Mari 10/01/2016SurpreendenteO livro começou me conquistando, tanto que parei a leitura para tirar uma foto e postar no instagram correndo. Eu adoro livros que se passam em outras épocas e gosto, em especial, dos livros que mesclam tempos diferentes, o presente e o passado, porque adoro acompanhar a história de uma mesma família por alguns anos.
A história começa em Belo Parque, Santa Catarina, onde dois melhores amigos solteiros planejam o futuro dos filhos que ainda não existiam. A amizade era tamanha que o desejo dos dois era unir os filhos em casamento. Promessa feita, bastava agora esperar o nascimento da futura geração.
E assim, Willian e Ângela nasceram e cresceram com a consciência de que estavam prometidos um ao outro. Mesmo que nunca tenham se encontrado pessoalmente, trocavam cartas com frequência, até que o improvável aconteceu: Ângela se apaixonou por outro rapaz.
Willian, disposto a reconquistar o coração da noiva, viajou até Santa Catarina e se hospedou em Belo Parque, com a esperança de que, estando próximo, Ângela percebesse que a promessa não poderia ser quebrada, uma vez que o amor dele por ela já estava mais do que consolidado.
A história é linda, me peguei envolvida com o livro sem querer colocá-lo de lado momento algum e fiquei com uma dorzinha no coração quando a história chegou ao fim.
Willian foi um personagem criado com perfeição pela autora para que nós, leitoras, nos apaixonássemos. Bonito, seguro dos seus sentimentos, educado, talentoso e diversas outras qualidades que justificam a escolha de Santiago para marido de sua filha, Ângela.
Ângela, por outro lado, não me conquistou nem um pouquinho, era mimada, infantil, inconsequente e diversos outros defeitos que justificariam o retorno imediato de Willian para São Paulo e a quebra da promessa. Mas ele não foi.
Preparem-se para ter o coração quebrado em um milhão de pedacinhos quando acompanhamos a estadia de Willian na casa da família de Ângela. Ela, para demonstrar o quanto a promessa a desagradava, fez da vida de Willian (um personagem tão apaixonante) um verdadeiro inferno. Eu não acreditava no que os meus olhos estavam lendo e na capacidade da personagem de fazer os outros sofrerem. A cada página gostava menos dela e adicionava mais uma característica à listinha de Willian: bobo, pois aguentava calado cada uma das alfinetadas de Ângela, e não foram poucas.
Os personagens secundários foram bem desenvolvidos e tiveram uma boa participação na história: os pais de Ângela, os empregados da fazenda em Belo Parque, os vizinhos e amigos e Leonardo, o pivô de grande parte das brigas.
O final é complemente surpreendente, fiquei de queixo caído com a coragem da autora em finalizar o livro daquela forma. O final foi o que eu menos gostei (depois de Ângela, claro), mas não posso negar que fez com que a história fugisse do óbvio.
Recomendo a todos que, assim como eu, gostam de ler um romance, principalmente os de época. O livro traz pequenas pinceladas dos anos atuais, quando a nova geração da família chega na fazenda que, no século passado, foi habitada por Ângela e seus pais e acabam encontrando o diário e demais pertences da jovem.
Esse foi o primeiro livro que li da Editora Arwen e gostaria de elogiar a edição, com detalhes coloridos nas páginas, deu para perceber que tudo foi feito com muito carinho para o leitor.
Espero que gostem e que anotem a dica. Se alguém leu, por favor, me conte se também morreu de raiva com o final, mas sem spoiler, hein!! Rsss!!
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http://www.cantinhodeleituradamari.blogspot.com.br/2016/01/resenha-o-que-me-disseram-as-flores.html