Maria Fernanda 14/04/2016Ainda não me convenceu.Por que eu me dei o trabalho de ler Cidade dos Etéreos se não achei O Orfanato da Srta. Peregrine lá aquelas coisas? Respondo com a cara mais lavada do mundo: a curiosidade matou o gato. (E também porque tenho de cumprir o meu papel de parceira da Intrínseca, né?)
Preciso ser franca comigo mesma e confessar que iniciei a leitura com má vontade, o que fez das primeiras 200 páginas uma dor inexplicável, uma batalha da qual quase me retirei com uma bandeira branca erguida e rogando por misericórdia. Gente, sério, eu lia um parágrafo e parava, tão abaixo de 0 era a minha vontade de continuar lendo. Ainda bem que de vez em quando consigo ser bastante teimosa e persistente.
Após cinco dias e 200 páginas (216, para ser exata) de muita enrolação e negação, eu resolvi abrir a minha mente e me entregar ao mundo para o qual Ransom Riggs estava me abrindo as portas. E não é que acabei curtindo? Cidade dos Etéreos cumpre muito bem o seu papel de continuação, solifidicando o enrendo enquanto vai imergindo o leitor em uma maré cada vez mais fantasiosa e mágica. Se eu tivesse 10 anos, com certeza estaria completamente maravilhada e sem palavras.
Não, eu não mordi a língua. Continuo achando a estória bobinha e meio sem pé nem cabeça. Os personagens são tão rasos e com quase nada de personalidade que é fácil se perder tentando definir quem é quem. Os vilões, tadinhos, não têm a menor consistência e são o cúmulo do clichê. Mas é como eu disse na minha resenha do livro anterior: esse é um conto de fadas perfeito para o público infantil. E, por isso, eu não me acho no direito de reclamar de algo que não foi criado para mentes mais exigentes.
Só para concluir, não posso deixar de elogiar a sacada que o autor teve no final. Jogada de mestre! E a última página me pegou de tal forma que eu me sinto na obrigação de ler o próximo porque não conseguirei seguir sã enquanto não souber como termina a aventura das crianças peculiares.