Inventário do Ir-remediável

Inventário do Ir-remediável Caio Fernando Abreu




Resenhas - Inventário do Ir-remediável


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joaoggur 23/12/2023

Inventário de meus amores.
Acho que todo escritor queria ter sua estreia na literatura tal como Caio Fernando Abreu tivera; Inventário do Ir-Remediável é um pe na porta no mundo literário.

A influência de Clarice Lispector é clara (ainda mais em contos como ?A chave e a porta?, ou ?Itinerário? ; os contos são uma profunda apneia no psique e nas relações humanas, e tal como a artista reverenciada, a problematizacao e hiperbolização de conceitos são fundamentais para a genialidade dos contos.

Excelente reunião. Destaco ?Itinerário?, ?Fotografia?, ?Metais Alcalinos?, ?Domingo?.
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João 17/07/2022

Autodescritivo
A estreia de Caio Fernando Abreu na literatura tinha que ser no gênero que o consagrou, o conto. Li na edição Contos Completos (2018) da Companhia das Letras, que apresenta uma versão revisitada deste Inventário, e este, ainda que com uma alguns retoques, continua irremediável.

O próprio título já anuncia do que ele se trata: um inventário de contos. Ao contrário de livros da sua fase mais madura, os contos daqui não possuem uma atmosfera que confere certa coesão à obra. O que temos é um agrupamento de contos que parecem versar o mesmo tema em inventários específicos (da morte, da solidão, do amor, do espanto?).

De modo geral, os contos são bons. Já tinha lido alguns deles separadamente e considerava-os empolgantes. O ponto negativo é que dá pra sentir ao longo da leitura o esforço do escritor virginiano em conciliar a espontaneidade do conteúdo (pois sua aspiração máxima era o discurso livre de Lispector) com a rigidez da forma, e pra esse tipo de conto menos pode ser mais.

Vários temas que percorrerão o inventário da obra completa do autor já nos são apresentados aqui: a loucura, a tristeza, a morte, a ansiedade e as formas contemporâneas ? à época ? de experimentar o amor. Pelo contexto em que foi publicado não dá pra se esperar nada muito explícito, mas conhecendo o inventariante já iniciamos a leitura dos contos inclinados a uma certa direção.

CFA é um dos meus autores preferidos, então pra mim quando ele errou, foi tentando acertar. Vivo no eterno paradoxo de ler seus textos a conta-gotas pra não esgotar e devorar impulsivamente tudo que ele escreveu.

Destaques: Fotografia, Itinerário, Amor e desamor.
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Luisa1068 06/07/2009

escrito em 02/06/2007
"Primeiro livro do Caio. Não é um livro bom-bom-mesmo, mas tem seus lados bacanas. É legal para conhecer o Caio, sentí-lo. As idéias são, em maioria, boas. Algumas caem no clichê, outras quando dão certo, se repetem. Os títulos dos contos são péssimos. Tem poucos contos que eu ADOREI mesmo, mas não jogaria nenhum no lixo."
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CoolGabe642 01/08/2021

Er
Bem, leria a primeira parte de novo, mas de resto vamos esquecer. Envelheceu como leite o meu comentário de que parecia que ia ser um dos meus livros favoritos kk
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nilah0 22/03/2024

Meu primeiro contato com a literatura do Caio. dilacerante e apaixonado. demorei muito pra ler esse livro, estou com ele em mãos desde 2022, justamente por cada conto ser uma enxurrada de sentimentos. é como se você ficasse pelada, nua. muitas vezes você não entende, mas após a leitura desse livro e, a não compreensão talvez seja a beleza da coisa. gosto de como a humanidade está escancarada, gritante aqui. sinto que estamos perdendo cada vez mais a humanidade e sinto também que não consegui sentir tudo nesse livro da maneira que era pra ser sentida. deveria ter sangrado mais, chorado mais a cada palavra do Caio. mas somos o que podemos ser, talvez eu não esteja preparada para encarar de frente o que a escrita do Caio propõe. Luiza, muito obrigada por ter me dado esse livro.
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milênios 12/05/2023

Sou suspeita pra falar do caio, mas sua inexperiência como escritor é visível aqui. Algo natural, por ser sua primeira obra.
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Giselle.Zart 18/05/2013

Meu primeiro contato com a obra de Caio Fernando Abreu. Encontrei, o livro em 2005, na biblioteca do colégio. Me chamou a atenção 'Ir-remediável', este jogo de palavras que dá nome ao livro, que conforme o próprio autor, 'o título mudou, pois irremediável era algo melancólico e sem saída'. É o primeiro livro publicado do autor, reeditado, que inclui contos reunidos de 1966, quando ele tinha entre 18 e 21 anos. Foi no livro que descobri Hilda Hilst e a admiração dele por Clarice Lispector, que eu identifiquei como forte influência na obra dele. Os personagens são sombrios e vivem em um mundo de angústia e desencanto. Quando o li, imaginava Caio me abrindo os olhos e tocando nas minhas feridas. Me fez buscar outras obras dele, e claro não recomendo para todas as pessoas a leitura dele pois é preciso uma interpretação profunda da própria existência. A febre de frases soltas que aconteceu na internet com Caio e Clarice, eu acho uma injustiça a popularização pela falta de valor que o contexto da obra tem. É preciso muito estômago e uma dose pura de sintonia para captar a real essência do autor.
Eric 05/08/2015minha estante
"e claro não recomendo para todas as pessoas a leitura dele pois é preciso uma interpretação profunda da própria existência. A febre de frases soltas que aconteceu na internet com Caio e Clarice, eu acho uma injustiça a popularização pela falta de valor que o contexto da obra tem. É preciso muito estômago e uma dose pura de sintonia para captar a real essência do autor."
me identifiquei muito!




RaquelC_Torres 14/04/2020

caio e sua escrita sensível
tinha lido alguns poemas do autor, mas nunca contos. a escrita do caio f é muito sensível e poética. alguns contos não entendi muito bem, mas outros me tocaram demais. recomendo!
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caiohlp 15/01/2024

A violência é a resposta de quem não tem razão.
Caio Fernando de Abreu inicia sua trajetória literária com certo experimentalismo e criatividade, bebendo com relativo sucesso de fontes como Clarice, Camus e Kafka ele consegue administrar a falta de coesão entre seus contos pela temática universal e questionadora, por vezes exageradamente similar à estética de seus mentores. Num período de severidade política e social o autor extrai de suas histórias a humanidade nua e crua, os medos e anseios de cada alma viva, sem perder o tom reflexivo que suscita questões contra a opressão e um regime hostil. A grande qualidade da obra está em dizer o que muitos querem calar, criticar o que muitos querem defender e expor o que muitos querem esconder, abster-se não é uma opção para o autor e não deve ser uma opção para o leitor, visto que a tragédia irremediável do dia a dia está contida na fraqueza de espírito e na omissão silenciadora de cada um de nós.
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