A dádiva da Dor

A dádiva da Dor Philip Yancey
Philip Yancey




Resenhas - A dádiva da Dor


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Rafael Reis 02/08/2014

Verdades sobre a atuação da dor
O título “A dádiva da dor” explica diretamente o assunto central do livro sem propor nenhum mistério com o leitor. Paul Brand, médico especialista em mãos, apresenta sua vivência na carreira médica, enfatizando a experiência com pacientes leprosos, os quais perderam a sensibilidade dos membros do seu corpo, tornando-os ausentes de dor. Na contramão da maioria dos médicos do mundo, Brand lutava para cuidar de pacientes que não sentiam dor, ainda mais, detentores de lepra, os quais a comunidade eram excluídos da comunidade indiana. Dessa forma, o leitor é conduzido a entender o papel da dor no funcionamento do corpo humano e que mesmo detendo uma sensação desagradável, esse mecanismo é ativado na maioria dos casos para autoproteção do indivíduo.

O livro é dividido em 3 partes: Minha Carreira na Medicina, Uma carreira no sofrimento e Aprendendo a fazer amizade com a dor. Philip Yancey tem um papel fundamental na ajuda da montagem do livro. Seu ritmo e maneira de escrever tornaram ainda mais vivas e maravilhosas, as histórias que cercaram a vida do Dr. Paul Brand.

A primeira parte conta a história dos missionários, pais de Brand, cujo o trabalho foi desenvolvido na Índia, exatamente em cordilheiras, onde viviam povos não alcançados pelo evangelho, assim como destituídos da presença do governo local. A infância do autor foi bastante incomum para um futuro médico. Suas aventuras tiveram caráter selvático, mais tarde decisivas na personalidade e carreira do autor. Ainda nessa parte do livro é contada a entrada de Brand na medicina e seus primeiros anos na área médica.

A segunda e melhor parte do livro mostra os avanços do tratamento do Dr. com os leprosos. Sua persistência em ajudar os atingidos por essa enfermidade, em sua maioria em países pobres, é digna de um verdadeiro cristão empenhado numa causa, amar ao próximo. É maravilhoso acompanhar sua dedicação e humanidade num trabalho tão espetacular, carente no mundo moderno, onde profissionais são atraídos por dinheiro e reconhecimento.

Na terceira e última parte é contada o auge da sua carreira, suas contribuições de alcance internacional e suas conclusões sobre a atuação da dor no copo humano e na sociedade. O autor ainda analisa os fatores que intensificam a dor, a sua relação com o prazer e as maneiras de lidar com a dor.

A história de vida desse médico é impressionante! Sua vocação para o tratamento de leprosos estimula qualquer um a se perguntar a Deus qual seria seu papel aqui na Terra. A carreira na medicina é fenomenal, poderia dar um filme daqueles que todos iriam se emocionar! Todo o crescimento dos seus estudos e tratamento dos leprosos, o fez ser reconhecido mundialmente por seu esforço e dedicação. Um verdadeiro cristão, que deixou a Europa para tratar de indianos desprovidos. Ele praticamente fez sua carreira e área de estudos do zero, e construiu uma maravilhosa influência na vida dos leprosos. É bom ressaltar todos os detalhes das suas descobertas narradas no livro, fiquei extasiado com o processo de estudo, avanço e frustrações! Revigorante, um exemplo de vida!
Nathaly Rodrigues 16/08/2016minha estante
Adorei a resenha!!




Vânia 21/09/2014

Estou em busca de melhor autoconhecimento e a indicação de "A dádiva da dor" surgiu em momento excelente. O médico Paul Brand, cirurgião especialista em mãos, nos permite transitar entre as experiências que vivenciou desde a infância na Índia, onde seus pais foram missionários cristãos em comunidades afetadas pela lepra e seus estigmas, a sua ida à Inglaterra para obter formação escolar, as circunstâncias que o conduziram à carreira de medicina, bem como as vivências que influenciaram suas especializações posteriores.
Apesar de a narrativa ser estritamente pessoal, ela é ao mesmo tempo universal, já que a carreira médica de Paul Brand se direcionou para o entendimento dos mecanismos de ação de um evento presente em todos os seres humanos: a dor.
O mote da narrativa é o contato do menino, e depois médico, Paul Brand, com pessoas acometidas pela lepra - doença conhecida há séculos pelas deformações que supostamente causa em extremidades do corpo. Suas incursões em busca de soluções para os problemas encontrados por estes pacientes revelou que as deformações deviam-se, de fato, não há uma "condenação" inevitável (que os próprios médicos chamavam de carne má, que se autodestruía), mas à falta de sensibilidade que a própria doença desencadeava. É como se o doente não percebesse a existência daquela região do corpo e, por isso, estivesse mais sujeito a expô-la a perigos como força exagerada, queimaduras, torções e cortes. A ausência de dor revelava-se então como uma característica contrária ao instinto de preservação da vida.
Essa constatação foi o pontapé inicial de uma carreira que se desenvolveu por décadas, ao lado da esposa Margareth, também médica. Seu aprofundamento no estudo da dor encontrou aplicações em áreas diversas, como diabetes e tratamento da dor crônica, mas foi além dos limites da medicina. O autor traça paralelos entre a realidade da miséria e improvisação encontrada na Índia e a abundância de recursos tecnológicos e medicamentos disponível nos EUA; o forte senso de família e comunidade indianos versus o espírito competidor e individualista estadunidense. Qual destas sociedades estaria lidando melhor com o evento da dor, que acomete o ser humano ao longo de toda sua existência, de diferentes formas? Paul Brand baseia-se nas experiências de seu cotidiano profissional para nos trazer questionamentos muito mais profundos sobre a saúde integral, holística, do ser humano, diferenças de postura diante de adversidades e de situações cotidianas, o desejo de recorrer a medicamentos e recursos tecnológicos avançados para eliminar a dor, e questiona a própria definição de prazer em um mundo marcado pela propaganda e alimentado pelo sentimento constante de insatisfação. Uma leitura que, embora simples, precisa ser digerida, repetida, parafraseada; e com certeza será eterna para aqueles que se aventurarem em suas páginas.
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Esther Netto 10/01/2021

Uma biografia surpreendente
Mais do que um livro que trata sobre a dor por um viés cristão, A Dádiva da Dor é uma biografia inspiradora, um médico que trabalho com vítimas da lepra e acabam perdendo a sensibilidade para sentir dor. Prepare-se para chorar, aprender sobre o corpo humano e aprender a lidar com a dor.
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Claudinei 27/12/2012

TRANSFORMADOR
Em uma sociedade onde a fuga da dor se tornou uma constante no dia-a-dia, este livro é um choque elétrico que desperta. Com certeza me transformou profundamente. Interessante também é notar a importância dos missionários cristãos no trabalho com comunidades extremamente carentes em questões de saúde, higiene, alimentação etc.
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joaoaranha 21/06/2020

Compreensão e aprofundamento sobre a dor
Compreender a importância da dor é um dos grandes desafios de um mundo (e teologia) triunfalista reinante e soberano. E Paul Brand, junto com Philip Yancey, exploram todas as facetas para chegarmos a esse entendimento, contando a história de Paul, em "A dádiva da dor", da Mundo Cristão. Confesso que é um livro um tanto denso, com várias questões voltadas à medicina, mas todas as situações (muito bem explicadas) tem uma razão para tal. Não sei se ainda lançam esse livro (ganhei do meu sogro), mas, se tiver a oportunidade e vontade de lê-lo, por favor, o faça. Recomendado.
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Kelly Oliveira Barbosa 22/07/2019

“Se eu tivesse de escolher entre a dor e o nada, escolheria a dor.” (William Faulkner)
A Dádiva da Dor: por que sentimos dor e o que podemos fazer a respeito é um livro de memórias, as memórias do médico Paul Brand, escrito em parceria com “Philip Yancey”, nome que me trouxe até a essas páginas. Publicado pela primeira vez em 1982.

QUEM FOI PAUL BRAND?
Paul Wilson Brand nasceu em 1914 na Índia, seus pais Jesse Brand e Evely Brand eram missionários ingleses que serviram durante muitos anos o povo das montanhas de Kolli Malai, onde Paul Brand viveu até os nove anos de idade quando foi enviado à Inglaterra para estudar. Jovem, ele se formou em medicina e se casou com Margaret Berry em 1943. E, juntos enfrentaram os anos da Segunda Guerra Mundial servindo seu país como médicos.

Depois da guerra o casal foi para Índia, se instalando em Vellore, onde Paul Brand dedicou sua vida ao atendimento de pessoas vítimas da lepra (ou hanseníase) [1] numa época em que poucos médicos tinham interesse em cuidar dessas pessoas que somavam milhões em todo mundo, com uma concentração maior nos países pobres como a Índia. Paul Brand foi o primeiro médico a descobrir e reconhecer que a lepra não causa apodrecimento dos tecidos da pele, mas sim perda da percepção da dor, tornando os portadores da doença extremamente sensíveis a lesões.

MEMÓRIAS DA DOR
Eu não tinha ideia quando comecei ler A Dádiva da Dor, que estava diante de um livro de memórias. Pensando agora sobre essa experiência de leitura, creio que os autores não poderiam ter feito uma melhor escolha de narrativa para que esse livro tivesse o impacto que tem sobre o leitor.

Baseada nos livros de memórias que já li, noto que é comum nesses livros os escritores ao rememorar sua história, o fazer a partir de um foco ou tema. Exemplo disso posso citar o Pedro Nava, com o primeiro volume de suas memórias “Baú de Ossos” que tem um foco na morte; ou a Eliane Brum em seu livro “Meus desacontecimentos” que remonta sua vida a partir de sua própria história com as palavras. O foco ou o tema a partir do qual Paul Brand já na casa dos setenta anos rememora sua vida é a dor.

O livro é dividido em três partes: “Minha carreira na medicina”, “Uma carreira no sofrimento” e “Aprendendo a fazer amizade com a dor” . A partir de sua própria experiência com a dor física e emocional, como médico, Paul inicia uma jornada em busca de uma melhor compreensão do que significa a dor humana – Por que sentimos dor? Por que a dor, uma sensação física, é tão terrível?

Inesperadamente, um novo caminho surge à sua frente, justamente quando ele se depara com aqueles que não sentiam dor: pacientes portadores de lepra. Por isso, a obra também é uma aula histórica e cientifica até, sobre essa doença. Em resumo, aprendemos que tais enfermos, ao longo do desenvolvimento da infecção crônica se tornam insensíveis a dor (sensação de calor, frio e toque) o que os fazem perder o instinto de auto preservação; eles literalmente se machucam de todas as formas possíveis e naturalmente parecem não se importar com isso, causando assim, as conhecidas e estigmatizadas deformidades físicas. Sobre essa descoberta Paul diz: “Era fácil pensar neles como descuidados ou irresponsáveis até que comecei a compreender o seu ponto de vista. A dor, juntamente com o seu primo, o toque, é distribuída universalmente pelo corpo, formando uma espécie de fronteira do eu. A perda de sensibilidade destrói essa fronteira, e a agora meus pacientes de lepra não mais sentiam as mãos e os pés como parte do eu […] Faltava a eles o instinto básico da autoproteção que a dor normalmente oferece.”

A partir da observação dos seus pacientes que não sentiam dor, Paul Brand afirma que a dor não é uma inimiga do ser humano como de maneira geral pensamos, a dor é uma dádiva. “A vida sem dor é perigosa demais”, e ouvir/ler isso foi muito impactante. Sem receio e já na última estação de sua vida (Paul Brand morreu em 2003) ele chega a afirmar: “Se eu tivesse nas mãos o poder de eliminar do mundo a dor física, não exerceria esse poder.[…] Graças a Deus pela dor.”

O PIOR MOMENTO PARA PENSAR NA DOR É, DE FATO, QUANDO VOCÊ JÁ ESTÁ SENTINDO SEUS GOLPES
Como eu já disse em algum lugar nesse blog, eu tenho muita dificuldade de escrever minha opinião sobre aqueles livros que realmente me marcaram, meus favoritos, porque tenho a sensação que nunca direi algo a altura. É assim com esse livro. A Dádiva da Dor sem dúvida, é um dos melhores livros que li na minha vida. Sem exagero, é um livro que muda a gente.

Não há nada mais solitário que a dor. Seja física ou emocional, em dor somos órfãos. Pensar nesse tema, não só é uma questão de desenvolvimento pessoal, como uma preparação para a própria vida. Paul ensina muitas coisas nesse livro, inclusive, como médico ele dá muitas dicas sobre saúde, ele explica muitos termos técnicos e aqui, uma menção honrosa para Philip Yancey que tem uma capacidade narrativa extraordinária – ele me fez ler páginas e páginas sobre medicina sem me cansar – é mesmo sensacional. Interessante também o entendimento de Paul do que seja os intensificadores da dor como o medo, raiva, culpa…; e sua crítica ao ocidente mais especificamente aos Estados Unidos e a demanda crescente de abafamento da dor com o abuso de drogas licitas e ilícitas. Porém, a lição mais importante para mim que está relacionada com a frase que escolhi para esse subtítulo, é a noção que precisamos nos preparar para dor antes que ela chegue. “A dor é sempre um evento mental ou psicológico, um truque mágico que a mente aplica intencionalmente em si mesma.” O que pensamos sobre a vida, a morte, o sofrimento, o eu, Deus, a eternidade… determinará muito sobre nossa relação com a dor. Não precisamos ser definidos pela dor, pelo contrário, quem somos definirá nossa dor. Certamente, todos conhecemos e sentiremos diferentes tipos e níveis de dor, mas ela não precisa nos destruir.

https://cafeebonslivros.blog/2019/07/14/eu-li-a-dadiva-da-dor-de-paul-brand-e-philip-yancey/

site: https://cafeebonslivros.blog/2019/07/14/eu-li-a-dadiva-da-dor-de-paul-brand-e-philip-yancey/
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almeidalewis 02/05/2020

Um convite para conhecer essa dádiva
Conheci através dessa obras um dos mais ilustres médico e cirurgião : o Dr Paul Brand,figura com um legado inesquecível no sul da índia
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