Vidas provisórias

Vidas provisórias Edney Silvestre




Resenhas - Vidas Provisórias


75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Yasmin 18/09/2013

Leitura diferente

Desde que vi o primeiro nacional da editora Intrínseca soube que seria a chance perfeita de conhecer mais a literatura atual do nosso país e principalmente a chance de ler obras diferentes, de finalmente sair dessa zona de conforto que surgiu acidentalmente nos últimos meses. Apesar de sempre ter tido curiosidade de conhecer os livros do Edney Silvestre este foi o primeiro dele que li. Sempre gostei do autor como jornalista e "Vidas Provisórias" acabou sendo mais do que uma surpresa. Todo o receio que tive sumiu em poucas páginas e o resultado é uma leitura de outro nível, diferente e impactante.

Perdoem-me se a resenha não sair da forma ideal, é um pouco diferente, fiz o possível para ser clara sobre minhas impressões do livro. A história apresentada por Edney Silvestre reflete com precisão a realidade de muitos jovens do nosso país em dois pontos cruciais da história do nosso país na segunda metade do século passado. A ditadura e o Plano Collor. Tanto eu como qualquer outro jovem da minha idade ou mais velho pouco conhece esses dois períodos. Tenho de confessar, e o faço com vergonha, de que sou sim grande entusiasta da História, mas não a do Brasil. Sim é vergonhoso, mas ao entrar em contato com o mundo de Paulo e Barbara vi o quanto é falho o meu conhecimento de épocas tão marcantes para tantas pessoas e para a nossa própria realidade. Ao mergulhar nas experiências sofridas e solitárias de Paula e Barbara tive a oportunidade vislumbrar com clareza as dores reais de tantos anônimos.

Edney Silvestre fala no e-book que complementa o livro, Aqueles Tempos, que contou com diversos depoimentos e a própria experiência para construir as histórias do livro, porém mais do que mescla de ficção e realidade, Vidas Provisórias é uma história vívida das incertezas que as mudanças no Brasil e no mundo causaram na vida não só dos protagonistas. A história paralela de muitos, os traumas sofridos ao ser preso por engano pela ditadura, a desilusão com o próprio país e com a família, o medo constante, a vida em suspensão que se vive no exterior, cheia de estranhamento e solidão.

Com uma narrativa de ritmo acertado e uma visão diferente para aqueles que estão distantes das realidades descritas, Edney Silvestre presenteia o leitor com uma trama equilibrada, um olhar crítico e aguçado dos diversos acontecimentos históricos citados e o impacto na vida dos protagonistas, com perspicácia repassa ao leitor vivamente as experiências daquela época pouco conhecida pelos jovens de hoje em dia. O cotidiano no exterior, as saudades e as impressões que muitos romantizam mostradas como realmente são por um escritor jornalista que acumulou em anos de profissão sensações e olhares únicos. Tudo isso aliado a um desenrolar de bom ritmo e um amarrar que deixa no ar a esperança de que a história continua.

Leitura que conquista o leitor nas primeiras páginas, rápida e instigante, com passagens marcantes, uma das que ficará na memória é sobre o pós 11 de setembro, relato que impressiona e com toda certeza não tinha parado para pensar. Um livro que merece ser descoberto por todos, uma história cheia de impressões e sentimentos que marca a já elogiada carreira literária de Edney Silvestre. A edição da Intrínseca está impecável, desde a fonte agradável, a diagramação diferente, o texto sem erros e os detalhes visuais da edição. Segundo entrevista do autor o livro é o primeiro de uma trilogia e estou torcendo para realmente ser. Adorei a história, a forma como ela é contada e a impressão de proximidade que a escrita do autor causa. Recomendado a (...)

Termine de ler em:



site: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/09/resenha-vidas-provisorias.html
Luis 18/10/2014minha estante
Resenha brilhante. Comprei o livro no ano passado, praticamente assim quem saiu, mas comecei a leitura hoje e já deu para perceber que se trata de mais uma grande narrativa do Edney, que vem se consolidando como um ficcionista de mão cheia. Assim como você escreveu, também gostei muito do cuidado editorial da Intrínseca, coisa que se destaca mesmo entre as editorias de alto nível. Parabéns pelo texto, sensível e muito bem escrito.


Sander.Garcia 03/04/2021minha estante
Começando hoje.??




mmayes 01/05/2023

Leitura pra universidade
Gente, eu achei que essa leitura ia ser péssima. Estou muito feliz por ter me enganado completamente.

Li esse livro para um trabalho que preciso fazer na graduação e confesso que fiquei com aquele sentimentos de "Nossa, vou ter q ler um livro obrigada. Não vai fluir", FOI COMPLETAMENTE O OPOSTO. Que livro cativante!!! Não conseguia parar de ler. Nos últimos dois capítulos eu não aguentava de ansiedade pra saber o que ia acontecer e como ia terminar.

Foi uma grande surpresa. O final.

Li o livro mais focada na parte da Bárbara, já que meu trabalho vai ser sobre a relação dela com o Brasil. Mas ainda sim não consegui não me sentir chamada pela história do Paulo.

Livro fantástico! Gostei mais do que eu achei que iria, estou muito surpresa.
Sander.Garcia 13/06/2023minha estante
E vc sabia que esse livro tem fortes referências aos 2 primeiros livros de Edney Silvestre?
Quando vc ler os dois primeiros livros dele, vai ver como a história de Paulo tem origem no livro "Se eu fechar os olhos agora"..e a de Bárbara tem origem no segundo livro dele "A felicidade é fácil ". Um entrelaçamento perfeito !


mmayes 13/07/2023minha estante
Caraca! O do Paulo eu sabia, mas o da Barbara você me pegou muito de surpresa. Adorei! Vou pesquisar mais sobre!!!




danda 28/04/2023

A continuação de "Se eu fechar os olhos agora",prefiro a continuação. É uma narrativa mais atual,com elementos da atualidade...gostei da leitura.
Sander.Garcia 13/06/2023minha estante
Na verdade, Vidas Provisórias tem seus dois personagens principais (Paulo e Bárbara) enraizados nos 2 primeiros livros de Silvestre. Eu fui orientado a ler os dois primeiros..e fez muito sentido.. a amplitude das histórias se expande. Vale muito a pena ler "Se eu fechar os olhos agora" e, também, "A felicidade é fácil".?




spoiler visualizar
Felipe 21/06/2021minha estante
Acho que quem Bárbara conhece, Edward, não é neto, mas filho de Paulo. Se eu não estiver enganado.




Gizele 20/06/2014

eu quase abandonei esta leitura também. Eu não vou dizer que a história é ruim. Não. A intenção dele foi válida. Duas histórias, duas vidas. A de Paulo que foi vitima da Ditadura Militar e de Barbara que sofreu por causa de perseguição na era Collor.

O problema do livro, no meu ver, é que ficou meio confuso, não de entender, mas de ler. Principalmente a de Paulo. Como eu li em e-book, não sei se foi a forma da publicação, já que é original ou se não consegui entrar no clima. Tem hora que está em terceira pessoa e de repente se nota que está lendo em primeira pessoa. A linguagem que ele usa, sei lá, não me agradou muito. As informações vem atropelando uma a outra, acabando confundido tudo, tendo a vezes que volatr para entender o que leu. Isso sem falar dos exemplos que são longos, chegando a ser exaustivo:

“— Croquetes. Coxinhas. Linguiça. Torresmo. Bolinhos de bacalhau. Bolinho de arroz. Pele de porco. Morcela. Paio. Feijoada. Pescadinha com arroz de brócolis. Leitão pururuca. Rabada com agrião. Frango assado. Frango assado com farofa de banana. Frango assado com macarrão. Frango ao molho pardo. Farofa de ovo. Bife à milanesa. Bife à cavalo. Costela assada. Angu do Gomes. Angu à baiana. Vatapá. Acarajé. Xinxim de galinha. Carne moída com arroz, feijão e ovo frito, com gema mole e clara dura. Mandioca frita. Camarão com chuchu. Bobó de camarão. Pastel e caldo de cana. Tripas. Moelas. Miolos. Bife de fígado acebolado. Picadinho. Lombinho com tutu e couve.”

Enfim, ou “Vidas Provisórias” é muito complexa e sou “burrinha” demais para entender ou realmente é um livro com uma boa história, mas confusa de ler.

site: http://cantinho-gigi.blogspot.com.br/2014/06/desafio-skoobvidas-provisorias.html
Geo 05/01/2015minha estante
Ainda estou lendo o livro e até o momento tenho gostado. O autor escreve bem, mas realmente não gostei de certas partes da narração do Paulo. Também achei estranho o fato de que a história dele é contada em terceira pessoa e de repente é passado para primeira pessoa, e os exemplos também hahaha quando ele cita quase todoos os pratos brasileiros e sobremesas, enfim, é bem chatinho, mas isso tem sido um mero detalhe dentro de uma história tão rica que esse livro proporciona.




Sarah 26/06/2014

Vidas Provisórias
O livro conta duas histórias em paralelo, a de Paulo e a de Bárbara. Cada um conta como suas vidas sofreram reviravoltas, como fizeram para reconstrui-las e recomeçar em outros países.

Paulo era um estudante que vivia no Brasil na época da ditadura militar. Ele sofre perseguições e torturas e é obrigado a deixar o país. Entre seus destinos estão o Chile, onde faz alguns amigos exilados como ele, e a Suécia, onde refaz a vida e conhece o amor.

Bárbara é uma imigrante ilegal que vai para os Estados Unidos em busca do sonho americano de uma vida melhor. Vive de subempregos e sobrevive em meio a muitos outros imigrantes, de tantos outros países. Convive com o medo de ser pega pela imigração. Por esse medo, não consegue fazer amigos nem criar vínculos.

A história dos dois é escrita de forma intercalada, um capítulo para cada um. Essa diferença é destacada por cores e fontes diferentes: a história de Paulo é contada em folhas amareladas e em letras pretas; a de Barbara é surge em folhas brancas e letras azuis. Isso ajudou a distinguir bem cada enredo, além de possibilitar que o leitor possa ler cada história em separado. Apenas no último capítulo a vida dos dois personagens se encontra, quando se amarra o enredo.

O trabalho gráfico do livro ficou muito bom. Além da diferenciação das histórias, a borda das páginas também é colorida e a capa é ótima.

Edney ainda complementa as narrativas com fatos históricos. Vemos menções à ditadura e às torturas, ao Plano Collor, à FHC, ao famoso escândalo de Bill Clinton e Monica Lewinski, o crescimento econômico que permitiu idas de novos ricos à Miami para compras, o ataque às torres gêmeas de NY.

Gostei muito da leitura. Não esperava muito por não conhecer o estilo do autor, mas me surpreendi positivamente.
Gizele 26/06/2014minha estante
Sarah, primeiramente obrigada pela sua visita ao meu blog.
No e-book, as cores das fontes das duas histórias são como a do físico: preta para do Paulo e Azul para da Barbara. Não foi isso que me atrapalhou. Como eu disse a história dos dois é boa. Eu não gostei foi do contexto e narrativa que ele usou, isso sem falar nos exemplos longos que dava, chegando a ser cansativo.
Mas cada um ler, interpleta um livro do seu jeito. Talvez você esteja familiarizada com esse tipo de narrativa e eu não.




Luis 03/01/2015

Vozes da ficção
Há muitos anos, quando se aventurou pela primeira vez no terreno ficcional, Edney Silvestre teve seu romance de estreia recusado por um editor. O diagnóstico era de que “o autor não tinha voz.” Após décadas de uma carreira bem sucedida no jornalismo, Edney novamente voltou sua atenção para a literatura, publicando “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, ganhador do Jabuti de 2010. Desde então, vem escrevendo com regularidade, sempre apostando na originalidade das tramas, em trazer um novo ponto de vista para a milenar prática de contar histórias. Em suma, encontrou a sua voz.
“Vidas Paralelas” (intrínseca,2013) é mais um degrau na escada vertiginosa da consolidação do escritor como um dos nomes mais representativos das letras brasileiras no século XXI. Á primeira vista, a edição chama a atenção pela beleza gráfica do livro. Há um caprichoso trabalho de design, que estabelece identidades diferenciadas a cada segmento da trama ligado a um dos protagonistas.
A obra retoma dois personagens de livros anteriores de Edney : Paulo, de “Se Eu fechar os olhos Agora” e a jovem Barbara, filha de um dos personagens de “A Felicidade é fácil”. Em “Vidas Provisórias”, o autor usa sua vasta experiência como correspondente internacional, para contar duas histórias de exílio. Tanto o exílio político, personificado por Paulo, o menino de seu primeiro livro que, ao virar adulto, se transforma em um militante contra a ditadura de 1964, sendo então obrigado a deixar o país, vivendo primeiramente no Chile e depois na Suécia; como o exílio econômico, representado pela vida de Bárbara, que fugindo da cruel recessão agravada pelas trapalhadas do governo Collor, vira imigrante ilegal nos Estados Unidos, onde sofre por não falar inglês e viver condenada a trabalhos de baixo reconhecimento e remuneração.
Embora as duas histórias sejam contadas de forma paralela, sem nunca se cruzarem, há um forte ponto em comum ressaltado pelo olhar sensível do jornalista : tanto Bárbara como Paulo são, por motivos externos, literalmente “arrancados” de sua pátria, das referências familiares que constroem suas respectivas identidades, identidades essas que não são reconstruídas (muito pelo contrário) nas sociedades onde agora vivem. Paulo e Bárbara de certa forma viram apátridas. Perdem aos poucos as raízes brasileiras e vivem constantemente à margem das civilizações que os acolheram (?). Como bem cantaram os Titãs, “Não sou brasileiro, não sou estrangeiro, sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum.”
Olhando por esse lado, “Vidas Provisórias”, não obstante ser um livro triste, carrega em seu próprio título uma pequena partícula de esperança, uma vez que os personagens acreditam (ou nos levam a acreditar) que estão “a caminho” de suas realizações, que o sofrimento do presente é condição essencial para atingir um futuro idílico, o “amanhã” ardorosamente almejado. O problema é que, como dizem os ingleses, o amanhã nunca chega.
Embora seja referenciado por dois romances anteriores, não é necessário que se tenha lido “Se Eu fechar os olhos Agora” ou a “A Felicidade é fácil” para entender ou apreciar “Vidas Provisórias.” Me arrisco a dizer que o mais importante, talvez até mais do que a leitura segundo o conceito que nós conhecemos, seja de que o leitor se permita ouvir as vozes de cada personagem, procurando em cada uma a dor, o sofrimento, a solidão e a esperança que permeiam todos os exílios, não importando a época ou o motivo. E, definitivamente, ouvir as vozes desses personagens, é ouvir a voz de Edney Silvestre, que a cada livro publicado soa mais alta e forte.
Raphael Cavalcante 03/01/2015minha estante
Faz certo tempo que quero me debruçar sobre a literatura de Edney. Na verdade, desde aquela polêmica na qual ele perdeu um prêmio para Chico Buarque. Em breve, começarei justamente pelo livro que gerou tal polêmica!




spoiler visualizar
Felipe 21/06/2021minha estante
Esse livro tem umas passagens muito bonitas mesmo!




Evy 27/12/2015

A vida provisória de Barbara
Devo confessar que não esperava muito do livro, Edney Silvestre não me agrada em nada, sempre achei ele a personificação perfeita da Globo. Foi o prefácio do livro que fez com que eu desse uma chance ao autor. No geral o livro agradou e tudo graças a Barbara que conseguiu prender minha atenção do começo ao fim deixando no ar a curiosidade sobre o que o futuro lhe reservou. Os demais personagens costuram o enredo com perfeição, como não gostar de Silvio ou das prostitutas brasileiras (triste realidade). Já Paulo, a dita vítima da ditadura, tem tudo o que eu não gosto em um personagem.
Mau 23/10/2016minha estante
Cara, como um mesmo livro da impressões tão diferente? Achei o livro de Bárbara tão chato! E achei o Livro de Paulo tão mais interessante cheio de detalhes!




Raffafust 15/09/2013

Como é bom quando você espera muito de um livro e ele é muito mais do que você imagina!
Em " Vidas provisórias" conhecemos dois expatriados, cada um vivendo em uma época diferente, de um lado temos Paulo que no auge da ditadura é torturado, acusado de fazer parte de um grupo contra o governo e expulso do país por seu próprio irmão que é do exército. Paulo come o pão que o diabo amassou e vai parar no Chile contra a vontade e depois acaba parando na Europa, mais precisamente na Suécia, onde descobre o amor nos braços de uma mulher mais velha chamada Anna que será sua companheira. Mesmo não falando a mesma língua os dois se entendem e ele depois de anos parece que encontrou algum motivo para sorrir.
Edney Silvestre não nos poupa das torturas em detalhes que Paulo sofre enquanto está preso no Brasil.
Do outro lado temos a história de Barbara que em 1991 foge do país porque seu pai é assassinado e também acusado , correndo risco de vida ela entra como imigrante ilegal nos EUA sem falar uma palavra de inglês, a princípio vai ter ajuda do namorado mas ele logo vai abandoná-la a própria sorte e ela viver entre brasileiras de NY que são garotas de programa, vai se chocar com um mundo que nunca ousou conhecer e vai virar faxineira.
O que os dois tem em comum? Ambos são pessoas sofridas que tiveram que abandonar seu país contra a vontade, Barbara ainda vive um amor por seu patrão que vamos descobrir ao longo do livro.
Com capítulos que se completam como um imenso quebra-cabeça, o jornalista nos consegue prender a atenção do início ao fim, porque a história é muito bem contada e com um final surpreendente.
O título é perfeito, combina exatamente com o que os dois vivem

comentários(0)comente



gabriela.mb 12/03/2024

Vidas Provisórias
Os personagens são bem fáceis de gostar, Silvio e Wanda tem meu coração total!! As histórias do Paulo e da Barbara conectados é surpreendente, o escritor faz isso com bastante sutileza. Amei demais
comentários(0)comente



Felipe 27/01/2014

Excelente!
Tem que ser muito bom para um jornalista em apenas seu terceiro romance ser quase uma unanimidade entre os leitores, este é o caso de Edney Silvestre. Seus dois primeiros romances são excelentes e este terceiro e ainda melhor, Silvestre parece estar melhor a cada romance. Sua grande qualidade é o de despertar sentimentos diferentes ao leitor.
Neste livro, conta duas histórias em tempo e locais diferentes, de personagens diferentes, com histórias diferentes e mesmo assim Silvestre consegue convencer o leitor que eles são muito parecidos e que suas histórias têm muito em comum. O livro se divide em uma parte branca (o livro de Paulo) e a parte azul (o livro de Barbara), ambas as histórias são envolventes.
O de Paulo nos mergulha no período da ditadura militar e o autor não tem nenhum receio de descrever com maestria as torturas do período que os ‘subversivos’ eram submetidos e de como eles eram mortos ou expatriados e mesmo assim continuavam sendo perseguidos pelos donos do poder da época. Mas o livro de Paulo também tem momentos sensuais que nunca avançam no vulgar, também de angústia quando Paulo fica longe da família e Silvestre descreve com perfeição a agonia de ficar longe de quem amamos e o medo de perdê-los.
O de Barbara nos leva ao período Collor e como muitos brasileiros tentaram a vida no exterior fugindo do Brasil em crise. A protagonista é uma destas pessoas, quando chega aos EUA ela é enganada pelo namorado que a abandona em Nova York. A partir daí se envolve com o mundo gay, da prostituição, da política brasileira e do terrorismo, mesmo tendo uma vida monótona que a narrativa chega a despertar pena e tristeza ao leitor.
Durante o livro o leitor fica curioso sobre o final, não como em um livro de suspense, mas se as duas histórias vão se encontrar e, se isto acontecer, como, porque elas se passam em continentes e épocas distintas. Silvestre encontra uma solução simples e na medida certa para encerrar com brilhantismo o excelente “Vidas provisórias”.
comentários(0)comente



Guarilha 16/04/2014

“Vidas Provisórias” conta a história de Paulo, jovem torturado pela ditadura militar nos anos 70 e abandonado sem documentos na fronteira com o Chile; e de Bárbara, menor de idade que entra nos Estados Unidos com passaporte falso, na década de 1990, no governo de Fernando Collor. O que eles têm em comum? Ambos vivem um exílio forçado, ainda que por razões e circunstâncias diferentes.

Ele, depois de passar por Chile e Argentina, sempre fugindo dos horrores das ditaduras latino-americanas, é socorrido pela Anistia Internacional, na Suécia, onde tenta recomeçar sua vida. Ela, como a grande maioria dos brasileiros iludidos pela promessa de uma vida melhor, trabalha em subempregos, sempre quieta e com medo da polícia. Ambos sofrem, e muito, com as dores do passado e a imensa saudade do Brasil.

Neste trabalho impecável, Edney Silvestre mostra a luta de dois personagens fictícios que representam com fidelidade muitos brasileiros que viveram e vivem a situação de exilados políticos ou econômicos. O autor mostra também, valendo-se de sua experiência como correspondente internacional, fatos históricos importantes como as ditaduras militares no Brasil e no Chile, o atentado ao World Trade Center, e a Guerra do Golfo, entre outros.

O livro é bem escrito e a trama é bem montada. Os fatos históricos usados como pano de fundo se encaixam perfeitamente nas circunstâncias vividas pelos personagens. Aliás, não raro, o autor se utiliza deles para criticar e analisar as invasões promovidas pelos americanos, as ditaduras e os interesses econômicos, por exemplo, sempre numa linguagem clara e objetiva que prende a atenção do leitor.

Com excelente qualidade gráfica (sua capa é feita em papel-cartão especial), o livro é dividido em “O Livro de Paulo” e “O Livro de Bárbara”. Este, escrito com letras azuis; aquele, com letras pretas, dão ao conjunto um bonito visual. Mas nada disso seria importante se o livro não tivesse uma história que nos comovesse, que nos prendesse, que nos instruísse. São, enfim, duas belas histórias que nos fazem refletir e rever conceitos.
comentários(0)comente



Wemerson 21/08/2014

Relevante
Se eu dissesse que esse livro é ruim, estaria faltando com a verdade. No entanto, também não é bom.

Trata-se de um relato ficcional com cenários reais e acontecimentos históricos relevantes, o que ajuda e muito na compreensão do contexto político brasileiro e mundial no que se refere aos fatos abordados. Alguns pontos da narrativa são desagradáveis, amargos, azedos e inúmeros outros adjetivos que evocam sentimentos de depressão, dor e perda. Eu sei, é o mundo real, mas, sendo ficção, poderia ser mais feliz.
comentários(0)comente



Guigui 24/08/2014

Da realidade a fantasia.
Intrigante viajamos entre a realidade e a fantasia, ambas bem escrita e os personagens descrito de forma sutil.
comentários(0)comente



75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR