A maçã envenenada

A maçã envenenada Michel Laub




Resenhas - A Maçã Envenenada


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Fabio 18/12/2022

Muito bem pensado
Apesar de ser uma história simples, eu fiquei impressionado como esse livro foi bem pensado e construído. Seu título, por exemplo, de início tão inocente, é uma belíssima escolha para nomear a obra. A história é costurada de uma forma muito interessante, que faz com que o leitor não descubra o seu desfecho. A costura foge de clichês e prende o leitor no presente a ponto de passar despercebidos os indícios do final, que é um tanto quanto óbvio quando você encerra a leitura.

Gostei do livro. Gostei da história.

Minha nota, porém, não foi maior porque não achei a leitura tão fluída. Algumas partes foram truncadas, confusas, com viradas bruscas em alguns parágrafos e eu precisei voltar alguns trechos para entender (ou melhor, voltar a me envolver). No final do livro, porém, isso não acontece. Foi uma característica mais do meio. Outro ponto que também me frustrou foi a conexão entre as histórias. Esperava mais integração, e não que uma funcionasse mais como uma espécie de gatilho para a memória.
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Vinícius 09/10/2022

O VENENO DA MAÇÃ
Instagram: @vinil23

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Acabei de ler nesta madrugada o romance ?A Maçã Envenenada?, de Michel Laub.
Publicado em 2013, Laub entrelaça várias tramas em uma única narrativa: o show do Nirvana em São Paulo em 1993, um relacionamento turbulento entre o protagonista e sua primeira namorada, as desventuras do personagem principal entre Porto Alegre e Londres, o genocídio em Ruanda, o suicídio de Kurt Cobain em maio de 1994, dentre outros?
O estilo de Laub é o que prende o leitor: os 101 fragmentos que compõem ?A Maçã Envenenada? são peças de um quebra-cabeça eletrizante, que provocam a curiosidade do leitor. Um romance para ser lido ao som de ?Drain You?, faixa que compõe o já clássico álbum ?Nevermind?, do Nirvana?
#nirvana #drainyou #michellaub #companhiadasletras #amacaenvenenada #amaçãenvenenada #romance #novel #literaturabrasileira #brazilianliterature
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Cassionei 15/11/2021

Veneno e fragilidade
Pegue seu LP, CD, fita K7 ou arquivo de MP3 do álbum Nevermind, do Nirvana, e ponha para tocar. Não tem? Busque na internet. A aparente fúria da banda grunge dos anos 90 serve de trilha sonora para a leitura do romance A maçã envenenada, de Michel Laub (Companhia das Letras, 119 páginas), segunda obra de uma trilogia – iniciada com Diário da queda, de 2010 – que trata, segundo o autor, dos “efeitos individuais causados por catástrofes históricas”.
Por que Nirvana? Porque o vocalista, Kurt Cobain, é o ídolo do protagonista do romance. O show da banda no Brasil em 1993 no Hollywood Rock e depois o suicídio de Cobain em 1994 servem de pano de fundo para a história da personagem. Ele relembra fatos do final da sua adolescência e início da idade adulta, desde a formação de sua própria banda de rock, sua relação com Valéria, sua primeira namorada, e o amigo Unha, além da sua passagem no serviço militar, mais precisamente no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), em Porto Alegre.
No plano do presente, o narrador já tem 40 anos e uma carreira como jornalista em São Paulo. Incumbido de entrevistar Immaculée Ilibagiza, sobrevivente do genocídio em Ruanda, ele se dá conta que a tragédia no país africano aconteceu na mesma época da morte do seu ídolo. Reflete, por isso, sobre o contraste entre quem lutou para sobreviver e quem optou por deixar de viver. No mesmo dia em que um dispara um tiro em si mesmo acabando com uma vida confortável financeiramente, porém em ruínas devido a problemas com a esposa e o uso de drogas, outra, para se refugiar de um massacre, entra num pequeno banheiro junto com sete mulheres onde se escondem e sofrem privações durante três meses, ouvindo, sem poderem fazer nada, os relatos dos assassinatos de seus familiares.
“Mas o principal não é a tragédia, e sim os efeitos dela no indivíduo distanciado!” Tragédias coletivas e individuais refletem a tragédia pessoal do narrador, relacionada à namorada que foi ao show do Nirvana em São Paulo, não com ele, mas com Unha, seu melhor amigo. Impossibilitado de acompanhá-la devido a um desvio de conduta no CPOR, ele se culpa pelo que aconteceu. Percebe que não a havia conhecido completamente e tudo poderia ser diferente se estivessem juntos.
O título do romance é uma referência a uma das músicas do Nirvana, “Drain you”, cujos versos são mal traduzidos por Valéria em um cartão postal enviado para o narrador. Em vez de “você me ensinou tudo/sem precisar da maçã envenenada”, ela escreveu “você me ensinou tudo/ao me dar a maçã envenenada”. Seria de propósito? Estaria ela culpando-o pelo que aconteceria depois?
Em capítulos curtos, com idas e vindas no tempo, a narrativa nos envolve aos poucos. Para quem é da geração que viveu a cultura pop dos anos 90, provoca o lado emocional ver que ela está sendo retratada através desse romance ou de outros como Mãos de cavalo, do Daniel Galera. Michel Laub mostra uma fatia dessa geração que mostrava uma raiva cheia de veneno, mas que guardava intimamente uma doce fragilidade.

site: https://cassionei.blogspot.com/2013/10/michel-laub-no-tracando-livros-de-hoje.html
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Josiane.Castro 01/10/2021

Suicídio e fé
As escolhas , nem sempre ponderadas , de jovens , entre drogas , sucesso, perdas e fe . Os efeitos individuais de catástrofes históricas como o suicídio de Kurt Cobain (Nirvana ) e o genocídio de Ruanda com a figura de Immaculée Ilibagiza
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Antonio Maluco 30/09/2021

Música
O livro de hoje conta histórias de um casal que teve suas idas e vindas e se o protagonista tivesse agido diferente a história de vida deles seria diferente e recomendo pra quem curte rock ler o livro
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Ricardo256 07/07/2021

Pesadaço
Que livro! Foi a primeira vez que li Michel Laub e posso dizer que foi uma excelente porta de entrada. Já tinha lido ?Controle? da Natália Borges Polesso e esse veio logo na sequência. Eu achei ambos parecidos em algumas partes na história. Esse livro trabalha mais a parte psicológica e os personagens são muito bem trabalhos. Ele consegue transitar no passado e presente de uma forma magnífica. A escrita desse livro me lembrou muito Bernardo Carvalho com o livro Simpatia pelo demônio, apesar de as histórias não serem parecidas. Só posso que dizer que foi uma leitura fenomenal.
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DêlaMartins 03/12/2020

Nirvana, quartel, Ruanda, tudo junto
História narrada em 1a pessoa, que avalia as escolhas que fazemos durante nossas vidas, muito bem escrito.

Reflexão de um adulto marcado por acontecimentos / fatos que ocorreram durante 1993 / 1994, quando ele estava no exército e avaliou se escaparia um final de semana para assistir ao único show do Nirvana em São Paulo, para encontrar sua namorada Valéria, instável com uma carga emocional muito alta. Alguns fatos influenciam a decisão desse jovem e ele carrega esse peso pela vida toda. Enquanto reflete, a história vai se desenrolando em Porto Alegre, onde ele vive, mora com os pais, tem uma banda, está no exército. No paralelo, ele usa o suicídio de Kurt Cobain como pano de fundo e a história do massacre em Ruanda pelas lentes de uma sobrevivente que passou 90 dias escondida num banheiro.

Parece confuso, mas é excelente! Li recentemente "O tribunal da 5a feira" e gostei bastante. "Diário da queda", também de Michel Laub, vou reler.
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Ladyce 01/06/2020

Há escritores que surpreendem com a justaposição de eventos que escolhem para nos revelar a trama de um romance. Com isso mostram sua maneira de pensar, como retêm o que veem, a essência do que os preocupa. Formam uma colcha de retalhos que os leva  à sabedoria, à lição do que observaram.  Fora do Brasil, Julian Barnes é um escritor que seduz com similaridades que descobre em coisas aparentemente assimétricas. Este tipo de narrativa faz parte do charme da prata da casa, o escritor brasileiro Michel Laub.  Seguir paralelos que não apresentam conexão imediata é um dos prazeres de seus livros e de "A maçã envenenada.

Narrado na primeira pessoa, o personagem, jornalista de quarenta anos,  procura respostas, para entender o motivo do suicídio de sua primeira namorada, Valéria. Oscilando entre dois eventos que, justapostos, o intrigam: o suicídio do músico Kurt Cobain e a entrevista de Immaculée Ilibagiza, sobrevivente do genocídio de Ruanda ele transita entre essas duas forças cujo ponto em comum é a preservação ou não da própria vida. Há,  de um lado, um cantor, compositor, músico de sucesso,  admirado no mundo inteiro, ídolo de uma geração, que despreza a vida e se suicida.  De outro está a jovem africana, desconhecida e pobre, feita heroína pelas circunstâncias, porque preza a vida a ponto de sobreviver nas piores condições imagináveis, por um longo tempo. É no equilíbrio entre essas duas forças que o jornalista encontra o caminho da ponderação sobre eventos e sentimentos.

Fragmentos  da letra Drain me, de Kurt Cobain, são usadas, para titular duas partes da narrativa.  'A não ser que seja sobre mim'  [I don't care what you think unless it is about me], apropriada para descrever a narcisista Valéria, e 'Que sorte ter encontrado você', ironicamente, aplicável ao nosso narrador [One baby to another says: I'm lucky I've met you]. Enquanto o título A maçã envenenada continua a referência à letra da música de Kurt Cobain, é usado  em contraposição,  [You've taught me everything without a poison apple]; pois o suicídio de Valéria é de fato verdadeira maçã envenenada para o homem maduro que revive a juventude, em busca do significado do suicídio de Valéria.

Ainda que estas referências sejam óbvias, a mim, a procura do protagonista e sua conclusão sobre o que é o suicídio, o que significou o suicídio de Valéria e o efeito que tem sobre os que estão à volta de quem o comete,  lembrou duas conhecidas frases do escritor Patrick Ness "Nós somos as escolhas que fazemos" do livro The Knife of Never Letting Go e "Dizer que você não teve escolha é omitir sua responsabilidade", do livro Monsters of Men.

Este é o terceiro livro de Laub que leio.  Ainda que seja parte de uma trilogia pode ser lido separadamente.  Com ele termino o grupo.  Para mim, dos três, o livro imperdível é Diário da Queda, que me encantou e comoveu. É o mais emotivo dos três, revelando, com genuína delicadeza, a fragilidade do narrador.  Depois, a Maçã envenenada, que trabalha o texto de uma forma mais intelectual, com emoções menos explícitas e por fim O tribunal da quinta-feira, cuja óbvia dor psicológica do personagem principal é transmitida com ironia e distanciamento.  De qualquer jeito, recomendo a leitura dos três livros em qualquer ordem que você queira colocá-los.
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Vitor.Rafael 21/06/2019

Capaz de causar reflexão sem apelar para a autoajuda
Estamos sujeitos à mesma crise, contínua e estendida, pela qual passa o narrador. O suicídio e suas notícias tornam-se cada vez mais presentes, aproximando-se por vários meios. É interessante como as perguntas não respondidas parecem deixar uma mensagem para cada um dos três fios narrativos do livro: uma positiva, uma negativa e uma neutra. E a esse emaranhado de opiniões que não são dadas, mas apenas sugeridas, o leitor é quem precisa dar sentido. Se quiser.

Olhando por um lado mais técnico: por vezes, o narrador parece interrogar o leitor. Em diversos trechos, como "Você sabia que terminaria assim, não é mesmo?" senti que ao mesmo tempo em que o personagem endereça sua fala a outro personagem, fala com quem o lê. Nesses momentos, o plano a partir do qual o narrador fala se torna confuso, mas isso é interessantíssimo: a ambiguidade dos trechos o aproxima de nós enquanto o ritmo acelerado da narrativa se mantém constante.

4 estrelas pelas repetições (talvez necessárias, mas que não gosto muito). Feitas em um tempo de narração psicológico, por isso não-linear, podem causar estranhamento. No geral, ótimo livro.


site: https://levemediocridade.blogspot.com/2019/06/resenha-de-maca-envenenada-de-michel.html
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Ocelo.Moreira 16/12/2018

UM LIVRO DE UMA TEMÁTICA MUSICAL LEVE ONDE REALISMO E FICÇÃO SE MISTURAM
A maçã Envenenada é o primeiro livro que li de Michel Laub, gostei, muito bom. A história se passa nos anos 90, em 1993 precisamente. Conta a amizade de três jovens unidos pela mesma paixão, a música.

Um livro de uma temática musical leve onde realismo e ficção se misturam. E de uma perspectiva contada em primeira pessoa.

Dois garotos e uma garota fãs do Nirvana que montam uma banda de rock e almejam ir prestigiar o show do Nirvana em São Paulo, mas tal desejo em ir ao show não será tão fácil como parece, será preciso encarar alguns obstáculos, tomar decisões e enfrentar as consequências de tais atitudes.

Interessante como o autor conta a história do livro em paralela aos acontecimentos e decisões que tomamos no decorrer de nossas vidas. Como por exemplo, o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, que chocou o mundo em 1994. E o outro é e o genocídio de Ruanda, iniciado quase ao mesmo tempo e aqui visto sob o ponto de vista de uma garota, Immaculée Ilibagiza.

E assim o autor tenta nos mostrar como as decisões são importantes ou como elas refletem em nossas vidas, e como as pessoas reagem diferente em determinadas situações. E o que decidimos agora é o que nos tornará o que seremos num futuro próximo.
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Toni 25/09/2018

Esta é a segunda parte de uma trilogia do Laub sobre as ressonâncias traumáticas de grandes catástrofes sobre indivíduos, tanto os que sofreram na pele quanto os que apenas ouviram falar delas. A ideia de desenvolver o trauma do ponto de vista da experiência vicária, muito bem executada em O diário da queda (2011), em que a ação se passa nos anos 80 e cujo avô do protagonista é um sobrevivente de Auschwitz, aparece neste romance de 2013 aproximando o suicídio de Kurt Cobain e o massacre dos tutsis em Ruanda, eventos de abril de 1994. O que sabemos em torno do culto a Cobain é narrado do ponto de vista de um admirador brasileiro do Nirvana; já sobre Ruanda, a perspectiva é de uma sobrevivente da matança que o mesmo narrador, tornado jornalista e mais velho, teve a oportunidade de entrevistar. A aproximação é tão esdrúxula quanto parece: ela segura as partes do romance com muito pouco fôlego e parece prestes a se desbaratar frente a qualquer olhar torto. Não fosse a circunscrição do livro ao projeto mencionado, facilmente passaria por um bom romance sobre paixão e amadurecimento. Bom romance como aquele adolescente criativo e incompreendido com notas ruins na escola ressentido do irmão exemplar.
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Marker 28/04/2017

Diário da Queda está lá, com posição assegurada na minha lista de livros prediletos desde que topei com ele em meios do ano passado. Não era de se espantar que uma outra leitura da obra de Michel Laub rendesse grande expectativa, e tê-la frustrada é uma sensação muito desagradável. Não que seja propriamente ruim, mas Maçã Envenenada não tem nem a ternura nem a brutalidade de seu predecessor ao olhar para o microcosmo de um coração e uma mente masculina. Por alguma razão, Diário me lembrava aquele clipe do Wax em que vemos um homem em chamas correr desesperado, filmado em câmera lenta até desaparecer numa curva como nunca tivesse sido. Já Maçã não me lembra nada em particular. A trama do jovem confrontado com amor, dor, morte, crime e castigo é escrita de forma competente, mas quase nada envolvente, nada marcante, nada como um homem em chamas. Espero ter melhores momentos com o Laub.

site: https://www.instagram.com/p/BTaJrRnDcaZ
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 24/04/2016

Das escolhas e de como elas nos esculpem
Cada vez que uma escolha é feita, mesmo a mais individual delas, sua consequência reverbera e acaba tocando outras vidas de maneira inevitável. Já parou para pensar nisso? Um dado acontecimento implica em outro e mais outro, numa corrente que só existe, afinal, por causa daquela primeira situação. Despretensioso no entanto, poderosíssimo , A Maçã Envenenada trata disso, mas não só.

No segundo volume da trilogia os livros são independentes entre si sobre fatalidades históricas e seus efeitos a nível individual, Michel Laub nos apresenta a um jovem estudante de dezoito anos que cumpre o serviço militar em Porto Alegre e toca guitarra em uma banda de rock. É 1993 e ele se encontra diante de um dilema quando tem que decidir se foge do quartel para assistir ao show do Nirvana em São Paulo ao lado da namorada, Valéria.

A história desse jovem e de sua conturbada relação com a primeira namorada é entrelaçada a dois fatos da época, tão relevantes quanto trágicos: o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, em 1994; e o genocídio em Ruanda, relacionado a rivalidades étnicas e políticas, que ocasionou cerca de 800 mil mortes em cem dias.

Em primeira pessoa, o protagonista tenta compreender as motivações por trás do suicídio de Cobain, ato que o mundo tratou de envolver em uma aura romântica e heroica. Em paralelo, narra a luta da garota ruandesa Immaculée Ilibagiza que, para escapar da morte, passou noventa dias escondida em um minúsculo banheiro com outras sete mulheres, enquanto o genocídio lhe tirava a família, a casa e tudo o que fazia parte de sua vida.

Kurt Cobain teria pensado na mulher e na filha bebê ao despedir-se do mundo da maneira como o fez? Existe alguém no mundo em posição de julgar se seu ato foi covarde, egoísta? Trancada num banheiro, comendo restos de comida e fazendo suas necessidades em meio a sete outras mulheres, Immaculée nunca pensou em outra coisa senão sobreviver.

Para o jovem narrador da trama, tudo gira em torno de Valéria. Ele conhece a primeira namorada num bar, ela pergunta sobre a vaga de vocalista na banda, e não demora muito para que se envolvam em uma intensa relação. Valéria, a garota misteriosa e atraente, se revela um tanto instável.

Na verdade, tudo é simples e complexo a um só tempo; a vida acontece, as pessoas se veem em situações extremas, escolhas são feitas a todo instante. No caso do protagonista, seu destino está fadado a ser decidido a partir daquele evento, o show do Nirvana no estádio do Morumbi, no festival Hollywood Rock, no início de 1993.

É com palavras sinceras e carregadas de um peso quase insuportável embora impulsionadas pela narrativa ágil que o autor relembra fatos, passa pela montanha-russa da vida do protagonista e coloca questões em sua boca, cujas respostas muitas vezes também nos faltam a nós, leitores.

Poético e pontiagudo, A Maçã Envenenada retrata uma geração desiludida, e revela como fatos, escolhas e perdas são capazes de moldar tanto os indivíduos centrais como também os que orbitam ao seu redor. No fim, nós somos as escolhas as nossas e as alheias e somos também as nossas perdas: elas nos definem, nos esculpem e causam erosões tamanhas que nem todas as partículas do tempo conseguem recuperar.

LEIA PORQUE...
Cada frase de A Maçã Envenenada ganha um eco tremendo dentro do leitor. Soco no estômago, acompanhado de beleza disforme e reflexão.

DA EXPERIÊNCIA...
Ao abrir o livro, jamais imaginava que fosse encontrar o que encontrei. Só me arrependo de não o ter lido muito antes.

FEZ PENSAR EM...
Drain you, música do Nirvana que aparece em alguns momentos da trama.

With eyes so dilated, I've become your pupil
You've taught me everything without a poison apple

site: http://livrolab.blogspot.com
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