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Resenhas - Ultima Tentação
8 encontrados | exibindo 1 a 8
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joaoggur 07/12/2021
Um bom terror, mas?
A última tentação é sim um bom terror. Com uma escrita extremamente perspicaz do Gaiman, somado a desenhos detalhistas e extremamente melancólicos de Zulli, consegue realmente nos dar certo medo e montar uma história memorável e até um pouco reflexiva.
Mas o meu ponto foi que senti uma história com muitas informações em poucas páginas, o que fez como um brainstorm. E muito por causa disso, a história se fez um terror que até tem uma história boa, mas tão corrida que não ficou nada amedrontador ou memorável.
Independente disso, não acho que deve ser uma leitura a ser ignorada. Neil Gaiman sempre faz um conteúdo de qualidade, e A Última Tentação eh longe de ser uma HQ ruim.
Um bom terror, mas?
A última tentação é sim um bom terror. Com uma escrita extremamente perspicaz do Gaiman, somado a desenhos detalhistas e extremamente melancólicos de Zulli, consegue realmente nos dar certo medo e montar uma história memorável e até um pouco reflexiva.
Mas o meu ponto foi que senti uma história com muitas informações em poucas páginas, o que fez como um brainstorm. E muito por causa disso, a história se fez um terror que até tem uma história boa, mas tão corrida que não ficou nada amedrontador ou memorável.
Independente disso, não acho que deve ser uma leitura a ser ignorada. Neil Gaiman sempre faz um conteúdo de qualidade, e A Última Tentação eh longe de ser uma HQ ruim.
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Coruja
16/10/2012
Steven é um garoto medroso. Do tipo que tem medo até mesmo de sua própria sombra. O que não é exatamente uma qualidade que você quer demonstrar na frente de seus colegas de turma que você quer impressionar para assim “fazer parte da turma”. Talvez por isso ele tenha sido o escolhido. Por isso o reflexo no espelho conversa de volta com ele. É necessário um tipo de estupidez e covardia muito específicas para que alguém seja impelido à coragem necessária para entrar no Teatro do Real.
Fiquei surpresa quando descobri esse livro numa banca do SANA em janeiro passado. Como uma colecionadora devota de tudo o que tem o nome de Neil Gaiman na capa, sabia da existência desse título, mas achava que ele estava esgotado e as poucas vezes em que o tinha visto (usado), estava a preços exorbitantes. Mas lá estava ele, novo, e ainda em promoção. O que mais poderia fazer eu além de enfiá-lo debaixo do braço?
A Última Tentação é um livro curioso não apenas por sua história de sonho e pesadelo, de apresentadores mefistofélicos e ofertas sedutoras que parecem te dar de bandeja uma vida de delícias, em que nunca se tenha de crescer e assumir responsabilidades – mas ao custo de sua alma e de uma eternidade numa prisão feita de ilusões engendradas por sua própria mente (afinal, 'nada é de graça').
A forma como foi concebida a história é algo único – ao menos em minha experiência-: foi um projeto desenvolvido em conjunto com o músico Alice Cooper, onde a graphic novel servia como acompanhamento para um álbum de mesmo título. Não à toa é que o artista dá seu rosto ao Mestre de Cerimônias mefistofélico do teatro.
Se Steven fará como Fausto e entregará sua alma nas mãos do mestre de cerimônias ou afinal decidirá enfrentar seus próprios medos e crescer é algo que você pode talvez prever (ou não, considerando quem está por trás da história...). Mas se há algo previsível, o humor negro e a arte sóbria do álbum fazem-no valer à pena.
Pontos extras para quem ler ouvindo as músicas do álbum de Cooper: não é um estilo que faz muito minha praia, confesso, mas ouvi-la como acompanhamento para a história é certamente uma experiência interessante.
(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
16/10/2012Steven é um garoto medroso. Do tipo que tem medo até mesmo de sua própria sombra. O que não é exatamente uma qualidade que você quer demonstrar na frente de seus colegas de turma que você quer impressionar para assim “fazer parte da turma”. Talvez por isso ele tenha sido o escolhido. Por isso o reflexo no espelho conversa de volta com ele. É necessário um tipo de estupidez e covardia muito específicas para que alguém seja impelido à coragem necessária para entrar no Teatro do Real.
Fiquei surpresa quando descobri esse livro numa banca do SANA em janeiro passado. Como uma colecionadora devota de tudo o que tem o nome de Neil Gaiman na capa, sabia da existência desse título, mas achava que ele estava esgotado e as poucas vezes em que o tinha visto (usado), estava a preços exorbitantes. Mas lá estava ele, novo, e ainda em promoção. O que mais poderia fazer eu além de enfiá-lo debaixo do braço?
A Última Tentação é um livro curioso não apenas por sua história de sonho e pesadelo, de apresentadores mefistofélicos e ofertas sedutoras que parecem te dar de bandeja uma vida de delícias, em que nunca se tenha de crescer e assumir responsabilidades – mas ao custo de sua alma e de uma eternidade numa prisão feita de ilusões engendradas por sua própria mente (afinal, 'nada é de graça').
A forma como foi concebida a história é algo único – ao menos em minha experiência-: foi um projeto desenvolvido em conjunto com o músico Alice Cooper, onde a graphic novel servia como acompanhamento para um álbum de mesmo título. Não à toa é que o artista dá seu rosto ao Mestre de Cerimônias mefistofélico do teatro.
Se Steven fará como Fausto e entregará sua alma nas mãos do mestre de cerimônias ou afinal decidirá enfrentar seus próprios medos e crescer é algo que você pode talvez prever (ou não, considerando quem está por trás da história...). Mas se há algo previsível, o humor negro e a arte sóbria do álbum fazem-no valer à pena.
Pontos extras para quem ler ouvindo as músicas do álbum de Cooper: não é um estilo que faz muito minha praia, confesso, mas ouvi-la como acompanhamento para a história é certamente uma experiência interessante.
(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Danicidreira 17/03/2013minha estante
Sou fã de Neil Gaiman, amo o álbum de Alice Cooper (um de meus favoritos), mas nunca consegui ler este HQ!!!
Sou fã de Neil Gaiman, amo o álbum de Alice Cooper (um de meus favoritos), mas nunca consegui ler este HQ!!!
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Matheus Monteiro 09/04/2018
Um conto sobre amadurecimeno
Neil Gaiman é maravilhoso em suas abordagens sobre a vida utilizando do fantástico. "A última tentação" é uma narrativa gótica que cria uma história de reflexão sobre o crescer e o medo que advém dele. Se fosse possível abdicar de uma vida de dor,ainda que não houvesse a certeza,você abdicaria? É uma história simples,mas charmosa e com uma dose de poesia própria do autor
Um conto sobre amadurecimeno
Neil Gaiman é maravilhoso em suas abordagens sobre a vida utilizando do fantástico. "A última tentação" é uma narrativa gótica que cria uma história de reflexão sobre o crescer e o medo que advém dele. Se fosse possível abdicar de uma vida de dor,ainda que não houvesse a certeza,você abdicaria? É uma história simples,mas charmosa e com uma dose de poesia própria do autor
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Xulio Mackfly 23/01/2019
Perfeito
Tanto a história quanto a arte são perfeitas, além de eu ser muito fã do Alice Cooper sou tbm fã do Neil Gaiman!! ??
Perfeito
Tanto a história quanto a arte são perfeitas, além de eu ser muito fã do Alice Cooper sou tbm fã do Neil Gaiman!! ??
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Dora Sales 05/05/2017
Resenha A última tentação
A última tentação é uma história em quadrinhos escrita por Neil Gaiman (Sandman, Coraline, Stardust) e desenhada por Michael Zulli (Sandman, Criaturas da Noite, Destino) em 1994. Gaiman e Zulli contaram com a parceria do astro do rock Alice Cooper, cujo album inspirou a criação do quadrinho.
A estória gira em torno de Steven, um garoto que ao voltar para casa com uns amigos se depara com um antigo teatro, chamado Teatro do Real. Esse teatro havia surgido do nada, pois Steven sabia que ele não estava no local antes.
O lugar parecia assustador e os meninos começaram a desafiar uns aos outros. Morrendo de medo eles pressionam Steven a entrar, sem alternativa e não querendo parecer medroso, é isso o que ele faz.
Dentro do teatro ele conhece o Showman (inspirado em Alice Cooper) e este lhe apresenta o misterioso e sombrio teatro, assim como seus integrantes.O Showman faz uma tentadora proposta ao rapaz, resta a ele fazer a sua escolha.
site: https://atocadalebre.blogspot.com.br/2017/04/a-ultima-tentacao.html
Resenha A última tentação
A última tentação é uma história em quadrinhos escrita por Neil Gaiman (Sandman, Coraline, Stardust) e desenhada por Michael Zulli (Sandman, Criaturas da Noite, Destino) em 1994. Gaiman e Zulli contaram com a parceria do astro do rock Alice Cooper, cujo album inspirou a criação do quadrinho.
A estória gira em torno de Steven, um garoto que ao voltar para casa com uns amigos se depara com um antigo teatro, chamado Teatro do Real. Esse teatro havia surgido do nada, pois Steven sabia que ele não estava no local antes.
O lugar parecia assustador e os meninos começaram a desafiar uns aos outros. Morrendo de medo eles pressionam Steven a entrar, sem alternativa e não querendo parecer medroso, é isso o que ele faz.
Dentro do teatro ele conhece o Showman (inspirado em Alice Cooper) e este lhe apresenta o misterioso e sombrio teatro, assim como seus integrantes.O Showman faz uma tentadora proposta ao rapaz, resta a ele fazer a sua escolha.
site: https://atocadalebre.blogspot.com.br/2017/04/a-ultima-tentacao.html
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AmadosLivros 16/08/2017
Quando você se torna a coisa que assusta, não há nada para se ter medo, nunca mais."
Não sou muito de ler HQ's. Mas quando tomei conhecimento desta, praticamente exigi ao dono que me emprestasse o exemplar dele. Estou quase não devolvendo de tão linda que é rsrs. É realmente uma tentação essa história em quadrinhos, criada por Neil Gaiman em parceria com o roqueiro Alice Cooper, e com ilustrações de Michael Zulli. Em A Última Tentação, o imaginário se confunde com o real e sua vida nunca mais será a mesma depois que você conhece o Showman!
Pra que não sabe, Alice Cooper é uma persona criada por Vicent Damon Furnier, cantor, ator e compositor norte-americano. Os anos 1970 foram o auge de sua carreira no rock n' roll, criando o chamado Rock Terror. Deu uma caída na década seguinte, para renascer das cinzas na década de 1990. Com um visual um tanto quanto gótico, seus shows e suas letras eram sempre chocantes para o público: bonecos de vodu, guilhotinas, cobras vivas, letras obscenas e macabras, etc. Já atuou em vários filmes de terror, o mais recente e destacante foi ao lado de Johnny Depp com direção de Tim Burton, Sombras da Noite. Seu álbum The Last Temptation foi um álbum conceitual (as músicas contribuem para um mesmo efeito final ou contam uma história única) lançado em 1994, desenvolvido em parceria com o escritor Neil Gaiman. O roteiro do álbum fez tanto sucesso, que Neil propôs os quadrinhos, com ilustrações de Michael Zulli.
A história da HQ é a seguinte: Steven é um garoto pré-adolescente bem medroso. Daqueles que são motivo de chacota dos amiguinhos na escola, mas mesmo assim querem "fazer parte da turma". Vive numa pequena cidade com o pai e a mãe. Na véspera de Halloween, quando voltava da escola com os amigos, Steven se depara com um beco nunca visto antes. Os garotos adentram o beco e dão de cara com um inusitado teatro anunciando seu Grand Guignol, onde um estranho mestre de cerimônias oferece um único ingresso gratuito. Pessoas que ouvem os pais se lembrariam daquela velha premissa "não fale nem aceite nada de estranhos", e é meio que por esse caminho que os amigos de Steven seguem. Mas ele é desafiado pelos colegas e, para mostrar que não é medroso (mesmo se cagando), ele aceita o convite do Showman. Lá dentro, Steven conhece o Teatro do Real, "onde os pesadelos fazem seu poleiro e a escolha de partir ou ficar é sua - mas, de qualquer maneira, a vida nunca mais será a mesma". Ele recebe então uma tentadora proposta do cerimonialista esquisito. A escolha é de Steven, mas o prazer pertence ao Showman!
"É a atração suprema. O único entretenimento que lhes dá o puro e integral maravilhar. Tal banquete de espantos seus olhos hão de contemplar. Tal cortejo terpsicórico de puro e indizível deleite."
Dividido em três atos, a HQ segue o rumo do terror psicológico de uma forma muito bem desenvolvida. Possui uma grande referência ao Grand Guignol, teatro francês do fim do século XIX, que tinha como espetáculo cenas de brutalidade e horror naturalista (era preciso médicos a postos para cuidar daqueles espectadores que desmaiavam). A história nos leva a pensar na vida e em como a difícil realidade da vida adulta que está por vir pode mexer com a cabeça de uma criança. As cenas das conversas em frente ao espelho nos remetem a infância, quando falamos consigo mesmos sem conseguir revelar nossas frustrações e medos para outra pessoa. Quando criamos um alter-ego que nos entende e nos apresenta maravilhas capazes de suprimir essa confusão. No caso do Showman de Alice Cooper, essas maravilhas vêm disfarçadas, pois não passam de ilusões que podem levar ao fim, afinal sempre tenha em mente, "nada é de graça", por mais que te digam que seja. Ela me lembrou o livro A Sala do Tempo, do brasileiro Renan Bernardo. Não sei se ele se inspirou na HQ, mas lembra um pouco.
Eu fiquei maravilhada com a riqueza de detalhes de Zulli, e mais maravilhada com Neil Gaiman. Preciso mais dele em minha vida, cada dia tenho mais certeza disso. Deu vontade de conhecer o álbum da "Tia Alice"; músicas como Lost in America, Bad Place Alone, e You’re my Temptation chegam a ter trechos citados enquanto outras como Sideshow, Nothing is Free, Stolen Prayer, Unholy War, Lullaby, It’s me e Cleansed by Fire são mencionadas indiretamente. Os fãs vão à loucura! Aquele gostinho de quero mais do final contribuiu para minha vontade de querer mais histórias do tio Gaiman.
E que edição, amigos! Mythos Books está de parabéns, é a coisa mais linda do mundo (Pedro, eu não vou te devolver, desculpa rsrs). Tem a proposta original que Neil Gaiman mandou para Alice Cooper, bem como os roteiros originais, uma galeria de capas apresentando a arte de Dave McKean (Batman: Asilo Arkham, Sandman), e um posfácio de Michael Zulli, apresentando uma completa nova peça de arte pintada de A Última Tentação, criada especificamente para esta edição. Nem preciso dizer que recomendo né? Boa leitura e cuidado com o que te oferecem "de graça" por aí...
site: http://amadoslivros.blogspot.com.br/2017/02/hq-ultima-tentacao.html
Quando você se torna a coisa que assusta, não há nada para se ter medo, nunca mais."
Não sou muito de ler HQ's. Mas quando tomei conhecimento desta, praticamente exigi ao dono que me emprestasse o exemplar dele. Estou quase não devolvendo de tão linda que é rsrs. É realmente uma tentação essa história em quadrinhos, criada por Neil Gaiman em parceria com o roqueiro Alice Cooper, e com ilustrações de Michael Zulli. Em A Última Tentação, o imaginário se confunde com o real e sua vida nunca mais será a mesma depois que você conhece o Showman!
Pra que não sabe, Alice Cooper é uma persona criada por Vicent Damon Furnier, cantor, ator e compositor norte-americano. Os anos 1970 foram o auge de sua carreira no rock n' roll, criando o chamado Rock Terror. Deu uma caída na década seguinte, para renascer das cinzas na década de 1990. Com um visual um tanto quanto gótico, seus shows e suas letras eram sempre chocantes para o público: bonecos de vodu, guilhotinas, cobras vivas, letras obscenas e macabras, etc. Já atuou em vários filmes de terror, o mais recente e destacante foi ao lado de Johnny Depp com direção de Tim Burton, Sombras da Noite. Seu álbum The Last Temptation foi um álbum conceitual (as músicas contribuem para um mesmo efeito final ou contam uma história única) lançado em 1994, desenvolvido em parceria com o escritor Neil Gaiman. O roteiro do álbum fez tanto sucesso, que Neil propôs os quadrinhos, com ilustrações de Michael Zulli.
A história da HQ é a seguinte: Steven é um garoto pré-adolescente bem medroso. Daqueles que são motivo de chacota dos amiguinhos na escola, mas mesmo assim querem "fazer parte da turma". Vive numa pequena cidade com o pai e a mãe. Na véspera de Halloween, quando voltava da escola com os amigos, Steven se depara com um beco nunca visto antes. Os garotos adentram o beco e dão de cara com um inusitado teatro anunciando seu Grand Guignol, onde um estranho mestre de cerimônias oferece um único ingresso gratuito. Pessoas que ouvem os pais se lembrariam daquela velha premissa "não fale nem aceite nada de estranhos", e é meio que por esse caminho que os amigos de Steven seguem. Mas ele é desafiado pelos colegas e, para mostrar que não é medroso (mesmo se cagando), ele aceita o convite do Showman. Lá dentro, Steven conhece o Teatro do Real, "onde os pesadelos fazem seu poleiro e a escolha de partir ou ficar é sua - mas, de qualquer maneira, a vida nunca mais será a mesma". Ele recebe então uma tentadora proposta do cerimonialista esquisito. A escolha é de Steven, mas o prazer pertence ao Showman!
"É a atração suprema. O único entretenimento que lhes dá o puro e integral maravilhar. Tal banquete de espantos seus olhos hão de contemplar. Tal cortejo terpsicórico de puro e indizível deleite."
Dividido em três atos, a HQ segue o rumo do terror psicológico de uma forma muito bem desenvolvida. Possui uma grande referência ao Grand Guignol, teatro francês do fim do século XIX, que tinha como espetáculo cenas de brutalidade e horror naturalista (era preciso médicos a postos para cuidar daqueles espectadores que desmaiavam). A história nos leva a pensar na vida e em como a difícil realidade da vida adulta que está por vir pode mexer com a cabeça de uma criança. As cenas das conversas em frente ao espelho nos remetem a infância, quando falamos consigo mesmos sem conseguir revelar nossas frustrações e medos para outra pessoa. Quando criamos um alter-ego que nos entende e nos apresenta maravilhas capazes de suprimir essa confusão. No caso do Showman de Alice Cooper, essas maravilhas vêm disfarçadas, pois não passam de ilusões que podem levar ao fim, afinal sempre tenha em mente, "nada é de graça", por mais que te digam que seja. Ela me lembrou o livro A Sala do Tempo, do brasileiro Renan Bernardo. Não sei se ele se inspirou na HQ, mas lembra um pouco.
Eu fiquei maravilhada com a riqueza de detalhes de Zulli, e mais maravilhada com Neil Gaiman. Preciso mais dele em minha vida, cada dia tenho mais certeza disso. Deu vontade de conhecer o álbum da "Tia Alice"; músicas como Lost in America, Bad Place Alone, e You’re my Temptation chegam a ter trechos citados enquanto outras como Sideshow, Nothing is Free, Stolen Prayer, Unholy War, Lullaby, It’s me e Cleansed by Fire são mencionadas indiretamente. Os fãs vão à loucura! Aquele gostinho de quero mais do final contribuiu para minha vontade de querer mais histórias do tio Gaiman.
E que edição, amigos! Mythos Books está de parabéns, é a coisa mais linda do mundo (Pedro, eu não vou te devolver, desculpa rsrs). Tem a proposta original que Neil Gaiman mandou para Alice Cooper, bem como os roteiros originais, uma galeria de capas apresentando a arte de Dave McKean (Batman: Asilo Arkham, Sandman), e um posfácio de Michael Zulli, apresentando uma completa nova peça de arte pintada de A Última Tentação, criada especificamente para esta edição. Nem preciso dizer que recomendo né? Boa leitura e cuidado com o que te oferecem "de graça" por aí...
site: http://amadoslivros.blogspot.com.br/2017/02/hq-ultima-tentacao.html
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Alessandro232 21/11/2020
Decepcionante. De bom mesmo só a arte de Michael Zulli
"A Última Tentação" surgiu de uma parceria entre dois grandes astros: um dos rock, Alice Cooper, outro da literatura fantástica e dos quadrinhos, Neil Gaiman. O projeto foi o de criar uma espécie de ópera rock em duas mídias: música e quadrinhos. O resultado disso é "Ultima Tentação" que, ironicamente, destaca-se mais pela arte de Michael Zulli do que pelo roteiro de Gaiman.
A arte de Zulli é espetacular. Tem cores vibrantes e o artista gráfico capta com perfeição as expressões faciais de Alice Cooper. Zulli também capricha nos quadros enchendo-os de detalhes, com destaque para o cenário do teatro. Realmente, seus desenhos são de encher os olhos. Por outro lado, o roteiro formulaico de Neil Gaiman deixa muito a desejar. Ele somente repete o que vimos em histórias anteriores: o garoto que é abordado por um ser sobrenatural que lhe faz uma proposta que pode mudar sua vida e, por isso, ele passa por um processo de transformação. Ou seja, é já manjado rito de passagem, mas com uma roupagem que tenta ser diferente, mas cai em velhos clichês. Talvez isso não tivesse muita importância, se Gaiman tivesse amarrado bem ás pontas da história. Fica em aberto qual é o propósito do tal ser sobrenatural com a cara de Copper. O que ele é, qual sua origem e, principalmente, o que deseja do menino? Para mim faltou desenvolver melhor narrativa, que me parece ser muito curta, feita às pressas.
Aí que está o grande problema dessa edição. A história é bem curta- não sei se chega a 100 páginas, o resto é tudo material extra, com muitas páginas do roteiro original. A minha da editora Mythos tem alguns problemas. Muitas folhas estavam coladas e quando as abri, elas ficaram levemente danificadas nas pontas. Dos extras, legal mesmo são alguns desenhos de Dave Mckean, colaborar de Gaiman, com a arte conceitual da obra.
"A Última tentação é uma hq visualmente bonita, mas com trama bobinha e esquecível. Com certeza, Gaiman e seus parceiros já fizeram obras bem melhores e melhor elaboradas, a exemplo da série "Sandman".
Decepcionante. De bom mesmo só a arte de Michael Zulli
"A Última Tentação" surgiu de uma parceria entre dois grandes astros: um dos rock, Alice Cooper, outro da literatura fantástica e dos quadrinhos, Neil Gaiman. O projeto foi o de criar uma espécie de ópera rock em duas mídias: música e quadrinhos. O resultado disso é "Ultima Tentação" que, ironicamente, destaca-se mais pela arte de Michael Zulli do que pelo roteiro de Gaiman.
A arte de Zulli é espetacular. Tem cores vibrantes e o artista gráfico capta com perfeição as expressões faciais de Alice Cooper. Zulli também capricha nos quadros enchendo-os de detalhes, com destaque para o cenário do teatro. Realmente, seus desenhos são de encher os olhos. Por outro lado, o roteiro formulaico de Neil Gaiman deixa muito a desejar. Ele somente repete o que vimos em histórias anteriores: o garoto que é abordado por um ser sobrenatural que lhe faz uma proposta que pode mudar sua vida e, por isso, ele passa por um processo de transformação. Ou seja, é já manjado rito de passagem, mas com uma roupagem que tenta ser diferente, mas cai em velhos clichês. Talvez isso não tivesse muita importância, se Gaiman tivesse amarrado bem ás pontas da história. Fica em aberto qual é o propósito do tal ser sobrenatural com a cara de Copper. O que ele é, qual sua origem e, principalmente, o que deseja do menino? Para mim faltou desenvolver melhor narrativa, que me parece ser muito curta, feita às pressas.
Aí que está o grande problema dessa edição. A história é bem curta- não sei se chega a 100 páginas, o resto é tudo material extra, com muitas páginas do roteiro original. A minha da editora Mythos tem alguns problemas. Muitas folhas estavam coladas e quando as abri, elas ficaram levemente danificadas nas pontas. Dos extras, legal mesmo são alguns desenhos de Dave Mckean, colaborar de Gaiman, com a arte conceitual da obra.
"A Última tentação é uma hq visualmente bonita, mas com trama bobinha e esquecível. Com certeza, Gaiman e seus parceiros já fizeram obras bem melhores e melhor elaboradas, a exemplo da série "Sandman".
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