* 13/09/2013As vezes o passado deveria permanecer enterrado...Primeiramente o que me chamou a atenção em “Sem tempo para despedidas” foi à criatividade do autor. Imagine que você acorda em um dia e descobre que sua família inteira, simplesmente sumiu, desapareceu do mapa, o que você faria? O que pensaria? Em primeiro momento pensei na impossibilidade da situação, mas cá entre nos, nesse mundo louco em que vivemos nada mais é impossível quando se trata do que o ser humano é capaz de fazer. Comecei a ler o livro com mil idéias na mente, tendo ao máximo criar possibilidades para o que tinha acontecido a família de Cynthia, nossa personagem principal. O que você pensaria ter acontecido?
Todo o acontecimento é extremamente traumático para Chyntia, na noite anterior ao desaparecimento ela mentiu para os pais que ficaria na casa de uma amiga e saiu com o namorado Vince para beber e namorar dentro no carro no estacionamento de um Shopping Center, Clayton seu pai a encontrou e a levou a força para casa, tiveram uma briga horrível, ela desejou que a família morresse. Eu não falaria tal coisa para os meus pais, mas entendo que adolescentes tendem a falar sem pensar, exteriorizar pensamentos na hora da raiva que não são verdadeiros, o que Cynthia, então com apenas quatorze anos de idade não sabia é que talvez seu desejo se tornasse realidade. Na manhã seguinte guando acorda ainda se sentindo péssima tanto pela briga quanto pela ressaca ela não encontra ninguém em casa, nem algum bilhete que explique a onde seu pai, sua mãe e seu irmão mais velho estão. Seus primeiros pensamentos são destinados a encontrar uma explicação, eles podem ter saído, o pai pode ter viajado a negócios, o que é normal na vida da família, a mãe pode ter levado Todd, seu irmão para a escola mais cedo. Sem respostas em vai para a aula, mas quando retorna a casa ainda esta fazia, a polícia é chamada...
... 25 depois a família Bigg continua desaparecida, Cynthia agora uma mulher formada, casada com Terry e mãe da pequena Grace de oito anos jamais conseguiu esquecer nem que fosse por dia o que aconteceu a sua família. O caso foi encerrado pouco depois do desaparecimento, não havia pistas, nem suspeitos. Era um completo mistério, e por esse motivo era um assunto que daria audiência a um programa de televisão. Após receber o convite de uma emissora Cynthia resolve contar sua história com a esperança que mesmo depois de tantos anos alguém se lembre de ter visto alguma coisa no dia do desaparecimento, ela nunca perdeu as esperanças de que a família pudesse estar viva. O programa não é sucesso, passam-se algumas semanas até que algumas novidades comecem a chegar, e o rumo que essa história vai tomar nos faz acreditar que talvez Cynthia devesse ter enterrado seu passado de vez há muito tempo.
Não me decepcionei com esse livro com absolutamente nada. É um ótimo thriller psicológico. A leitura é super rápida de fácil entendimento, embora ele pareça ser um livro grosso eu o li em apenas um dia, tamanha minha curiosidade. Mas meu maior elogio vai para a narrativa. O livro é narrado em primeira pessoa, mas não por Cynthia o que seria o mais normal, haja vista que ela seja a personagem principal e o mistério da história seja sobre sua família, mas na verdade quem nos narra a história é Terry, o marido de Cyn. Eu achei isso absolutamente fantástico. Primeiro porque dele temos uma opinião concreta, fatos explicados de forma precisa, talvez se Cyn narrasse o livro seus sentimentos conflitantes se infiltrassem muito mais na narrativa. Mas o maior motivo para que Terry nos conte a história é que absolutamente ninguém esta livre de suspeitas, incluindo a própria Cynthia, o que nos garante que ela não matou sua família e se fez de vítima todos esses anos?
Não da para confiar em ninguém, muito menos criar expectativas de que acertou em cheio sobre o que realmente aconteceu, nada é o que parece. Eu gostei muito da trama. Até porque além do suspense, temos o desenrolar da vida do casal Cynthia e Terry, como eles lidam com o passado dela e como ele influência suas vidas até hoje, principalmente na hora de criar Grace.
Admito que desconfiei muito de Cynthia, mas isso não interfere no fato de ela ser uma boa personagem, muito traumatizada, mas acho que isso é normal não? Me irritei um pouco com a forma que ela prende a filha em uma coleira, mas a super proteção não passa do puro medo de que mais alguém de sua família lhe seja tirado. Já Terry, além de ser um ótimo personagem, é um ótimo marido. Ele teve que passar por muita coisa ao lado de Cyn, relevar muitas brigas, ter paciência e como nosso narrador ele nos mostra que pode sim ser muito corajoso. Outro personagem que eu particularmente adorei é um mafioso bonzinho, em partes! Rsrs. Eu adoraria poder falar poder falar dos outros personagens, mas não seria justo, já que eu relevaria mais do que devo.
O final é ótimo, sem pontas soltas. Mas não deixa de ter uma cena extremamente triste, o engraçado é que bem nesse momento caiu um cisco no meu olho. =’(
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