará". Se houve condições de vida na Terra, não haverá essas mesmas condições ou análogas para surgir vida em outros pontos do universo? Segundo físico Lacerda, o processo de admitir que a matéria traga um projeto de trazer consciência de si é possível em outras partes do universo. Há no universo, provavelmente, 100 quintilhões de planetas com mínimo de condições para que haja vida. A mente humana e capaz de propor a cada época paradigmas de aparente coerência e pretensamente definitiva. Cada ser humano é peça de quebra-cabeça da existência em procurar juntar entre macrocosmo e microcosmo. Não se pode ceder ao holismo ingênuo, sem dialética e sem procurar a contradição. A harmonia da natureza corresponde a uma arte do ser humano consciente em se colocar não apenas a descrever a realidade, mas compreender o seu significado. O universo na verdade é um todo indivisível, orgânico e até ecológico, que liga intimamente cada parte da matéria, proporcionando parentesco entre todas as coisas e sentido axial que preside a evolução. Bohm dizi que há uma unidade subjacente a todo o cosmo. Cada pensamento é ato que integra os complexos processos químicos do cérebro humano com a expressão existencial do ser. Como intuíram sábios gregos e indianos, o Todo está contido nas partes, e por mais que as coisas pareçam diversificadas e pulrais, na verdade são aspectos de uma mesma e única realidade. Provavelmente, a ciência descreve a singularidade do universo sem poder explicar e provar a origem do espaço-tempo, o que abstratamente, físicos compreendam que a matéria primordial tenha propriedades intrínsecas. As partículas fundamentais produzem suas propriedades de acordo com suas vibrações. Os cientistas admitem que não há consenso a respeito da busca da teoria unificada, que inclua todas as forças da natureza. Talbot sugeriu que a relação mente e realidade não é objetiva ou subjetiva, mas omnijetiva. Todo objeto é soma de suas propriedades. Conforme o panenteísmo, Deus se faz presente em todas as coisas, mas não são todas as coisas. Todo o universo é a"mor-te", que faz a vida "terna". A física talvez não possa conceituar a estrutura ontológica do universo, mas pode trabalhar a realidade empírica, não a realidade em si. A realidade em si é acessível na linguagem simbólica, metafórica, como forma de enunciar a qualidade do conhecido e não a quantidade do desconhecido. Na ótica cartesiana-newtoniana, o conhecimento científico é exato enquanto afirma. Mas é a ótica quântica-holística, que abrange uma razão maior do inexato para afirmar um significado total. A Via Láctea gira em todo de 144.000 km/h em direção ao Grupo Local das galáxias que pertence, que gira a 900.000 km/h do aglomerado de Virgem que, por sua vez gira numa velocidade de 2 milhões de 200 mil km/hr no Grande Atrator. Não se pode encontrar Deus nas equações integrais do mecanicismo e determinismo, mas se pode encontrá-lo na contemplação à natureza. Não concerne à ciência comprovar existência ou inexistência de Deus. Isaac Newton teorizou princípios matemáticos da filosofia natural que demonstra definitivamente a existência de Deus, como um "deus das lacunas" (tapa-buracos). A ciência pode tapar seus buracos, mas deve sempre rever suas convicções científicas na busca de novos dados confiáveis. A nova ontologia e nova epistemologia levam hoje, como sugere Crema, a "holoepistemologia" - o que superaria a epistemologia cartesiana e o método dialético. Marx considerou a infra-estrutura da sociedade fundamental na explicação do seu conjunto. A psicologia de Freud buscou resgatar o passado paciente para melhor entender o seu presente. Na verdade, resgatar a história da humanidade é vitalizar a originalidade das tradições humanas como interação do ser humano com a natureza, fazer da mística uma transcendentalidade da razão e plenificação da inteligência - como fontes então de paradigmas, a fim de a comunidade a ser vivida como espaço de humanização, personalização e socialização. A intelegibilidade do todo faz a razão superar a indeterminação aleatória (esta que escapa à razão). A lei da causalidade não se aplica à mecânica quântica e a lei da conservação da matéria não vale para partículas elementares. O princípio da indeterminação leva o ser humano como sujeito histórico, no plexno exercício de sua libedade de consciência e de ação. O percurso da existência leva ao fim do enigma, quão a morte a suprema revelação. A existência humana hoje é considerada na dimensão quântica - cada ser humano é parte (partícula) da realidade localizada no espaço e sendo onda no decorrer do tempo. É no amor que o Tudo retornaria à unidade original. Campbell chegou a afirmar que o ser humano busca "na história da Criação uma maneira de experimentar o mundo capaz de abrir-nos as portas do transcendente." A linguagem é insuficiente para o universo quântico. A natureza última da realidade supera toda descrição verbal. "Todo o universo é um suspiro de amor" - resposta à Leibniz: "por que há alguma coisa e não apenas nada?" - A gratuidade. Física quântica e mística têm em comum a insuficiência da linguagem. A mente tranquila e o desejo canalizado para o interior do ser permite captar a essência do real: pleno e reverente silên/cio.
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