A Nova Era Digital

A Nova Era Digital Eric Schmidt
Eric Schmidt




Resenhas - A Nova Era Digital


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Silvio 24/10/2013

Sinopse
Ninguém entendeu quando, no início dos anos 2000, um logo do Google foi fragrado em satélite prestes a ser lançado. Pouco anos depois, o GMaps aposentava os guias e mapas de papel.

Também não ficou muito claro quando o Google começou a comprar patentes de tecnologia para celulares. Hoje seu sistema operacional Android é o mais usado no mundo.

Então, quando o CEO do Google Eric Schmidt lança um livro sobre o impacto que a tecnologia terá nas pessoas, nos negócios e nos governos, é bom ficar de olho.

"A Nova Era Digital" trata do futuro nesses três níveis e pode apostar que o Google já está trabalhando em todos os cenários que são apresentados. No começo do livro, parece que viveremos em uma panacéia, em que a tecnologia resolverá os males do mundo. Somente nas primeiras páginas os autores listam mais de 30 inovações tecnológicas que deverão tornar nossa vida mais simples e prática. Porém nos capítulos seguintes os cenários se tornam mais sombrios. Se por um lado o amplo acesso a informação e a conectividade promoverá o crescimento econômico, a qualidade de vida e a redução da pobreza, por outro irá expor pessoas, empresas e nações a ação de terroristas, hackers e ditadores. O restante do livro é dedicado principalmente a mostrar os perigos que já corremos se o acesso a esses canais de dados caírem em mãos erradas. Um simples exemplo? Se um terrorista tiver acesso ou conseguir inocular um vírus no sistema que controla uma usina nuclear não é preciso nem descrever as consequências.

A conclusão é de que os governos e empresas precisam estar atentos à segurança da informação que armazenam e disponibilizam, assim como a população precisa se mobilizar para garantir que a internet não seja manipulada para favorecer os governantes vigentes. Embora a mensagem tenha sido claramente direcionada a ditaduras como a China, foi bastante irônico saber que os EUA sejam o país que mais monitora os seus cidadãos, conforme admitiu o próprio presidente Obama.

Impressões
Ao final, não saiu da minha cabeça a sensação de que o livro na verdade é uma defesa ao direito de governos ditos "democráticos" tenham acesso a informações privadas (em outras palavras, espionar) para evitar ações terroristas, cujo mal seria muito maior do que bisbilhotar a vida de seus cidadãos.

Por que ler
No capítulo "O futuro da revolução", os autores analisam o papel das redes sociais e da tecnologia móvel na organização popular contra governos, que pode desestabilizar e derrubar governos e que não seria viável em um mundo pré-internet de décadas atrás. Por coincidência, acaba explicando também movimentos como os protestos ocorridos no Brasil em junho de 2013.

Trecho
"O cidadão dotado de autonomia", disse Kissinger, "conhece a técnica de levar as pessoas à praça, porém não sabe o que fazer com a multidão depois que chega à praça. Sabe ainda menos o que fazer com ela depois que chega ao poder. Tais cidadãos podem ser marginalizados com facilidade, explicou, porque suas estratégias perdem eficácia com o tempo. "É impossível levar as pessoas à praça 20 vezes ao ano. Há um limite objetivo, mas não uma próxima fase nítida, o movimento opera no seu próprio ritmo, que inevitavelmente se desacelera e se esgota. (...)

(...) Se você é um revolucionário, mostre o que sabe fazer. Comece alguma coisa. Entre para um partido. Funde uma instituição. Resolva um problema real. Faça alguma coisa além de ficar dando voltas, participando de demonstrações, marchas e conselhos. Isso não é trabalhar nas ruas; o verdadeiro trabalho nas ruas significa mudar a rua, não andar pela rua."
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Edu4rd0 04/10/2013

A nova era digital
Minha primeira participação na parceria da Editora Intrínseca, e foi a resenha que mais demorou a sair (explico isso mais tarde). Leonardo me perguntou se eu ou Reinaldo queríamos algum livro da lista da editora, e quando vi esse, gostei da premissa, e pedi o livro na hora.

Eric Schmidt e Jared Cohen têm como objetivo nesse livro descrever o papel que a tecnologia terá nas organizações humanas, principalmente nos Estados e na política externa. Dividido em sete capítulos, o livro discorre sobre como essa tecnologia digital irá mudar a vida dos cidadãos nas grandes potências, mas principalmente, trará um novo horizonte para os marginalizados nos países subdesenvolvidos.

Cada capítulo é voltado para uma parcela desse futuro: em um descreve como as pessoas serão beneficiadas individualmente. Em outro a bola passa para os Estados, como a tecnologia influenciará a soberania dos países democráticos, mas principalmente os regimes ditatoriais. E seguindo em cadeia, os assuntos passam para revolução, terrorismo, guerra e, consequentemente, a reconstrução após os conflitos.

Apesar de ser voltado para uma visão do futuro, próximo ou para daqui a algumas décadas, o livro é cercado de referências a fatos atuais, com mais de 30 páginas de notas que ficam organizadas no final do livro. Então, apesar de algumas coisas que foram citadas parecerem ficção científica, a forma como elas são mostradas – baseando-se firmemente em fatos reais – nos faz parar para pensar, e ver que todo esse futuro está realmente bem próximo.

O que mais gostei no livro são todas as possibilidades que ele nos dá para pensar. Como gosto muito de ficção, seja fantástica, clássica, futurística ou científica, esse livro é um prato cheio de possibilidades. Desde o longo capítulo voltado para o crime, falando sobre penitenciárias onde os bandidos têm total acesso a smartphones, descrevendo várias formas de como os bandidos conseguem essa tecnologia (conta-se que um cúmplice dos presidiários atirava peças de celulares para dentro da prisão com um arco. Essa artimanha só foi descoberta por que o arqueiro acertou um guarda com a flecha acidentalmente), até novas formas pelas quais eles iriam se valer para tornar esse tipo de organização mais forte (utilizando-se por exemplo de um Drone – avião não tripulado – com tecnologia autossuficiente de wireless, que sobrevoasse os arredores da prisão, dando acesso a internet de boa qualidade para os criminosos).

Outro grande ponto ressaltado no livro é sobre a segurança na internet, e como será difícil manter a privacidade em um mundo cada vez mais conectado. A nossa localização é requerida por qualquer aplicativo instalado no celular, redes sociais, sistemas de GPS, no carro ou celular, nas fotos que tiramos etc. Discute-se no livro, inclusive, a possibilidade de alguns estados organizarem um registro virtual para todas as pessoas, onde cada perfil virtual seria vinculado não só à pessoa física, mas a outros perfis virtuais, de outras contas e sites que a pessoa possua, tudo na tentativa de controlar o mundo sem leis que é a internet.

Por fim, falando sobre o livro em si, temos aqui uma leitura simples, que apesar das centenas de referências, e nomes de personalidade históricas atuais, é de fácil entendimento. Mas a leitura é lenta, apesar de ser um livro curto (das 320 páginas, 50 são notas, índice e agradecimentos). Gostei bastante do livro, me deu várias ideias, e me fez pensar bastante sobre tecnologia futurística, e como ela pode estar realmente próxima. Porém, ele não dá aquela vontade de sentar e ler sem parar. Ele serve mais como uma leitura coadjuvante, para você ler algumas páginas enquanto descansa de alguma leitura mais livre. Nesse aspecto o livro me lembrou bastante a leitura de A história da Simetria na Matemática, que tem a mesma forma de organização, parecendo um artigo científico. Por isso essa resenha demorou a sair.

É uma ótima pedida para quem gosta de tecnologia, e tem interesse de se envolver no mundo da informática, ou para qualquer pessoa que seja curioso sobre o futuro. As ideias desse livro são reais o bastante para percebermos que dificilmente não ocorrerão.

site: catalisecritica.wordpress.com
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