Eric Rocha - Ersiro 29/06/2020
Death Note, black edition, v. III
Este e o volume 2 da edição Black são quase inteiramente dedicados a destrinchar e detalhar planos de ação, estratégias, além de abstrações, teorias e possibilidades de ?gato e rato? rebatidas entre os personagens, seja por fala ou pensamento, garantindo balões cheios de frases e discursos longos, cansativos e enfadonhos. As escassas cenas de ação não devem totalizar 5% do volume. Lembrando que, se somarmos essa enrolação dos volumes 2 e 3, temos mais de 800 páginas de uma agonia sem fim onde nada realmente parece acontecer. Este tipo de leitura não me agrada e não me prende e foi uma luta enorme para lê-los.
As afirmações e lógicas para chegar a uma conclusão ou prova, são, quando não confusas, longas e desnecessariamente explicitadas minuciosamente (muitas vezes, como se duvidasse da capacidade cognitiva do leitor de entender o óbvio), são patéticas e risíveis, como na pág. 340, onde alguns personagens chegam a uma conclusão de quem seria o atual Kira na empresa Yotsuba.
A figura representativa de Misa, para mim, ainda é um projeto bomba contraditório, caminhando entre o nauseante estereótipo negativo feminino de um shonen e às vezes como uma mulher muito inteligente.
Os últimos 3 capítulos deste volume finalmente movimentaram a história e a ação e tensão tornaram os momentos finais muito alucinantes e, graças a isso, lerei ao próximo volume da série (estava pensando seriamente em desistir); se a história conseguisse ser mais eletrizante assim do que ?teórica? seria uma leitura mais agradável. No entanto, não acredito que este final compense o montante de páginas anteriores (principalmente se eu levar em conta desde o volume 2!).
E para não dizer que só critiquei, assim como os volumes anteriores, demonstrou a ganância e corrupção do humano quando detentor do poder e permite algumas reflexões do âmbito social, econômico, político, etc.
Não assisti ao anime e não sei se ele é mais sucinto e direto; vi em uma resenha, não sei se no Skoob ou Amazon, dizendo que o mangá é mais ?profundo?, o que para mim, poderia ser trocado por ?encheção de linguiça?. Gostaria muito de bater um papo com alguém que também não gostou desses 2 volumes mencionados para não me sentir tão solitário, hehehe, pois tenho a impressão de que só eu não gostei.
Estou começando a achar que devo ter mais cautela com essas produções hiperpopulares onde uma massa grande de pessoas falam muito bem e dificilmente se encontra alguém que levanta criticamente os pontos negativos da obra, como o livro Guerra dos Tronos e este mangá.
Nota 2