Sander.Garcia 13/06/2023
Leiam, antes, os dois primeiros livros
Quis começar fazendo esse alerta importante. Sim, porque eu tentei ler Vidas Provisórias há mais de 1 ano e precisei interromper a leitura porque, em um grupo de leitores, me disseram que eu precisaria ler, antes, os 2 primeiros: "Se eu fechar os olhos agora" e A felicidade é fácil". (Ótimos, por sinal).
Assim fiz. E estou impressionado!!
Vidas Provisórias foi escrito com maestria, alternando 2 histórias distintas, mas que seguem paralelas e em épocas diferentes. A primeira começa em Estocolmo, Suécia, relatando a vida sofrida de um jovem brasileiro torturado e exilado, nos anos 70, durante a ditadura militar. Paulo, que precisou mudar de nome, (depois se entende) é personagem oriundo do primeiro livro de Silvestre, "Se eu fechar os olhos agora". Uma vida cheia de reviravoltas, sofrimento, rancores e medos, que carrega consigo mesmo depois de formar uma família.
De outro lado, temos a história da jovem Bárbara, brasileira, fugitiva, recém chegada nos EUA, nos anos 90. Aqui, o plano de fundo é início do Plano Real no Brasil. Mas, Bárbara é uma personagem com raízes familiares encontradas no segundo livro de Silvestre, "A felicidade é fácil". Os anos que passa longe do Brasil, aos poucos, a transformam em uma mulher introvertida, medrosa, solitária, sem laços. As amizades que faz são raras. O medo de ser descoberta clandestina a acompanha a cada passo e respiro. Ela não sabe lidar com isso. E sofre.
O entrelaçamento de cada uma dessas duas histórias com os dois livros anteriores não é o ápice da leitura, mas uma surpresa no final faz o arremate perfeito!
Virei fã de Edney Silvestre, mais ainda.
Recomendo!!